CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

3 870 - A evacuação do Raposo, o «desertor» Bacelar de Brito!

O TRMS Rogério Silvestre Raposo e o furriel miliciano Plácido Queirós, com
um outro Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala (à direita, quem
será?). O Raposo foi evacuado para Lisboa há precisamente 42 anos

Sala de Operações do BCAV. 8423, na vila do Quitexe: 1º.
cabo Emanuel Santos, 1º. sargento João Barata e alferes
 miliciano António Garcia (falecido a 2/11/1979


O dia 31 de Agosto de 1975 foi o da evacuação do Rogério Raposo, soldado de transmissões da 1ª. CCAV. 8423, de Luanda para Lisboa. 
Rogério Silvestre Raposo foi Cavaleiro do Norte na mítica Fazenda de Zalala, depois de Vista Alegre e Songo, antes de Carmona e depois do Grafanil. Tinha sido internado no Hospital Militar de Luanda «com problemas nas pernas». Antecipou-se ao regresso dos 
Rogério Silvestre Raposo,
TRMS da 1ª. CCAV. 8423
Cavaleiros do Norte e pôde reencontrar a filha Ana, que deixara bebé. Morava nas bandas de Sintra e ainda teve um casal de gémeos (o Ludjero e a Marisa, que viria a ser tenente da Força Aérea), tendo voltado a Angola para trabalhar como carpinteiro numa firma angolana de empresários portugueses.

Greve do... mar e
Cavaleiros de avião!

O  dia 31 de Agosto de há 42 anos foi domingo e tempo de se saber da continuada luta reivindicativa dos 
O porto de Luanda (imagem da net)
trabalhadores dos portos, através do Federação dos Sindicatos do Mar, exigindo «subsídio de guerra a 100% do vencimento, protecção  militar, subsídio de viagem superior a 60 dias e seguro de vida de 1000 contos por trabalhador».
O Ministério dos Transportes e Comunicações respondeu: «Não ao subsídio de guerra, sim à protecção militar, talvez ao subsídio de viagem e nunca ao seguro de vida». E justificava que «o Governo Português não reconhece Angola como zona de guerra» e que «o subsídio constituiria uma injustiça face ao povo angolano e à sua luta de libertação e aos portugueses que lá continuam a trabalhar sem ara tal receberem qualquer subsídio».
Mal sabiam os Cavaleiros do Norte - não sabiam, de todo... - quanto isso iria influenciar o seu regresso a Portugal. Era para ser de barco, no «Niassa» a galgar o Atlântico fora, acabou por ser de avião.
A chegada dos Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423
à Fazenda Santa Isabel, a 11 de Junho de 1974

Brito de Santa Isabel,
66 anos em Lisboa!

O Brito de Santa Isabel, soldado atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423, está hoje em festa: comemora 66 anos.
António Joaquim Faria Bacelar de Brito tem história curiosa, enquanto Cavaleiro do Norte: «(...) passa(ou) à situação de desertor» a 8 de Março de 1974, por-
que, segundo a Ordem de Serviço nº. 60 do RC4 (da véspera) «se encontra(va) na situação de ausência ilegítima sem licença desde 28 de Fevereiro de 1974».
O que se passou, entretanto, não sabemos, mas o o certo é que embarcou para Angola a 5 de Junho desse ano e de lá regressou a 11 de Setembro de 1975 - ao Pátio da Torrinha, em Lisboa (Avenida 24 de Junho). Mora(rá) agora nas Mercês (na Cruz de Morais) e para lá vai o nosso abraço de parabéns!

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

3 869 - Invasão, assassínios, tortura, violações e canibalismo

Cavaleiros do Norte da CCS, no Quitexe. Atrás, 1º. cabo Almeida e Alberto
Ferreira (atiradores). 1º. cabo Porfírio Malheiro, NN (bigode e cigarro na mão)
e NN. Em baixo, 1º. sargento Aires e alferes (ambos de óculos), 1ºs cabos
Frangãos (o Cuba, de óculos e a espreitar) e Teixeira (estofador), furriel
 Morais (de bigode e a rir) e NN. Que são os NN´s?  


Cavaleiros do Norte de Zalala: Salsicha (em cima, qual
é o nome?), NN (negro), Rogério Raposo, 1º. cabo Victor
Cunha (enfermeiro), furriel Victor Costa e Nemo. Em baixo,
Júlio Barbosa, Grilo, Zé M. Costa e Celestino Fernandes


Dia 30 de Agosto de 1975! Sábado! 
As tropas sul-africanas galgaram Pereira d´Eça, a 40 quilómetros da fronteira, ocuparam a cidade e continuaram An-
gola adentro, com «aviões e helicó-
pteros a sobrevoar General Roçadas».
A força sul-africana, denunciava o MPLA, era formada por cerca de 800 homens e, entre eles, «mercenários portugueses da ex-PIDE/DGS e ex-co-
mandos, apoiados por meios militares sofisticados, tais como carros blindados e obuses de longo alcance, etc.», rela-
Notícia do Diário de Lisboa de 30 de Agosto de 1975
sobre  avanço das tropas sul-africanas em Angola
tava o Diário de Lisboa.
O objectivo seria não só «assegurar o controlo de Pereira d´Eça e General Roçadas», mas também «prevendo-se o seu avanço em direcção a Sá da Bandeira, atacando no caminho uma base da SWAPO, que se situa entre a fronteira de Serpa Pinto».

