CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 28 de fevereiro de 2021

5 353 - A CCS dos Cavaleiros do Norte na antevéspera da rotação para o BC12 de Carmona!

O PELREC da CCS na saída para mais uma operação nas matas uíjanas. De pé,
 alferes miliciano Garcia (falecido a 2 de Novembro de 1979), Caixarias, 1º. cabo
 Pinto, Marcos, furriel Viegas, Botelho (?), Florêncio, Messejana (f. a 27/11/2009),
 Neves e Cordeiro. Em baixo, furriel Neto (que hoje festeja 69 anos), Madaleno,
Aurélio (Barbeiro), 1ºs. cabos Hipólito e Oliveira (TRMS), Leal (f. a 18/06/2007),
Francisco e 1ºs. cabos Soares (f. Março de 2019) e Vicente (f. 21/01/1997)

Cavaleiros do Norte do PELREC. De pé, o furriel
 Monteiro, à civil, rodeados pelos 1º. cabos Vicente 
e Almeida, à esquerda, e Hipólito. Em baixo, Aurélio
(Barbeiro), furriel Neto, Leal e alferes Garcia.


Aos 28 dia de Fevereiro de 1975, uma sexta-feira de há 46 anos, o comandante Almeida e Brito voltou uma vez mais a Carmona, para reunião de trabalho na ZMN, ultimando a rotação da CCS e da 2ª. CCAV. 8423 para o BC12.
O Quitexe, onde se aquartelavam a CCS e a 3ª. CCAV. 8423, que lá chegou a 10 de Dezembro de 1974, ida da Fazenda Santa Isabel, acordou sem grandes alterações ao habitual das últimas semanas: serviços de ordem, uma ou outra escolta e patrulhamentos na Estrada do Café.
Nada que incomodasse muito os já veteranos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. já rotinados e experimentados nestas andanças. Se bem que nunca fiando - tendo em conta, até, as escaramuças que se repetiam entre homens armados da FNLA e do MPLA.
O dia foi quente, tal como em Aldeia Viçosa e Vista Alegre/Ponte do Dange, por onde se aquartelavam os Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. e da 1ª. CCAV. 8423, respectivamente, e continuava e levedava o entusiasmo da partida para a capital da província uíjana, para o BC12 - onde iríamos ocupar as instalações localizadas na estrada para o Songo - mesmo à saída da cidade.
Confirmava-se, assim, a remodelação do dispositivo militar que se murmurava desde o princípio do ano - que indicava que o BCAV. 8423 «iria sediar-se em Carmona», dado que, conforme se lê no livro «História da Unidade», «o BC12, que desde 1961 guarnecera a capital do Uíge, iria ser extinto».

Francisco e Ni Neto (2018)

Os 69 anos do furriel
Neto, 45 de casamento !

O furriel miliciano Francisco Neto, especialista de Operações Especiais (Rangers), comemora 29 anos a 28 de Fevereiro de 2021. E, coincidentemente, 45 de casamento!
Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, pelo Quitexe festejou os 23 com cozinhados de Maria do Lázaro - a «mãos de fada» do restaurante Pacheco e bem regados, que lá pelo Uíge angolano fazia sede de caraças.
Estávamos em vésperas de rodar ara Carmona (a 2 de Março) e essa sexta-feira ajantarada e festiva dos 23 anos do Neto foi assim como que a da nossa despedida da saudosa vila do Quitexe. 
Um ano depois, nem mais nem menos e já sem camuflado vestido, pôs-se em fato de ver-a-Deus e diante do altar de Nossa Senhora da Paz, fez juras de amor eterno à sua Ni, namorada do tempo e mulher de toda a sua vida! 
Estão ambos na maior, já hoje regaram bem dia tão especial, e para ambos vão os nossos parabéns!
O furriel Viegas e a viúva
de J. Almeida (2018
)
J. Almeida
anos 2000!


A morte do 1º cabo
Joaquim Almeida !

O 1º. cabo Joaquim Figueiredo de Almeida, atirador de Cavalaria do PELREC da CCS, faleceu, de doença, a 28 de Fevereiro de 2009. Há 12 anos.
Cavaleiro do Norte do PELREC, foi louvado porque foi «militar muito disciplinado, correcto e sempre pronto a cumpridor de quaisquer serviços, mesmo voluntários».
Destacou-se, particularmente, enquanto encarregado do refeitório dos praças e no serviço de padeiro, sendo, neste caso, «especialmente notório o seu esforço durante os dias em que foi prestado apoio as refugiados dos incidentes de Carmona».
Natural de Pedrogão de S. Pedro, em Penamacor, lá voltou no dia 8 de Setembro de 1975 e esteve emigrado em França, antes e depois do serviço militar. Já regressado à casa natal, foi vítima de doença cancerosa, aos 58 anos, feitos dois meses antes - nascido a 5 de Dezembro de 1950.
Há 3 anos, conhecemos a sua viúva, que nos deu conta do sofrimento que teve nos seus últimos tempos de vida e de como «foi um bom marido».
 Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

sábado, 27 de fevereiro de 2021

5 352 - Cavaleiros da CCS do BCAV. 8423 a caminho de Carmona e do BC12!


