CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!
CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!
terça-feira, 19 de novembro de 2024
domingo, 17 de novembro de 2024
Os dias 17 a 23 de Novembro na história dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423!
Os dias 17 a 23 de Novembro
na história dos Cavaleiros do Norte
do BCAV. 8423!
Os furriéis milicianos Neto, Viegas e Monteiro na avenida do Quitexe e em 1974. Há 50 anos! |
A nota mobilizadora tinha o número 47 000 - Processo 33 007, da RSP/DSP/ME e foi, depois, reproduzida na Ordem de Serviço nº. 286, do CIOE, a 7 de Dezembro do mesmo ano. Foi quando dela soubemos, precisamente em Lamego, mas já na sede do CIOE, na cidade.
José Paulo de Montenegro Mendonça Falcão faleceu a 4 de Dezembro de 2019, de doença prolongada e em Coimbra.
Há 50 anos, o comandante Carlos Almeida e Brito estava de férias em Portugal, tendo regressado ao Quitexe nas vésperas do Natal de 1974.
Os tempos angolanos desse tempo não eram os mais pacíficos e a imprensa local dava conta de que «os novos incidentes agravam a impressão de insegurança que reina entre a população branca da capital» - a cidade de Luanda.
Isso era um facto e tal testemunhavam, real e sentidamente, alguns amigos (civis) que lá moravam. Uma família amiga (os Resendes), por exemplo, mudou-se de um bairro da Estrada de Catete para a esperada segurança de um prédio localizado perto da praça de touros, na baixa de Luanda.
A tropa sentia-se presa entre dois fogos: acusada pela, população branca de «não assegurar proteção adequada» - o que não era verdade e muitos perigos nos criou - e pela negra, que se insurgia contra o que consideravam «uma repressão excessiva sobre as desordens».
Carmo de Aldeia Viçosa
faz 72 anos na Covilhã !
O 1º. cabo Eugénio Gonçalves do Carmo foi Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423 e festeja 72 anos a 19 de Novembro de 2024.
Jornada que, para além de Aldeia Viçosa, ainda o levou por Carmona - a actual cidade do Uíge. Antes de, a 4 de Agosto de 1975, rodar para o Campo Militar do Grafanil e, daqui, para Lisboa e a Covilhã.
Actualmente e já aposentado, mora no lugar de Peneiro, da freguesia de Sobral de S. Miguel, na Covilhã, e para lá, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!
Combatentes da CCAÇ. 4145/72: António Dias, furriéis Freitas e Cerqueira, capitão Raul Corte Real, 1º. sargento Sobreiro e furriel Ramos |
DIA 20
O mesmo dia 20 de Novembro de 1974 foi tempo de lá se apresentarem os «caçadores» da 4145/74, que, afinal, nem o lugar aqueceram em Vista Alegre (e muito menos no Destacamento da Ponte do Dange), tendo logo voltado a Luanda - onde, provavelmente, terão integrado as Forças Militares Mistas. Nada sobre isso sabemos.
A 4145/74 era, recordemos, comandada pelo capitão Gabriel Gomes, oficial que tinha estado «implicado» no Golpe das Caldas (da Raínha), em 16 de Março de 1974.
A CCAÇ. 4145/72, a única da intervenção da zona, já agora e recordando esses tempos de há 50 anos, era comandada pelo capitão Raul Alberto Sousa Corte Real e tinha sido formada no Regimento de Infantaria nº. 1 (RI 1), na cidade da Amadora.
Era uma das subunidades do BCAV. 8423 e regressou a Portugal em Dezembro de 1974.
PELREC e faz 72 anos
em Águeda !
O furriel miliciano Viegas foi combatente do PELREC da CCS do BCAV. 8423 e festeja 72 anos a 21 de Novembro de 2024.
Cavaleiro do Norte do Quitexe e especialista de Operações Especiais (Rangers), concluiu o curso no Centro de Instrução de Operacionais (CIOE), em Lamego, e lá ficou como instrutor - tal qual o Monteiro e o Neto.
