CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

4 859 - Um «fim de semana decisivo», a poucos dias da independência!

O centro da vila do Quitexe, em plena Estrada do Café - que liga Luanda a Carmona, actual cidade do Uíge.
 Cenário muito igual aos tempos dos idos e distantes anos de 1974/1975, quando por lá jornadearam os
Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423
Aldeia Viçosa e as instalações da 2ª. CCAV. 8423,
em imagem de 25 de Setembro de 2019

A 31 de Outubro de 1975, hoje se fazem 44 anos e a poucos dias de 11 de Novembro, o da independência de Angola, prenunciava-se «um fim de semana decisivo». 
Militarmente, e segundo o Diário de Lisboa dessa data, as FAPLA desenvolviam acções de guerrilha à volta de Moçâmedes e Sá da Bandeira, com «ampla participação da população». Forças do ELP e da África do Sul, entretanto, acrescentava o jornal, «constituindo uma ponta de lança dos fantoches da FNLA e da UNITA, parecem tentar um avanço sobe o Lobito, em duas colunas, uma localizada na estrada marginal e outra pelo interior». 
Não há referências directas ao norte de Angola e muito menos a Carmona, ou outras terras uíjanas por onde passaram os Cavaleiros do Norte do BCAV 8423 - então já em Portugal
O Comissariado Político do MPLA, em Luanda, dava conta que «não se registaram alterações assinaláveis nas últimas 24 horas».
Decisivos eram os passos diplomáticos e políticos do mesmo MPLA, a poucos dias da declaração de independência. Preparava-se a Cimeira de Campala, convocada por Idi Amin, o presidente do Uganda e da OUA, e o partido de Agostinho Neto queria, obviamente, captar apoios.
Carlos Letras e Abel Mourato,
furriéis milicianos da 2ª. 

CCAV. 8423

Furriéis Letras e Mourato
de férias em Portugal !

Os furriéis milicianos Letras e Mourato, ambos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, vieram de férias a 31 de Outubro de 1974.
António Carlos Dias Letras era especialista de Operações Especiais (os Rangers) e viajou para o lugar de Pontes, em S. Sebastião de Setúbal, sua então residência familiar. Mora agora em Palmela, bem lá por perto. Abel Maria Ribeiro Mourato, que era o vagomestre da Companhia do capitão José Manuel Cruz, «voou» para Portalegre. Reside agora na alentejana Vila Viçosa.
Abraços para ambos, lembrando-lhes este tempo de há 45 anos!!! 
Adélio Silva

Adélio de Zalala, 67
anos em Alcobaça !

O atirador de Cavalaria Adélio Jacinto Correia da Silva, da 1ª. CCAV. 8423, comemora 67 anos a 31 de Outubro de 2019.
Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda de Zalala e por Angola conhecido como o PM, ou o Pataias, também passou por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, antes de, a 9 de Setembro de 1975, regressar a Portugal e à sua terra natal de Pataias, no município de Alcobaça.
Supomos que ainda lá residirá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

4 858 - Contra-subversão no Quitexe! Confusão política em Angola!

O hospital da vila do Quitexe, fotografado a 5 de Setembro de 2019. O edifício (colonial) apresenta-se
muito bem conservado e em funções que, acreditamos, estarão ao serviço da saúde dos uíjanos da zona
da vila por onde, há 44/45 anos, jornadearam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423
O antigo quartel da 1ª. CCAV. 8423, em Vista Alegre,
em imagem de 25 de Setembro de 2019. Imediatamente
antes, em 1974, tinha sido da CCAÇ. 4145.

Clicar na imagem para a ampliar

A Comissão Local de Contra-Subversão (CLCS) do Quitexe reuniu a 30 de Outubro de 1974, tal como a 3 e 16 do mesmo mês. Foi isto há 45 anos! O tempo passou.
«Usuais reuniões», chama-lhe o livro «História da Unidade», o BCAV. 8423. Os Cavaleiros do Norte, ao tempo, cumpriam obrigações operacionais no aquartelamento e em patrulhas nos principais itinerários do sub-sector, de forma a garantir o tráfego rodoviário e a segurança de pessoas e bens. Não sem alguns incidentes. A imprensa portuguesa de 30 de Outubro desse mesmo ano de 1974 deu atenção ao comício de apoio ao MPLA e o Diário de Lisboa titulou que «o imperialismo tenta desesperadamente perpetuar a exploração do nosso povo» - o povo angolano. O comício realizou-se no Pavilhão dos Desportos, organizado pela Casa de Angola, e foi ouvida uma mensagem de Agostinho Neto e críticas ao que os oradores consideraram «repressão violenta da PM e da PSP a manifestações pacíficas», os exércitos secretos da FRA e ENSINA, «a soldo dos colonialistas», também à «falta de medidas repressivas contra elementos da PIDE/DGS», ou o acordos apadrinhados por Mobutu, com a UNITA e Daniel Chipenda, em Lisboa chamados de «traidores e fantoches» - tudo, entre outras coisas, para «criar um clima de confusão política e isolar o MPLA». Assim se disse no comício.
Mobutu, presidente do Zaire, foi considerado «fiel guarda dos interesses colonialistas» e não foram poupadas a FUA (outra «organização colonialista») e a FLEC, considerada um dos «movimentos fantoches e neo-colonialistas».
Horácio Lopes

Horácio de Zalala, 67

anos na Póvoa do Lanhoso!