O tenente João Mora, que já 46 anos se apresentou no RC4 e no BCAV. 8423. Aqui,
na avenida do Quitexe e em frente à secretaria da CCS, com furriéis milicianos
 Francisco Neto, Viegas e José Monteiro e o 1º. cabo Miguel Teixeira
Comandante Almeida e Brito
tenente-coronel de Cavalaria


O comandante do BCAV. 8423 voltou a Carmona no dia 27 de Fevereiro de 1975, há 46 anos e para «ultimar os aspectos da rendição do BC12».
O mesmo já acontecera a 19, 20, 25 e 26 (quando, de vez, foi definida a rotação) e depois, a 28, dias em que o então tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, oficial de Cavalaria e comandante dos Cavaleiros do Norte, analisou e preparou os pormenores para a rotação da CCS - a primeira
 Companhia do BCAV. 8423 que iria mudar-se para a capita do Uíge. 
A CCS estava aquartelada no Quitexe desde o dia 6 de Junho de 1974, recebeu a 3ª. CCAC. 8423 a 10 de Dezembro de 1974 (a da Fazenda Santa Isabel) e preparava-se agora para, a 2 de Março, ir ocupar as instalações do Batalhão de Caçadores nº. 12 (BC 12), unidade que estava em processo de extinção. 
Os companheiros da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, também já preparavam malas para a sua rotação, igualmente para Carmona.
O Uíge, por esse tempo, estava minimamente sereno mas era tensa a situação em outros pontos de Angola. Já nem falando de Luanda, onde incidentes eram «pão-nosso-de-cada-dia», no Lobito registaram-se incidentes por causa da greve dos trabalhadores do porto, aparentemente fomentada pela UNITA - segundo a acusação do MPLA, que atribuiu ao movimento de Jonas Savimbi «a manobra divisionista destinada a criar o caos».
«Quem está interessado em fomentar as greves»?
, questionava o movimento de Agostinho Neto, apelando para 
«a vigilância dos trabalhadores contra as manipulações dos inimigos do povo».
Os tenentes João Mora e Acácio Luz e
os alferes milicianos Garcia e Ribeiro em
frente ao Comando do BCAV. 8423


Tenente João Eloy Mora
apresentou-se no RC4

O então alferes e futuro tenente Mora, do SGE, apresentou-se no RC4, em Santa Margarida, no dia 27 de Fevereiro de 1974, «por ter sido nomeado para servir no Ultramar, fazendo parte do BCAV. 8423 como adjunto da CCS».
João Eloy Borges da Cunha Mora, era este o seu nome completo, chegou às 22,30 horas e rodava dos Serviços Centrais do Exército, em Lisboa. Imortalizou-se nos Cavaleiros do Norte como o tenente Palinhas, assim carinhosamente tratado por sempre «exigir» que se lhe batesse a pala, em continência. Não o fizessem os subalternos, fá-lo-ia ele, dando o exemplo. Era natural do Pombal, onde nasceu a 30 de Junho de 1926. Faleceu a 21 de Abril de 1993, aos 67 anos, em Lisboa e de doença. Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!


Furriel José Nascimento e alferes
Lains dos Santos, ambos milicianos
Furriel miliciano Nascimento
apresentou-se no BCAV. 8423!

O furriel miliciano José António Moreira do Nascimento, vagomestre da 1ª. CCAV. 8423, apresentou-se no RC4 a 27 de Fevereiro de 1974, já lá vão 47 anos.
Cavaleiro do Norte de Zalala, rodava do Regimento de Infantaria nº. 15 (RI 15), em Tomar, apresentando-se às 11 horas de noite no campo Militar de Santa Margarida e a caminho do seu destino angolano. Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à sua cidade do Porto natal, freguesia de Campanhã, e desde há muitos anos, está emigrado nos Estados Unidos e radicado no Estado do Arizona.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

5 351 - Cavaleiros do Norte do BCAV 8423a rodar para o BC12 em Carmona|!

A Rua do Comércio, em  Carmona, agora cidade e capital do Uíge, no dia 24 de
 Setembro de 2019, quando por lá passou o furriel Viegas, de CCS do BCAV, 8423

O BC12, à saída de Carmona para o Songo e no
dia 25 de Setembro de 2019, dia em que por lá
passou o furriel Viegas da CCS do BCAV.  8423

A reunião da Zona Militar Norte (ZMN), a 26 de Fevereiro de 1975, definiu que os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 iam rodar para Carmona e para o (então em extinção) BC12. 
Finalmente e após muitos dias de expectativas e como sublinha o livro «História da Unidade», «com a pressa de uma rápida e imediata mudança» - o que se viria a concretizar no dia 2 de Março seguinte. Ano de 1975!
A mudança, ainda segundo o livro «HdU», foi do «agrado geral para a maioria dos militares», mas, contudo, frisava também, «traz ao BCAV. a responsabilidade de uma zona de intensa politização dos movimentos emancipalistas, o que, forçosamente, virá a trazer-nos responsabilidades, honrosas por um lado, mas extremamente difíceis e complexas, por outro».
Mal nós imaginávamos, ao tempo, o que nos esperava na capital do Uíge - nomeadamente nos trágicos primeiros seis dias de Junho desse mesmo ano de 1975.

O furriel Bento e o sapador Albino Dias:
 do regressos em 2019,
44 anos depois!
Encontro de Rans, em  Penafiel (2019)

A cidade de Carmona
no dias do BCAV. 8423

A cidade de Carmona já nós conhecíamos muito bem - das muitas vezes que para lá tínhamos viajado, a troco das mais vulgares razões e atraídos pelos prazeres da vida, do desejo e da idade.
Carmona era, para a maioria generalizada de todos nós, a primeira cidade que melhor conhecíamos. Quase todos, éramos gente da província do Portugal de 1973 e 1974.
A notícia da rodagem para a capital do Uíge, já mais ou menos esperada, foi recebida com tranquilidade - embora também com expectativa -, e os poucos dias que nos separavam da partida (2 de Março) foram vividos a preparar a saída, embrulhando malas e fazendo despedidas.
Pelo Quitexe, ainda iria ficar a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes. Lá chegara, a 10 de Dezembro de 1974, deixando de vez a mítica fazenda uíjana, militarmente ocupada desde 1961 - ano do começo da guerra colonial.