Mobilizado para Angola, o trio apresentou-se no RC4, em Santa Margarida e a 24 de Dezembro de 1973, véspera da Natal, de lá «arrancando» ao fim da tarde para os seus natais de família.
Jornadeou o trio pelo Quitexe e por Carmona, no BC12, e regressaram a Portugal a 8 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana por terras do Uíge angolano.
Combatentes de Zalala: Fernando Coelho, Rogério Raposo, José Aires e 1º. cabo Carlos Ferreira |
A 21 de Novembro de 1974, uma quinta-feira da há 50 anos, «começou a processar-se» a rotação da 1ª. CCAV. 8423, que era comandada pelo capitão miliciano Castro Dias.
O dia foi-nos recordado pelo 1º. cabo Carlos Alberto Ferreira (agora em Moçambique), que lá foi mecânico de armamento ligeiro e guarda do depósito de armamento:
«O primeiro camião civil a sair, antes da Companhia, foi com toda a minha tralha, armamento, munições, ferramentas, panelas, etc., numa noite de tem-pestade. Penso que apenas eu ia armado, o motorista era civil e um soldado africano ia à boleia para Luanda, de férias, e que desertou com arma e tudo».
«Ainda não tínhamos saído da fazenda e o camião enterrou-se, devido à chuva intensa. Pedimos ajuda via rádio, veio o furriel Dias, sempre ele, com macacos e pás, apenas o via a ele, no meio da lama e da escuridão, tendo após mais ou menos 2 horas desatolado o carro», recordou-nos Carlos Ferreira, acrescentando que «cheguei cerca das 3 horas da madrugada a Vista Alegre, sem saber onde descarregar o material».
Mais acidente menos incidente, estava em marcha o adeus definitivo das Forças Armadas Portuguesas à mítica Fazenda Zalala! «Ocupada» desde 1961!
Ramos, condutor de Santa
Isabel, faz 72 anos em
S. Pedro da Cova !
O soldado Henrique Ferreira Ramos foi condutor-auto da 3ª. CCAV. 8423 e festeja 72 anos a 22 de Novembro de 2022.
Amanhã e em S. Pedro da Cova.
Combatente da Fazenda Santa Isabel, também passou pela vila do Quitexe e pela cidade de Carmona (actual Uíge) e regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, à sua casa dos Silveirinhos, em S. Pedro da Cova, concelho de Gondomar.
Por lá, principalmente por lá, fez a sua vida familiar e profissional - boa parte dela também dedicando-se à arbitragem do futebol, enquanto filiado na Associação de Futebol do Porto. Também esteve algum tempo emigrado na Bélgica e descansa agora de uma vida inteira de trabalho. Ocupando a sua reforma também com regulares noites de fado, cantando, entre outros espaços, todas as semanas no restaurante «Sabores à Guitarra», em Santo Ildefonso,na ciade do Porto.
Para S. Pedro da Cova, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!
O 1º. cabo José Lopes Esteves foi escriturário da secretaria do Comando do BCAV. 8423, na uíjana vila do Quitexe, e está hoje em festa: nasceu há 72 anos!
Cavaleiro do Norte da CCS, também passou pelo BC12, em Carmona, e regressou a Portugal e a Viseu (a sua terra natal) no dia 8 de Setembro de 1975 - no final da sua (e nossa) jornada africana do nortenho Uíge angolano.
DIA 23MPLA disponível para
um integrar um Governo
Aos 23 dias de Novembro de 1974, um sábado de há 50 anos, soube-se, pela imprensa de Luanda e no Quitexe, que o MPLA do presidente Agostinho Neto considerava «ter chegado o momento de declarar, solenemente, que está aberto a todos as funções que possam contribuir para a resolução dos principais problemas que afectam a vida nacional».
Por outras palavras, o MPLA admitia fazer parte de um Governo de Transição de Angola.
O anúncio foi feito por Lúcio Lara, o chefe da delegação em Luanda do movimento de Agostinho Neto, em conferência de imprensa.
