Cavaleiros do Norte no bar de Sargentos do Quitexe: os furriéis milicianos António Lopes, C. Viegas, Nelson Rocha e
Francisco Bento (todos da CCS). Atrás, de garrafa na mão, Delmiro Ribeiro (da 3ª. CCAV., a de Santa Isabel). Também da
3ª. CCAV. 8423, António Flora (de pé, com garrafa na mão), Armindo Reino (de cócoras, bigode e copo na mão), José
Fernando Carvalho (de bigode e boina), José Avelino Lopes e Luís Capitão (falecido a
5 de Janeiro de 2010)
Amazonas do Norte nos «chapéus» de Águeda. As senhoras Belmira (esposa do ex-alferes Carlos Silva), Hermínia (do ex-furriel Viegas) e Maria da Graça (do ex-capitão miliciano Castro Dias) |
A imprensa do dia dava conta da iminente conclusão dos VI Governo e admitia mesmo que pudesse tomar posse no dia seguinte. O novo 1º. Ministro seria (e foi) o almirante Pinheiro de Azevedo - substituindo Vasco Gonçalves. Com um «aviso» do PCP: não caucionaria um governo a direita. «Uma viragem à direita», subtitulava o Diário de Lisboa.
O Conselho da Revolução também «avisava»: O general Spínola «será preso», se entrar em Portugal. Tinha saído depois do 11 de Março. A NATO considerava-se satisfeita com «a situação portuguesa» e um assalto ao BPA de S. Sebastião da Pedreira, em Lisboa, «rendeu» 5 080 050$00. Uma fortuna!!!
O MES assumia-se contra decisões do Conselho da Revolução e 40 comissões de trabalhadores preparavam «uma ofensiva popular (...) contra as forças reaccionárias». A FUR realizava um comício no Campo Pequeno e a UDP, na véspera, realizara outro, a favor do povo chileno.
Por Angola, o MPLA anunciava avanço militar em duas frentes: contra a UNITA, no sul - querendo desalojá-la de Nova Lisboa -, e contra a FNLA, a norte - no Ambriz (a ocidente) e na «nossa» Carmona (mais a leste). «A relativa facilidade com que tomou o Caxito - foi coisa de poucas horas - avivou o optimismo do MPLA», relatava o Diário de Lisboa, acrescentando que «a partir de 2ª.-feira, as suas tropas avançaram, estando agora a 90 quilómetros do Ambriz e a 100 de Carmona».
Sá da Bandeira, a
Notícia do Diário de Lisboa de há 40 anos: o MPLA lançou ofensiva sobre Nova Lisboa (a sul) e Ambriz e Carmona (a norte) |
Caconda, localidade entre Sá da Bandeira e a actual Huambo, já tinha sido tomada na antevéspera (dia 10). Mas a UNITA reagira fortemente e «atacou no Luso, com blindados» - segundo o MPLA. Os combates continuavam na tarde de 10 de Setembro de há 40 anos, com a cidade do leste controlada pelo movimento de Agostinho Neto.
A 10 de Setembro de 2015, como aqui já foi dito, três Cavaleiros do Norte «atacaram» a Festa do Leitão, em Águeda, e fizeram-se acompanhar pelas suas «mais que tudo» - as da imagem que se pode ver acima. A guerra, 40 anos depois, foi outra!
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