O adeus a Angola
do sapador Albino !
Albino Dias
 em 1974

O soldado sapador Albino Marques Dias, agora já aposentado da Câmara Municipal, é natural d Loureiro, em Oliveira de Azeméis, e sofria (e sofre) de epilepsia, doença que implicou o seu internamento e posterior evacuação para Lisboa.
Regressou a Portugal no dia 26 de Fevereiro de 1975, há 46 anos, e voltou ao convívio dos Cavaleiros do Norte da CCS 44 anos depois, no encontro de 2019, o último da CCS do BCAV. 8423 e em Penafiel, durante o qual se emocionou e do qual regressou felicíssimo à sua terra natal da oliveirense Loureiro.
Acabámos de falar com ele, num momento em que cuidava do seu cão de estimação, e está feliz da vida, lembrando-se perfeitamente do doa 16 de Fevereiro de 1975, quando regressou a Portugal.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

5 350 - Rodar para Carmona e para o BC12 ou ir para Luanda e para a RMA?

 

A Fazenda Maria João, a de Zalala, no uíjano norte de Angola, onde jornadeou Alberto
Pimenta, atirador de Cavalaria, que a morte nos «roubou» a 7 de Janeiro de 2020.
Hoje, faria 69 anos!

O capitão Falcão, o soldado clarim Mendes e o
 comandante Almeida e Brito, do BCAV. 8423. De
costas, o capitão António Martins Oliveira,
comandante da CCS.

O comandante do BCAV. 8423 deslocou-se a  Carmona e à Zona Militar Norte (ZMN) no dia 25 de Fevereiro de 1974. Há 47 anos!

O tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, oficial de Cavalaria, fazia-se acompanhar pelo capitão José Paulo Falcão, oficial adjunto e de operações, também da Arma de Cavalaria, e neste dia de há 46 anos ainda subsistia a dúvida: ia o BCAV. 8433 para Luanda, onde o comando da Região Militar de Angola (RMA) o desejava para «responsabilidades operacionais», ou, pelo contrário, rodaria para a cidade de Carmona onde se ia extinguir o Batalhão de Caçadores nº. 12 (BC12)?
Rodou para Carmona, ficando o imenso Uíge sob total responsabilidade militar, operacional, dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
Um ano antes, tinha sido a apresentação, no campo Militar de Santa Margarida e no RC4, de Ângelo Simões Teixeira, soldado de transmissões e «por ter sido nomeado para servir no ultramar e com destino à 3ª. CCAV. 8423/74».
Rodava do Regimento de Infantaria 1 (RI1), na Carregueira, e viria a ser um dos Cavaleiros do Norte da Fazenda Santa Isabel.
Pimenta, o Barbas, e uma
ave africana de Angola

A (não) demissão no
Governo de Angola

A 25 de Fevereiro de 1975, o Diário de Lisboa dava conta que Cornélio Caley, do MPLA e Secretário de Estado do Trabalho de Angola, iria ser «demitido por se ter descoberto que mantinha relações secretas com a UNITA».
A Casa de Angola em Lisboa, porém, enviou um desmentido ao jornal, informando que «por motivos de saúde, pediu a sua demissão do cargo, no qual será substituído pelo camarada Aires de Almeida Machado».
«Este facto foi distorcido por algumas agências noticiosas, resultando daí uma notícia cujo conteúdo é falso», inserindo-se, sublinhava, «numa campanha mais ampla, movida pelo imperialismo e demais forças reacionárias, no sentido de denegrir a imagem nacional e internacional do MPLA, que, no prosseguimento da sua linha de acção, continua a ser o inimigo número um do imperialismo internacional e seus agentes internos».
A Casa de Angola acrescentava que «o maior desmentido material a tal notícia situa-se no facto de o camarada Cornélio Caley ter dado e continuar a dar, desde a sua filiação no MPLA, as mais abnegadas provas de militância revolucionária no seio da organização».

Alberto Pimenta, o
Barbas de Zalala

Pimenta, o Barbas de
Zalala, faria hoje 69 anos!

O atirador de Cavalaria Alberto Abel Alves Pimenta faria hoje 69 anos. Faleceu a 7 de Janeiro de 2020!
Soldado dos Cavaleiros do Norte de Zalala, também passou por Vista Alegre e Ponte do Dange, Songo e Carmona, regressando a Portugal e ao Mindelo, em Vila do Conde, a 9 de Setembro de 1975. 
Ainda jornadeando por Zalala, começou a deixar crescer a barba, que nunca mais cortou e ficou a sua imagem de marca. Profissionalmente, foi empresário do sector mecânico e sempre participante activo dos encontros dos Cavaleiros do Norte de Zalala! 
A doença fragilizou-o em finais de 2019, vivia na Estrada Nova, na Póvoa do Varzim, e faleceu a 7 de Janeiro de 2020. Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

5 349 - Alferes Cruz, comandante do Parque-Auto da CCS, apresentou-se há 47 anos no RC4!

