CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 31 de janeiro de 2021

5 324 - Inspeção no RC4 ao BCAV. 84243! O Governo de Transição de Angola!

O Governo de Transição de Angola tomou posse a 31 de Janeiro de 1975, há
 precisamente 46 anos e no Palácio do Governador, em Luanda!

O Governo de Transição de Angola. Clicar,
para ampliar e identificar a imagem
O dia 31 de Janeiro de 1974, uma sexta-feira de há 47 anos, foi tempo de o coronel Paixão, da Inspeção Geral de Educação Física do Exército (IGEFE) se deslocar a Santa Margarida para uma inspeção ao Batalhão de Cavalaria 8423.
Os futuros Cavaleiros do Norte estavam em fase de Escola de Recrutas, preparando os futuros atiradores de Cavalaria, e os responsáveis do Exercito nada deixavam ficar para trás, nem era ao acaso. A inspeção era «normal, no quadro de um Escola de Recrutas» e decorreu sem qualquer problema, tal como, de resto, já acontecera a 23 do mesmo mês e ano, quando lá esteve o coronel Magalhães Corrêa, da Direcção da Arma de Cavalaria (DAC).
Os instrutores eram os aspirantes e futuros alferes e furriéis milicianos, que, ora no Destacamento do RC4 ora na Mata do Soares, preparavam os praças (soldados e futuros 1ºs. cabos) para a jornada africana de Angola, se bem que a generalidade deles da mobilização soubesse apenas pelos instrutores - então aspirantes a oficiais milicianos e 1º.s cabos milicianos, futuros alferes milicianos e furriéis milicianos.

Notícia do Diário de Lisboa de 31 de
Janeiro de 1975, sobre a tomada de posse
do Governo de Transição de Angola


Posse do Governo de
Transição de Angola

Um ano depois, já no Uíge angolano e no oitavo mês de jornada, os Cavaleiros do Norte «assistiram» à tomada de posse do 1º. Governo de Transição de Angola, em Luanda. A cerimónia foi presidida pelo ministro Almeida Santos. O Alto-Comissário era o general Silva Cardoso, com os ministros portugueses Viera de Almeida (Economia), Albino Antunes da Cunha (Transportes e Comunicações) e Manuel Azevedo Ribeiro (Obras Públicas, Habitação e Urbanismo) e os três movimentos de libertação integraram os seguintes elementos:
- MPLA: Lopo do Nascimento (no Colégio Presidencial) e os ministros Manuel Rui (Informação), Saidy Mingas (Planeamento e Finanças) e Diógenes Boavida (Saúde). Secretários de Estado: Augusto Lopes Teixeira (Indústria e Energia), Cornélio Coley (Trabalho) e Henrique Santos (Interior).
- FNLA: Johnny Eduardo (Colégio Presidencial), Kabaeu Sauhde (Interior), Samuel Abrigada (Assuntos Sociais) e Mateus Neto (Agricultura). Secretários de Estado: Graça Tavares (Comércio), Hendrick Val Neto (Informação) e Bapista Nvuvulu (Trabalho).
- UNITA: José N´Dele (Colégio Presidencial) e os ministros Eduardo Wanga (Educação), António Dembo (Trabalho) e Jeremias Kalundula Chitunda (Recursos Naturais). Secretários de Estado: Jaka Jamba (Informação), Manuel Alfredo Teixeira (Pescas) e João Waiken (Interior).
A cerimónia decorreu no salão nobre do Palácio do Governador, em Luanda, e Almeida Santos, na sua intervenção, sublinhou que «é exaltante, senhor Alto-Comissário, senhores membros do Colégio Presidencial e senhores ministros, a tarefa que vos cabe, porque é honrosa, porque é responsabilizante e porque não é fácil».
Celestino Eira de Zalala

Eira de Zalala, 69
anos em Vila de Rei!

O soldado Eira, da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica fazenda de Zalala, festeja 69 anos a 1 de Fevereiro de 2021.
Celestino Baptista Marques da Eira, de seu nome completo, foi atirador de Cavalaria de especialidade militar e integrou o 1º. grupo de combate, comandado pelo alferes miliciano Mário Jorge de Sousa, com os furriéis Baldy Pereira e Évora Soares (ambos já falecidos) e Victor Costa - que a 29 de Janeiro de 2021, há dois dias e em Queluz, também festejou 69 anos.
Natural de Lousa, da freguesia e concelho de Vila de Rei, lá voltou a 9 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) comissão de serviço por terras do norte de Angola.
Para lá, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!

sábado, 30 de janeiro de 2021

5 323 - Alferes Machado já «descovidado»! Motim em Luanda, calma no Uíge !