A ruptura do MPLA com
o Governo de Portugal
no Diário de Lisboa
Assassínios, tortura,
violações e canibalismo

Os Cavaleiros do Norte continuavam  no Grafanil e a contar os dias para a viagem de regresso a Portugal, sabendo a 30 de Agosto de 1975 da «ruptura total do MPLA com o Governo Português», no seguimento da cessação do Governo Provisório, decretada pelo Alto Comissário Ferreira de Macedo - assim como a suspensão dos Acordos do Alvor.
«A coberto de uma pretensa neutralidade, o Governo Português permitiu que o nosso país fosse invadido pelo exército de Zaire e pelo da África do Sul», acusava um comunicado do MPLA, de 29 de Agosto, referido à entrada de tropas zairenses no norte e sul-africanas a sul.
O movimento de Agostinho Neto - o único que estava em Luanda... - também acusou Portugal de ter consentido «o assassínio em massa de angolanos, triturados até à morte, violados e espancados até os canibais do imperialismo se sentirem satisfeitos».
A acusações de canibalismo era especificamente dirigida à FNLA. Ao tempo e por Luanda, era vulgar ouvir-se falar em actos dessa natureza cometidos por forças ligadas ao movimento de Holden Roberto. Corria esse boato, que julgamos nunca ter sido confirmado.

Mendes de Zalala, 65
anos em Oleiros !

O soldado Mendes, atirador de Cavalaria e Cavaleiro do Norte da mítica e uíjana Fazenda de Zalala, está hoje em festa: comemora 65 anos!
Carlos Alberto Lopes Fernandes Mendes foi da 1ª. CCAV. 8423 e natural de Quartos de Oleiros, freguesia de Álvaro, no concelho de Oleiros. Lá voltou no final da comissão do Uíge angolano, a 9 de Setembro de 1975, e, tanto quanto sabemos, lá viverá. Para ele vai o nosso abraço de parabéns!

terça-feira, 29 de agosto de 2017

3 868 - UNITA reclama segurança em Luanda; contra-subversão no Quitexe!

Cavaleiros do Norte de Zalala, todos de Transmissões: António Lago e Ro-
gério Raposo (de pé), Fernando Coelho, 1ºs. cabos Hélio Cunha e Ângelo
 Lourenço, NN e Carlos Alberto dos Santos Costa, que hoje faria 65 anos
e faleceu a 24 de Abril de 2015)


O Pimenta de Zalala, ainda sem as barbas que ainda
hoje conserva, com uma águia-serpente, apanhada
pelo furriel Queirós e ferida (por um) Unimog

O Governo de Transição de Angola deixou de funcionar a 29 de Agosto de 1975, hoje se fazem 42 anos e por determinação do Alto Comissário - como ontem aqui anotámos.
O MPLA não gostou e protestou e a UNITA, que na altura (por motivos diferentes) negociava com o Governo de Lisboa e com o movimento de Agostinho Neto (o cessar-fogo), veio a terreiro afirmar que «o Governo de Transição existiu sempre».
«As condições é que não permitiram que toda a gente possa estar no lugar das suas funções», afirmou José N´dele, que
Notícia do Diário de Lisboa
era o 1º. ministro desse Governo, falando em representação da UNITA e referindo-se às «condições de segurança» que tinham levado o seu movimento a abandonar Luanda. Tal como a FNLA, não participando, portanto, nas reuniões governamentais.
Secretaria da CCS, vista
da Estrada do Café
José N´Dele encontrava-se em Lisboa, integrando uma delegação da UNITA chefiada por Jonas Savimbi, justamente para discutir com o Governo Português a vigência do Acordo do Alvor - denunciado por Lisboa.

Contra-subversão
no Quitexe

Um ano antes e no Quitexe, reuniu a Comissão Local de Contra-Subversão - repetindo as dos dias 1, 9, 14 e 21 de Agosto de 1974, no «âmbito da contra-subversão», como relata o Livro da Unidade.
Os Cavaleiros do Norte, de «acordo com as directivas superiores», tinham dei-
xado de ter actividade operacional nas matas, trilhos e picadas uíjanas, virada para os redutos do IN, passando, como aqui já tem sido recordado, a «apertar a malha dos patrulhamentos ao longo de toda a ZA». Valha a verdade que eram bem cansativos, nomeadamente quando, em apoio a fazendeiros ou popula-
ções, tínhamos de galgar centenas de quilómetros por dia, a engolir o pó das picadas. Uma fazenda gerida por um cabo-verdeano (cujos nomes se varreram da memória) ficava a mais de 80 quilómetros do Quitexe, sempre em terra batida - o que, em ida e volta e por duas vezes, faziam na casa dos 300/350. À velocidade de circulação possível dos Unimogs, imagine-se o tempo que se passava..., num mesmo dia. Muitas horas!
Manuel Joaquim
Vilaça da Silva