«Isto quer dizer que o MPLA está pronto a participar num Governo deste ou daquele tipo, depois de trocar as necessárias impressões com os outros movimentos de libertação, para que seja possível eencontrarem-se, em conjunto, as fórmulas que se impõem para a continuidade política, económica e social de Angola», disse Lúcio Lara.ntrarem-se, em conjunto, as fórmulas que se impõem para a continuidade política, económica e social de Angola», disse Lúcio Lara.
domingo, 10 de novembro de 2024
Os dias 10 a 16 de Novembro na história e memória dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423!
e memória dos Cavaleiros do Norte do
BCAV. 8423!
Cabrita foi soldado
O soldado António Santana Cabrita foi Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423 e festeja 72 anos a 10 de Novembro de 2024.
Impedido do bar e messe de sargentos, em Carmona e no Bairro Montanha Pinto, depois da sua jornada pelos chãos da vila do Quitexe (entre 6 de Junho de 1974 e 2 de Fevereiro de 1975), regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fixou-se em Portimão, de onde é natural. Trabalhava na pesca e na pesca continuou depois da jornada africana de Angola, com temporária passagem pelo transporte marítimo, antes de, de novo pescador profissional, se tornar empresário do sector e, a partir do porto de Cascais, galgar mar fora, madrugadas e anos atrás de madrugadas e anos.
Mora em Cascais, onde muitas vezes o achámos nos últimos 20/30 e tal anos - ainda era ele o patrão do próprio barco de pesca. Agora já aposentado, com ele falámos há momentos, nele identificando a jovialidade de sempre. Para lá e para ele vai o nosso renovado abraço de parabéns!
Faleceu em 2018 !
O soldado António do Rosário Picote foi condutor-auto da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 e hoje, dia 10 de Novembro de 2024, faria 71 anos. Faleceu em 2018!
O Picote foi o primeiro condutor a ter um acidente em Angola, logo nos primeiros dias da comissão e na picada à saída da vila do Quitexe para Camabatela, logo depois do cemitério. Nunca se soube «livrar» desse estigma por toda a jornada africana, dele se culpando, por disso ser acusado, nas brincadeiras de caserna - que ele levava a sério, desnecessariamente se auto-penalizando.
O furriel miliciano sapador Joaquim Farinhas era um dos militares da CCS que seguia na viatura «saiu» com um braço partido deste acidente.
O Picote vivia no lugar de Casal do Chão, nem por acaso na Rua do Picote, na freguesia de Á-dos-Negros, concelho de Óbidos, e lá voltou a 8 de Setembro de 1974. Foi lá que o «achámos» em Agosto de 2012, há 12 anos, «cheio de saudades dos amigos de tropa», que, ele o disse, nunca esqueceu.
Trabalhou na construção civil e, depois, nos últimos 28 anos da sua vida activa, na Câmara Municipal de Óbidos, de que aposentou em 2009. Solteiro e com pouca família directa, fez «uns biscates para entreter» nos seus últimos anos de vida - quando, solteirão, a partilhou com uma senhora negra da Guiné-Bissau.
Faleceu, de doença, a 16 de Agosto de 2018 e hoje o recordamos com saudade. RIP!!
As proclamações
de independência
de Angola!
A independência de Angola foi proclamada em dose tripla mas unilateral, a 11 de Novembro de 1975, hoje se passam 49 anos: uma em Luanda, pelo MPLA (a que viria a «vingar» e a ser internacionalmente reconhecida), outra no Ambriz, não muito longe (a da FNLA), e uma outra em Nova Lisboa (a da UNITA). Estas, combinadas pelos dois movimentos.
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 há mais de dois meses que tinham regressado a Portugal, mas, de ouvidos e olhos bem abertos, continuavam atentos à actualidade angolana. E, naturalmente, ao dia da independência - o histórico 11 de Novembro de 1975!
