5 295 - A formação de um governo de transição! O Machado, o Mosteias, o Vicente!

Os primeiros dias de 1975 na messe de sargentos do Quitexe, aqui todos furriéis 

milicianos. Atrás, Carvalho e Grenha Lopes. A meio, Belo (de óculos), Reino

e Lopes (enfermeiro, de óculos). À frente, Rocha e Viegas

 

O alferes João Machado, há 46 anos, a caminho 
das Quedas do Duque de Bragança (Angola)

O dia de hoje, deixem assim falar, começa com boas notícias do alferes João Machado, que o COVOD 19 «atacou» mas não venceu.

Acomodado nos Cuidados Continuados do Montijo, está confiante, bem disposto e a gracejar com o «bicho»: «Andámos na guerra,  escapámos entre as balas e aparece-nos agora esta «coisa», a chatear... Nem a vemos, nem a conhecemos...», disse-nos esta manhã.

Tudo de bom e rápido, caro João Machado. 

Há 46 anos e depois dos saborosos abusos gastroalcoólicos da passagem de 1974 para 1975, a expectativa dos Cavaleiros do Norte medrou, quanto ao regresso a casa. Mal sabíamos, ou sequer imaginávamos, quanto tempo nos esperava pela frente. Viria a a ser apenas a 8 de Setembro e dias seguintes, companhia a companhia.

As notícias de 2 de Janeiro desse ano, todavia, até eram optimistas. Em Nairobi, no Quénia, eram esperados os presidentes do MPLA, da FNLA e da UNITA, para a conferência do dia seguinte, em Mombaça, e expectavam-se grandes decisões, no sentido da independência de Angola.
«Os dirigentes nacionalistas angolanos são esperados aqui (a Nairobi), hoje, para uma cimeira preparatória, durante a qual esperam chegar a acordo entre si, com vista à próxima abertura de negociações com o Governo Português», divulgava um despacho da ANI (e da Reuters), publicado no Diário de Lisboa.
A conferência com Portugal estava marcada, recordemos, para 10 de Janeiro, uma semana depois, e viria a realizar-se no algarvio Alvor, no Hotel Penina. O objectivo era «a formação de um governo de transição, que encaminhará Angola, para a independência».
Havia, pois, para os Cavaleiros do Norte, boas razões para acreditarem num próximo regresso a Portugal. Bem enganados estávamos, porém!!!

Os furriéis milicianos Mosteias e Viegas,
 à porta da secretaria da CCS do BCAV.
8423, na Avenida do Quitexe (1974)

Luís Mosteias, furriel 

Quitexe, faria hoje 69 anos !

O saudoso furriel miliciano Mosteias faria hoje 69 anos. Infelizmente, faleceu, vítima de doença, a 5 de Fevereiro de 2013, já la vão quase 8 anos!

Luís João Ramalho Mosteias era sapador de especialidade militar e natural de Cabeção, em Mora, mas, ao tempo já casado e pai (desde 21 de Setembro de 1974, já jornadeava pelo Quitexe), morava na Amadora.

Foi um grande camarada do dia-a-dia da nossa jornada africana do Uíge angolano, homem de convicções e luta, sem medos, generoso, leal e de total frontalidade. Um companheiro de sempre!

Há precisamente 8 anos, ligámos-lhe neste dia de ele fazer 61 anos e por ele soubemos da doença que o atirou para uma cama do Hospital do Litoral Alentejano - onde acabou por falecer. Hoje, quando faria 69 anos, o recordamos com muita, muita saudade. RIP!!!

Victor Vicente

Victor Vicente, 1º. cabo

de Aldeia Viçosa !

O 1º. cabo Victor Manuel Nunes Vicente, da 2ª. CCAV. 8423, atravessa menos bom período de saúde e está internado nos cuidados paliativos da Clínica João de Deus, em Lisboa.

Apontador de morteiros de especialidade militar, era natural de Xabregas, na capital portuguesa, e mora na Gil Vicente. Sofre de Parkinson, doença agora agravada com uma paralisia Locrion progressiva, com perda gradual dos sistema muscular. 

Desejamos-lhe tudo de bom, com rápidas melhoras, dentro do que a medicina o pode ajudar. Com muita fé e maior esperança! Grande abraço!