domingo, 7 de outubro de 2012

1 433 - Dois mortos numa emboscada a civis europeus


Uma picada para as fazendas de café da zona do Quitexe 
Foto de Luís Fernando, de 2007 (net)


A 10 de Outubro de 1974, em Luanda, começaram as conversações com a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) - facto que, na altura e no Quitexe, nos passou despercebido - a não ser por um aerograma do Ferreira, dias depois recebido. «Parece que a coisa vai...», dizia ele, muito esperançado mas, todavia, dando conta, também, de alguns incidentes na capital angolana.
A 11 e 12, realizaram-se encontros em Kinshasa, primeiramente entre uma delegação portuguesa e o Presidente Mobutu (do Zaire) e, mais tarde, já envolvendo uma delegação da FNLA. Foi decidida a cessação de hostilidades, a partir de 15 de Outubro.
O cessar fogo não evitou, todavia, que a 14 do mesmo mês, na picada entre as fazendas Alegria II e Ana Maria, no limite nordeste da zona de acção do BCAV. 8423, e lemos do Livro da Unidade, «um grupo do IN realizou uma emboscada a uma viatura civil, com êxito da sua parte, pois que obteve dois mortos civis europeus».
Confiar, mas não tanto, pensou-se na altura. Mas havia, naturalmente, que garantir a segurança e a confiança da população - que vivia despreocupada da guerra que se travava nas matas, trilhos e picadas e mal imaginava os tempos de  drama e dor que estavam para vir. Ninguém imaginava. 


Negociações em Lusaka entre a delegação portuguesa chefiada por Mário Soares e constituída por Almeida Santos e Melo Antunes com a FRELIMO, sendo acordado o cessar-fogo e a data da independência de Moçambique
037313

(e 06) Mário Soares encontra-se de novo em Lusaka, chefiando uma delegação portuguesa constituída por Almeida Santos e Melo Antunes negoceia e assina o acordo de cessar-fogo com a FRELIMO e fixa em 25 de Junho de 1975 a data da proclamação da independência da República Popular de Moçambique. A transição será assegurada por um governo provisório presidido por um Alto Comissário português.

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