A declaração do MPLA ocorreu uma hora antes (às 23,10) da protocolada (zero horas do dia 11) e no estádio 1º. de Maio, em Luanda. Chegou a Portugal em directo e ouvia-a através da RDP.
«Diante de África e do mundo, proclamo a independência de Angola», disse o presidente Agostinho Neto, num discurso que pode ser ouvido AQUI
- A notícia do «Diário de Lisboa», AQUI e também AQUI
O soldado Carlos Manuel Leitão Feliciano foi Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, e festeja 72 anos a 11 de Novembro de 2024!
O Leitão foi mecânico auto-rodas de especialidade militar e jornadeou por aquela fazenda até 10 de Dezembro de 1974, quando a sua subunidade rodou para a vila do Quitexe. Por aqui esteve até 8 de Julho de 1975, desta feita mudando para a cidade de Carmona - de onde, a 4 de Agosto deste mesmo ano, saiu para o Campo Militar do Grafanil, integrando a épica coluna militar que fez 570 quilómetros em 58,45 horas. integrando entre 700 e 800 viaturas - militares e civis.
Regressou a Portugal a 11 de Setembro de 1975 e, agora já reformado, mora em Massamá, no município de Sintra, para onde vai o nosso abraço de parabéns!
«Angola no «top» mundial: Governo MPLA talvez tamanhã», noticiava o «Diário de Lisnoa» de 12 de Novembro de 1975 |
O Dia 2 da independência
A independência de Angola foi proclamada a 11 de Novembro de 1975, mas a guerra civil não parou.
O «Diário de Lisboa» do dia seguinte (dia 12 de há 49 anos e na pena do jornalista Eugénio Alves), dava conta que, e citamos, depois de «grandes momentos de entusiasmo e exaltação patriótica (...), também nas frentes de combate, onde a luta nunca cessou, se noticiam
novos encontros».
Era o caso de Cabinda, onde se registou «o rechaçar de mais uma tentativa agressora da FLEC, que teve de bater em retirada», e a norte, onde «as FAPLA avançam na chamada «rota do café», tendo tomado Porto Quiri, Úcua e Quibaxe».
A sul, ainda segundo o DL, combatia-se na Balabaia, abaixo de Novo Redondo, «no intuito de se oporem às forças mercenárias».
O MPLA formava governo e Lúcio Lara era indicado como 1º. Ministro e Mário de Andrade como possível nos Negócios Estrangeiros. Outros nomes, indicados como prováveis: Garcia Neto e Lopo do Nascimento (também para os Negócios Estrangeiros), Iko Carreira (Defesa), Carlos Rocha (Coordenação Económica), David Bernardino (Saúde) e Rui Monteiro (Informação).
Os furriéis milicianos Carlos Letras, José Manuel Costa, António Guedes e José Gomes, todos de Aldeia Viçosa |
Viçosa e festeja 71 anos em
Vila Verde!
O furriel miliciano José da Silva Gomes foi Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423 e festeja 72 anos a 13 de Novembro de 2024.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, também passou por Carmona e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, ao lugar de Assento, na freguesia de Panóias, concelho de Braga.
A 10 de Setembro de 2022 e no encontro da CCS, em Braga, fomos surpreendidos com a «aparição» do Gomes.
Na verdade, não estávamos.
«Devo conhecer?...», perguntei eu (Viegas), surpreendido e procurando mentalmente desfazer o «enigma».
«Sou o Gomes, pá... O Gomes da 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa!!!», respondeu ele, de largo sorriso a rasgar-lhe o rosto.
Pois, tal e qual..., nem mais nem menos: o Gomes de Aldeia Viçosa, que há muitos anos (finais dos anos 80...) encontrei ocasionalmente pelas bandas de Vila Verde, onde ele trabalhava para a PT.
Para lá, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!
O clarim Santos, com o furriel João Dias |
Santos foi clarim de
Zalala e faz 72 anos em
Vila Nova de Ourém!
O soldado Fernando Manuel Dias dos Santos, da 1ª. CCAV. 8423, está hoje em festa, dia 13 de Novembro de 2024: comemora 72 anos!
Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda de Zalala - a mais rude escola de guerra... - foi clarim de especialidade militar e voltou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar em Angola. Fixou-se no Resouro, povoação da freguesia de Urqueira, em (Vila Nova de) Ourém, a terra da sua naturalidade e residência.
Trabalhou na área da construção civil e esteve vários anos emigrado em França e é para lá, para a Urqueira, que vai, direitinho e amigo, o nosso abraço de parabéns!
72 anos na Amora!
O soldado Dionísio Cândido Marques Baptista foi combatente do PELREC da CCS do BCAV. 8423 e comemora 72 anos no dia 14 de Novembro de 2024.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, foi garboso combatente, sem medos e sempre disponível, lá e pelos lados do Quitexe e de Carmona galgando os chãos de picadas e matas uíjanas, ou o alcatrão da Estrada do Café e da malhas urbanas. Dia e noite, sem quebrar!
Integrou o PELREC do alferes miliciano António Manuel Garcia - oficial de Operações Especiais (Rangers). E, da mesma especialidade, dos furriéis milicianos Monteiro, Viegas e Neto.
Regressou a Portugal e a Amora no dia 8 de Setembro de 1975, depois de concluída a sua (e nossa) comissão de serviço pelas saudosas terras do Uíge do norte angolano.
Ainda lá tem residência e lá vive, agora já aposentado e depois de muitos anos emigrado na Suíça. Para onde vai o nosso abraço de parabéns!
anos em Penacova !
O soldado Manuel Jacinto Pereira das Neves Amaral foi atirador de Cavalaria de especialidade militar e combatente da 1ª. CCAV. 8423. Festeja 72 anos a 15 de Novembro de 2024.
A 15 de Novembro, na verdade, soube-se das primeiras notícias do «nosso» Uíge: «A ofensiva vitoriosa das FAPLA mantém-se e Úcua, ponto estratégico situado a meio do caminho entre Luanda e Carmona, foi libertado e toda a chamada «rota do café» está sob controlo do braço armado do povo angolano», reportava o «Diário de Lisboa».
As FAPLA, ainda segundo o DL de 15 de Novembro de 1975, «progrediram, assim, até 340 quilómetros de Luanda ameaçando os principais redutos da FNLA e preparando um «anel» que isolará Ambriz e preparará a queda de Carmona».
A Frente de Nova Lisboa registava o reforço do cerco à cidade. «As FAPLA dominam Cela, onde destroçaram as forças da UNITA», noticiava o Diário de Lisboa, acrescentando que «esta manhã, em Luanda, foram apresentados, à imprensa nacional e estrangeira, mercenários e elementos do ELP».
O soldado atirador de Cavalaria Martins Pereira de Oliveira foi combatente da 2ª. CCAV. 8423 e festeja 72 anos a 16 de Novembro de 2024.
Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa (e depois de Carmona, a actual cidade do Uíge), Martins é mesmo o seu nome próprio e, concluída a sua jornada africana do norte africano de Angola, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975 e fixou-se em Aparícios, lugar da freguesia de Santa Eufêmia, do município de Leiria.
Ainda lá reside e é para lá e para ele que vai o nosso abraço de parabéns!
O Diário de Lisboa de 16 de Novembro de 1974 falava do problema de Cabinda |
O problema do
Enclave de Cabinda,
O «Diário de Lisboa» de 16 de Novembro de 1974 titulava, em primeira página, que «Há banditismo e não guerrilha em Cabinda», adiantando que as Forças Armadas Portuguesas estavam a levar a cabo «uma operação para desalojar um grupo armado, denominado FLEC».
O jornal citava o presidente da Junta Governativa, o almirante Rosa Coutinho, à sua chegada a Luanda, precisamente oriundo de Cabinda, frisando que «é obrigação das Forças Armadas garantir a integridade do território, durante o processo de independência». Disse mais, Rosa Coutinho: disse «serem inadmissíveis as exigências formuladas pela FLEC e pelos TE, que mantém em seu poder vários reféns».