Os alferes miliciano João Machado (já com alta e «descovidado») e Carvalho de Sousa,
com o 1º. sargento Fernando Norte (já falecido). Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423
do BCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa

Há 46 anos, o alferes Machado fazia turismo
angolano: de Aldeia Viçosa até às famosas Quedas
do Duque de Bragança


A notícia do dia tem a ver com o alferes miliciano João Machado: já está em casa e «descovidado». Ainda que em tratamento de recuperação.
Atacado pelo vírus, esse inimigo invisível e traiçoeiro que está a enlutar o mundo, esteve internado em Lisboa e ventilado durante 10 dias, passou aos cuidados continuados do Montijo, perdeu massa muscular, teve de ser operado no hospital do Barreiro e, ala que se faz pare, pôs-se ao fresco e na sua casa da Amadora.
«Ando na fisioterapia e consultas médicas. Um gajo dá em maluco, mas sinto-me bem, com a esperança de recuperar fisicamente», disse-nos João Machado, ao telefone e a falar da sua casa da Amadora, onde comunga os prazeres do lar e os partilha com a família próxima. O melhor «remédio» para este tempo de incertezas e lutos.
«Carambas, pá... Crescemos com o Salazar e o estigma da guerra, apanhámos com o 25 de Abril, a descolonização, o desemprego, os FMI´s e as troikas, as crises e os desgovernos do país e agora aparece-nos esta coisa, que nem vemos nem sabemos o que é...», comentou o João Machado.
Grande abraço, tudo de bom..., grande Machado. Não há vírus que abata o cerne de um Machado que foi Cavaleiro do Norte do BCAV. 8423! 
Aerograma de Alberto Ferreira, da Força
Aérea, com notícias de Luanda para o
furriel Viegas, da CCS. Tinha o nº.
 31. Eram numerados !

Véspera do Governo de
Transição de Angola !

Há 46 anos, o dia 30 de Janeiro de 1975 foi uma quinta-feira, dia de véspera da tomada de posse do Governo de Transição de Angola e, lá pelo Uíge, fervia a curiosidade por saber quem seriam os seus membros.
A imprensa angolana (escrita) que chegava ao Quitexe e ao norte de Angola (geralmente jornal «A Província de Angola», que se publicava em Luanda e nem sempre la chegava no mesmo dia) pouco adiantava e muito menos a de Lisboa - que chegava muito mais tarde, quando chegava.
Era o meu saudoso amigo Alberto Ferreira, aquartelado na Base Aérea de Luanda, quem, por aerograma, me dava algumas dicas: «Consta que no Colégio Presidencial pelo MPLA vai estar Lopo do Nascimento, José N´Dele pela UNITA e Johnny Eduardo da FNLA, mais uma série de ministros cujos nomes pouco conheço...», escrevia-me ele, a 28 de Janeiro desse ano de 1975, em correio que recebi a 30 - hoje se passam 46 anos.
O ministro da Economia, e isso já era certo, seria o português Vieira de Almeida. Tinha sido ministro da Economia e Finanças do 1º. Governo Provisório que se seguiu ao 25 de Abril, em Lisboa.
Edifício do Comando do BCAV. 8423, mo
Quitexe. A porta mais à direita era a do
gabinete do comandante A. Brito

Motim em Luanda,
calma no Uíge !

A noite da véspera, em Luanda, fora tempo para um motim na Cadeia Civil. 
Soldados portugueses dispararam para o ar, durante a insurrecção, e também acudiram patrulhas da FNLA e do MPLA «para controlar a situação». O incidente provocou ferimentos em em dois reclusos e a evasão de uns quantos (um número desconhecido).
A cidade, ainda assim, estava calma e os presos reclamavam «uma amnistia, por altura da tomada de posse do Governo de Transição» - no dia seguinte.
Calma ia também a ZA dos Cavaleiros do Norte, remetida a aquartelamentos na zona do asfalto, na Ponte do Dange e Vista Alegre (onde estava a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias), em Aldeia Viçosa (operacionalmente dependente da 2ª. CCAV., do capitão miliciano José Manuel Cruz) e Quitexe - onde estava o Comando do Batalhão (do tenente coronel Almeida e Brito), a Companhia de Comando e Serviços (CCS, do capitão SGE António Oliveira, e a 3ª. CCAV. a de Santa Isabel, do capitão miliciano José Paulo Fernandes.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

5 322 - Cavaleiros do Norte em Santa Margarida e no Uíge do norte angolano!

A CCS dos Cavaleiros do Norte voltou ao RC4 e ao Campo Militar de Santa Margarida
para, a 3 de Junho de 2017, realizar o seu encontro anual. Há 47 anos e por estes dias
 de Janeiro, por lá andavam em formação operacional

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, há 47 anos, no 
RC4 e no campo Militar de Santa Margarida, todos
milicianos: furriéis Mota Viana e Eusébio Martins
 (falecido, de doença, a 16/04/2014, em Belmonte),
 alferes João Sampaio e furriel Plácido Queirós  


Aos 29 dias de Janeiro de 1974, um domingo de há 47 anos, os futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 faziam a sua instrução operacional no Campo Militar de Santa Margarida, com exercícios divididos pelo Destacamento do RC4, a mítica Mata do Soares e arredores.
O objectivo, para além das técnicas militares necessárias para jovens combatentes que se preparavam para actuar nas matas de Angola (e lá se sabia o que isso era, ou seria!...), era também «instituir espírito de corpo ao BCAV., 
Os futuros furriéis milicianos Queirós e
Costa (que hoje faz 69 anos) em momento
de «instrução» em Santa Margarida
de modo a que se constituísse um todo coeso, disciplinado e disciplinador».
O envolvimento dos futuros combatentes era muito sério e aplicado, nomeada e principalmente da parte dos futuros atiradores de Cavalaria. 