Vilaça de Zalala, 65

anos em VN Famalicão

O Vilaça de Zalala faz 65 anos a 29 de Agosto de 2017. Foi Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423.
Manuel Joaquim Vilaça da Silva foi apontador de morteiros médios e natural da Barroca, na freguesia de Outriz, em Vila Nova de Fa-
malicão. Lá regressou a 9 de Setembro de 1975 e por lá governou a vida. Já aposentado, esteve no almoço de Natal dos «zalala´s» e certamente não vai faltar ao encontro anual deste ano da 1ª. CCAV. 8423 - em Fátima e a 9 de Setembro de 2017. Parabéns pelos 65 anos!
Carlos Alberto
Santos Costa
(Carlitos)

Costa de Zalala faria
65 anos. Faleceu há 2!


O Costa da Zalala, soldado de transmissões de Infantaria, faria hoje 65 anos. Faleceu há pouco mais de 2, a 24 de Abril de 2015.
Carlos Alberto dos Santos Costa, de seu nome completo, foi Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e era natural de Santos-o-Velho, em Lisboa. Lá voltou no final da comissão em Angola: a 9 de Setembro de 1975.
 Informação veiculada pelo furriel João Dias (TRMS) deu-nos conta da sua morte, quando vivia em Azeitão. Não sabemos a causa do seu passamento, mas aqui fazemos a sua memória e o evocamos com saudade. RIP!!! 

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

3 867 - Angola sem Governo e Cavaleiros a 10 dias de... Lisboa!

Cavaleiros do Norte, futebolistas sapadores do Quitexe. De pé, Américo, 
Sousa (o Gordo), NN (impedido do comandante?), Afonso Henriques e
Irineu (clarim). Em baixo, Coelho (que faleceu a 13 de Maio de 2017, de
doença e em Oldrões,  Penafiel), NN, Grácio, Calçada e Amaral (que
hoje faz 65 anos) Quem ajuda a identificar os NN?

Sapadores dos Cavaleiros do Norte: Américo
Oliveira, António Amaral e António Calçada


O dia 28 de Agosto de 1975 foi o do anúncio de «cessação do Governo de Transição de Angola», por determinação do Alto-Comissário interino, o general Ferreira de Macedo.
A decisão deveu-se à «impossibilidade em que o Governo se encontrava para assumir, integralmente, as suas funções» - que o general  assumiu «na íntegra»
O Governo de Transição decorria dos Acordos do Alvor (já por várias vezes denunciado por Portugal), mas, como reportava o Diário de Lisboa desse tempo, «deixara praticamente de funcionar desde o princípio do mês, depois da expulsão de 
Notícia do Diário de Lisboa, sobre o fim do
Governo de Transição de Angola, há 42 anos
Luanda dos elementos da FNLA e da UNITA».
O anúncio foi feito pelo próprio general, em comunicado transmitido na rádio,a 28 de Setembro de 1975 - hoje se passam 42 anos... - e para entrar em vigor no dia seguinte. A medida, aliás, já tinha sido preconizada duas semanas antes, pelo Alto Comissário interino, 
Os furriéis Viegas (à esquerda) e Monteiro (à di-
reita) com dois amigos civis de Águeda, Gilber-
to e Sucena, na casa de Viana. Há 42 anos!

embora «contestada de imediato pelo MPLA, que mantinha os seus ministros em funções».

Cavaleiros no Grafanil
à espera de... Lisboa!!!


Os Cavaleiros do Norte continuavam aquartelados no extinto Batalhão de Intendência de Angola (BIA), no Grafanil e expectantes sobre o seu futuro próximo. 
A viagem no «Niassa» estava projectada para daí a 10 dias e o BCAV. 8423 continuava como «unidade de reserva da RMA», felizmente sem actividade operacional. Os seus tempos iam-se escoando em serviços de escala interna e, fora desta, a passearem-se pela baixa de Luanda, espreitando e vivendo os seus prazeres, a visitar familiares e/u amigos, a bater valentes suecadas no quartel.
Os mais abonados (economicamente,  nomeadamente os quadros) alugaram quartos e/o apartamentos na cidade (sempre contactáveis pela secretaria e/ou oficial de dia), deles saindo para os serviços no quartel, ou, mais civilmente, para os prazeres da vida. 
O trio de furriéis milicianos de Operações Especiais, os Rangers da CCS  - Monteiro, Viegas e Neto - instalaram-se na casa de um civil de Águeda, em Viana, e dali saíam para onde e o que fosse necessário.
Raúl Caixarias, António Amaral (hoje em festa
 dos 65 anos) e Delfim Serra no encontro de 2016
 da CCS, em Custóias (Matosinhos)

Amaral, o sapador, 65
anos em Lordelo do Douro !!!

