sábado, 3 de janeiro de 2015

2 989 - Reunião no Comando de Sector e encontro de Mombaça

Quitexe, a Rua de Coma (Estrada do Café), a 21 de Julho de 21 de Julho de 2010 (Foto By Bembe). 
Em baixo, Holden Roberto (FNLA), Agostinho Neto (MPLA) e Jonas Savimbi (UNITA)




A 3 de Janeiro de 1975, reuniam-se em Mombaça, no Quénia, os presidentes dos movimentos de libertação e, do Quitexe, saía o comandante Almeida e Brito para Carmona, aonde se impunha «a necessidade de estabelecimento de contactos operacionais, no Comando de Sector do Uíge».
Ao tempo, vale a pena recordar, preparava-se e continuava-se a retracção das forças militares portuguesas, preparando a saída do Uíge e, para mais tarde, a de Angola e o regresso a casa. Os Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423 já tinham saído da Zalala  (e ido para Vista Alegre e Ponte do Dange, operação que se tinha completado a 25 de Novembro ) e os de Santa Isabel (a 3ª. CCAV.) saído de Santa Isabel, a 10 de Dezembro, instalando-se no Quitexe - onde estava a CCS e o comando do Batalhão.
E lá por Mombaça?
Agostinho Neto, Holden Roberto já lá estavam na manhã deste 3 de Janeiro de há 40 anos e Jonas Savimbi iria chegar (em viagem de Lusaka). Teriam o dia (e todo o fim de semana) para acertarem agulhas para a cimeira com o Governo de Portugal, que neste dia se soube que seria no Algarve. 
O enviado especial do Diário de Luanda dava conta que «de acordo com círculos fidedignos, os portugueses propuseram aos movimentos de libertação que o Governo Transitório seja formado pro 12 ministros, três deles portugueses e mais três de cada movimento».
«Os três movimentos - acrescentava o Diário de Luanda - deverão considerar ainda as respectivas posições perante a proposta portuguesa, de que deverão dissolver as suas Forças Armadas e formar um força unificada, de defesa integrada, junto das tropas portuguesas».
«A aceitação dessa proposta implicaria que cada um dos grupos entregasse o controlo militar das  áreas onde tem operado e que tomaram durante a longa e cruenta guerra de guerrilhas com os portugueses», dizia o enviado especial do Diário de Luanda.
Não faltavam planos e intenções! E boas!!!

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