Horácio do Sacramento Lopes Carneiro, soldado atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 67 anos a 30 de Outubro de 2019.

Cavaleiro do Norte do Grupo de Combate comandado pelo alferes miliciano Carlos Sampaio, regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975 e à sua residência de Pousadela, lugar da freguesia de Monsul, município de Póvoa do Lanhoso. Esteve emigrado na Suíça e, agora já aposentado, é participante activo dos encontros dos Cavaleiros do Norte de Zalala e vive em Ferreiros, da mesma Póvoa do Lanhoso e para onde mandamos o nosso abraço de parabéns!
Graciano P. Queijo
no Lar Padre Tobias

Queijo, clarim da CCS,
faleceu há 6 anos !

O soldado Graciano da Purificação Queijo, clarim da CCS do BCAV. 8423, faleceu há 6 anos, no dia 30 de Outubro de 2013 e no Lar Padre Padre Tobias, em Samora Correia.
Natural de Vilarelhos, freguesia de Alfândega da Fé, onde nasceu a 28 de Setembro de 1952, teve vida errante após o seu regresso de Angola, onde também foi ajudante de cozinha, a 8 de Setembro de 1975. Acolhido no lar, teve vida confortada pelo apoio da instituição - que dele cuidou, extremosamente e até ao final dos seus dias.
Hoje, e sempre, o recordamos com saudade! RIP!!!

terça-feira, 29 de outubro de 2019

4 857 - Notícias de Carmona e do Uíge, apresentação de 6 FNLA´s!

A vila uíjana do Quitexe, a 25 de Setembro de 2019: o jardim público e a Administração do Município
(o bem conservado edifício colonial atrás das duas palmeiras), em imagem tirada da Estrada
do Café (a Rua de Cima)
O que foi quartel dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV.  
8423, em Aldeia Viçosa e a 25 de Setembro de 2019
Clicar na imagem para a ampliar

A imprensa portuguesa da 29 de Outubro de 1975, há 44 anos, dava, finalmente, notícias de Carmona e do Uíge, dando conta do «recuo, na Frente Norte e zona de confrontações no triângulo Barra do Dande-Caxito-Libongos, das forças mercenárias do ELNA».
O Diário de Lisboa, que citamos, acrescentava que «dada a contra-ofensiva desencadeada pela forças populares, as forças mercenárias abandonaram as suas posições naquela zona, tendo-se retirado para posições próxima do Ambrizete».
Estávamos a 13/14 dias da independência de Angola e o Diário de Lisboa desse dia acrescentava que «inclusive, as forças que possuíam no Ambriz foram igualmente concentradas naquela região».
A retirada, porém, poderia significar «o reagrupamento de efectivos», dado que, e continuo a citar o DL, «as forças mercenárias sofreram pesadas perdas em homens e material de guerra». Ontem mesmo, adiantava o jornal, «após violentos combates na 1ª. Região Militar (do MPLA), as forças mercenárias deixaram no terreno dois blindados zairenses e os seus ocupantes». 
As linhas de confrontação situavam-se, por essa altura, pela zona de Santa Eulália e havia já «unidades das forças regulares localizadas em Camabatela» - que fica(va) muito perto do Quitexe.
Rádio Clube do Uíge,a  25 de Setembro de 2019. Há 44 anos,
era de lá que a FNLA comunicava com Angola e o mundo

Notícias de Carmona
e Uíge, via rádio oficial

O dia de há 44 anos assinalou, também, o aparecimento, finalmente|||..., de notícias de Carmona. 
«A rádio dos mercenários, localizada em Carmona, capital da província do Uíge, para esconder as pesada derrotas sofridas na frente do Caxito, anuncia que os mercenários retiraram porque tinham de poupar o povo, que já não tinha comida em Luanda, nem água», noticiava o Diário de Lisboa.
Mercenários entenda-se, na linguagem do MPLA e das suas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), eram as forças da FNLA e quem as apoiava.
«Foi a UPA/FNLA que enviou água para Luanda, em aviões da Cruz Vermelha, para que o povo não morresse de sede», escrevia, entretanto, o Diário de Lisboa, por despacho do Diário de Luanda, dando voz à rádio controlada pelo moiomento de Holden Roberto, que emitia a partir de Carmona. Do estúdio local da Emissora Oficial de Angola - a Rádio Clube do Uíge (imagem).
O livro História da Unidade»