Cavaleiros do Norte em Aldeia Viçosa, todos milicianos: alferes Carvalho de
Sousa, capitão José Manuel Cruz e alferes António Albano Cruz, João Carlos
Periquito e, em baixo, Jorge Capela 

O alferes Cruz, a dra. Margarida e Ricardo, o
 filho do casal, no natal quitexano de 1974

O quadro de oficiais do BCAV. 8423 foi enriquecido, a 24 de Fevereiro de 1975, com a apresentação, no RC4, do então futuro alferes miliciano
António Albano Araújo de Sousa Cruz, às 19 horas desse domingo de há 47 anos.
O então aspirante a oficial miliciano era licenciado em engenharia mecânica e recém-casado com a médica dra. Margarida Cruz - que o acompanhou na jornada  africana do Uíge angolano e por lá foi professora primária, na escola do Quitexe.
A formação e especialização militar tinha sido Escola Prática de Serviço de Material (EPSM), em Sacavém, e rodou para a Companhia Divisionária de Material Militar (CDMM), no Entroncamento de onde foi «despachado» para o Regimento de Cavalaria nº. 4, em Santa Margarida, «por ter sido nomeado para servir no ultramar, com destino à CCS do BCAV. 8423».
Os atiradores de Cavalaria, «grosso» da guarnição, e os respectivos quadros instrutores tinham entrado de licença de 10 dias, a chamada «licença especial», na sexta-feira anterior e, por isso mesmo, poucos futuros Cavaleiros do Norte lá encontrou. Apenas, e já na segunda-feira, alguns quadros profissionais e uns poucos especialistas. 
Os futuros «operacionais» apenas voltariam ao Destacamento do RC4 no dia 4 de Março seguinte, prosseguindo a preparação operacional que antecipava a 
Cavaleiros do Parque-Auto da CCS: 1º. cabo
Agostinho Teixeira, alferes António Albano
Cruz e condutor Américo Gaiteiro
partida para o teatro de guerra para que estavam mobilizados - para Angola. O que, no caso da CCS, só viria a acontecer a 29 de Maio desse ano de 1974.

Louvor ao Parque-Auto
do alferes António Cruz

Natural de Santo Tirso, onde reside, o alferes Cruz vivia ao tempo em Aldoar, no Porto, e em Angola comandou o Pelotão de Manutenção Auto-Rodas, que foi louvado por ser «equipa de trabalho com espírito de entreajuda e sacrifício, procurando tirar o maior rendimento do seu labor».
Ao mesmo tempo que, sublinha louvor proposto pelo capitão António Martins de Oliveira (SGE), comandante da CCS, «torneando dificuldades inerentes ao muito uso das viaturas e ás faltas constantes de sobressalentes, conseguindo que delas se obtivessem condições de utilização em tempo oportuno e muito aceitáveis».
Fernando Balha
1º. cabo de AV


Os 69 anos do 1º. cabo
Balha da 2ª. CCAV. 8423

O 1º. cabo Fernando Balha Ferreira, da 2ª. CCAV. 8423, festeja 69 anos a 24 de Fevereiro de 2021, lá pelas bandas de Coruche.
Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa, foi um discreto e eficiente atirador de Cavalaria, tendo sido louvado «pela maneira esforçada e competente como desempenhou as suas missões de serviço».
O louvor foi publicado na ordem de serviço nº. 171 e destaca que foi «voluntário para quaisquer missões que fosse pedidas à sua sua subunidade, sem que isso fosse argumento para valia de quaisquer benesses». Acrescenta que «foi disciplinado em todos os momentos e de educação perfeita».
Regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, a Cabecinhas, na freguesia da Lamorosa, concelho de Coruche. Mora agora no Salgueiro, ali por perto. Parabéns!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

5 348 - Apontadores de morteiros para o BCAV. 8423! Memória de Henriques e Delgado !

Quitexe, a 24 de Setembro de 2019, quando por lá passou o furriel Viegas da CCS: a
 igreja de Santa Maria de Deus, ao fundo, e, do lado direito, o espaço onde era o
  quartel. Os pavilhões são de uma escola e estão onde era o balneário militar. 

O espaço do quartel, à esquerda, visto do lado do
adro da Igreja do Quitexe. Junto à vedação, de paus,
ficavam as casernas do PELREC e sapadores

A 23 de Fevereiro de 1974, um sábado para domingo de há 47 anos e pouco depois das 11 horas de noite, apresentaram-se no RC4 vários militares, todos apontadores de morteiros e para as várias companhias operacionais dos futuros Cavaleiros do Norte. 
Os atiradores de Cavalaria já tinham acabado a recruta e começavam a chegar
As casernas, em 1974 e vistas do lado do adro
da igreja. Comparar com a imagem de cima.
O separador da avenida ainda é o mesmo. Ao
fundo, em cima, a Administração Civil
vários especialistas, todos eles oriundos do Regimento de Infantaria nº. 11 (RI 11), de Setúbal, por «terem sido nomeados para servir o ultramar, com destino ao BCAV. 8423».
Os seguintes e para as seguintes companhias operacionais:
- 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias: Manuel de Almeida Novo (1º. cabo, natural de Calde, em Viseu), José António Tavares de Sousa (de Pedras Novas, Leça da Palmeira, em Matosinhos) e Manuel Joaquim Vilaça da Silva (da Barroca, em Ouriz, Vila Nova de Famalicão).
- 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz: Adelino Augusto Ferreira do Couto (de Lousada, em Vila Nova de Famalicão) e António Manuel Magalhães Macedo (de Cimo de Vila, em Penafiel).
- 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes: José Agostinho da Silva Ferreira (1º. cabo, de Vila Chã, freguesia de Santo Estevão de Briteiros, concelho de Guimarães), Fernando da Silva Oliveira (de Sub-Estrada, em Nespereira, também em Guimarães) e António Moreira de Carvalho (do lugar de Teixogueira, freguesia de Milagres, em Leiria).
Monumento que, em Odivelas, evoca os seus
mortos 
na guerra colonial. Entre eles, Joaquim
Manuel Duarte Henriques, soldado da 1ª. CCAV.
8423, a da fazenda de Zalala. RIP!!!



Morte de Joaquim Henriques,
Cavaleiro de Zalala !

