CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

5 727 - Os dias das vésperas de rotação, há 47 anos, da CCS do Quitexe para Carmona!

O PELREC da CCS na saída para mais uma operação nas matas uíjanas. De pé, o alferes miliciano
 Garcia (falecido a 02/11/1979), Caixarias, 1º. cabo Pinto, Marcos, furriel Viegas, Silvestre (?), 
 Florêncio, Messejana (f. a 27/11/2009), Neves e Cordeiro. Em baixo, furriel Neto (que hoje festeja 70
 anos), Madaleno, Aurélio (Barbeiro), 1ºs. cabos Hipólito e Oliveira (TRMS), Leal (f. a 18/06/2007),
Francisco e 1ºs. cabos Soares (f. Março de 2019) e º. cabo Vicente (f. 21/01/1997)

Cavaleiros do Norte do PELREC. De pé, o furriel
 Monteiro, à civil, rodeados pelos 1º. cabos Vicente 
e Almeida, à esquerda, e Hipólito. Em baixo, Aurélio
(Barbeiro), furriel Neto, Leal e alferes Garcia.


O comandante Almeida e Brito voltou uma vez mais a Carmona no 28 dia de Fevereiro de 1975, uma sexta-feira de há 47 anos, para nova reunião de trabalho na ZMN, ultimando a rotação da CCS e da 2ª. CCAV. 8423 para o BC12.

O dia, na vila do Quitexe, onde ao tempo se se aquartelavam a CCS e a 3ª. CCAV. 8423 -  esta, lá chegada a 10 de Dezembro de 1974, ida da Fazenda Santa Isabel -, acordou sem grandes alterações ao habitual das últimas semanas: serviços de ordem, uma ou outra escolta e patrulhamentos na Estrada do Café.
Nada que incomodasse muito os já veteranos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. já rotinados e experimentados nestas andanças. Se bem que nunca fiando - tendo em conta, até, as escaramuças que se repetiam entre homens armados da FNLA e do MPLA.
O dia foi quente, tal como em Aldeia Viçosa e Vista Alegre/Ponte do Dange, por onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. e da 1ª. CCAV. 8423, respectivamente, e continuava e levedava o entusiasmo da partida para a capital da província uíjana, para o BC12, quartel localizado à saída para o Songo e cujas instalações iríamos ocupar.
Confirmava-se, assim, a remodelação do dispositivo militar que se murmurava desde o princípio do ano - que indicava que o BCAV. 8423 «iria sediar-se em Carmona», dado que, conforme se lê no livro «História da Unidade», «o BC12, que desde 1961 guarnecera a capital do Uíge, iria ser extinto».

O furriel Francisco Neto e esposa Ni

Os 70 anos do furriel
Neto, 46 de casamento !

O furriel miliciano Francisco Neto, 
Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, comemora 70 anos a 28 de Fevereiro de 2021. E, por feliz coincidência, também 46 de casamento!
Especialista de Operações Especiais (Rangers), jornadeou pelo uíjano Quitexe, onde em 1975 festejou os seus jovens 23 com cozinhados de Maria do Lázaro - a «mãos de fada» do restaurante Pacheco - e bem regados, que lá pelo Uíge angolano fazia sede de caraças.
Estávamos em vésperas de rodar para Carmona (a 2 de Março) e essa sexta-feira ajantarada e festiva dos 23 anos do Neto foi assim como que a da nossa despedida da saudosa vila do Quitexe. 
Um ano depois, nem mais nem menos e já sem camuflado vestido, pôs-se em fato de ver-a-Deus e diante do altar de Nossa Senhora da Paz, fez juras de amor eterno à sua Ni, namorada do tempo e mulher de toda a sua vida! 
Estão ambos na maior, aposentados e avós babados, e para ambos vão os nossos parabéns!
O furriel Viegas e a viúva
de J. Almeida (2018
)
J. Almeida
anos 2000!


A morte do 1º cabo
Joaquim Almeida !

O 1º. cabo Joaquim Figueiredo de Almeida, atirador de Cavalaria da CCS, faleceu, de doença, a 28 de Fevereiro de 2009. Há 13 anos.
Cavaleiro do Norte do PELREC, foi louvado porque foi «militar muito disciplinado, correcto e sempre pronto a cumpridor de quaisquer serviços, mesmo voluntários». 
Destacou-se, particularmente, enquanto encarregado do refeitório dos praças e no serviço de padeiro, sendo, neste caso, «especialmente notório o seu esforço durante os dias em que foi prestado apoio as refugiados dos incidentes de Carmona».
Natural de Pedrogão de S. Pedro, em Penamacor, lá voltou no dia 8 de Setembro de 1975 e esteve emigrado em França, antes e depois do serviço militar. Já regressado à casa natal, foi vítima de doença cancerosa, aos 58 anos, feitos dois meses antes - nascido a 5 de Dezembro de 1950.
Há 4 anos e numa inesperada passagem pela sua terra natal, tivemos ocasião de conhecer e conversar com a sua viúva, d. Piedade Almeida, que nos deu conta do sofrimento que o nosso companheiro teve nos seus últimos tempos de vida e de como «foi um bom marido».
 Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!


domingo, 27 de fevereiro de 2022

5 726 - Almeida e Brito em Carmona para «ultimar os aspectos da rendição do BC12»!