Apresentação de 6
elementos da FNLA 

Um ano antes, precisamente e de relevo, registou-se a apresentação «pela primeira vez, de um grupo de 6 elementos armados da FNLA».
Eram 7,30 horas da manhã quando contactaram o Comando do BCAV. 8423 e as autoridades administrativas do Quitexe, comandados pelo sub-comandante João Alves e dizendo-se pertencer ao «quartel» Aldeia.
Pretendiam  esclarecer «actividades na Serra do Quibinda, que julgavam ser das NT», como refere o livro «História da Unidade», o BCAV. 8423, precisando que «facilmente se concluíram ser de elementos estranhos que procuram, certamente, criar um clima de desconfiança local entre a FNLA e as NT».  
António Silva

Silva, da CCS, 67 anos
em Vila Nova de Gaia !

O rádio-montador Silva, da CCS do BCAV. 8423, a Companhia do Quitexe,  comemora 67 anos a 30 de Outubro de 2019.
António de Jesus Pereira da Silva integrou a equipa do furriel António José Cruz e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, fixando-se em Oliveira do Douro, município de Vila Nova de Gaia - de onde é natural. Já aposentado e participante habitual dos encontros dos Cavaleiros do Norte da CCS, mora agora nesta cidade, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

4 856 - Comandantes do Uíge no CSU! Conjura para golpe separatista!

Carmona, a actual cidade do Uíge, capital da Província do mesmo nome: Avenida Agostinho Neto,
antiga Capitão Pereira. À direita, ainda com o (mesmo) telhado de chapa, a famosa pensão dos idos
 anos 70 do século XX, seguida do edifício dos deputados provinciais
Quitexe, a 24/09/2019: messe e bar de sargentos (casa ver- 
de), residência do Comandante (azul) e casa de Rui Rei,
agora Polícia Nacional de Angola ((telhado em bico).
Clicar para ampliar a imagem
Cavaleiros do Norte
do BCAV. 8423


A 28 de Outubro de 1974, já lá vão 45 anos,  realizou-se uma reunião de comandos no Comando de Sector do Uíge (CSU), em Carmona, repetindo as de 4, 21, 25, 26 e 28, em «contactos operacionais». Com participação do tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, oficial de Cavalaria e comandante de BCV. 8423.
Ao tempo, preparava-se a já anunciada  remodelação do dispositivo militar do Uíge, que iria ficar reduzido aos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 e pouco mais - apenas as companhias aquarteladas no Negage e Sanza Pombo, não sei se outras. Não me lembro.
O dia foi também tempo para a conclusão, voluntária, do processo de desarmamento das milícias da área do Quitexe, sem se registarem quaisquer incidentes, o que não aconteceu por outras bandas bem próximas. 
A 26, apenas dois dias antes, recordemos, tinha-se realizado uma decisiva reunião com os regedores, sensibilizando-os para «a necessidade de entregarem o armamento». Os milícias, tanto quanto se sabia, «salvo honrosas excepções, não tiveram actuações de vulto em defesa dos seus aldeamentos» e até, sabia-se também que viviam «em contacto permanente com a FNLA, quase geral e há largos anos». 
A Estrada do Café, na entrada de Uíge (antiga Carmona)
e do lado do Quitexe, Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Luanda

Conjura para um
golpe separatista 

Rosa Coutinho, presidente da Junta Governativa, anunciava em Luanda, entretanto e nesse mesmo dia 28 de há 45 anos, que «gorou-se uma conjura para um golpe separatista do tipo rodesiano»
Era o que o famoso «almirante vermelho« dizia ao jornal «A Província de Angola» - o actual «Jornal de Angola». Acrescentava e explicava que a conspiração estava «ligada às forças reaccionárias que, em Lisboa, tentaram um golpe no mês passado, durante os acontecimentos que levaram à renuncia do general António Spínola, da Presidência da República».
E quem eram os conspiradores?
Rosa Coutinho indicou, «entre outras pessoas detidas», três dirigentes e o secretário geral do Partido Democrata-Cristão de Angola (António Navarro), que considerou «responsáveis pela recepção de uma remessa de armas que deviam ser descarregadas no território». Outro conjurado, ainda segundo Rosa Coutinho, era Ruy Correia de Freitas, director do próprio jornal «A Província de Angola» e que, na altura da entrevista, supostamente estaria na África do Sul.
«Alguns dos cabecilhas da conjura conseguiram fugir», afirmou, faz hoje 45 anos, o então presidente da Junta Governativa de Angola. 
José C. Fonseca

Fonseca, furriel da CCS,
68 anos em Lisboa !