O sapador Amaral, Cavaleiro do Norte da CCS, está hoje em festa: comemora 65 anos!
António José da Silva Amaral era da natural da Agra, na Foz do Douro, no Porto, e lá voltou a 8 de Setembro de 1975. La continuou, constituiu família e trabalha(ou) na área da construção ci-
vil. É um dos que não falta - é o faltas, nem é bom pensar nisso... - a um encontro anual da CCS, sempre muito discreto e bem disposto, feliz da vida, como bem fica a um bom sapador do BCAV. 8423 e da sua e nossa jornada africana do Uíge angolano.
Mora agora no Bairro Pinheiro Torres, em Lordelo do Douro, no Porto, e para lá vai o nosso forte abraço de parabéns! Venham mais e bons anos!!!

domingo, 27 de agosto de 2017

3 866 - Fuzilamentos em Luanda, invasão da África do Sul!

Cavaleiros do Norte no jardim das piscinas de Carmona, em 1975: furriéis
António Cruz,  José Lino e Manuel Afonso Machado (que amanhã faz 65
anos, em Braga), alferes Pedrosa de Oliveira e furriel Nelson Rocha

O furriel Manuel Machado (primeiro, do lado esquerdo)
e o alferes António Cruz (de bigode) numa saída para
trabalhos de manutenção de material do BCAV. 8423.
Quem reconhece o furriel sentado (à direita), ao
 lado do condutor do Unimog?

A 27 de Agosto de 1975, um  comunicado do MPLA deu conta que, na véspera, for-
ças militares sul-africanas «voltaram a violar a zona de Santa Clara, prosse-
guindo desta vez a sua marcha para Namacunde, em direcção a Chieve». 
A primeiro violação do território angola-
no já teria acontecido no dia 21, pelo mesmo posto fronteiriço de Santa Clara, povoação que, relatava o Diário de Lis-
boa, «foi totalmente arrasada». A 27 de Agosto de há 42 anos e ainda segundo o comunicado do MPLA, «ameaçavam in-vadir Pereira d´Eça, capital do Cunene»,
distrito controlado pelo movimento
A invasão sul-africana de Angola, na imprensa
portuguesa de há precisamente 42 anos
presidido por Agostinho Neto.
O Conselho de Ministros português, presidido pelo coronel Vasco Gonçalves (o 1º. Ministro de então), já na madrugada desse mesmo dia 27 de Agosto de 1975 - e após uma reunião de 15 horas, começada na véspera... e em Lisboa - aprovou a «emissão de obrigações da dívida pública até 5 milhões de contos, relativas às deslocações e assistência aos retornados nacionais».
Era, segundo o comunicado do Conselho de Ministros, o valor dos encargos previstos para o ano de 1975, «a realizar ou já assumidas». Por essa altura, recordemos, uma histórica ponte aérea estava a, diariamente, transportar milhares de civis de Angola para Lisboa. Os chamados «retornados».
Notícia do Diário de Lisboa sobre o julgamento
e fuzilamento de 6 militantes do MPLA.
Há precisamente 42 anos!

Julgalmento popular e 
fuzilamento de 6 FAPLA´s

O dia 27 de Agosto de 1975, já lá vão 42 anos..., fica para a história angolana como sendo o do primeiro julgamento de um tribunal popular, que condenou à morte 6 elementos das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA),o exército do MPLA.
O julgamento decorreu no bairro Sambizanga, um dos vários dos subúrbios da capital angolana, sendo os 6 elementos acusados de «violarem, roubarem e assassinarem 11 pessoas». O tribunal, cuja composição desconhecemos, segundo o Diário de Lisboa então reportou, «pronunciou-se contra os réus, que foram fuzilados em público».
O MPLA, sobre os factos, emitiu um comunicado em que alertou os seus militantes para «a necessidade de cumprirem, integral e conscientemente, as disposições contidas nas leis de disciplina das FAPLA» e, por outro lado, reafirmou «mais uma vez», que «toda a infracção a esse lei será punida  com a justiça e a rigidez que ele permite e que a gravidade do caso impuser».
O furriel Machado,
doutor de Portugal,
desde Dezembro 2014

Doutor Manuel Machado, 
65 anos em Braga!!!