O tenente João Elóy Mora, que já 48 anos se apresentou no RC4 e no BCAV. 8423. Aqui, na
na avenida do Quitexe e em frente à secretaria da CCS, com furriéis milicianos Francisco
  Neto, Viegas e José Monteiro e o 1º. cabo Miguel Teixeira
Comandante Almeida e Brito
tenente-coronel de Cavalaria


A 27 de Fevereiro de 1975, há 47 anos, o comandante dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 voltou a Carmona e à ZMN para «ultimar os aspectos da rendição do BC12».
O mesmo já acontecera a 19, 20, 25 e 26 (quando, de vez, foi definida a rotação) e depois, a 28, dias em que o então tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, oficial de Cavalaria, analisou e preparou os pormenores para a rotação da CCS - a primeira
 Companhia do BCAV. 8423 que iria rodar para a capital do Uíge. 
A CCS estava ao tempo aquartelada no Quitexe desde o dia 6 de Junho de 1974 e recebeu a 3ª. CCAC. 8423 a 10 de Dezembro de 1974 (a da Fazenda Santa Isabel). Preparava-se agora para, a 2 de Março, ir ocupar as instalações do Batalhão de Caçadores nº. 12 (BC 12), unidade que estava em processo de extinção. 
Os companheiros da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, também já preparavam malas para a sua rotação, igualmente para Carmona.
O Uíge, por esse tempo, estava minimamente sereno mas era tensa a situação em outros pontos de Angola. Já nem falando de Luanda, onde incidentes eram «pão-nosso-de-cada-dia», no Lobito registaram-se incidentes por causa da greve dos trabalhadores do porto, aparentemente fomentada pela UNITA - segundo a acusação do MPLA, que atribuiu ao movimento de Jonas Savimbi «a manobra divisionista destinada a criar o caos».
«Quem está interessado em fomentar as greves»?
, questionava o movimento de Agostinho Neto, apelando para 
«a vigilância dos trabalhadores contra as manipulações dos inimigos do povo».
Os tenentes João Mora e Acácio Luz e
os alferes milicianos Garcia e Ribeiro em
frente ao Comando do BCAV. 8423


Tenente João Eloy Mora
apresentou-se no RC4

O então alferes e futuro tenente Mora, do SGE, apresentou-se no RC4, em Santa Margarida, no dia 27 de Fevereiro de 1974, «por ter sido nomeado para servir no Ultramar, fazendo parte do BCAV. 8423 como adjunto da CCS».
João Eloy Borges da Cunha Mora, era este o seu nome completo, chegou às 22,30 horas e rodava dos Serviços Centrais do Exército, em Lisboa. Imortalizou-se nos Cavaleiros do Norte como o tenente Palinhas, assim carinhosamente era tratado por sempre «exigir» que se lhe batesse a pala, em continência. Não o fizessem os subalternos, fá-lo-ia ele, dando o exemplo. Era natural do Pombal, onde nasceu a 30 de Junho de 1926. Faleceu a 21 de Abril de 1993, aos 67 anos, em Lisboa e de doença. 
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!

Furriel José Nascimento e alferes
Lains dos Santos, ambos milicianos
Furriel miliciano Nascimento
apresentou-se no BCAV. 8423!

O furriel miliciano José António Moreira do Nascimento, vagomestre da 1ª. CCAV. 8423, apresentou-se no RC4 a 27 de Fevereiro de 1974, já lá vão 48 anos.
Futuro Cavaleiro do Norte de Zalala, rodava do Regimento de Infantaria nº. 15 (RI 15), em Tomar, apresentando-se às 11 horas de noite no campo Militar de Santa Margarida e a caminho do seu destino angolano. Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à sua cidade do Porto natal, freguesia de Campanhã, e desde há muitos anos, está emigrado nos Estados Unidos e radicado no Estado do Arizona - e onde diariamente diz olá aos Cavaleiros do Borte, via este blog
. Grande abraço!

sábado, 26 de fevereiro de 2022

5 725 - A CCS do BCAV 8423 a rodar para o BC 12, há 47 anos, rápida e imediatamente...