Conselho Presidencial 
do Governo de Transição

Um ano depois e por terras do Uíge angolano e já com essas técnicas de combate e sobrevivência bem apreendidas - e nalguns casos aplicadas... -, os Cavaleiros do Norte ficaram a saber que, em Nova Lisboa, o presidente da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, anunciou que José N´Dele «será o representante do seu movimento no Conselho Presidencial do Governo de Transição que tomará posse no dia 31 de Janeiro».
José N´Dele era natural de Cabinda (nascido a 13 de Agosto de 1940), tinha 34 anos e era licenciado em Ciências Económicas e Sociais (em Genebra, na Suíça), depois de ter feito os estudos primários no Seminário Menor de Luanda e, em 1961, com 21 anos, ter seguido para o Zaire, onde se alistou na FNLA. Era tesoureiro geral da UNITA e participara na Cimeira do Alvor.
A sua indicação para este alto cargo deixava concluir, confirmando, a posição da UNITA sobre as pretensões da FLEC quanto à independência do Enclave: era parte integrante do território angolano.
José de Assunção Alberto Ndele faleceu a 19 de Abril de 2000, na Suíça e foi sepultado em Cabinda, a 8 de Maio seguinte - depois de homenageado em Luanda, em cerimónia participada pelo presidente José Eduardo dos Santos. Deixou viúva e um filho.
Manuel Pinto e Grenha Lopes, futuros
furriéis milicianos, aqui em santa
Margarida. Há 47 anos! 

População incitada
a fazer distúrbios

A capital Luanda, por esse tempo de 1975, continuava tensa e, segundo a ANI, «agitadores a soldo não se sabe de quem, andam pelos subúrbios a concitar a população a fazer distúrbios no dia 31 de Janeiro, data da posse do Governo de Transição que há-de levar Angola à independência».
O MPLA, em comunicado, apelou aos seus militantes e simpatizantes para «denunciarem os agitadores que consigam identificar» e, por outro lado, aconselhava-os a «não se deixarem arrastar por manobras que só poderão desprestigiar o movimento».
Jonas Savimbi, da UNITA e discursando em Nova Lisboa, também de distanciou destes agitadores e citando «fontes seguras» disse que poderiam estar relacionados com «as forças que se preparam, em Portugal, para um contra-golpe e, quiçá, denunciarem os acordos entre os movimentos de libertação e Portugal».
A FNLA, por seu lado, deu conta que os seus representantes no Governo de Transição iam «chegar a Luanda», mas não revelou os seus nomes.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

5 321 - Comandante no Comando do Sector do Uíge! A rotação para Carmona!

 

Cavaleiros do Norte do Parque-Auto da CCS. À frente, condutor Miguel, furriel Morais,
alferes Cruz (de óculos) e 1º. sargento Aires. Ao meio, 1º. cabo Malheiro, dois tapados
e 1ºs. cabos Teixeira e Frangãos (Cuba, de óculos e semi-tapado). Atrás, dois não
 identificados, à esquerda, e os atiradores  Ferreira e 1º. cabo Almeida

O comandante Almeida e Brito com os alferes
milicianos João Machado e Jorge Capela

O tenente-coronel Carlos Almeida e Brito deslocou-se a Carmona no dia 28 de Janeiro de 1975, há 46 anos e ao Comando de Sector do Uíge (CSU), por «necessidade de estabelecimento de contactos operacionais».
O comandante dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, nesse âmbito, já lá tinha estado nos dias 3 e 7, assim como no BC12, a nossa futura casa (a 23), na 1ª. CCAV. 8423, em Vista Alegre (a 5) e na 2ª. CCAV. 8423, em Aldeia Viçosa (a 23).
Os murmúrios quitexanos (e os destas duas subunidades) continuavam a apontar para «uma nova remodelação de dispositivo», com a indicação que os Cavaleiros do Norte iriam para Carmona, «dado que o BC12, que desde 1961 guarnecia a capital do distrito do Uíge, iria ser extinto». 
O livro da «História da Unidade», sobre este provável movimento, dá nota que «está esboçado, mas aguarda ainda a sanção superior, resultante de alterações que a cimeira do Algarve possa impôr».
Começaria a concretizar-se no dia 2 de Março desse ano de 1975, quando a CCS rodou para o BC12.

Jordão, 1º. cabo de Aldeia Viçosa,
Licínio Jordão
1º. cabo de AV

68 anos na Figueira da Foz!