O furriel miliciano Machado, mecânico de armamento da CCS dos Cavaleiros do Norte, está em festa no dia 28 de Agosto de 2017: comemora 65 anos!
Furriel miliciano, ponto e vírgula: senhor doutor (por extenso) Manuel Afonso Machado, pois é doutorado em Ciências Empre-
sariais pela Universidade Fernando Pessoa, desde 10 de De-
zembro de 2014. A tese de doutoramento e foi «A avaliação da qualidade de serviço e da satisfação dos clientes da EDP Distri-
buição» - com a classificação máxima no grau pela Universida-
de Fernando Pessoa: aprovado por unanimidade do júri e com felicitações.
O Machado já era um dos primeiros a ter o grau de mestre pelo Instituto Poli-
écnico do Cávado e do Ave (IPCA), de que é docente convidado, e o segundo antigo aluno Doutorado em Ciências Empresariais. É licenciado em Contabi-
lidade, pós-graduado em Higiene e Segurança do Trabalho, especialista em Gestão de Empresas, Mestre em Gestão e Doutor em Ciências Empresariais.
Profissionalmente, é Técnico Superior de Higiene e Segurança do Trabalho, acreditado pela Autoridade das Condições de Trabalho (ACT). Tem publicados artigos da área da gestão, em revistas científicas da especialidade. 
Os parabéns dos Cavaleiros do Norte são expressão merecida para o indesmen-

tível mérito deste companheiro da jornada africana do Uíge angolano, que nas-
ceu em Covelo do Gerez (Montalegre), mora em Braga, amanhã faz 65 anos e se tornou Doutor de Portugal. Grande abraço, grande Machadinho!!! 

sábado, 26 de agosto de 2017

3 865 - Genocídio em S. Pedro da Barra, MPLA a ganhar terreno...

Cavaleiros do Norte à porta do bar e messe de sargentos do Quitexe, todos
 furriéis milicianos: Ribeiro, Capitao(falecido a 05/01/2010, de doença e em
Ourém), Lopes (enfermeiro da CCS), Flora, Viegas, Rocha e Bento. Em bai-
xo, Reino, Lopes (atirador da 3ª. CCAV. 8423), Belo e Carvalho

Notícia do Diário de Luanda de 26/08/1975, sobre
as valas comuns de S. Pedro da Barra e Farol
das Lagostas. Recorte de Rodolfo Tomás 

Luanda. Terça-feira, dia 26 de Agosto de 1975, que sabemos ser  exactamente duas semanas antes da partida dos Cavaleiros do Norte para Lisboa. A imprensa é chamada à Fortaleza de S. Pedro da Barra e Farol das Lagostas para «verificar horrores que ultrapassam os limites do suportável».
O Diário de Luanda (imagem ao lado) fala de «crimes monstruosos cometidos pelos ocupantes dos Farol das Lagostas e da Fortaleza de S. Pedro da Barra». E acrescenta que «corpos humanos em adiantado estado de decomposição testemunham a prática de crime de autêntico genocídio». 
Notícia do Diário de
Lisboa de 26/08/1975
O Diário de Lisboa, por sua vez, lembra(va) que de lá tinham sido evacuados recentemente os soldados da FNLA e que a 3 quilómetros do Forte os jornalistas en-
contraram «uma vala comum cheia de cadáveres em adiantado estado de decomposição e juncada de despo-
jos humanos» .
«Outros corpos, empilhados em diversas outras valas, não puderem ainda ser exumados, visto a FNLA ter 
Diário de Lisboa de 26/08/1975
minado o terreno», acrescentava o Diário de Lisboa.

MPLA a «tomar»
território angolano

A cidade de Luanda estava estranhamente calma e no Caxito também não tinha havido alteração da situação militar, em-
bora se verificasse «intenso movimento de forças do MPLA e da FNLA» o que, obviamente, fazia (deixava) «prever a possibilidade de confrontações, talvez as próximas horas».
O Lobito observava a saída das forças da FNLA, por mar e pela marinha portu-
guesa, para Santo António do Zaire Zaire. A UNITA já tinha saído e a área era controlado pelo MPLA. Tal como Moçâmedes, de onde também a FNLA estava para sair, negociando-se nessa altura a evacuação da UNITA.
Uma coluna militar portuguesa foi de Nova Lisboa ao Alto do Catumbela resgatar 1200 civis que estavam retidos junto à fábrica de celulose, «tendo regressado sem novidade». Pereira d´Eça, General Roçadas e Humbe, mais a sul, também ficaram controladas pelo MPLA.
Sá da Bandeira, que era «importante centro cafeeiro e rodoviário», estava desde a véspera «em posse de unidades do movimento de Agostinho Neto». «As forças da FNLA e da UNITA capitularam e comprometeram-se a abandonar a zona urbana no espaço de 24 horas e de toda a província da Huíla em 48 horas», reportou o Diário de Lisboa.
O comandante Carlos
Almeida e Brito

Almeida e Brito no

Comando de Sector

Um ano antes e para «contactos operacionais», o coman-
dante Carlos Almeida e Brito foi do Quitexe a Carmona, onde reuniu no Comando do Sector do Uíge (CSU).
O tempo era de «não realização de acções ofensivas». Já, na verdade, não se faziam operações nas áreas dos quartéis IN e os Cavaleiros do Norte passaram a «apertar a malha dos patrulhamentos ao longo de toda a ZA» - assim garantindo «a segurança dos centros urbanos e a liberdade de itinerários».
O dia ficou na história por ser o da assinatura, em Argel, do acordo entre Por-
tugal e o PAIGC, através do qual era reconhecida a independência da Guiné-Bissau - marcada para o dia 12 de Setembro desse ano de 1974. As tropas portuguesas, segundo o acordo, abandonariam o território até 31 de Outubro.

