Belo, Rabiço, Querido, Guedes e Fernandes, Cavaleiros do Norte de Santa Isabel (em cima).
Um civil da administração, capitão Fernandes (3ª. CAV.), um dirigente da FNLA, o capitão
Cruz e o comandante Bundula (FNLA), em Aldeia Viçosa, ano de 1975 (em baixo)
Um civil da administração, capitão Fernandes (3ª. CAV.), um dirigente da FNLA, o capitão
Cruz e o comandante Bundula (FNLA), em Aldeia Viçosa, ano de 1975 (em baixo)
Leonel Cardoso chegou a Luanda, como novo Alto-Comissário de Portugal, e, em declarações ao jornal "O Comércio", disse-se disposto a "fazer tudo o que for possível para restabelecer a paz ano território". Para tal, frisou o almirante, "caso fosse necessário, as tropas portuguesas estariam na disposição de intervir".
À distância de 39 anos e com o senso crítico da idade e do tempo, francamente devo dizer que não sei se... interviriam!
Ao ler, hoje, estas declarações (reportadas no extinto diário luandense da tarde), não posso deixar de lembrar o ansiedade dos Cavaleiros do Norte, por essa altura, mortinhos por regressar a Portugal e com viagem marcada (a CCS) para 8 de Setembro. Já só faltavam três diazinhos!!!
Ao tempo, as probabilidades de o MPLA e a UNITA se entenderem pareciam (e foram) muito remotas, mesmo depois do encontro de Lisboa, entre seus altos dirigentes. A esta data, o MPLA, que controlava Luanda e outras importantes cidades do território, anunciava mesmo que as suas forças, e leio no Diário de Lisboa dessa data, "tinham rechaçado um avanço das tropas da UNITA no Alto Chipaca, no leste de Angola, e fizeram abortar uma tentativa daquele movimento para ocupar o Cubal e Ganda, no sul".
Continuava a discussão sobre se a África do Sul tinha (ou não) invadido o sul de Angola, uns a dizer que sim (o MPLA) outros que não (os sul-africanos), e os Cavaleiros do Norte, seguros de, abnegadamente e corajosamente, terem cumprido a sua missão, ainda não tinham entregue armas e muito menos feito o espólio (que nunca foi feito...) - nem o fizeram até ao dia do regresso -, mas afoitavam-se em descompromissos: esta guerra já não é connosco. Quem nos dera em Lisboa!!! Mas se fosse preciso!!!...
Hoje, ao falar com uma sobrinha minha (ao tempo, bebé de menos de um mês de vida, a Marta...), sobre esse tempo, quase ia deixando cair uma lágrima. Porque me vieram à memória as emoções desses últimos dias de Angola: dias sentidos, emotivos e de despedidas de gente amiga que não conhecia (nem imaginava) o seu futuro e dele tinha medo!! E de gente, outra gente..., anónima e perdida na cidade, sem saber o que fazer, desnorteada, incrédula, desiludida, derrotada. A mesma gente, muita dela, que nos censurava, criticava e amortalhava, com opiniões e comentários dessimpáticos e demolidores para o nosso crédito, o nosso garbo e a nossa consciência!
Há 39 anos!!!
Bela descrição historica
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