Cavaleiros do Norte da CCS: os furriéis milicianos José Augusto Monteiro e
Brogueira Dias e os 1ºs. cabos Miguel Teixeira e Vasco
Vieira (de pé) e João Pires (em baixo)
Brogueira Dias e os 1ºs. cabos Miguel Teixeira e Vasco
Vieira (de pé) e João Pires (em baixo)
Furriéis milicianos da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa: António Rebelo, Amorim Martins, Abel Mourato e Mário Matos |
Luanda, 31 de Agosto de 1975, há 40 anos!!! É domingo e dia, por isso, de mais uma jornada de «férias» dos Cavaleiros do Norte. Quem está de serviço, paciência..., tem de se manter pelo Grafanil e pelas instalações do extinto BIA - onde estão aquartelados!!!
Via SPM 1246, recebi carta do meu amigo Alberto Ferreira, que até dias antes fôra cabo especialista da Força Aérea na Base Aérea de Luanda: «Vim num lugar da tripulação. Como tal, fiz a maior parte da viagem de pé, mas o que interessava era sair daí (...). Isto não esta grande coisa. mas parece-me que sempre é melhor que aí. Que dizes?». Acrescentava o Alberto Ferreira, amigo que, infelizmente, já partiu dos vivos, vítima de doença: «Tu, pelo que sei, parece-me que também estás a dar as últimas. Pois vem o mais rápido possível...».
Já estávamos, realmente, a dar as últimas, faltando saber o dia da viagem, A cidade de Luanda, sem abastecimentos (ou sem abastecimentos suficientes...) continuava semeada de dúvidas e de medos. Reinava o MPLA, o únicos dos três movimentos que lá continuava e integrava o Governo, depois da saída de FNLA e UNITA e de Portugal ter suspendido o Acordo do Alvor. MPLA que, em comunicado do seu Departamento Político, que cito do Diário de Lisboa, dizia que continuaria a desempenhar os seus deveres governativos «na luta contra o imperialismo e para a reconstrução nacional». E que, sendo o único movimento em Luanda, «assumiria a total responsabilidade governamental no dia 11 de Novembro» - o dia da declaração da independência.
«Nós, o MPLA, repetimos uma vez mais ao
Carta do amigo Alberto Ferreira, já depois do regresso de Angola, dando conta, há 40 anos, de como estava a situação em Portugal. «(...) Vem o mais rápido possível», dizia o então já ex-cabo especialista da Força Aérea |
Lopo do Nascimento, dirigente do MPLA, chegava nesse dia de Lisboa - onde admitiu acordo com a UNITA e não poupou a FNLA: «O fascismo em Angola significa fundamentalmente a FNLA, quer pela sua prática política quer pela sua ideologia». O movimento presidido por Holden Roberto era também acusado de «veicular a intervenção estrangeira», que, sublinhou Lopo do Nascimento, «era preciso travar», nomeadamente «a rota através da África do Sul, que é facto consumado, e do Zaire».