quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

3 042 - Mortos em Salazar e dias de espera no Quitexe


Capitão Oliveira, alferes António Cruz, Jaime Ribeiro e António Garcia, furriel 
Viegas e alferes Barros Simões, num dos dias do Quitexe (1974/75). Foto na 
aldeia da Canzenza, à saída da vila, vendo-se, em destaque, a capela de Santa Maria de 
Deus. Em baixo, Viegas em Nova Lisboa, com a madrinha Isolina e as netas 
Fátima e Idalina, em Abril de 1975



As notícias, há 40 anos, não circulavam com a rapidez de hoje e foi dias depois que, no Quitexe, onde continuávamos a procurar saber do nosso destino próximo, soubemos, a 25 de Fevereiro de 1975, de incidentes em Salazar (ou Dalatando), com mortos e feridos. Forças do MPLA cercaram a Delegação da FNLA, aos gritos «abaixo a FNLA imperialista», a disparar, morrendo dois civis (um negro e um branco) e ficando feridos outros dois.
Salazar não era tão longe do Quitexe quanto isso - e as distâncias, em África, tem um dimensão muito inferior às de aqui - e aos nossos sentidos e emoções chegava cada vez  mais evidente a verdade axiomática do comandante Almeida e Brito: «Há incidentes em todas as capitais, um dia vão chegar aqui».
Almeida e Brito que, nesse 25 de Fevereiro de 1975, voltou a reunir na ZMN para «ultimar os aspectos da rendição do BC12», depois dos dias 19 e 20, a que se seguiram 26, 27 e 28, nalgumas delas «acompanhado do oficial adjunto» - que era, recordemos, o capitão José Paulo Falcão.
A Facção Chipenda e o MPLA, em Nova Lisboa, puseram-se aos tiros e morreu uma pessoa. Ao tempo, contactando telefonicamente familiares lá residentes, fui informado que por lá nada se passava. De nada sabiam! Mais tarde, já em Abril, a capital do Huambo (quando por lá estive, em férias), continuava a ser um paraíso. A guerra era lá para o norte e leste e Luanda e Cabinda. Era a sua (errada) convicção!

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