O furriel miliciano Fonseca, amanuense da CCS do BCAV. 8423, festeja 68 anos a 28 de Outubro de 2019.
José Carlos Pereira da Fonseca, de seu nome completo, trabalhava na secretaria do Comando, na vila do Quitexe, e, vindo de férias a Portugal por Janeiro de 1975, não mais voltou a Angola. Sabemos que é técnico oficial de contas e que trabalha e vive em Lisboa, para onde «escrevemos» o nosso abraço de parabéns!
Fazenda Santa Isabel

Pratas de Santa Isabel, 67
anos em Praias do Sado! 

O 1º. cabo Pratas, da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, festeja 67 ans a 28 de Outubro de 2019.
José Fernando Pratas Moreira foi atirador de Cavalaria de especialidade e regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, à sua residência da Estrada de Santas, no Bairro da Linha, em Setúbal.
Mora agora no Bairro da SAPEC, em Praias do Sado, para onde «atiramos» o nosso abraço de parabéns

  

domingo, 27 de outubro de 2019

4 855 - Rotações nos Cavaleiros do Norte e a política a definir o futuro!

A nova ponte do Rio Dange, com o Destacamento da 1ª. CCAV. 8423 (antes da CCAÇ. 4145) assinalado
 a cor de laranja. A jusante, vê-se parte do tabuleiro e as grades da ponte do tempo dos Cavaleiros do
Norte do BCAV-. 8423, destruída durante a guerra civil angolana

A ponte nova do Rio Dange e parte do tabu-
leiro  da antiga, imediatamente a montante.
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A entrada do Quitexe, do lado de Luanda
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A remodelação do dispositivo militar da sub-sector onde operavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 foi anunciada a 25 de Outubro de 1974. 
A Companhia de Caçadores 4145/72, aquartelada em Vista Alegre e com Destacamento na Ponte do Dange, regressaria a Luanda e à sua unidade mobilizadora, o RI20, a partir de 20 e até de 25 Novembro. Para Vista Alegre, rodaria (e foi) a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala.
 A CCAÇ. 209/RI 21 abandonaria a Fazenda do Liberato a 8 de Novembro, assim encerrando a presença da autoridade militar portuguesa naquela área uíjana. Era comandada pelo capitão miicano Vicor Correia de Almeida. Regressava a Nova Lisboa e à sua unidade mobilizadora, o RI21.
Ainda neste quadro, para além da rotação da 1ª. CCAV. 8423 do capitão miliciano Davide Castro Dias para Vista Alegre (e Ponte do Dange), definiu-se que a 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel e do capitão miliciano José Paulo Fernandes, rodaria para o Quitexe - o que veio a acontecer a 10 de Dezembro.
Vista Alegre, na entrada do lado de Aldeia Viçosa
e do Quitexe, a 25 de Setembro de 2019

A política iria
definir o futuro

O comodoro Leonel Cardoso, nº. 2 da Junta de Governativa de Angola, deu, enquanto isso, uma entrevista ao jornal «O Comércio», que se publicava em Luanda, a 26 de Outubro de 1974, logo depois do acordo de cessar-fogo com o MPLA, afirmando, por exemplo, que «agora que os movimentos têm a possibilidade de fazer a sua mobilização política das massas, concerteza que essas massas, até aqui apolíticas, começam a aderir a este ou aquele partido».
«Isto - sublinhou Leonel Cardoso - é que vai definir o futuro. É a mesma coisa que as eleições na Inglaterra, cada facção política democraticamente faz a sua escolha».


Soares de Zalala 
faria 67 anos !

O Soares, soldado atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, faleceu a 27 de Outubro de 2004. Há 15 anos.
Américo  da Rocha Soares morava em Guião de Cima, freguesia de Cabeça Santa, município de Penafiel, e lá voltou a 9 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar em Angola - que o levou por terras de Zalala, Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona.
Não conhecemos a razão da sua morte, aos 52 anos, mas aqui o lembramos com saudade. RIP!

sábado, 26 de outubro de 2019

4 854 - O desarmamento dos milícias do Quitexe! A unidade e frente comum!

Carmona, agora cidade do Uíge, a 25 de Setembro de 2019. O edifício que foi do Comando da Zona Militar
 Norte e do Comando do Sector do Uíge (CSU), na praça dos serviços públicos - Câmara. Tribunal e CTT.
Agora é o Tribunal Militar Provincial
O pequeno lago do jardim do Quitexe, a 24 de Setembro
de 2019. Ao fundo, o edifício (colonial) da Administração