O 1º. cabo Licínio da Silva Jordão, da 2ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa, festeja 68 anos a 29 de Janeiro de 2021.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, também jornadeou por Carmona (actual cidade do Uíge), regressando a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, fixando residência no lugar de Cipreste, da freguesia do Louriçal, no concelho de Pombal.
Vive agora em Marinha das Ondas, freguesia da Figueira da Foz, para onde vai o nosso abraço de parabéns. Cavaleiro do Norte dos mais novos, festeja 68 anos. Parabéns!
Manuel Vieira
1º. cabo CCS

Vieira, 1º. cabo clarim da CCS,
69 anos em Penafiel !

O 1º. cabo Manuel da Costa Vieira foi Cavaleiro do Norte da CCS, no Quitexe e em Carmona, e festeja 69 anos a 29 de Janeiro de 2021.
Clarim de especialidade militar, também «tocou armas» no BC12, em Carmona, e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, concluída a sua comissão em terras de Angola.
Fixou-se em Rio Mau, lugar da freguesia de Sebolido, em Penafiel, onde reside e para onde vai o nosso abraço de parabéns!
Fazenda Zalala

Soares de Zalala 

faria 69 anos !

O soldado Américo da Rocha Soares, da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de Zalala, faria 69 anos a 29 de Janeiro de 2021. Faleceu em 2004.
Atirador de Cavalaria, também passou por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona e voltou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à sua natal terra de Cabeça Santa, freguesia do município de Penafiel. 
Sabemos que faleceu a 27 de Outubro de 2004, mas desconhecemos  motivo. Hoje o recordamos cm saudade! RIP!!!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

5 320 - O calmo Uíge dos Cavaleiros do Norte! O tenso ambiente de Luanda!

 

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423,
todos milicianos: furriéis Queirós e Louro
(atrás) e Victor Costa (que vai fazer 69
anos) e alferes Lains dos Santos

Cavaleiros da Zalala

Há 46 anos, no dia 27 da última segunda-feira de Janeiro de 1975, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, senhores e muito seguros de si mesmos, continuavam acautelando a paz e segurança suficientes para que os movimentos de libertação se instalassem no chão uíjano do norte de Angola e passassem as suas mensagens políticas. 
A tarefa não era nada fácil e acumulavam-se desconfianças entre eles, com algumas escaramuças pelo meio, e, nalguns casos, contra também as Forças Armadas Portuguesas - que mantinham a soberania da terra angolana, enquanto se preparava a posse do Governo de Transição, por este dia de 1975 prevista para o dia 31 de Janeiro seguinte.
O Uíge dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 estava, assim, relativamente calmo, mas não era bem assim em Luanda, onde o ambiente era tenso, nas oitavas do assalto à Emissora Oficial de Angola e detenção de António Cardoso, o seu sub-chefe de redacção.
Admitia-se que (ver adiante) a sua libertação «poderia restabelecer a confiança»!
Cavaleiros do Norte de Zalala: Tarciso, 
furriel Nascimento e Almeida

Chipenda a acusar.
FNLA a libertar !

O dia 27 de Janeiro de 1975 foi tempo para Daniel Chipenda dar uma conferência de imprensa no Luso e acusar as autoridades portuguesas de tentarem impedir a sua entrada no país. 
«Fui atacado como um autêntico agente do imperialismo e os meus detractores tentaram impedir que eu contactasse com o nosso povo, a fim de lhe explicar a situação», disse Chipenda, que liderava a Revolta do Leste, facção dissidente do MPLA, que o excluiu do movimento.
Luanda fervia.
O almirante Rosa Coutinho era o presidente da Junta Governativa e Alto-Comissário Português em Angola, desde Novembro de 1974, e regressou a Lisboa faz hoje 46 anos. Foi substituído pelo brigadeiro Silva Cardoso.
A 27 de Janeiro de 1975, a FNLA libertou António Cardoso, sub-chefe de redação da Emissora Oficial de Angola (EOA) e considerado militante do MPLA, que desaparecera durante o assalto à estação.
A FNLA considerava-o «não mais que um nó da vasta rede anti-FNLA, à qual pertence, como ele próprio declara». A libertação tinha sido exigida pelo MPLA e pela UNITA (neste acaso, alegadamente porque a EOA se recusava a fazer a cobertura da chegada de Jonas Savimbi a Nova Lisboa, actual Huambo) e foi entregue, muito combalido, no Comando da Região Militar de Angola.
Victor Costa
em 2019

Victor Costa, furriel de
Zalala, 69 anos em Queluz!

O furriel miliciano Costa, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, festeja 69 anos a 29 de Janeiro de 2021.
Victor Moreira Gomes da Costa, de seu nome completo, foi atirador de Cavalaria  de especialidade militar e jornadeou pela mítica Fazenda Maria João, a de Zalala, e também por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, antes de, a 9 de Setembro de 1975, regressar a Portugal e a Queluz!
Queluz continuou a ser (e é) a sua residência, onde lá fez família e carreira profissional, agora já aposentado e em excelente forma física e espiritual. Para lá e para ele, vão os nossos parabéns! Grande abraço, oh Victor Costa!


terça-feira, 26 de janeiro de 2021

5 319 - Abertura da delegação da FNLA de Holden Roberto em Aldeia Viçosa !