O mesmo dia e hora foi tempo de apresentação do 1º. cabo Aurélio P. Oliveira, chegado do 2º. GCAM. Não se sabe a que companhia se destinava e o seu nome não aparece nas listagens de nenhuma. Provavelmente, não seguiu para Angola.
A véspera registara a apresentação, às 19 horas, do soldado Joaquim Manuel Duarte Henriques «por ter terminado a pena que lhe foi imposta». Era atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e viria a falecer em Angola, vítima de doença, a 21 de Setembro de 1974.
Doente em Zalala, foi então evacuado para a enfermaria do Quitexe e, tanto quanto se supõe, passou pelo Negage, antes de ser levado para o Hospital Militar de Luanda - onde faleceu.
O corpo foi trasladado para o cemitério de Odivelas, a sua terra natal, e o seu nome está em memória no monumento que editamos. Era filho de João Pedro Henriques e Delfina da Conceição Duarte. RIP!!!

Abílio Delgado
Delgado, 1º. cabo de Aldeia
Viçosa faleceu há 11 anos !

O 1º. cabo Abílio da Fonseca Delgado foi atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423 e faleceu há 11 anos.
Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975 e fixou-se no Casal da Charneca, da freguesia de Évora, no município de Alcobaça, de onde era natural. E lá fez vida familiar, casou e foi pai de 3 filhas (a mais nova agora 36 anos). 
Profissionalmente, criou e geriu uma exploração de coelhos. Há 11 anos, foi vítima de uma embolia cerebral e faleceu a 22 de Fevereiro de 2009. Hoje, o recordamos com saudade. RIP!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

5 347 - O último dia da Escola de Recrutas dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423!


Cavaleiros do Norte do PELREC: João Marcos, furriel José Monteiro, alferes
António Garcia (falecido a 1 de Novembro de 1979), 1º. cabo Joaquim Almeida
 (f. a 28/02/2009), Aurélio, o Barbeiro, que amanhã festeja 69 anos (com garrafa
 na mão) e 1º. cabo João Pinto

Os furriéis milicianos Neto, Viegas, Matos e
Monteiro no quartel do RC4 (1974)


O dia 22 de Fevereiro de 1974, uma sexta-feira de há 47 anos, foi o último dos exercícios finais da Escola de Recrutas do BCAV. 8423 - os futuros Cavaleiros do Norte do Uíge angolano.
A recruta começara informalmente a 7 de Janeiro desse ano, dia dos 
«primeiros contactos entre oficiais, sargentos e praças». A 18 de Fevereiro, iniciou-se Escola de Recrutas, pelas míticas matas da... Mata do Soares, nos arredores do Campo Militar de Santa Margarida, onde se aquartelava o RC4.
«Poderá dizer-se que a apresentação foi informal, tendo propriamente começado os contactos formais às 9 horas de 8 de Janeiro, numa reunião de trabalho em que estiveram presentes os quadros do BCAV., tendo esta sido precedida de uma palestra a todo o pessoal, na qual foram expressos os princípios e hábitos de vida que teriam de nortear a vida do BCAV., durante o tempo em que, como unidade constituída, vivesse no RC4 e na RMA», lê-se no livro «História da Unidade».
A mobilização e viagem para Angola estava já  nos horizontes próximos, só não se no dia - viria a ser a 29 de Maio de 1974 -, pelo que o dia de há 47 anos fica na história do BCAV. 8423 como sendo (e foi) quando se «completou a primeira parte da sua instrução, a chamada instrução especial».
O livro «História da Unidade», acrescenta que «após um ligeiro interregno», que correspondeu aos 10 dias de férias de mobilização, «começaram os especialistas a apresentar-se» a partir de 4 de Março desse ano de 1974.
A notícia da integração da Revolta do
Leste, facção de Daniel Chipenda na
FNLA de Holden Roberto

Revolta do Leste, a de Daniel  
Chipenda integrada na FNLA

O Uíge, um ano depois e já no 9º. mês da nossa jornada africana de Angola, continuava a ser o nosso chão de missão e lá chegou a grande novidade, oriunda de Kinshasa, onde Daniel Chipenda anunciou que os seus homens - os da Revolta do Leste, dissidente do MPLA - iam «fundir-se com as forças da FNLA». E acrescentou que 
«A partir desta data, colocamos as nossas tropas sob o alto comando do estado maior general da FNLA, com a condição de os nossos oficiais continuarem a comandar as nossas unidades», disse Daniel Chipenda que, em Portugal, tinha sido futebolista do Benfica e da Académica de Coimbra.
Dissidente e oficialmente expulso do MPLA, comandava na ordem dos 3000 homens armados e, a partir desta data, reportava o Diário de Lisboa, «passa a ser representante do movimento de Holden Roberto no Governo de Transição». Representante, pois, da FNLA.
O MPLA reagiu em comunicado e anunciou a rendição, na Frente Leste, de vários comandantes, nomeadamente Luhelo, Karchukutchuku, Ácido e Muhongo Nabanka, que «até esta data se encontravam integrados nas tropas imperialistas de Daniel Chipenda».
«Renderam-se na área do Cazombo e estão em processo de reintegração nas FAPLA», acrescentava o comunicado do Estado Maior das FAPLA´s, o braço armado do MPLA, frisando ainda que «estas rendições seguem-se às dos comandantes Mafuta, Cow-boy, Pela Virianga e Bala Direita que, com as suas tropas, se tinham rendido às FAPLA em Janeiro».
Aurélio Júnior
em 2018/2019


 
Aurélio, o Barbeiro, 69 anos
em Pias de Ferreira do Zêzere !

