quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

3 036 - Cavaleiros do Norte sem saber para onde rodar



 Lúcio Lara e Daniel Chipenda, quando ambos estavam no MPLA (1962). 
Notícias de Luanda, do dia 18 de Fevereiro de 1975 (no Diário de Lisboa)



A 19 de Fevereiro de 1975, o comandante Almeida e Brito reuniu em Carmona, na ZMN, para «ultimar os aspectos de rendição do BC12». Já se admitia, ao tempo, que os Cavaleiros do Norte iram rodar para Carmona e para o extinto BC12 - que viria a ser a nossa última casa no território uíjano. A outra hipótese era seguir para a capital, onde o BCAV. 8534 era «pretendido pela RMA», para, segundo o Livro da Unidade, «vir a ter responsabilidades de actuação em Luanda».
O diabo que escolhesse.
Luanda onde a FNLA tinha aberto a sede  da Estrada de Catete e exigia, pela voz de Ngola Kabangu (que era ministro do Interior do Governo de Transição), «a dissolução das comissões de bairro do MPLA». O ministro falava numa conferência de imprensa, rodeado de Samuel Abrigada  (ministro da Saúde) Hendrik Vaal Neto (Secretário de Estado da Informação) - todos eles membros do Comité Central do movimento de Holden Roberto.
Ao mesmo tempo, em Luanda, Lúcio Lara, chefe da Delegação do MPLA, acusava Daniel Chipenda de se «vender aos interesses estrangeiros e lançar a instabilidade no nosso país».  Os combatentes da Facção Chipenda, segundo Lara, eram «veteranos da guerra contra o colonialismo português» e exortou-os a «lutar patrioticamente por uma Angola melhor, mas sem armas, ou pelo menos sem armas que ameacem o nosso povo».
Os partidários de Daniel Chipenda, recordemos, tinham sido expulsos de Luanda, a 14 de Fevereiro, depois dos incidentes com o MPLA, nos quais se registaram 20 mortos (pelo menos) e muitos feridos.

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