 Homens da FNLA em Aldeia Viçosa, a 26 de Janeiro de 1975 - dia da 
abertura  da delegação local do movimento/partido de Holden Roberto.
Foto de António Carlos Letras (furriel miliciano)
Furriéis milicianos da 2ª. CCAV. 8423, a de
Aldeia Viçosa: Matos, Guedes e Melo (de
pé), Letras, Gomes e Cruz
Capitão José
Manuel Cruz

O domingo de há 46 anos, dia 26 de Janeiro de 1975, foi tempo da abertura de uma delegação da FNLA em Aldeia Viçosa, onde se aquartela a 2ª. CCAV. 8423.
O dia acordou tranquilo, na paz dos deuses, mas com a guarnição comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz atenta ao que desse e viesse. Não fosse o diabo tecê-las.
O movimento de Holden Roberto era «maioritário» no Quitexe, mas em Aldeia Viçosa e Vista Alegre dividia popularidade com o MPLA. «Os movimentos emancipalistas continuam as suas actividades de politização, verificando-se que a área do Quitexe é quase na íntegra da FNLA, enquanto que nas áreas de Aldeia Viçosa e Vista Alegre se verifica uma mesclagem deste movimento com o MPLA, o que tem dado azo a situações de algum atrito entre eles», relata o Livro da Unidade.
«O mais grave - acrescenta o mesmo HdU - terá sido em 26 de Janeiro (...), quando os movimentos pretenderam fazer um comício conjunto, mas no qual não conseguiram entendimento, o que deu origem à intervenção das NT, em situação apaziguadora, que se conseguiu»




Notícia do Diário de Lisboa sobre o
assalto à Emissora Oficial de Angola
Assalto  Emissora
Oficial de Angola !

Menos pacíficas iam as coisas por Luanda, onde a FNLA, na véspera, a 25 de Janeiro, tomou de assalto a Emissora Oficial de Angola (EOA), a pretexto de não ter sido lido um comunicado, com «graves acusações ao Governo Provisório e à Junta Governativa de Angola»
A ordem de não leitura tinha sido do comandante Correia Jesuíno, o Secretário de Estado da Comunicação Social. e não foi bem aceite pelos dirigentes do movimento/partido de Holden Roberto.
A força armada da FNLA era pessoalmente comandada por Hendrik Vaal Neto, destruiu parte das instalações e agrediu o locutor de serviço. Por outro lado, António Cardoso, sub-chefe de redação da EOA e militante do MPLA, foi raptado na sua residência, de madrugada, e era acusado de «não ser mais que um nó de uma vasta rede anti-FNLA, à qual pertence, como ele próprio declara» - justificava o movimento de Holden Roberto.
A situação provocou fortes reações (nomeadamente do MPLA) e o ambiente na capital era «tenso, mas a libertação provável» - a de Cardoso. Rosa Coutinho, acabado de chegar de Lisboa, deu conta de contactos nesse sentido, «entre o Governo Provisório e a FNLA e os outros movimentos».

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

5 318 - Os primeiros «galopes» dos Cavaleiros do Norte, há 47 anos e no RC4!

Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 posando em carro de combate, durante a instrução 
de há 47 anos, no RC4, Campo Militar de Santa Margarida. Os futuros furriéis milicianos 
Monteiro (CCS), Matos (2ª. CCAV. 8423) e Viegas e Neto (CCS)  


Furriéis milicianos do BCAV. 8423 no bar do
 RC4, há 47 anos: Carlos Letras (1ª. CCAV.), José
Louro e Victor Costa (1ª. CCAV.) e, sentado,
João Brejo (2ª. CCAV.)
Os dias de Janeiro de 1974, há 47 anos!..., foram o tempo de BCAV. 8423 dar os primeiros «galopes» em Santa Margarida, no Regimento de Cavalaria nº. 4 - a nossa unidade mobilizadora.
O livro «História da Unidade» refere que «a apresentação informal» foi a 7 de Janeiro, com «o encontro da maioria do pessoal do futuro batalhão - oficiais, sargentos e praças», no Destacamento do RC4.
Os futuros furriéis milicianos Francisco Neto, José Monteiro e eu mesmo (Viegas) já «debutáramos» na véspera de Natal, quando, por praxe, o oficial de dia do RC4 nos fez «nomear» à ordem, para entrar de serviço e nós - muito por insistência decisória do 
O furriel Baldy Pereira,
da 1ª. CCAV 8423, aqui no
RC4 e em 1974. Faleceu,
de doença, a 26/11/2016.
RIP!!!
Neto, «demos o fora» do quartel, no seu SIMCA 1100 
branco e, literalmente, «voámos», literalmente para Águeda, ainda bem a tempo da noite de natal e num  tempo em que os por aí 220 quilómetros de distância nos levavam para aí umas três horas.
O José Monteiro foi de autocarro, de Águeda para o Porto, onde, depois de telefonema nosso, para a casa dos pais, em Vila Boa de Quires (Marco de Canaveses), o iria buscar um irmão. E foi! E ainda foi a tempo da consoada de Natal.
O trio de furriéis da CCS, ido do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), em Lamego, tinha chegado ao RC4 nesse 24 de Dezembro de 1973, com guia de marcha e já mobilizado para Angola.
Os três, muito provavelmente, foram os primeiros futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 a apresentarem-se no Regimento de Cavalaria nº. 4, no Campo Militar de Santa Margarida. Há mais de 47 anos!!! Parece que foi ontem, ou anteontem.
«Pior castigo que a mobilização, já não nos podem dar! Por isso, vamos embora!...», justificou o Neto. E justificou-nos. Viemos embora, não fizemos serviço algum, e, na verdade, nada nos aconteceu.