O soldado Aurélio da Conceição Godinho Júnior foi Cavaleiro do Norte do PELREC e amanhã festeja 69 anos, em Pias, concelho de Ferreira do Zêzere.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, na CCS do BCAV. 8423, «acumulou» a tarefa com as funções de barbeiro. Daí, ser popularizado como... Barbeiro. Ainda hoje.
Regressou ao lugar do Telheiro, em Pias, a 8 de Setembro de 1975, e ali casou, foi pai, enviuvou e casou em segundas núpcias. É empresário do sector dos electrodomésticos, electricidade e energias alternativas, entre outras actividades que o tornaram gente maior entre as suas gentes ferreirenses.
É um grande entusiasta dos encontros da CCS (co-organizou o de 2010, precisamente em Ferreira do Zêzere). Parabéns para ele!

domingo, 21 de fevereiro de 2021

5 346 - Funeral do 1º. cabo Viana é amanhã de Fânzeres para o Porto!

Damião Augusto das
Neves Viana. A morte aos
69 anos. RIP!!!

O 1º. cabo Diogo Viana
militar em 1974/1975


O funeral do 1º. cabo Damião Augusto das Neves Viana está marcado para amanhã, dia 22 de Fevereiro de 2021.
O velório decorrerá a partir das 8 horas, na Capela da Ressurreição, anexa à Igreja de S. Cosme, em Gondomar de onde, às 14,30 horas, o cortejo fúnebre seguirá para o cemitério do Prado do Repouso, no Largo do Padre Baltazar Guedes, da cidade do Porto.
O Damião Viana «quer que o seu nome seja pronunciado como sempre foi, sem nenhum traço de 
sombra ou tristeza... Em PAZ», escreveu Fernanda
A Família Damião Viana
Grilo Viana, a viúva, na sua página de facebook.

Doença prolongada
e do foro oncológico

O nosso companheiro da jornada africana do nortenho Uíge de Angola foi 1º. cabo escriturário de carreira militar da CCS do BCAV. 8423, os Cavaleiros do Norte do Quitexe.
Faleceu de doença prolongada e do foro oncológico na manhã de hoje, 21 de Fevereiro de 2021, quando estava internado no Hospital de Santo António, no Porto e já desde a passada quinta-feira (dia 18).
Deixa viúva, Fernanda Grilo Viana, e dois filhos: Ana Sofia e Luís Miguel Viana - quem abraçamos neste seu (e nosso) momento de dor e luto.
O velório e cerimónias fúnebres decorrerão de acordo com as normas da DGS e para o Crematório do Prado do Repouso. RIP!!!

5 345 - A morte, hoje, do 1º. cabo Damião Viana da CCS do BCAV. 8423!

Cavaleiros do Norte na baixa de Luanda, em 1974, todos 1ºs. cabos: João Estrela,
  António Medeiros (já falecido), Miguel Teixeira, Damião Viana (hoje falecido) e
Vieira (Vasquinho)
 
Damião Viana a 19 de Janeiro
de 2021, quando festejou
69 anos!

Cavaleiros do Norte
de luto pela morte 
do 1º. cabo Viana
O 1º. cabo Viana, da CCS do BCAV. 8423, faleceu na madrugada de hoje, dia 21 de Fevereiro de 2021, vítima de doença prolongada.
Damião Augusto da Neves Viana foi escriturário de especialidade militar e serviu os Cavaleiros do Norte por toda a jornada africana do norte de Angola e terras uíjanas do Quitexe e Carmona.
Cumprida a missão de 15 meses que por lá o(nos) levou, regressou a Portugal e a Valbom, do município de Gondomar, a 8 de Setembro de 1975. Onde nasceu a 19 de Janeiro de 1952.
Companheiro dos bons, muito discreto e sóbrio, sempre prestável e não se dispensando de partilhar as suas emoções e saudades do seu chão, da família e dos amigos, por lá desempenhou as suas funções militares com eficiência e zelo. Já em Portugal, constituiu família e fez carreira profissional na área da ourivesaria. 
Residia em Fânzeres, também de Gondomar.
O 1º. cabo Damião Viana
em 1974/75 e em  Angola

Doença oncológica
e (já) prolongada !

A 19 de Janeiro deste ano de 2021, AQUI lembrámos os 69 anos que nesse dia comemorava e para ele mandando o nosso abraço de parabéns, que era também o abraço gigantesco de todos os Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423.
Mal suspeitávamos da doença que lhe minava o corpo, doença oncológica e já prolongada, que o foi fragilizando - até à madrugada de hoje, quando estava internado no Hospital de Santo António, no Porto.
Deixa viúva Fernanda Grilo (Nina) e dois filhos: Ana Sofia e Luís Miguel Viana.
Grande abraço para eles, solidário e já embrulhado na saudade de um bom companheiro da nossa jornada africana do Uíge nortenho de Angola.
RIP!!
- PS: Assim que soubermos, daremos notícia da
hora e local dos serviços fúnebres.


sábado, 20 de fevereiro de 2021

5 344 - Comandante do BCAV. 8423 a ultimar os aspectos da rendição do BC12 !

Cavaleiros do Norte no Quitexe: 1º.s cabos Soares (já falecido), Oliveira e Pais,
 furriel Rocha, 1º. cabo Estrela (bra
ços cruzados), Silva(de quico), alferes Hermida
(de bigode), Zambujo (idem), furriel Pires (TRMS), Felicíssimo (da 
1ª. CCAV.), 1º. cabo
Mendes, Soares, 1º. cabo Pires (Fecho-eclair?, de mão no queixo) e NN. À frente, 

NN, Costa, 1º. cabo Salgueiro, furriel Cruz e 1º. cabo Tomás. Quem identifica os NN?