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

3 864 - Aviões com armamento para a FNLA em Carmona

Grupo de Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa, com o furriel miliciano Je-
suíno Pinto (destacado pela seta) a abraçar o também furriel  Carlos Letras.
Quem ajuda  a identificar os restantes?


O furriel Viegas com parte da Família Neves Polido, em Nova
Lisboa: Saudade, Fátima, Rafael (de joelhos) e Valter 

As notícias de 25 de Agosto de 1975, sobre Angola, não eram as melhores. Continuavam os «confrontos armados de Nova Lisboa, especialmente conduzidos por elementos da Facção Chipenda» e registavam-se «perseguições a militantes e simpatizantes do MPLA», atingindo «enorme violência».
Os seus tropas e dirigentes «refugiaram-se nos quartéis portugueses, 
Notícia do Diário de Lisboa
de 25 de Agosto de 1975
aguardando que um contacto entre MPLA e UNITA permita a sua saída da cidade e a troca de prisioneiros».
A cidade capital do Huambo «encheu» com 70 000 refugiados oriundos de várias partes do território de Angola (40 000 brancos e 30 000 africanos) e rebentava pelas costuras. A maioria deles «exigia embarque Portugal». Isto, numa altura em que as evacuações a partir de Nova Lisboa e para Portugal ocorriam à média de «4000 pessoas por semana».
A cidade tinha falta de electricidade e produtos alimentares e era deficiente a assistência médica. Por esse tempo e a partir de Luanda, dezenas de vezes tentei contactos telefónicos com familiares e amigos civis que lá viviam - e outros que lá chegaram da Gabela -, sem ter qualquer êxito. Não havia comunicações e já só em Portugal deles soubemos.
Casa do tio Joaquim Viegas em Nova Lisboa



Armamento para a 
FNLA em Carmona

Carmona continuava o principal reduto da FN-
LA e lá chegava armamento transportado por aviões americano de bases da Alemanha Fede-
ral. O MPLA, em comunicado, comentava que «aviões do tipo Skymaster estaria a realizar um vaivém entre Kinshasa (Zaire) e Carmona, onde estão concentradas importantes tropas» do ELNA - o Exército de Liber-
tação Nacional de Angola, braço armado da FNLA. Dias antes, seria para a base do Negage, a 40 quilómetros, e o armamento incluía canhões de longo alcance.
O MPLA, no mesmo comunicado, denunciou «a presença de 200 instrutores chineses, perto do Caxito» - a uns 80 quilómetros a norte de Luanda. Além disso e ainda segundo o MPLA, «mercenários do Zaire, da Tunísia e afro-americanos combateriam ao lado da FNLA».

Jesuíno Pinto,
furriel de Al-
deia Viçosa

Furriel Jesuíno Pinto
chegou a Aldeia Viçosa

Um antes, chegou a Aldeia Viçosa o furriel miliciano atirador de Cavalaria Jesuíno Fernandes Pinto, para reforço da 2ª CCAV. 8423. Faleceu a 3 de Maio de 2017, vítima de doença e em Parada de Gatim, sua terra natal, em Vila Verde.
Teve várias actividades profissionais - foi, por exemplo, animador de rádio - e viveu os seus últimos tempo de vida internado numa IPSS de S. José de Areias do Vilar, em Barcelos. RIP!!!
A CCS, aquartelada no Quitexe, também teve um «reforço», o caixeiro Júlio S. Plácido. À 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, recebeu militar: o 1º. cabo Miguel J. Garcia, para o respectivo grupo de mesclagem.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

3 863 - MPLA e UNITA sem encontro, Cavaleiros para viajar no «Niassa»

Cavaleiros do Norte do PELREC: Alberto Ferreira, 1º. cabo João Pinto,
Francisco Madaleno e João Manuel Lopes Marcos - que hoje comemora
65 anos no Pego, em Abrantes! 

Dias de Luanda (... ou de Viana), há 42 anos. Um quarteto
de Águeda: os civis Carlos Sucena e Gilberto Marques
 e os furriéis milicianos Viegas e Neto, do BCAV. 8423


O dia 24 de Agosto de 1975 foi um domingo e tempo de se saber que MPLA e UNITA tinham tido agendado um encontro no dia 21, na Base Aérea de Luanda. 
O objectivo era analisar a situação angolana, numa altura em que o dia da independência (11 de Novembro) estava cada vez mais próximo mas o futuro estava semeado de dúvidas. Os movimentos não se entendiam, falavam com as armas. Só nesse dia de há 42 anos, registaram-se incidentes pelo menos em Nova Lisboa e Sá da Bandeira.
Os elementos do movimento de Jonas Savimbi alegaram «falta de protecção» mas o encontro não foi definitivamente anulado. Na verdade, a imprensa dava conta da possibilidade de se vir a realizar em outro local de Angola, ou mesmo em Lisboa. A decisão, ainda segundo a imprensa, «nada tinha a ver com o adiamento da conferência de quadros da UNITA» que, no dia 20, se tinha previsto realizar em Silva Porto. «Os contactos entre dirigentes dos dois movimentos vão continuar», reportou o Diário de Lisboa.
O navio «Niassa» foi «trocado» por aviões
na viagem de regresso do BCAV. 8423