A CCS voltou ao RC4 e lá fez o encontro
de 2
017, a 3 de Junho. O capitão Acácio
Luz e esposa fatiaram o bolo de festa!
Instrução no Destacamento
do RC4 e Mata do Soares 

A instrução propriamente dita começara a 8 de Janeiro de 1975, pelo Destacamento do RC4 e Mata do Soares, e, a 25 de Janeiro, uma sexta-feira, os futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 saíram para um fim de semana da sua Escola de Recrutas.
Ali, centenas de jovens faziam a sua especialização como atiradores de Cavalaria, já distribuídos pelas 3 companhias operacionais, comandadas por tenentes de então e futuros capitães milicianos  por terras de Angola: a 1ª. CCAV. 8423, que viria a ser de Zalala (Davide Castro Dias), a 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa (José Manuel Cruz) e a 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel (de José Paulo Fernandes).
A CCS já tinha parte do seu quadro e o capitão António Martins de Oliveira, oficial do QWP, como comandante. Mas quanto a milicianos, apenas estavam os futuros alferes António Manuel Garcia e os furriéis José Monteiro, Viegas e Francisco Neto - de Operações Especiais (Rangers) e formadores da Escola de Recrutas.
Os atiradores do PELREC, sem se saber quem seriam, faziam a Escola de Recrutas. E os especialistas iriam começar a chegar. Há 47 anos!

domingo, 24 de janeiro de 2021

5 317 - Almeida e Brito no Quitexe em 1968 ! O Governo de Transição de Angola!

O edifício da secretaria da CCS e Casa dos Furriéis (telhado vermelho) e messe de oficiais
(parede cor de laranja) na Avenida do Quitexe e a 24 de Setembro de 2019, quando por lá
passou o furriel Viegas, do PELREC da CCS do BCAV. 8423

Notícia do Diário de Lisboa de 24 de Janeiro de 
1975 sobre a situação política de Angola

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, jornadeando pelo norte uíjano de Angola, continuavam atentos a notícias sobre a constituição do futuro Governo Provisório de Angola.
As notícias que lá nos chegavam suscitavam grandes dúvidas, que eram razão de fartas e polémicas conversas entre os combatentes do BCAV. 8423.
O Diário de Lisboa titulava «Angola espera
ava o Governo de Transição», na sua edição de há 45 anos. Mas nem MPLA, nem FNLA, nem a UNITA abriam o jogo.
As leis de imprensa e da greve eram questões do momento angolano e, sobre esta, questionava-se quem deveria ser o representante sector do café, «um dos principais produtos de exportação de Angola». Para além de ser a grande força económica do Uíge - por onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
Sobre a imprensa, o problema tinha a ver com o protesto do sindicato do sector, que questionava «as restrições impostas ao sector». O MPLA era acusado de controlar a comunicação social mas o facto de esta denúncia ser feita em três órgãos de comunicação da cidade, fazia considerar que, segundo o Diário de Lisboa, «demonstra a sua oposição» ao mesmo MPLA.
Os Cavaleiros do Norte, lá pelo Uíge, continuavam a sua jornada, cumprindo a sua missão e à espera da notícia que tardou: a da data do regresso a Portugal. Ainda demoraria meses



O então major A. Brito, em
1968 e com o tenente-coronel
António Amaral, comandante
 do BCAÇ. 1917, e outro oficial

Almeida e Brito no Quitexe
antes do BCAV. 8423

O Quitexe já não era, em 1974, novidade para comandante do BCAV. 8423, o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito.
Oficial de Cavalaria de carreira e então como major, já por lá jornadeara em 1968, como responsável pelo sector de operações do BCAV. 1917, em regime de substituição. Ali chegou a 24 de Janeiro, de lá saiu a 17 de Dezembro desse mesmo ano.
Voltou ao Quitexe no dia 27 de Maio de 1974, com o capitão José Paulo Falcão, oficial adjunto e de operações, tendo sido recebidos pelo também tenente-coronel António Amaral, comandante pelo comandante do BCAÇ. 4211, que os Cavaleiros do Norte iam (e foram) substituir. 
Já como comandante do BCAV. 8423 e a patente de tenente-coronel, voltou ao Quitexe a 6 de Junho de 1974, rodando a 2 de Março de 1975 para Carmona, mas lá voltando algumas vezes em reuniões de carácter operacional com os comandantes das 3 companhias operacionais, aquarteladas ao longo da Estrada do Café: a 1ª. CCAV. 8423, do capitão Davide Castro Dias (em Vista Alegre), a 2. CCAV. 8423, a do capitão José Manuel Cruz (Aldeia Viçosa) e a 3ª. CCAV. 8413,  ado capitão José Paulo Fernandes (Quitexe).
Notícia no JN
´
Cavaleiros de Aldeia Viçosa
preparam encontro de 2021!

