sexta-feira, 29 de maio de 2015

3 134 - O dia da partida para a jornada africana de Angola

O PELREC, já no Quitexe (em cima): Almeida (1º. cabo), Messejana, Neves, 
Soares (1º. cabo), Florêncio, Ezequiel, Marcos, Dionísio, Caixarias e Florindo (1º. cabo 
enfermeiro, de pé), Vicente (1º. cabo), Viegas (furriel miliciano), Francisco, Leal, 
Oliveira (1º. cabo de transmissões), Hipólito, Aurélio, Madaleno e Neto (furriel). Em baixo, 
os três furriéis do PELREC 8423 ainda no RC4, em Santa Margarida, nas vésperas da 
partida para Angola: Monteiro  (de Marco de Canaveses), Neto
e Viegas (ambos de Águeda)


O tempo passou depressa!!! Foi há 41 anos, nesse 29 de Maio de 1974, que a CCS dos Cavaleiros do Norte pegou nas malas e, nos autocarros verdes do Exército, «marchou» para o aeroporto de Lisboa, a caminho do avião dos TAM que a levou para Angola.
A esmagadora maioria de nós nunca tinha estado em Lisboa, nem lá perto, e muito menos tinha viajado de avião. O dia foi passado, pelos que ficaram em Santa Margarida, em crescente expectativa - indo chegando uns e outros, dos que, dois dias antes, tinham optado por os ir passar a casa. 
Por volta das 5 horas da tarde, aí fomos nós por estradas que eram novidade e pela auto-estrada que chegava ao Carregado. Outra e grande novidade! Era o único troço existente, para além do do Porto, até aos Carvalhos. Foi já na viagem que começou a chover e a chover continuou ate à hora do embarque. E torrencialmente, quando estávamos no aeroporto.
Era 4ª.-feira e, nesse mesmo dia, o Presidente da República foi apoteoticamente recebido no Porto. «Queremos todos edificar um Portugal sob o signo da paz, da justiça e do trabalho. Um Portugal com paz nos campos, nas fábricas, nas ruas, nos espíritos. Um Portugal com ordem e justiça social, com maior distribuição do produto do trabalho», disse o geral António de Spínola.
Em Londres, progredia-se na cimeira entre Portugal e os dirigentes do PAIGC. As negociações para o cessar-fogo eram consideradas, segundo o Diário de Lisboa, «um teste para similares negociações de paz com Angola e Moçambique».
Lisboa, por sua vez, foi cenário de uma manifestação a favor do MPLA, considerado «o único representante do povo angolano». O Governo Provisório de Portugal foi acusado de «dividir para reinar», por admitir FNLA e UNITA como «interlocutores do povo de Angola». 
«Se o Governo Português quer realmente pôr termo à guerra que nem lhe passe pela cabeça negociar com os accionistas da Cabinda Gulf e demais colonialistas ou seus representantes políticos, a FNLA e a UNITA», consideraram os manifestantes da capital portuguesa.

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