FLEC, entenda-se Frente de Libertação do Enclave de Cabinda. Por TE, Tropas Especiais, força inicialmente formada por 1 200 guerrilheiros que se desagregou da UPA (FNLA, movimento independentista) e passaram a combater por Portugal. Operavam em Cabinda e Norte de Angola e chegaram a atingir um pico de 2 000 efectivos, organizados em 4 batalhões de 16 grupos de combate, cada qual com 31 homens.
Tempos uíjanos dos irmãos Cocenas da Silva: Eduardo (que hoje festeja 72 anos), Adelaide (Lai-Lai) e Rosa. Há 50! |
A Fazenda Luísa Maria foi chão de um destacamento do BCAV. 8423 e por lá brincou, em criança, o agora engenheiro Eduardo Cocenas da Silva - que hoje está em festa de 72 anos.
Eduardo estudou na Escola Industrial de Comercial de Luanda e, já em Portugal, licenciou-se em engenharia electrónica no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC).
Profissionalmente, trabalhou no Complexo Industrial de Sines e, já aposentado, divide agora o seu tempo de agora entre o «bem-bom» das terras de S. João da Talha (onde reside) e a Inglaterra, onde moram o filho, a nora e o neto.
Parabéns! Mais e muitos e bons anos de vida!
Maria dos Anjos e João Jerónimo Rito |
de João Rito, faz 72 anos
em Castelo Branco !
Maria dos Anjos Jerónimo, viúva de João Jerónimo Rito, Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja 72 anos a 16 de Novembro de 2024.
Hoje mesmo!
O soldado Rito foi atirador de Cavalaria e companheiro da nossa jornada africana, ele pelos chãos e picadas de Aldeia Viçosa (e mais tarde na urbana Carmona).
Um ano antes, a vida pregara-lhes uma dura e trágica partida: a morte de um filho, de 37 anos - vítima de acidente.
Maria dos Anjos, em honra e memória de seu marido, continuou a participar nos encontros dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa. Em 2023, a 20 de Maio, foi mesmo co-organizadora do evento que se relizou em Casteo Branco. Ver AQUI.
Hoje a felicitamos pelos seus 72 anos com um forte e solidário abraço de parabéns, nele «embrulhando» evocando o João Rito da nossa jornada africana do nortenho Uíge angolano. !
domingo, 3 de novembro de 2024
Os dias 3 a 9 de Novembro na história e memória dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423!
Os dias 3 a 9 de Novembro na história
Os combates prosseguiam, de norte a sul do futuro novo país, apesar de a Cimeira de Campala ter apontado as 6 horas de 1 de Novembro para o cessar-fogo.
Já lá iam dois dias, todavia, e nada de cessar-fogo.
«A partir de agora, não mais se pode falar em quatro forças em presença», disse, em Luanda, o comandante Júlio Almeida. Referia-se ao MPLA (o seu partido/movimento de libertação de Angola), à FNLA, à UNITA e às Forças Armadas Portuguesas. «Há apenas duas partes em confronto», acrescentou este responsável militar do movimento de Agostinho Neto. E apontou-as: «As forças populares e os seus inimigos, a soldo do imperialismo, apresentem-se sob que forma for».
Por forças populares, entendam-se, na linguagem do MPLA, as Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (as FAPLA). «Inimigos a soldo do imperialismo» seriam o Exército de Libertação Nacional de Angola (o ELNA, braço armado da FNLA) e as Forças Armadas de Libertação de Angola (as FALA, da UNITA).
Estava-se a poucos dias da independência (11 de Novembro) e terminava a ponte aérea, de Luanda para Lisboa, estimando o Alto Comissário que ficassem em Angola «cerca de 30 000 a 40 000 portugueses». Todos eles, e todos os estrangeiros, tinham de, a partir de 11 de Novembro, «ser portadores de um documento do Governo angolano».
