Nelson Rocha, Luís Pedrosa, Manuel Machado, José Lino e António Cruz, Cavaleiros
do Norte nos últimos dias de Carmona, finais de Julho de 1975. Em baixo, coronel Santos e
Castro e Holden Roberto, em Ambriz, por estes dias do mesmo ano
A 27 de Julho de 1975, um domingo (como hoje), soube-se em Carmona que se tinham registado graves incidentes, em Luanda, desta vez entre o MPLA e as NT, na Vila Alice. Resultado: 15 mortos e 22 feridos do MPLA. Entre as NT, dois alferes, dois furriéis e um soldado feridos.
A noticia chegou-me via telefone (meio pouco usual ao tempo), pelo Albano Resende que, por um engano de datas, supunha que chegaria eu nesse dia a Luanda e, por isso, estava preocupado. A chegada era (seria) uma semana depois, a 3 de Agosto.
A notícia espalhou-se e, naturalmente, insatisfez a guarnição, que se sentia abandonada no Uíge imenso, esquecida pelos altos comandos militares. Uma guarnição de tropas que, como reconhecia o próprio Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, estavam, e citamos do livro «Segredos da Descolonização de Angola», «além de desmotivadas, não desejam morrer numa guerra que não consideram sua».
Assim era, nem, precisávamos da confirmação do livro de Alexandra Marques.
Um comunicado do Alto-Comissário explicou que um grupo de militares portugueses foi interpelado na estrada de Catete, quando seguiam em viatura militar. Foram mandados embora e atacados a tiro pelas costas, ferindo dois (um deles, gravemente). O COPLAD exigiu a entrega dos agressores, até às 8 horas da manhã. Como tal não aconteceu, duas horas depois, as NT foram ao aquartalemento de Vila Alice e o comandante da força falou com o do MPLA, na rua. Foi quando os MPLA´s dispararam. Ripostaram as NT e houve tal troca de fogo que resultou naquele número de mortos e feridos.
A 26 de Julho, o ministro Kabungu , da FNLA, anunciou em conferência de imprensa que Holden Roberto estava no Caxito, à frente da colina que expulsou o MPLA. Já Chipenda dissera em Carmona que o presidente da FNLA estava «em teritório nacional». Na véspera, dia 25, o próprio Holden afirmara estar em Angola para «libertar Luanda».
O Diário de Lisboa do dia 28 noticiava que «um antigo oficial do exército português comanda a coluna da FNLA que ocupou o Caxito». Era o coronel Gilberto Santos e Castro, irmão do ex-Governador Geral (Fernando) - tio de Ribeiro e Castro, actual deputado do CDS/PP.
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