O Quitexe foi, a 26 de Outubro de 1974, há precisamente 45 anos, anfitrião de uma reunião com todos os regedores, as quais, segundo o Livro da Unidade, «foi feito ver a necessidade de entregarem o armamento das milícias».
O processo, como já por aqui lembrámos,  começara a processar-se 5 dias antes (a 21), mas «não teve boa aceitação, por parte dos povos», nomeadamente das áreas do Quitexe e Vista Alegre.
Os regedores eram uma autoridade local, que dispunha de milícias, formadas por homens válidos, alguns dos quais tinham cumprido serviço militar e estavam armados com espingardas de repetição. Funcionavam  como organização de alerta e auto-defesa das aldeias (sanzalas) e não custa compreender os seus receios em entregar as armas: ficavam indefesos ante os próximos senhores do poder, que eles tinham combatido, sob a bandeira de Portugal.
O desarmamento, mesmo assim (e depois de algumas dúvidas e pequenos incidentes), começou voluntariamente, a partir de 28 de Outubro de 1974.
Notícia do Diário de Lisboa

Esforços para a unidade 
e uma frente comum!

O mesmo dia, em Luanda, foi tempo para Agostinho Neto declarar ao jornal «O Comércio» que «temos feio esforços para a unidade e acredito que chegaremos ao momento em que todos nos uniremos uma frente comum para a independência do nosso país».
«O nosso desejo é sempre de colaborar com todas as forças patrióticas», acrescentou Agostinho Neto, negando, todavia, ter-se encontrado com Jonas Savimbi, presidente da UNITA. E dele não tinha a melhor opinião.
«Estamos a estudar o problema da UNITA, pois existem graves acusações sobre o seu presidente, feitas até por militares», disse Agostinho Neto, sem dizer quais mas garantindo, noutra perspectiva, que «não haverá represálias contra os europeus residentes em Angola».
«Não pode é - disse Agostinho Neto - é continuar a viver no país um grupo de privilegiados, como até aqui». Precisa, sublinhou o presidente do MPLA, de «verificar-se maior justiça em todos os sectores».
O sargento enfermeiro Manuel Eira, com
uma sua fotografia de militar na mão

Eira, sargento enfermeiro, 
76 anos em Vila Real !

O então 2º. sargento Eira, que foi Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423, festeja 76 anos a 26 de Outubro de 2019.
Manuel Alcides da Costa Eira apresentou-se em Aldeia Viçosa já em Abril de 1975. Cumprira, como furriel miliciano, a sua primeira comissão em Moçambique, de 1965 a 1968! Voltou a África, mas a Angola, em 1971, cumprindo a segunda comissão! E a Angola voltou,em 1975, para a 2ª. CCAV. 8423. Por brevíssimos dias em Aldeia Viçosa, até que, a 26 de Abril, a companhia rodou para Carmona. Aqui, no BC12, inventariou a farmácia do aquartelamento e com a 2ª. CCAV. viajou para Luanda, a 4 de Agosto, integrando a épica coluna militar desses dificílimos dias.
Já em Portugal, entrou para a Escola Prática de Polícia, em Torres Novas, onde, sempre como enfermeiro, esteve durante mais de 20  anos, até à reforma - agora morando em Vila Real. Está hoje em festa de anos. Parabéns!
  

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

4 853 - Remodelação do BCAV. 8423! Combates no (Ki)Piri e ofensiva do MPLA

A messe e bar de sargentos da CCS do BCAV. 8423, antiga messe de oficiais, no Bairro Montanha Pinto,
em Carmona, actual cidade do Uíge. O edifício, aparentemente, está dividido em dois, a avaliar pelas
cores da fachada. Imagem de 25 de Setembro de 2919
A secretaria da CCS , depois a Casa dos Furriéis e a Messe
de Oficiais do BCAV. 8423 (a casa do telhado em bico). Ave-
nida do Quitexe, a Rua de Baixo, a 24 de Setembro de 2019

O dia 25 de Outubro de 1974 - há 45 anos!!! - , foi tempo para contactos operacionais do comandante do BCAV. 8423 no Comando do Sector do Uíge (CSU), em Carmona e com outras unidades da ZA.  Repetiram- se no dia seguinte e a 28. 
O BCAV. 8423 eram comandado pelo tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, oficial de Cavalaria, e terá sido nessas reuniões que se decidiu a remodelação do dispositivo militar dos Cavaleiros do Norte - nomeadamente quanto ao abandono do Sub-Sector da CCÇ. 209, do RI 21, a Companhia do Liberato (comandada pelo capitão miliciano Victor Correia de Almeida e que viria a realizar-se a 8 de Novembro) e da CCAÇ. 4145, a de Vista Alegre (comandada pelo capitão miliciano Raúl Alberto de Sousa Corte-Real e que de lá sairia a 20 de Novembro, substituída pela 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala).
Ambas rodaram para Luanda.
A placa de entrada no Piri, com o furriel Viegas,
em imagem de 24 de Setembro de 2019