Cavaleiro do Norte da sub-unidade de Aldeia Viçosa, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz, também passou pela cidade de Carmona no decorrer da sua jornada africana do norte de Angola e voltou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975.
Fixou-se em Valbom, no concelho de Gondomar, de onde é originário. Lá continua a viver (agora na Rua Miguel Bombarda) e para lá, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!
Aurélio Parracho |
Parracho da Fazenda Zalala
festeja 72 anos em Figueiró
O soldado Aurélio Patrício Parracho foi atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda Maria João, a de Zalala, e festeja 72 anos a 4 de Novembro de 2024.
Cavaleiro do Norte do 4º. Grupo de Combate, o do alferes miliciano José Manuel Lains dos Santos e dos furriéis milicianos Américo Joaquim da Silva Rodrigues (falecido a 30/08/2018, de doença e em VN e Famalicão) Jorge António Eanes Barata (f. a 11/10/1997, de doença e em Alcans) e José dos Santos Louro, o Parracho regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, depois de tambem jornadear por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmoma - a actal cidade do Uíge.
Fixou-se na Praia de Pedrogão, freguesia de Coimbrão, do município de Leiria, onde residia e de onde é natural. Mora agora em Figueiró dos Vinhos, para onde vai o nosso abraço de parabéns!
O dia 4 de Novembro de 1974, há 50 anos, está historicamente ligado à jornada africana dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. Foi o dia do primeiro encontro com guerrilheiros da FNLA.
A 3 de Novembro de 1974, na véspera e ao final da tarde, o PELREC recebeu uma ordem de operação muito especial: sair às 4 da madrugada do outro dia para um possível contacto com guerrilheiros do FNLA.
Quem sabia dessas coisas era, naturalmente, o Gabinete de Operações, do capitão José Paulo Falcão, falecido a 9 de Dezembro de 2019, de doença e em Coimbra - que tinha os seus contactos, que eu não sei contar.
A Frente Norte - a que mais interessava aos Cavaleiros do
Norte, ao tempo já há quase dois meses em Portugal... -, continuava com «a situação continua inalterável, havendo, no entanto, a registar algumas acções de flagelação, por parte do exército invasor, na região de Santa Eulália» - onde havia uma pista de aviação, que serviu a Força Aérea Portuguesa, que de lá tinha saído fazia pouco tempo.
do Uíge reunidos no Quitexe
O mês seguia aparentemente calmo, com as emoções próprias dos encontros com combatentes da FNLA, ora dos que se apresentavam, ora dos que nos apareciam em sanzalas e caminhos do chão uíjano.
A tal «acalmia não encontrada há longos anos» de que fala(va) o livro «História da Unidade», que aqui temos recordado do tempo de há 50 anos.
A CCS recebeu mais um cozinheiro, o soldado Carlos J. F. Gomes, de quem não lembramos cara ou jeito. Recebi eu correio do furriel Neto, que viera de férias a Portugal, para assistir ao casamento do irmão.
«Isto nem está bom, nem está mau..., tá uma m...», escreveu ele, que por cá aproveitava para noivar, com a sua Ni de todos os dias. Até hoje!
O furriel miliciano João Correia Marques Rito, da 1ª. CCAV. 8423, faria 72 anos a 7 de Novembro de 2023.
Cavaleiro do Norte de Zalala, rendeu o furriel Mota Viana, que, por castigo, rodou para Sanza Pombo. Chegava da 1ª. CCAÇ. 4617, regressou a Portugal no da 9 de Setembro de 1975 e fixou-se no Salgueiral, freguesia da Freixianda, de (Vila Nova de) Ourém.
A 17 de Maio de 2008, o seu cadáver foi encontrado na estrada, provavelmente atropelado e em circunstâncias nunca suficientemente esclarecidas. Outra versão, aponta para a eventualidade de ter falecido noutro local e sido levado para aquele. Em qualquer dos casos, uma morte trágica e que, sem testemunhos oculares, nunca será explicada.
