segunda-feira, 30 de junho de 2014

2 098 - Aos 30 dias do mês de Junho de 1975...

Um dos bairros de Carmona, no princípio da década de 70 do século XX, Em baixo, o general Silva Cardoso, que foi Alto Comissário em Angola. Faleceu a 13 de Junho de 2014, aos 86 anos



O balanço do mês de Junho de 1975, o mais dramático da jornada angolana dos Cavaleiros do Norte, não podia ser outro que o de dever cumpridos. A troco do que fosse!!! E alguns de nós, em boa verdade, arriscaram a vida para outras salvar. E salvar bens, e garantir a segurança, e ter a serenidade e a coragem para, nos momentos mais difíceis, agir e decidir. Com justiça e em busca da paz que era ferida pelas desinteligências de irmãos.
O mês, depois dos incidentes dos primeiros dias, decorreu em maré de crescente acalmia, mas, necessariamente, «sob forte tensão emocional» - como leio no Livro da Unidade. Carmona e o Uíge deixaram de aparecer nas páginas dos jornais, mas sabia-se que Angola fervia diferenças entre os três movimentos - mesmo depois de Cimeira de Nakuru.
Agostinho Neto insistia na demissão de Silva Cardoso, o Alto-Comissário de Portugal, cujo comportamento, alegava, «contraria a evolução política do país». O presidente do MPLA acusava as autoridades portuguesas de «pactuarem com movimentos de ex-pides e oficiais reaccionários que operam em Angola».
Jonas Savimbi, presidente da UNITA, aconselhava os seus homens a denunciarem militantes que tivessem ligações com a antiga PIDE e um dos seus altos dirigentes, Norberto Castro, por isso, entrou para «um campo de reeducação».
A comissão criada após a conferência de Nakuru, para dar seguimento ao acordo, era formada por  elementos dos Estados Maiores do MPLA, da FNLA e da UNITA, ministros do Interior e da Justiça e comandantes da polícia angolana. Foi reafirmado o princípio de que «os movimentos não eram competentes para praticar actos privados de justiça privada».
Assim ia Angola, há precisamente 39 anos!

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