Cavaleiros do Norte do PELREC: Ferreira, 1º. cabo
Jorge Vicente (de bigode e tronco nu, falecido  
  21/01/1997, de doença) e Victor Francisco (atrás),
João Marcos (tapado), furriéis Francisco Neto e
José Monteiro (à civil), 1º. cabo Joaquim Almeida 
(f. a 28/02/2009, de doença) e NN cortado). À
frente, Aurélio (Barbeiro, de cerveja na mão)
e Leal (f. a 18/06/2007, de doença)

O tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, comandante do BCAV. 8423, voltou a Carmona e á Zona Militar Norte (ZMN), no dia 20 de Fevereiro de 1975, de novo para «ultimar os aspectos da rendição do BC12», para onde, eventualmente, iriam rodar os Cavaleiros do Norte.
Assim viria a ser, mas tudo estava por definir nesse tempo de há 46 anos - quando a Unidade era requerida, também, pela Região Militar de Angola (RMA), aparentemente para  reforçar no Comando Operacional de Luanda (COPLAD) e/ou as Forças Militares Mistas.
Os tempos uíjanos desse tempo há 46 anos continuavam muito serenos, sem incidentes especiais, controlando as escaramuças que se repetiam entre ex-combatentes da FNLA e do MPLA - ora no Quitexe, onde ao tempo jornadeavam a CCS do capitão António Martins de Oliveira (oficial do SGE) e a 3ª. CCAV. 8423 - a do capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes, que a 10 de Dezembro tinha rodado da Fazenda Santa Isabel - a uns 40 quilómetros. 
O mesmo acontecia com as guarnições de Aldeia Viçosa (a da 2ª. CCAV. do capitão miliciano José Manuel Cruz) e Vista Alegre e Ponte do Dange (da 1ª. CCAV., do capitão miliciano Davide Castro Dias). E, sempre, quando se encontravam umas com as outras. Era, evidentemente, a consequência da formação cultural e social dos Cavaleiros do Norte e também, vale a pena, pelo «espírito de corpo (...) coeso, disciplinado e disciplinador» fomentado no período de formação do BCAV., um ano antes, precisamente, no destacamento do RC4 do Campo Militar de Santa Margarida.
Cavaleiros do Norte de Zalala, da 1ª. 
CCAV. 8423: João (Cigano) e Neves
(Bo
linhas), em cima; Raposo (que
hoje faz 69 anos) e furriel Louro


Eleições em Portugal para a
Assembleia Constituinte



O tempo quitexano dessa quinta-feira de há 46 anos, dia 20 de Fevereiro de 1975, também não foi de grandes novidades por terras da Angola que se preparava para ser independente - para além dos já repetidos incidentes entre a gente armada dos três movimentos.
Um pouco por todo o território e nalguns casos com mortos e feridos, sempre a lamentar
Portugal, entretanto, começava a preparara-se para as primeiras eleições pós-25 de Abril - as da Assembleia Constituinte - e começaram a conhecer-se alguns nomes, os dos primeiros candidatos, nomeadamente os do (já extinto) MDP/CDE.
Algumas curiosidades por lá tivemos nota: as candidaturas do futebolista Artur Jorge, internacional que mais mais tarde viria a ser treinador do FC Porto, do Benfica, PSG e outros clubes, para além da seleção nacional (em 14º. lugar, por Lisboa), e do cantor Manuel Freire (por Aveiro). E as de Pereira de Moura, José Tengarrinha e Alice Vieira (por Lisboa).

António Clara Pereira (que faleceu há 3
anos), Francisco António e António
Simões no Encontro de 2017, no RC4


Pereira, mecânico-auto
da CCS, faleceu há 3 anos !

António Clara Pereira, soldado mecânico-auto da CCS, faleceu a 21 de Fevereiro de 2018, vítima de doença.
Cavaleiro do Norte do Quitexe e Carmona, regressou a Portugal a 8 de Setembro de 1975, fixando-se na sua natal Carregueira, concelho de Mação. Fez carreira profissional na área da prospeção de petróleo, o que, ano atrás de ano, sempre o impediu de participar nos encontros anuais da CCS.
Aposentado, «mobilizou-se» para o efeito e, feliz da vida e sorrisos rasgados, participou no encontro de 2017, que se realizou no RC4 - a unidade mobilizadora do BCAV 8433.
Mal sabia(mos) que seria a primeira e última vez. Um galopante tumor no fígado «faleceu-o» a 21 de Fevereiro de 2018, menos de um ano depois.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

5 343 - A rotação do BCAV. 8423 para Carmona! A rendição do BC12!

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, em momento tranquilo e bem
disposto: Fernando Coelho, Rogério Raposo, José Aires e o 1º. cabo Carlos Ferreira

O capitão José Paulo Falcão, o clarim Armando
Silva e o comandante Carlos Almeida e Brito

O comandante Almeida e Brito deslocou-se ao comando da Zona Militar Norte (ZMN), em Carmona, no dia 19 de Fevereiro de 1975, desta feita para «ultimar aspectos da rendição do BC12» - o futuro quartel do BCAV. 8423.
Ao tempo, e face a essa «rotação do BCAV e das suas subunidades» e também porque «estas estavam a braços com grandes problemas no respeitante às suas cargas», o comandante «não realizou as visitas que, do antecedente, se verificavam, deixando assim liberdade de actuação» as respectivos comandos.
Ao tempo, as escoltas ao tenente-coronel e comandante Almeida e Brito eram invariavelmente asseguradas pelo PELREC ou pelo Pelotão de Sapadores e os seus homens, nestas deslocações à cidade, aproveitavam para fruir dos lazeres e prazeres que ofereciam e que não existiam pelo Quitexe. Deixavam as armas na arrecadação da ZMN e só voltavam para as levantar na hora do regresso à vila onde se aquartelava o comando e a CCS dos Cavaleiros do Norte. Por este tempo de 1975, também a 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel - que lá tinha chegado a 10 de Dezembro de 1974.