Solteiro, trabalhava na área das resinas e agora, quando se passam 16 anos da sua morte, aqui o recordamos com saudade! RIP!!
O soldado Tarciso Rebelo, o furriel José Nascimento e o soldado Almeida |
faria 72 anos! Faleceu a 7 de
Novembro de 2021!
O soldado Tarciso Manuel da Costa Rebelo foi condutor-auto da 1ª. CCAV. 8423 e faleceu a 7 de Novembro de 2021. Há precisamente 2 anos!
Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda de Zalala, apresentara-se no RC4 a 26 de Fevereiro de 1974, rodando do RI 18 (de Viseu). Era natural de Arcos de Valdevez e, por terras uíjanas do norte de Angola, também jornadeou por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona - antes de chegar ao Campo Militar do Grafanil e a 9 de Setembro de 1975 definitivamente regressar a Portugal.
Fez a sua vida pessoal e profissional pelo Alto Minho e faleceu a 7 de Novembro de 2021, aos 69 anos, vítima de doença, e estando sepultado no Cemitério Municipal de S. Bento, em Arcos de Valdezes.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!
Viçosa, faria 72 anos em Lisboa !
Faleceu em 2021!
O 1º. cabo Victor Manuel Nunes Vicente foi combatente dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, e faria 72 anos a 7 de Novembro de 2024.
Acabou por ser foi vítima de COVID 19 e faleceu a 4 de Fevereiro de 2021, aos 68 anos.
Nascido a 7 de Novembro de 1952, jornadeou pelos uíjanos chãos de Aldeia Viçosa e Carmona, tendo regressado a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, fixando-se em Lisboa, onde geriu e trabalhou numa oficina do ramo automóvel.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
O condutor Nogueira, à esquerda, e o furriel José Oliveira, da CCAÇ. 2019/RI 21, ladeando o furriel Viegas, em Dezembro em 2012 |
A CCAÇ. 209 ficou associada à CCS do BCAV. 8423, a partir de 6 de Junho de 1974, quando os Cavaleiros do Norte
lá chegaram e, substituindo o BCAÇ. 4211, passaram a ser responsáveis, em termos de comando operacional, pelo Sub-Sector do Quitexe.
- VICTOR: Victor Corrêa de Almeida, capitão miliciano, comandante da Companhia. Substituiu o capitão Parracho, que era do Quadro Permanente (QP) e estava colocado no RI 21, de Nova Lisboa.
- SERENO: José Adalberto Sereno de Castro e Melo, alferes miliciano. De família de Águeda, licenciou-se em engenharia química e morava em Nova Lisboa. Agora, na zona de Viseu.
- PEIXINHO: José Carlos Peixinho, alferes miliciano e engenheiro mecânico, era do Lobito.
- PEREIRA: Nelson Pereira, alferes miliciano, era de Sá da Bandeira.
- SPOSSEL: Carlos Manuel Morbey de Oliveira Spossel. Morava em Luanda. A mãe era americana e o pai quadro superior dos Caminhos de Ferro de Benguela.
O dia 8 de Novembro de 1974 foi também o do regresso de um grupo de combate da 3ª. CCAV 8423 a Santa Isabel, depois de uma missão especial em Além Lucunga e Quipedro, reforçando o BC12, de Carmona.
O dia 9 de Novembro de 1974 foi um sábado e dia da Lúcio Lara, chefe da Delegação do MPLA em Luanda (aberta na véspera), participar num comício e, depois, em reunião com a Junta Governativa de Angola, presidida pelo almirante Rosa Coutinho (aberta na véspera), participar num comício e, depois, em reunião com a Junta Governativa de Angola, presidida pelo almirante Rosa Coutinho.
Os Cavaleiros do Norte, por essa altura, continuavam as suas tarefas de ordem e, operacionalmente, escoltavam os trabalhadores da Junta Autónoma de Estradas de Angola (JAEA), que mantinham «os trabalhos na estrada Aldeia Viçosa-Ponte do Dange» e também a continuação do «arranjo da estrada Quitexe-Camabatela».