quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

3 043 - A decisão de o BCAV. 8423 ir para Carmona


Avenida do Quitexe, com a secretaria da CCS (seta preta), casa dos furriéis (a verde) 
e messe de oficiais (cor de laranja). O jardim da vila (em baixo), na Estrada do Café



A 26 de Fevereiro de 1975, finalmente, a reunião da ZMN definiu que os Cavaleiros do Norte iam para Carmona e para o (em extinção) BC12. Agora, então, sublinha o Livro da Unidade, «com a pressa  de uma rápida e imediata mudança» - o que se viria a concretizar a 2 de Março seguinte.
A mudança, ainda segundo o Livro da Unidade, foi do «agrado geral para a maioria dos militares», mas, contudo, frisava, «traz ao BCAV. a responsabilidade de uma zona de intensa politização dos movimentos emancipalistas, o que, forçosamente, virá a trazer-nos responsabilidades, honrosas por um lado, mas extremamente difíceis e complexas, por outro».
Mal nós imaginávamos, ao tempo, o que nos esperava - nomeadamente nos trágicos primeiros seis dias de Junho desse mesmo ano.
Carmona, já nós conhecíamos muito bem - das muitas vezes que para lá tínhamos viajado, a troco das mais vulgares razões e atraídos pelo desejo dos prazeres da vida, do desejo e da idade. Carmona era, para a maioria generalizada de todos nós, a primeira cidade que melhor conhecíamos. Quase todos, éramos gente da província do Portugal de 1973 e 1974.
A notícia da rodagem para a capital do Uíge, já mais ou menos esperada, foi recebida com tranquilidade - embora também com expectativa -, e os poucos dias que nos separavam da partida (2 de Março) foram vividos a preparar a saída, embrulhando malas e fazendo despedidas.
Pelo Quitexe, ia ficar a 3ª. CCAV. 8423, a de Aanta Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes. Lá chegara, a 10 de Dezembro de 1974, deixando de vez a mítica fazenda uíjana, militarmente ocupada desde 1961.

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