CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 12 de setembro de 2015

3 250 - Cavaleiros em Portugal e MPLA a atacar sul e norte (Carmona)

Cavaleiros do Norte no bar de Sargentos do Quitexe: os furriéis milicianos António Lopes, C. Viegas, Nelson Rocha e 
Francisco Bento (todos da CCS). Atrás, de garrafa na mão, Delmiro Ribeiro (da 3ª. CCAV., a de Santa Isabel). Também da 
3ª. CCAV. 8423, António Flora (de pé, com garrafa na mão), Armindo Reino (de cócoras, bigode e copo na mão), José 
Fernando Carvalho (de bigode e boina), José Avelino Lopes e  Luís Capitão (falecido a 
5 de Janeiro de 2010)

Amazonas do Norte nos «chapéus» de Águeda.
As senhoras Belmira (esposa do ex-alferes Carlos
Silva), Hermínia  (do ex-furriel Viegas) e Maria da
Graça (do ex-capitão miliciano Castro Dias) 
Dia 12 de Setembro de 1975!!! Era 6ª.-feira e a 3ª. CCAV. 8423 desembarcou no aeroporto de Figo Maduro, em Lisboa. Completava-se a rotação dos Cavaleiros do Norte, depois da sua jornada africana do Uíge angolano. Cada qual, de alma a rebentar de alegria e o coração engravidado de saudades, galgou o Portugal europeu, a caminho de suas casas, do abraço de familiares, de mulheres, namoradas e amigos, dos cheiros dos seus chãos natais.
A imprensa do dia dava conta da iminente conclusão dos VI Governo e admitia mesmo que pudesse tomar posse no dia seguinte. O novo 1º. Ministro seria (e foi) o almirante Pinheiro de Azevedo - substituindo Vasco Gonçalves. Com um «aviso» do PCP: não caucionaria um governo a direita. «Uma viragem à direita», subtitulava o Diário de Lisboa. 
O Conselho da Revolução também «avisava»: O general Spínola «será preso», se entrar em Portugal. Tinha saído depois do 11 de Março. A NATO considerava-se satisfeita com «a situação portuguesa» e um assalto ao BPA de S. Sebastião da Pedreira, em Lisboa, «rendeu» 5 080 050$00. Uma fortuna!!! 
O MES assumia-se contra decisões do Conselho da Revolução e 40 comissões de trabalhadores preparavam «uma ofensiva popular (...) contra as forças reaccionárias». A FUR realizava um comício no Campo Pequeno e a UDP, na véspera, realizara outro, a favor do povo chileno.
Por Angola, o MPLA anunciava avanço militar em duas frentes: contra a UNITA, no sul - querendo desalojá-la de Nova Lisboa -, e contra a FNLA, a norte - no Ambriz (a ocidente) e na «nossa» Carmona (mais a leste). «A relativa facilidade com que tomou o Caxito - foi coisa de poucas horas - avivou o optimismo do MPLA», relatava o Diário de Lisboa, acrescentando que «a partir de 2ª.-feira, as suas tropas avançaram, estando agora a 90 quilómetros do Ambriz e a 100 de Carmona».
Sá da Bandeira, a 
Notícia do Diário de Lisboa de há
40 anos: o MPLA lançou ofensiva sobre
Nova Lisboa (a sul) e Ambriz e Carmona (a norte)
 sudoeste, já estava controlada pelo MPLA «há várias semanas» e a marcha era agora em direcção a Nova Lisboa, bastião da UNITA. 
Caconda, localidade entre Sá da Bandeira e a actual Huambo, já tinha sido tomada na antevéspera (dia 10). Mas a UNITA reagira fortemente e «atacou no Luso, com blindados» - segundo o MPLA. Os combates continuavam na tarde de 10 de Setembro de há 40 anos, com a cidade do leste controlada pelo movimento de Agostinho Neto.
A 10 de Setembro de 2015, como aqui já foi dito, três Cavaleiros do Norte «atacaram» a Festa do Leitão, em Águeda, e fizeram-se acompanhar pelas suas «mais que tudo» - as da imagem que se pode ver acima. A guerra, 40 anos depois, foi outra!

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