Violentos combates no (Ki)Piri
e ofensiva do MPLA


A 25 de Outubro de 1975, um ano depois, «registaram-se violentos combate no Porto de Kipiri» e a FNLA tentou progredir até ao Quinfandongo, porém «travada» por bombardeamentos da artilharia do MPLA, que destruiu uma auto-metralhadora e dois blindados das forças de Holden Roberto. 
A cidade de Carmona e a província do Uíge, últimos redutos dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, continuavam «fora» do noticiário da imprensa - quer angolana, quer portuguesa. Falava, isso sim, da «ofensiva do MPLA em Sá da Bandeira» - a actual Lubango. 
A cidade foi evacuada de civis, antes do ataque, e as forças que o MPLA considerava «mercenárias», foram divididas em duas e «recuaram para Humpata, a sudoeste de Sá da Bandeira, perto de Leba». 
O objectivo das forças anti-MPLA, segundo o Diário de Luanda, em serviço para o Diário de Lisboa, era «assegurar o controlo do Porto de Moçâmedes» e, deste modo, «permitir quebrar o isolamento das forças da UNITA/FNLA, na zona do planalto central».
Plácido Queirós

Queirós, furriel de Zalala,
67 anos em Braga !

O furriel miliciano Queirós, da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de Zalala, festeja 67 anos a 26 de Outubro de 2019.
Plácido Jorge de Oliveira Guimarães Queirós, de seu nome completo, foi atirador de Cavalaria de especialidade militar e ainda passou por Vista Alegre, Songo e Carmona (actual cidade do Uíge), regressando a Portugal, e a Braga, no dia 9 de Setembro de 1975. Por lá faz vida familiar e social e lá vive. Profissionalmente foi vendedor de automóveis, agora já aposentado e a viver as delícias da sua saudável sexYgenaridade!
É para lá, e para ele, que vai o nosso abraço de parabéns! Grande abraço!

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

4 852 - Comandante em Aldeia Viçosa e «situação grave» em Angola!

UÍGE, a antiga cidade de Carmona: o BC12, na saída para o Songo, agora quartel da Forças Armadas de
Angola. Aqui se aquartelaram os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, entre 2 de Março e 4 de Agosto 

de 1975, quando saíram na épica coluna para Luanda  
Quitexe, a 24 de Setembro de 2019: o edifício da antiga
enfermaria do BCAV. 8423 (casa azul), agora ao serviço
 do Estado Angolano (clicar para ampliar)
O DL de há 44
anos: «Situação
grave em Ango-
la». A 17  dias da
independência

O comandante Carlos Almeida e Brito deslocou-se a Aldeia Viçosa, onde se aquartelava a 2ª. CCAV. 8423, há 45 anos, a 4 de Outubro de 1974. 
O objectivo era, de acordo com o livro «História da Unidade», estabelecer
«contactos operacionais», numa altura em que começava a 
Há 44 anos, o MPLA assinou o cessar-fogo e,
segundo o Diário de Lisboa de 24/10/1974, 

preparava «a consolidação da paz» em Angola
murmurar-se, entre a guarnição, a probabilidade de o BCAV. 8423 ir rodar algumas das suas subunidades.
O que significava, para nós, Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, a probabilidade de anteciparmos o regresso a Portugal. Viria a ser, afinal, apenas em Setembro de 1975, 11 meses depois..., aos 15 meses de jornada africana do Uíje do norte de Angola. E nem imaginávamos o que nos esperava pelo tempo da ZA fora. Muito menos imaginaríamos os amargos e trágicos seis primeiros dias da primeira semana de Junho de 1975. 
A casa do comandante do BCAV.  8423, no Quitexe. Já foi
esquadra da Polícia Nacional de Angola e agora está assim.
 Foto de 24/09/019. Clicar na imagem, para a  ampliar

Situação grave
em Angola !
- Mobilização do MPLA e Angola «sujeita a uma invasão estrangeira»

Um ano depois, 24 de Outubro de 1975 e já com os Cavaleiros do Norte em Portugal, estava-se a 17 dias de independência e o Diário de Lisboa titulava: «Situação grave em Angola».
O MPLA controlava a capital e a maior parte do território e, em comunicado,  frisava que «Angola está sujeita a uma invasão estrangeira, a soldo do imperialismo, a qual de processa em várias frentes».
O comunicado foi lido por José Van Dunnem, aos microfones da Emissora Oficial de Angola, e mobilizava «todos os homens, entre os 18 e os 35 anos», não para a frente de combate «sem  instrução», porque «os efectivos regulares do MPLA são suficientes para as necessidades imediatas», mas para «constituir uma força militar mais ampla, face à invasão do território».  
Diário de Luanda de 24
de Outubro de 1975

