domingo, 28 de setembro de 2014

2 889 - O novo Portugal e os portugueses desalojados de Angola

Desalojados no aeroporto de Luanda, há 39 anos (foto da net), à espera de avião para Lisboa. 
Em baixo, furriel Barata (falecido a 11 de Outubro de 1997, vítima de doença), alferes 
Lains ds Santos e furriel Rodrigues, Cavaleiros do Norte de Zalala


A 28 de Setembro de 1975, manifestantes da Associação dos Deficientes das Forças Armadas deixam as suas próteses e cadeiras de rodas à porta do Regimento de Comandos da Amadora, em protesto contra a repressão de que diziam ter sido alvo.
Realizaram-se manifestações da Frente de Unidade Revolucionária (FUR) em Lisboa, Viana do Castelo, Vila Real, Aveiro, Évora, Beja e Faro, «contra o fascismo e a social-democracia (...), a exigir o Poder Popular e repudiar o avanço da social-democracia e da direita».

Francisco de Sá Carneiro reassumiu as funções de secretário-geral do PPD -o agora PSD -, por decisão do Conselho Nacional, sendo reeleito com 111 votos a favor e 18 contra. Carlos Macedo, Artur Santos Silva (pai), Vasco Graça Moura, Miguel Veiga, Paulo Guedes de Campos, Jorge Sá Borges e Emídio Guerreiro, em graus variados, estavam contra o regresso de Sá Carneiro.
Reunidos em Cascais, altos dirigentes militares, sob presidência do vice-almirante José Pinheiro de Azevedo, que acumulava a chefia do Governo e a Presidência da República, decidiram a ocupação militar das estações das rádios e da televisão e o controlo dos noticiários.

Assim ia o país, há precisamente 39 anos! O país que os Cavaleiros do Norte, cumprida a sua missão em Angola, aprendiam a conhecer!
Por lá, o aeroporto de Luanda continuava congestionado, cheio de (próximos) desalojados. Nós mesmos, semanas antes, por lá procurando familiares e amigos, tínhamos visto as condições desfavoráveis em que aguardavam a viagem para Lisboa, ou Porto. E a Luanda começavam a chegar deslocados de Nova Lisboa, Sá da Bandeira e Moçâmedes, Lobito, Benguela Pereira d´Eça, Novo Redondo  e outras localidades - alguns até lá viajando de barco. Curiosamente, na documentação que agora consultámos, raramente aparecem referência a desalojados do norte. Do «nosso» Uíge, de Carmona, do Quitexe, de Aldeia Viçosa, de Vista Alegre, do Songo e do Negage. Por onde e como andaria aquela nossa boa gente?!

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