sexta-feira, 3 de outubro de 2014

2 894 - Futebol no Quitexe e dúvidas em Campala

Cavaleiros do Norte e jogadores de futebol. Grácio, Gomes, Miguel. Botelho, Miguel Santos, Gaiteiro e Soares (de pé). NN, Mosteias. Lopes, NN, Monteiro e Teixeira (estofador). Em baixo, o alferes Hermida e a esposa, professora Graciete



A Cimeira de Campala sempre se realizou e com os três movimentos de libertação. Porém,  manchada por declarações de Idi Amin, presidente do Uganda e da OUA, acusando Daniel Chipenda de ser «um ex-ministro do MPLA, actualmente a operar mo leste de Angola, com apoio de  mercenários sul-africanos».
Chipenda tinha sido, realmente, do MPLA e aderira à FNLA, depois de ter liderado a Revolta com o seu nome. Mas, para a FNLA, estas declarações de Idi Amin, que era o anfitrião da Cimeira, assumiam «um carácter divisionista e demonstram um posição tendenciosa da OUA». E houve amuos.
Foi isto a 3 de Outubro de 1975 e a delegação portuguesa assegurava que 11 de Novembro continuava garantido como o dia da independência de Angola. 
Um ano antes, no Quitexe, realizou-se mais uma reunião da Comissão Local de Contra-Subversão (repetida a 16 e 30 de Outubro). A guarnição mantinha os patrulhamentos de segurança de itinerários e o alferes José Leonel Hermida, oficial de acção psicológica, organizou jogos de futebol, entre pelotões e sub-unidades. 
Em Dar-es-Salan, Agostinho Neto, presidente do MPLA, acusou da África do Sul de «treinar um grupo de mercenários brancos, destinado a opôr-se, pelas armas, à independência de Angola». O Dail News e o Uhuru, jornais da capital da Tanzânia, davam conta,  citando Agostinho Neto, que «este exército secreto, organizado por colonos brancos, seria formado pro 10 000 homens e disporia de três campos de treino, sendo financiado pelo Governo da África do Sul».
O líder do MPLA, citado pela France Press, recordou que havia «500 000 colonos brancos em Angola» e que «segundo lhe parecia, são bastantes numeroso os que continuam opostos a uma independência total».

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