Raposo de Zalala,
69 anos em Sintra!

O soldado Rogério Silvestre Raposo, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Maria João, a de Zalala,  festeja 69 anos a 20 de Fevereiro de 2021.
Especialista de transmissões de infantaria da 1ª. CCAV. 8423 e depois de Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, voltou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975 e lá voltou e trabalhou por mais de 20 anos, numa empresa portuguesa localizada em Viana, depois do Campo Militar do Grafanil.
Hoje, quando festeja 69 anos, aqui lhe deixamos o nosso abraço de parabéns!
- «O Raposo de Zalala que voltou a Angola» - Ver AQUI
José Silva da
Chandragoa


Silva da Chandragoa
faleceu há 3 anos!

O quitexano José Silva, que foi sócio-gerente da Fazenda Chandragoa, faleceu há 3 anos - dia 19 de Fevereiro de 2018.
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 muitas vezes foi anfitrionado pela sua gentiliza e fornecidos do famoso peixe tilápia, de que era produtor.
Originária da Valpaços, a Família Silva radicou-se no Quitexe em 1970 mas já era uíjana desde 1955. Em Carmona, tinha sapatarias na Rua do Comércio (frente à Ourivesaria Cunha), na Avenida Portugal (frente ao Bar do Eugénio) e na Rua da República (próximo do Tribunal). O filho Manuel (Zeca) mora em Sines.
Hoje o lembramos com saudade. RIP!!!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

5 342 - Exercícios finais da Escola de Recrutas, há 47 anos e na Mata do Soares!

Cavaleiros do Norte em Santa Margarida, há 47 anos, por altura de formação do BCAV. 8423,
 todos milicianos: furriéis Mota Pinto  Eusébio Martins (falecido a 16de Abril de 294, de doença
e em Belmonte), alferes Sampaio e furriel Plácido Queirós. Viriam a fazer parte da 1ª. CCAV.
8423, a de Zalala

O 1º. cabo Fernando Soares (já falecido), Dionísio
  Baptista e João Marcos, do PELREC, no dia do
adeus ao Uíge e já no aeroporto de Carmona. A 3
de Agosto de 1975 

A 18 de Fevereiro de 1974 - uma segunda-feira de há 47 anos!!!... -, os então futuros Cavaleiros do Norte iniciaram «os exercícios finais da Escola de Recrutas».
A instrução, como ontem já aqui lembrámos, decorreu na «tão conhecida Mata do Soares», nos arredores do Campo Militar de Santa Margarida - onde se aquartelava o Regimento de Cavalaria nº. 4 (RC4), a unidade mobilizadora do BCAV. 8423.
O (nosso) Batalhão de Cavalaria 8423 estava aquartelado no Destacamento do dito RC4, onde os primeiros contactos formais, enquanto unidade e para os quadros operacionais,tinham acontecido a 8 de Janeiro - seguindo-se, gradualmente, a apresentação dos especialistas.
«Completou-se, desse modo, a primeira parte da chamada instrução especial», refere o livro «História da Unidade».
A instrução dessa semana de há 47 anos deu lugar a «um ligeiro interregno», forma semântica de se chamarem os 10 dias de férias correspondentes ao «prémio» de mobilização para teatro de guerra - para Angola, no nosso cas!

Notícia do Diário de Lisboa de 18 de
Fevereiro de 1975, sobre as Comissões
Populares de Bairro do MPLA
20 mortos e muito
feridos em Luanda

Um ano depois, já em Angola e com os Cavaleiros do Norte no Uíge, a FNLA exigia do Governo de Transição, segundo leio no Diário de Lisboa, «a dissolução imediata das chamadas comissões populares de bairro», afectas ao MPLA, garantindo que «continuará a rejeitar todo e qualquer acto susceptível de provocar uma guerra fratricida».
A situação, por outro lado e ainda segundo a FNLA, «não permitirá a instalação de um clima de insegurança e de anarquia no país».
Continuava a questão Chipenda/MPLA e Lúcio Lara, chefe da delegação de Luanda deste movimento, acusou o dissidente de «se vender aos interesses estrangeiros» e de «lançar a instabilidade no nosso país». Considerou também que «os elementos da Facção Chipenda são veteranos de guerra contra o colonialismo português» e exortou-os a «lutar patrioticamente por uma Angola melhor, mas sem armas ou pelo menos sem armas que ameacem o nosso povo».
Os partidários de Daniel Chipenda tinham sido expulsos de Luanda na 5ª.-feira anterior (dia 13 de Fevereiro), pelas forças do MPLA que, como reportava o Diário de Lisboa do dia 18, «invadiram os escritórios que ocupavam na capital». Mortos, foram 20 e muitos feridos!
imperialismo e «o seus agentes».
Manuel Oliveira

Oliveira de Aldeia Viçosa,
faz 69 anos em Penafiel !

O soldado Manuel Joaquim Martins de Oliveira, da 2ª. CCAV. 8423, festeja 69 anos a 18 de Fevereiro de 2021.
Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa e com a especialidade de cozinheiro, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, ao lugar de Serra, na freguesia de Canelas, município de Penafiel, sua terra natal. Ali continua a viver, aposentado e depois de uma vida profissional como motorista de longo curso.
O AVC que sofreu em 2000 levou-o a antecipar a aposentação, já há 20 anos (em 2001) e continua a viver em Canelas, sendo participante habitual dos encontros anuais da CCAV. 8423.
 
Os nossos parabéns!