Viegas e Neto no jardim do Quitexe (1974)
«Sabes quem fez anos há dias? O Dionísio!!!», perguntei e respondi-lhe eu.
O Dionísio era soldado atirador do nosso grupo de combate, muito certinho, homem e companheiro para não criar um problema e de quem, por não mais o termos visto, diria que temos saudade mais intensa. Dele e de outros companheiros, que a voracidade da vida tirou dos logradouros do nosso dia-a-dia. Mais certo sendo dizer, de ano-ano. E já lá vão 37 desde que, no já distante 8 de Setembro de 1975, nos despedimos no aeroporto militar de Figo Maduro, em Lisboa.
O Dionísio, tanto quanto sei, faz vida por Amora, onde reside. Fez 60 anos a 14 de Novembro de 2012, anteontem. Entrou no Clube dos Sexiiiiigenários!!!
E o que, por este tempo de 1974, acontecia em Angola?
Scorro-me do blogue Abril de Novo para lembrar que, a 8 de Novembro, o MPLA abria a primeira delegação oficial em Luanda, chefiada por Lúcio Lara. E o presidente da FNLA, Holden Roberto, escrevia ao general Fontes Pereira de Melo (Chefe da Casa Militar do Presidente da República, general Costa Gomes).
A 9, era a vez da UNITA abrir a sua delegação, liderada por Pasulo Tjipilica e com José Alberto Ndele e Fernando Wilson dos Santos. A partir de Lisboa, Costa Gomes dava resposta a Holden Roberto e, em Cabinda, a FLEC conquistava o morro de Salo Bendje, junto de Massabi - numa operação comandada por Jean Eugéne Kay, com desertores angolanos das tropas especiais e mercenários franceses. Morreram duas pessoas e foram aprisionados 16 militares da guarnição, 7 polícias e 6 civis.
A 10, registaram-se incidentes num comício do MPLA, em Luanda, que alastraram a várias zona da cidade e provocaram incêndios em diversos edifícios.
A 11, em Portugal, foi autorizada a venda do livro «Depoimento», de Marcelo Caetano, editado no Brasil. A 12, foi dia da célebre campanha «Um dia de salário para a Nação», que rendeu 13 000 contos
Assim se fazia o Portugal de então, connosco, Cavaleiros do Norte, a leste do que pensavam e faziam os novos senhores do poder. Ainda hoje não sabemos, sobre quem hoje nos governam. É sina nossa!
- FLEC. Frente de Libertação do Enclave de Cabinda.
As "duas pessoas" que morreram eram DOIS MILITARES, OK?
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