Os Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423 já preparam o encontro de 2021, continuando o desfiar e avivar de memórias da nossa jornada africana do Uíge angolana. Que em 2020 a COVID 19 interrompeu.
O «Jornal de Notícias», na edição de hoje, dia 24 de Janeiro de 2021, publica um recado do 1º. cabo José Maria Beato, dando conta que «o convívio agendado para Setembro de 2020, em Castelo Branco, foi adiado para o mesmo mês, no mesmo local, mas deste ano de 2021».
Os contactos diretos podem ser feitos exactamente com o 1º. cabo Beato, através dos telefones 963573376 e 224221948.


sábado, 23 de janeiro de 2021

5 316 - Inspecção ao BCAV. 8423 no RC4! Almeida e Brito em Aldeia Viçosa!

Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Reconhecemos, em cima, o
condutor Aniano e o mecânico Martins (de cabeça para baixo). Em baixo e da esquerda 
para a direita, o condutor Samuel, Grave, Antunes, furriel Amorim Martins, Oliveira, 
1º. cabo Martinho, furriel Abel Mourato (que amanhã faria 69 anos e faleceu a 2 de 
Junho de 2020) e Barbosa. Quem ajuda a identificar os restantes?

O tenente-coronel Almeida e Brito e o capitão
miliciano José Manuel Cruz, comandantes
do BCAV. 8423 e da 2ª. CCAV. 8423

O BCAV. 8423, ao tempo em formação no Destacamento do RC4, no Campo Militar de Santa Margarida, foi alvo, a 23 de Janeiro de 1974, de uma «inspecção normal de uma Escola de Recrutas».
A visita inspectiva de há 47 anos esteve a cargo do coronel Magalhães Corrêa, da Direção da Arma de Cavalaria (DAC), quando por lá se dava instrução aos futuros atiradores de Cavalaria, já mobilizados para Angola.
Um ano depois, o comandante Almeida e Brito reuniu na uíjana Aldeia Viçosa com o capitão José Manuel Cruz, comandante da subunidade, e oficiais da 2ª. CCAV. 8423. Por, recorda-se do livro «História da Unidade», «necessidade de estabelecimento de contactos operacionais».
O encontro foi um de outros dessa época: à 1ª. CCAV. 8423, em Vista Alegre (dia 5 de Janeiro), Comando de Sector do Uíge (a 3, 7 e 28) e ao BC12 (dia 18). Já aqui reportados.
Ao tempo, a actividade dos Cavaleiros do Norte - como por aqui também já tem sido recordado -, era «muito limitada, por falta de meios humanos», e, por outro lado, «quase somente conduzida ao longo do «alcatrão», em constantes patrulhamentos, apeados e auto, através dos quais se garante a nossa presença e a liberdade de itinerário». 
Assim historia o livro «História da Unidade».
Notícia do Diário de Lisboa

Um recuo em Portugal será
um recuo para Angola !

Ao tempo, há 46 anos, continuava a murmurar-se mais uma rotação dos Cavaleiros do Norte, em resultado das negociações da Cimeira do Alvor, sobre a independência de Angola, e não surpreenderia que a visita do (então) tenente-coronel Almeida e Brito se enquadrasse nesse âmbito.
Agostinho Neto, em Lisboa e na Associação Portuguesa de Escritores, disse «ser necessário que os povo de Angola e de Portugal se unam, porque unidos haveremos de trilhar o com caminho da liberdade, obstando a que se reinstale qualquer outro poder neocolonialista».
«Um recuo para Portugal será um recuo para Angola e um recuo em Angola será um recuo para Portugal», afirmou Agostinho Neto, frisando também crer que «depois da independência vai haver mais negros em Portugal e mais brancos em Angola».
Abel Mourato

Mourato, furriel de Aldeia Viçosa,
faleceu há um ano !