Cavaleiros do Norte no
«Niassa» para Lisboa

Os Cavaleiros do Norte continuavam aquartelados no antigo  Batalhão de Intendência de Angola (BIA), no Campo Militar do Grafanil, para «cumprir missões como unidade de reserva da RMA» por esse tempo de há 42 anos (Mais dia menos dia) soubemos a data da nossa partida para Portugal: 8 de Setembro, no navio «Niassa». Como se sabe, acabámos por viajar de avião. Já só nas vésperas foi tomada esta opção, quando, inclusive, o navio já estava no Porto de Luanda. 
O fim de semana, da parte dos Cavaleiros do Norte, foi passado na maior das tranquilidades, com muitos deles a aproveitarem para gozarem os prazeres das praias e da cidade de Luanda.
A cidade, apesar da periclitante situação militar, os tiroteios, rebentamento de morteiros e outras armas de guerra, estava estranhamente calma.  Nesse domingo de há 42 anos, realizou-se uma manifestação de 2000 brancos, para «pedir mais rapidez na evacuação de refugiados e pessoas deslocadas para Portugal».
Cavaleiros do Norte do PELREC, no ano (2017) dos seus
65 anos: Caixaria, Madaleno, António, Monteiro, Neto,
Viegas e Marcos (com o estandarte da CCS). Em baixo,
Ezequiel e Aurélio Júnior (Barbeiro)

Marcos do PELREC, 
65 anos no Pêgo

O Marcos foi valente soldado do PELREC dos Cavaleiros do Norte do PELREC da CCS. Comemora hoje 65 anos! Dia 24 de Agosto de 2017.
João Manuel Lopes Marcos era atirador de Cavalaria, especializado no Regimento de Cavalaria 4 (RC4), em Santa Margarida, e natural do Pêgo, em Abrantes. Lá voltou a 8 de Setembro de 1975, depois de cumprida a jornada africana do Uíge angolano. Por lá fez (faz) vida e, já reformado, dedica-se às suas duas velhas paixões: a pesca e a caça. Está em boa forma. Parabéns!

3 862 - Holden Roberto em Carmona; FNLA sem acordo com a UNITA

Cavaleiros do Norte das Transmissões da CCS, no Quitexe: 1º. cabo José
 Mendes, António Couto Soares (que amanhã faz 65 anos nos Brunhais,
Póvoa do Lanhoso), furriel José Pires, 1º. cabo Luís Oliveira e José
 António Costa. Em baixo, NN (quem é?), Humberto Zambujo e 1º. cabo
Jorge Salgueiro (operador de mensagens)

Quitexe:  a rua que ia da Estrada do Café para a avenida.
À esquerda, cor de rosa, o Bar do Rocha. Ao fundo, de cor
azulada, o Bar Topete


Sábado, 23 de Agosto de 1975:  a notícia do dia tem a ver com a chegada a Carmona de Holden Roberto, presidente da FNLA.
«Chegou de Kinshasa à capital do distrito do Uíge», noticiava a imprensa do dia, precisando que tinha viajado num avião da Air Zaire, acompanhado de Johny Eduardo, que tinha sido 1º. ministro do Colégio Presidencial do Governo de Transição.
Notícia do Diário de Lisboa de 23/08/1975, so-
bre a chegada de Holden Roberto a Carmona
Holden Roberto já tempos antes tinha sido fotografado em Angola e, recordemos, tempo houve em que em Carmona correu o boato da sua presença naquela cidade - no tempo da presença dos Cavaleiros do Norte. 
Não foi dada explicação sobre a sua chegada a território angolano, mas tal  chegada coincidiu com a perda de posições da FNLA, nomeadamente nas áreas da Ponte do Dande, Lucala e Samba Caju.
O Jornal de Angola  de 23 de Agosto de 1975, por sua vez, dava conta de afirmações de Jonas Macumbo, secretário dos Negócios Estrangeiros da UNITA, negando «a existência de qualquer acordo com a FNLA», para combaterem o MPLA, mas o mesmo matutino de Luanda (sucessor do «A Província de Angola») assegurava que «a reunião magna» do movimento de Jonas Savimbi «poderá decidir oficialmente uma aliança com a FNLA contra o MPLA».
Viegas e Cabrita, Cavaleiros do Norte da CCS,
em Cascais, no abraço de... 2017!

