quarta-feira, 3 de junho de 2015

3 139 - Combates e paz em Carmona e encontro de Mortágua

Mortágua 2015: o (furriel) Norberto Morais, os 1ºs. cabos Miguel Teixeira (secretaria)
e Luís Oliveira (transmissões) e o sapador António Amaral. Em baixo, Alfredo
Coelho (Buraquinho, 1º. cabo), Caetano (clarim), 1º. cabo Malheiros e Joaquim
Celestino (condutor).  Era evidente a boa disposição!





A 3 de Junho de 1975, o Diário de Lisboa falava dos combates de Carmona, iniciados na madrugada de dois dias antes, e dava conta de «certa melhoria geral da situação política e militar em Angola, devido ao êxito das diligências conjuntas para o restabelecimento a ordem em Carmona, teatro de acontecimentos sangrentos nos últimos dias».
Sangrentos foram, na verdade!
O jornal referia também que «as duas equipas militares integradas enviadas anteontem para Carmona e que não puderam por termo às confrontações entre tropas do MPLA e da FNLA, recorreram ao apoio político de altos representantes dos três movimentos e do Exército Português, que parece ter tido êxito na sua missão».
Notícia do Diário de Lisboa de 3 de
Junho de 1975. Há 40 anos!
A reportagem parece-me ferida de falta de rigor. O Livro da Unidade não faz qualquer referência à presença de equipas militares integradas, nem delas a memória se faz 40 anos depois. Ninguém se lembra de lá terem estado nos dois primeiros dias - os mais dramáticos. Só depois e, se a memória não nos falha, com intervenções que não colheram simpatia do comandante Almeida e Brito e muito menos da guarnição. Julgavam-se os «senhores da guerra» mas não faziam ideia mínima do que se passava em Carmona. Sabiam os Cavaleiros do Norte. por experiência própria, capitalizada nos sofreres do corpo e nas dores da alma.
«Mais uma vez as NT procuraram minimizar o conflito, procurando seu términus rápido e diligenciando por limitar os seus efeitos», sublinha o memorial escrito da jornada angolana dos Cavaleiro do Norte. Só dias depois, em data imprecisa, se deslocou a Carmona um grupo de oficiais do MFA.
Monteiro,(á direita), Neto à esquerda) e Viegas,
três furriéis milicianos Rangers no Quitexe
O tempo passou e 40 anos depois, os Cavaleiros do Norte da CCS reuniram-se em Mortágua, como temos vindo a reportar. Com menos gente que o habitual. O (ex-furriel miliciano) Monteiro -que organizou os encontros de 1997 (Penafiel) e 2012 (Paredes), foi um dos que não pôde estar presente, mas enviou mensagem: «Neste dia, em que gostaria de estar presente assim poder dar um abraço a cada um de vós, na impossibilidade de o fazer gostaria de o transmitir a toda a rapaziada.
Um abraço para todos!
Furriéis milicianos Luís Costa (Morteiros)
e Joaquim Farinha (Sapadores e falecido a 14

de Julho de 2005, por doença, em Amarante
Outro ex-furriel, mas do Pelotão de Morteiros 4281, nosso contemporâneo do Quitexe, o Luís Filipe dos Santos COSTA, também enviou mensagem: «Estou de viagem nos Estados Unidos, mais concretamente em Salt Lake City, a visitar o meu filho mais novo (Rodrigo) que está a fazer o doutoramento em Biologia Ramo Cientifico, na Universidade do UTAH
Vou aproveitar e vou ao Grand Canyon e a Las Vegas e entretanto enviei um email ao (alferes) Leite a informar da minha deslocação, para ver se dá para nos podermos encontrar a 1/2 da "picada". Desejo que o convívio corra pelo melhor».
O alferes João Leite era o comandante do Pelotão de Morteiros 4281.

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