Combates no Quifandongo, 
Porto Quipiri e Morro da Cal

A situação no Caxito tinha sido de «intenso duelo de artilharia» na véspera, mantendo-se mais ou menos as mesmas posições de MPLA e FNLA. 
O MPLA «conserva(va) a cintura defensiva em torno de Luanda» e, segundo o seu Comité Central, «prepara o contra-ataque». No momento, segundo o despacho do Diário de Luanda para o Diário de Lisboa, «os combates desenrolam-se na zona do Quifandongo/Salassembas, Porto Quipiri e Morro da Cal». Ainda na área de Luanda, o MPLA anunciou «a libertação das áreas do Quizondo e Zemba, de onde os mercenários da FNLA foram expulsos».
A situação na Frente Sul, «pressionada pelas forças invasoras, constituídas por mercenários recrutados na África do Sul, pelo traidor Daniel Chipenda e por forças regulares daquela país, mantém-se grave», como relatava o jornal, frisando que «os agressores ultrapassaram já Chíbia (antiga General João de Almeida) e aproximam-se de Sá da Bandeira».
As FAPLA, segundo o Diário de Lisboa, «efectuaram um recuo estratégico para garantirem a defesa da cidade» e os dirigentes do MPLA opinavam que «este avanço sobre Sá da Bandeira poderá vir a transformar-se numa imensa ratoeira para os agressores, que poderão ser cercados e privados das suas fontes de reabastecimento, que residem totalmente em território administrado pela África do Sul, na Namíbia».
Do Norte angolano, do Uíge, é que não havia notícias na imprensa de 24 de Outubro de 1975. Há 44 anos! Continuava a ser «terra da FNLA»?

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

4 851 - Acção psicológica nas NT, FNLA no Caxito e MPLA em Luanda!

A Administração do Quitexe, no bem conservado edifício colonial português e que, na frente, tem o
jardim público, para a Estrada do Café. Bem mais abaixo e na avenida (Rua de Baixo) ficava o
quartel do BCAV . 8423 e a Igreja de Santa Maria de Deus
Clube do Quitexe, à esquerda (edifício cortado, na imagem), 
na Estrada do Café e na vila uíjana, com o condutor João
 Nogueira. da CCAÇ. 209/RI 21 (a do Liberato) e o furriel 

Viegas, da CCS do BCAV. 8423, a 24 de Setembro de 2019 


As sessões cinematográficas que desde o dia 10 se exibiam nas unidades do BCAV. 8423 terminaram a 23 de Outubro de 1974 - no Quitexe, em Zalala, em Aldeia Viçosa e Santa Isabel, para além de Vista Alegre.
O filme integrava «o programa de acção psicológica sobre as NT» e é desse tempo o «travestismo»do furriel Viegas, disfarçado de mulher e a assistir ao filme, no Clube do Quitexe - no qual, aproveitando o escuro da 
Há 45 anos, admitia-se
 um Governo de Transição
  para Novembro 
noite e da sala, um jovem oficial, pensando-o jovem moça a ferver de cio, lhe começou a pôr a mão nos joelhos, querendo fazê-la medrar para partes mais íntimas. Ver AQUI.
O dia era quarta-feira e soube da confirmação oficial do cessar fogo, da parte do MPLA. A imprensa do da noticiava mesmo que seria possível, logo em Novembro, a formação do Governo de Transição de Angola. 
O acordo, como ontem aqui dissemos, fora feito no Moxico e Agostinho Neto era anunciado, no dia seguinte, para inaugurar a sede do movimento em Luanda.
Notícias da Angola no Diário de Lisboa de
23 de Outubro de 1975. Há 44 anos !

FNLA no Caxito
e MPLA em Luanda!

Um ano depois, e com o dia da independência cada vez mais próximo, a FNLA continuava senhora do Caxito e as suas tropas e as do MPLA desenvolviam «intensas movimentações» nas imediações desta vila e da Barra do Dande - a 53 quilómetros de Luanda.
O MPLA tinha expulso a FNLA daquela vila, «importante nó rodoviário de ligação de Luanda ao Ambriz», a 6 de Outubro, mas o ELNA/FNLA havia-a recuperado logo depois e tal reconquista significava, segundo alguns observadores, «sérios obstáculos às ofensiva que o MPLA mantinha em curso, nomeadamente a sul, contra Nova Lisboa, e a norte, rumo ao Ambriz e a Carmona». A «nossa» Carmona e o «nosso» Uíge! 
Os mesmos observadores, citados pelo Diário de Lisboa, consideravam que «a acção das forças da FNLA foi largamente facilitada pela deslocação de importantes efectivos do MPLA para a região de Nova Lisboa e pela concentração de tropas na Frente Norte»
«É necessário que à força dos exércitos mercenários possamos contrapor a força revolucionária das forças trabalhadoras», disse Lopo de Nascimento, que era o 1º. Ministro do Governo de Angola - de que, fazia já algum tempo, voluntariamente tinham saído todos os ministros da FNLA e da UNITA. 
Mota Viana em 2018
Mota Viana, Eusébio Martins
 e Plácido Queirós (1974)

Furriel Mota Viana
transferido de Zalala!