Encontro de Cavaleiros
no mar de Cascais

O mês de Agosto tornou-se tempo de tradição de encontro de dois Cavaleiros do Norte: o Cabrita e o furriel Viegas.
A tradição tem já bons pares de anos, tendo começado no algarvio Alvor, que é terra da naturalidade deste inesquecível Cavaleiro do Norte da CCS. Mudou-se para Cascais, de barco (de pesca) e bagagens, por lá fez vida no mar (patrão de pesca) e agora faz tempo para a reforma, que, ele o diz, «nunca mais chega...».
Está bem de vida, o Cabrita, bonacheirão e sempre disponível, bem disposto e saudável, 
como sempre o conhecemos.
Couto Soares

Soares das TRMS, 65
anos na Póvoa do Lanhoso

António do Couto Soares foi soldado de Transmissões de Infantaria, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423.
Regressou a Portugal, no final da jornada africana do Uíge angolano, e a Brunhais, a sua terra natal da Póvoa do Lanhoso, a 8 de Setembro de 1975, por lá fazendo vida até que emigrou para a Suíça. Já reformado, divide o seu tempo, de boa saúde, entre os dois países. Parabéns!

terça-feira, 22 de agosto de 2017

3 861 - Armas no Negage para a FNLA; o forte amor de... Letras!

José Gomes, António Artur Guedes, José Manuel Costa e António Carlos
Letras, furriéis milicianos e Cavaleiros do Norte  da 2ª. CCAV. 8423, a de
 Aldeia Viçosa, em momento de leitura de correio de Portugal

Grupo de militares em descanso, à porta de uma caserna
do aquartelamento do Quitexe (em 1973)

O encontro o MPLA e a UNITA, anun-
ciado para 21 de Agosto de 1975, «não foi confirmado nem desmentido». Mas soube-se de notícias do «nosso» Uíge, onde, ao Negage, «chegavam armas americanas destinadas à FNLA».
«Os aviões transportam armamento, entre o qual canhões provenientes de bases americanas na Alemanha», noticiava o Diário de Lisboa de 22 de 
O furriel José Oliveira e o capião Victor,
comandante da CCAÇ. 209/RI 21, a da Fa-
zenda Liberato, com a esposa (holandesa)
Agosto, citando o MPLA, que denunciava «uma ponte aérea entre Kinshasa (no Zaire) e Nega-
ge» - a 40 kms. de Carmona, de onde os Cava-
leiros do Norte tinham saído a 4 de Agosto.
Um informador do mesmo MPLA, entretanto, e sobre os recentes combates do Caxito, confi-
denciou que «teriam sido abatidos mercenários brancos, provavelmente americanos».
Comandante em Aldeia
Viçosa e Liberato

Um ano antes, o Comandante Almeida e Brito deslocou-se a Aldeia Viçosa e Liberato, onde, respectivamente, se aquartelavam a 2ª. CCAV. 8423 (coman-
dada pelo capitão José Manuel Cruz) e a CCÇ. 209/RI 21 (capitão Victor).
A deslocação era normal, para contactos entre os comandos das subunidades.
O dia, a nível de Angola, foi de se conhecerem dificuldades em formar o Governo Provisório, que seria dirigido pelo almirante Rosa Coutinho - o presidente da Junta Governativa. 
«As consultas nesse sentido depararam, entretanto, com sérias dificuldades, tanto da parte dos portugueses como dos movimentos nacionalistas», noticiava o Diário de Lisboa.
Na prática, ninguém, se queria comprometer com um Governo «temporário e destinado a assegurar uma difícil transição para a independência»
Letras e Isaurinda, amor
que vem mesmo do tempo
de antes da guerra

Um amor cheio de
Letras, há 41 anos!

António Carlos Dias Letras foi furriel miliciano de Ope-
rações Especiais (Rangers), Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. E é um homem perma-
nentemente apaixonado!
Chegado de Angola e de coração a bombear paixão, apressou-se a levedar o seu amor por Isaurinda e, a 22 de Agosto de 1976, da casaca e laço, bem aperaltado, subiu ao altar para lhe jurar amor e fidelidade para sempre. Casaram-se há 41 anos, são pais de um casal, e ainda hoje continuam (e)namorados.
O Letras é filho de pais alentejanos: ele, de Vila Nova da
Os casais Letras e Viegas
em Setúbal, Abril de 2017
Baronia, no concelho de Alvito; e a mãe da bejense 
freguesia de Baleizão. Nasceu, porém bem longe e a norte, na Venda Nova, em Montalegre - quando os pais por lá trabalhavam na barragem inaugurada em 1951. Correu Portugal, pela meninice fora -«atrás» dos pais e no rasto de outras barragens... -, até que se fixou na zona de Setú-
bal. Ao tempo da tropa, vivia no lugar de Pontes, freguesia de S. Sebastião, em Setúbal. Mora agora na Quinta da Asseca, em Palmela - onde os 41 anos de casamento vão ser festa de arromba. E de boas memórias!
Parabéns, ó Isaurinda, amor maior de Letras! Parabéns, ó Letras, pela sorte e felicidade de teres Isaurinda com mulher de uma vida, mãe de teus filhos!