sábado, 11 de julho de 2015

3 187 - Reuniões com os povos do Quitexe e incidentes e mortos em Luanda

Quitexe, a avenida (ou Rua de Baixo), com a secretaria da CCS (assinalada com
a seta encarnada), a casa dos furriéis (verde) e messe de oficiais (amarelo)


Mapa (manual e de João Garcia) da
área do Quitexe (assinalado a laranja), com,
entre outras,  as sanzalas do Quimassabi
 e Quitoque (a vermelho)



A noite de 10 para 11 de Julho de 1974, em Luanda, foi tempo para «violentos incidentes». Um taxista branco apareceu morto (degolado) no musseque do Rangel e o facto «fez explodir raivas e retaliações»., como relata o blogue de Carlos Las Heras, de que nos socorremos. «Desencadeou um grande burburinho, tiros para um lado, tiros para o outro, expulsão violenta dos comerciantes brancos, roubos, saques e incêndios dos seus estabelecimentos», acrescenta o blogue .
Poucas horas depois e na avenida do Brasil, local de entrada habitual dos negros que trabalhavam na cidade mais «europeia», relata Carlos Las Heras que «grupos de brancos tresloucados, assim o exprimem algumas das suas atitudes, desde as sensatas às desvairadas, concentram-se e agridem, insultam e ameaçam quem por ali passasse».
A 10 de Julho desse mesmo 1974, e agora cito o Livro da Unidade, o comandante Almeida e Brito reuniu com os povos do Quitoque e Quimassabi, em reuniões de «mentalização das populações» - o que vinha a ser feiro com vários agentes regionais, ora comerciantes, ora populares, ora camionistas e fazendeiros.  
Um ano depois, e de
novo em Luanda, relata o Diário de Lisboa que «a situação agravou-se nas últimas horas, continuando a ouvir-se o rebentamento de armas pesadas e o matraquear de metralhadoras». 
Os incidentes alargaram-e ao Bairro do Marçal e, segundo o DL, «embora sem confirmação oficial, o número de mortos e feridos é elevado». Na véspera e junto ao supermercado Pão de Açúcar, na estrada de Catete, «uma bazuca rebentou junto de um automóvel estacionado, ferindo gravemente um homem que estava lá dentro».
«A tensão na cidade é cada vez maior e a população branca pede a intervenção da forças portuguesas, que continuam alheias mas atentas aos acontecimentos», reportava o Diário de Lisboa.

Sem comentários:

Enviar um comentário