O furriel miliciano Mota Viana, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, foi transferido para a 1ª. CART. do BART. 6321/73, por despacho do Comandante da Região Militar de Angola datado de 22 de Outubro de 1974.
O bracarense Fernando Manuel Mota Viana alvo do rigor disciplinar do comandante Almeida e Brito (falta de boina em espaço público não militar), entendendo que, por ser furriel miliciano (e filho de um capitão SGE), deveria dar o exemplo.
Penalizado com 15 dias de prisão disciplinar agravada (OS nº. 97), agravada para 20 dias pelo Comando do Sector do Uíge ( OS nº. 112) e para 30, pelo Comando da Zona Militar Norte (OS nº. 154) - tal levou à sua transferência para Sanza Pombo e para os artilheiros da 1ª. CART. do BART. 6321/73.
Natural de Braga e lá residente, já aposentado, o Mota Viana é frequentador permanente dos convívios dos Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423 - a de Zalala, «a mais dura escola de guerra»Um abraço para ele. 

terça-feira, 22 de outubro de 2019

4 850 - O cessar fogo do MPLA, o Governo de Transição...

... e o Viegas junto ao mesmo monumen-
 to, 45 anos depois e já sem o brasão
do BCAV. 1917, que o construiu na
 comissão de 1967/69
Os furriéis milicianos Viegas e Neto em 1974 e no
pequeno monumento do jardim do Quitexe e...

Os dias do uíjano Quitexe, há 45 anos, eram passados com a exigência de constantes e inopinados patrulhamentos, para garantir a segurança dos principais itinerários
Tempo, também, para, entretanto e na tranquilidade (expectante da nossa jornada africana, continuarem os serviços de ordem habituais e, recordemos, decorria o processo de desarmamento dos milícias. Processo que enfrentou algumas dificuldades, é certo, mas se concretizou  com segurança e sem incidentes especiais. A grande esperança da guarnição tinha a ver com a anunciada formação do Governo de Transição, em Novembro seguinte. Seria um passo largo para o final da comissão. Assim se pensou, mas assim não seria, como o futuro veio a mostrar.
Aldeia Viçosa, a 24 de Setembro de 2019: as novas bombas
de gasolina e, atrás, parte do quartel da guarnição da
 2ª. CCAV. 8423. A casa azul é o posto de polícia

O cessar-fogo do MPLA
de Agostinho Neto


O dia 22 de Outubro de 1974 e no Lucasse, distrito do Moxico (actual Luena), foi tempo do encontro da Delegação Portuguesa com a do MPLA, que tornou oficial o cessar-fogo. 
O comodoro Leonel Cardoso, líder da delegação portuguesa, sublinhou a importância das negociações, que considerou «um passo largo para a paz em Angola».
Agostinho Neto, presidente do MPLA, considerou que «os conflitos, os males, as diferenças que nos opõem, podem terminar, através do diálogo honesto e construtivo».
Ao tempo, a FNLA e UNITA já tinham assinado o acordo de cessar-fogo com as autoridades portuguesas e estas negociações com o MPLA, concretizadas, anteviam a formação de uma frente comum, através da qual, com o Governo de Lisboa, se prepararia a formação de um Governo de Transição de Angola.
Vale a pena recordar a formação das duas históricas delegações. A portuguesa, liderada pelo comodoro Leonel Cardoso, nº. 2 da Junta Governativa, com os Secretários de Estado Peres do Amaral e António Augusto de Almeida, os majores Emídio Silva e Pezarat Correia (do Movimento das Forças Armadas) e o governador do Moxico e comandante da Zona Militar Leste (brigadeiro Ferreira de Macedo). A do MPLA, por Agostinho Neto, o presidente, com Lúcio Lara, Iko Carreira, Carlos Rocha, Ludy, Pedro Tonha, Jacob Caetano, João Van-Dunem e Aristides Van-Dunem (do comité central), comandante Bolingo, Rui Sá e Francisco Paiva (comissários políticos).
O alferes Pedrosa, à civil, ladeado pelos
 furriéis Rocha (à esquerda), Machado.
Lino e Cruz, em Carmona (1975)
O alferes Pedrosa, em
2018 e com a esposa

Pedrosa, alferes de Santa
Isabel, 67 anos em Leiria !

O alferes miliciano Pedrosa, da 3ª. CCAV. 8423 dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, festeja 67 anos a 22 de Outubro de 2019.
Luís António Pedrosa de Oliveira foi atirador de Cavalaria de especialidade e comandou um dos 4 Grupos de Combate da subunidade da Fazenda Santa Isabel - a do capitão miliciano José Paulo Fernandes. Regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975 e fixou-se na sua residência dos Marrazes, em Leiria, onde anda vive e para onde, e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!