O dia 24 de Janeiro de 2021 seria dia de o furriel Mourato festejar 69 anos Infelizmente, faleceu a 2 de Junho de 2020!
Abel Maria Ribeiro Mourato foi vagomestre da 2ª. CCAV. 8523, a de Aldeia Viçosa, e regressou a Portugal e a Portalegre (a cidade de nascimento e residência, ao tempo) no dia 10 de Setembro de 1975. Fez carreira profissional na função pública - na Autoridade Tributária (as Finanças) - e, já aposentado, morava em Vila Viçosa. 
Aposentado, queixava-se ultimamente de dores na cervical e de artroses, o que o fez entrar em ciclo depressivo. A 27 de Maio de 2020, já internado,  foram-lhe diagnosticados problemas de tensão alta, dificuldades de oxigenação e embolia pulmonar.
Casado em segundas núpcias com Manuela, era pai de Marta, de 19 anos. E de Nuno Miguel, de 42 e do primeiro casamento.
O Mourato nasceu a 24 de Janeiro de 1952, tinha 68 anos, e foi um bom companheiro da jornada africana que nos levou ao Uíge de Angola, que hoje, com emoção, recordamos com imensa e eterna saudade.
Até um destes dias, grande e bom amigo Mourato! RIP!!!


C. Martins
Casimiro de Zalala, 69
anos na Póvoa do Lanhoso!

O soldado Casimiro da Silva Martins, da 1ª. CCAV. 8423, comemora 69 anos a 24 de Janeiro de 2020.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, foi Cavaleiro do Norte da Fazenda Maria João, a de Zalala, e por lá foi também responsável pelo depósito de géneros, passando também por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona.
Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, fixando-se na sua natal terra de Sobradelo da Goma, mo município de Póvoa do Lanhoso. 
Aposentado, por lá continua a viver e para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

5 315 - Cavaleiros a riscar dias do calendário ! Movimentos angolanos e a independência!

Cavaleiros do Norte do PELREC da CCS do BCAV. 8423, a 29 de Maio de 2010, no encontro
 de Ferreira do Zêzere: soldados Augusto Florêncio e Francisco António, furriéis Neto e 
 Viegas e 1º. cabo Albino Ferreira - que faleceu, de doença, a 23de Janeiro de 2017, de doença
 e em Almargem do Bispo, Sintra. RIP!!!

Os presidentes Agostinho Neto (MPLA), Holden
Roberto (FNLA) e Jonas Savimbi (UNITA)

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, pelos últimos dias de Janeiro de 1975, iam riscando os dias do calendário e sempre muito expectantes quanto à (eventual) rotação para Carmona e, consequentemente, sobre a data do regresso a Portugal.
A nossa jornada africana do Uíge angolano, confortada com as notícias que nos chegavam da Cimeira do Alvor, continuava tranquila e serena, com serviços de ordem, patrulhas e escoltas e controlo das algumas escaramuças que iam opondo, localmente, combatentes da FNLA e do MPLA - já que a UNITA por lá tinha pouca expressão. Quase nenhuma.
Agostinho Neto, presidente do MPLA, continuava em Portugal (Holden Roberto, da FNLA, e Jonas Savimbi, da UNITA, já tinham partido) e reunia com os partidos políticos portugueses. A 21 de Janeiro, por exemplo, foi  recebido pelo PPD (o actual PSD) e pelo MDP/CDE. A 22, hoje se passam 46 anos, deixou Lisboa e voou para a Argélia, depois para Tanzânia e a Zâmbia - antes de chegar a Luanda, onde a 31 de Janeiro desse ano programava assistir à posse do Governo de Transição.
«Nesta nova fase da luta pela independência de Angola, as tarefas prioritárias são a resolução dos problemas políticos, o que exige a diminuição de tensões entre brancos e pretos, entre todos os movimentos políticos», disse Agostinho Neto, à saída de Lisboa.
O furriel João Dias e o 1º. cabo Albino
Ferreira, já visivelmente debilitado, em
Outubro de 2016, a 3 meses da sua morte


A morte do Ferreira,
1º. cabo do PELREC
 
O 1º. cabo Ferreira,  atirador de Cavalaria do PELREC da CCS, faleceu há precisamente 4 anos, no dia 23 de Janeiro de 2017, vítima de doença.
Albino dos Anjos Ferreira nasceu na freguesia de Cardal, em Ferreira do Zêzere, aonde voltou a 9 de Setembro de 1975 e depois de, em Angola, ter rodado para a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. Migrou para a zona de Sintra e, por Almargem do Bispo, trabalhou na área da construção civil e, ultimamente, em automóveis usados.
A última vez que confraternizámos foi no encontro de Ferreira do Zêzere, em 2010, no qual participou com a alegria de sempre, muito bem apessoado, de fato e gravata a condizer, comungando a alegria de se partilhar com os companheiros dos tempos da terra africana.
Faleceu, de doença, a 23 de Janeiro de 2017, em Almargem do Bispo. Faria 65 anos dia 28 de Novembro de 2017 e hoje o recordamos com saudade. RIP!!!

Fazenda de Zalala

Costa, atirador de Zalala,
69 anos em Leiria !

O soldado Mário Ventura Soares da Costa, da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala, festeja de 69 anos a 23 de Janeiro de 2021.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar,  foi Cavaleiro do Norte da Fazenda de Zalala, em Vista Alegre, no Songo e em Carmona, no Uíge angolano, regressando a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975.
Fixou-se em Vale de Figueira, freguesia de S. João da Talha, no concelho de Loures, e mora agora em Maceira Liz, em Leiria, para onde vai o nosso abraço de parabéns!