 

Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa; os furriéis milicianos António
Guedes, José Gomes, Amorim Martins, António Carlos Letras e Jesuíno Pinto - falecido a
3 de maio de 2017, em Vila Verde. À frente, dois praças: o Sebastião e o Oliveira!
O BC12, em Carmona, na saída da cidade, para aí a uns 2
quilómetros, e na estrada para o Songo, em 1974. Em baixo,
no ia 25 de Setembro de 2019, quando por lá passou o 
furriel Viegas, da CCS do BCAV. 8423 


O comandante Carlos Almeida e Brito voltou a reunir em Carmona, a 26 de Fevereiro de 1975, há 45 anos e na ZMN, data em que definitivamente ficou definida a rotação do Batalhão de Cavalaria 8423 para a capital do Uíge.
Tal rotação de há de há dias (semanas?), de resto, já se vinha a falar, a ... murmurar.
«Situação que só se definiu em 
26 de Fevereiro, agora com a pressa de uma rápida e imediata mudança para o aquartelamento do BC 12, em extinção, o que só se conseguirá vir a realizar a 2 de Março», relata o livro «História da Unidade».
As reuniões de trabalho sobre esta medida vinha a realizar-se de há vários dias (19, 20 e 25, agora a de 26 e ainda as de 27 e 28 de Fevereiro) e foi definitivamente posta de parte a hipótese de os Cavaleiros do Norte irem para Luanda - onde eram desejados pela Região Militar de Angola (RMA).
Os militares da CCS receberam a confirmação com satisfação - que, de resto, era extensiva a todo o Batalhão de Cavalaria 8423. Tratava-se, na prática, de mais um passo no tempo de comissão, que dia a dia íamos riscando no calendário.
Por essa altura, recebi correio de Luanda, do meu amigo Alberto Ferreira, cabo especialista da Força Aérea e companheiro e escola (em Águeda) das noites da boa vida luandense: «Isto está uma m..., ninguém sabe no que isto vai dar, cá para mim ninguém se entende, o Governo de Transição e os movimentos, vemos por aí malta armada por todos os cantos. Até miúdos, pá....».
Ainda pelo Quitexe, nem imaginávamos em que tranquilidade vivíamos. Que sabia? Ir para Carmona até seria a melhor solução.

O adeus a Angola
do sapador Albino !
Albino Dias
 em 1974/75

O soldado sapador Albino Marques Dias, da CCS do BCAV. 8423, regressou a Portugal no dia 26 de Fevereiro de 1975, evacuado por problemas de doença, relacionados com uma epilepsia - razão porque já lá tinha estado internado.
Natural de Loureiro, freguesia de Oliveira de Azeméis, esteve e durante mutos anos trabalhou na Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, agora já aposentado. Voltou ao convívio dos Cavaleiros do Norte da CCS 44 anos depois, no encontro de 2019, o último da CCS do BCAV. 8423, devido à COVID 19, e em Penafiel, durante o qual se emocionou e do qual regressou felicíssimo à sua terra natal da oliveirense Loureiro.
Acabámos de falar com ele e está de boa saúde, sem COVID a incomodar-lhe a vida, mas surpreendido quando lhe lembrámos o dia 26 de Fevereiro de 1975, o da sua evacuação para Portugal. «Pois foi, pá... Nem me lembrava, pois foi, pois foi...», avivou a memória a e sorrir de saudade.
Grande abraço!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

5 724 - Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423, há 47 anos, a prepararem mudança para Carmona!

Futebol no Quitexe. De pé, 1ºs. cabos  Grácio, José Gomes e Miguel Teixeira,  Botelho, Miguel
 (furriel páraquedista), Gaiteiro e 1º. cabo Soares. Em baixo, 1º. cabo Teixeira  (pintor), furriéis 
Mosteias e Lopes, NN, furriel José Monteiro e 1º. cabo Domingos Teixeira (estofador)

O 1º. sargento José Luzia no bar dos
sargentos do Quitexe, ladeado pelos furriéis
milicianos Monteiro e Viegas, todos da CCS

A 25 de Fevereiro de 1975, há 47 anos, o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, comandante do BCAV. 8423, voltou a reunir na Zona Militar Norte (ZMN, para «ultimar os aspectos de rendição do BC12», a unidade e aquartelamento que os Cavaleiros do Norte iam substituir e ocupar na cidade de Carmona - a capital do Uíge.
O 1º. sargento Fernando Norte,
da 2ª. CCAV. 8423, a de
Aldeia Viçosa
O encontro de trabalho seguia-se a dois (de 19 e 20) e ainda se sucederiam mais três (a 26, 27 e 28 desse mês de Fevereiro de há 41 anos). Ao mesmo tempo, «foram estabelecidos inúmeros contactos entre a CCS e a 2ª. CCAV. 8423, com o BC12», já que, como se lê no Livro da Unidade, «serão estas duas unidades que rodarão para Carmona». A CCS comandada pelo capitão SGE António Martins de Oliveira, a 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa pelo capitão miliciano José Manuel Cruz. Estes contactos, porém, terão tido aprofundada colaboração dos dois 1º. sargentos das respectivas Companhias - José Claudino Luzia e Fernando Norte.
Tudo se aprontava, pois, para a rotação para a capital do Uíge! Tão esperada e desejada! No Quitexe, continuaria a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes. Em Vista Alegre e Ponte do Dange, a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias. Porém, e segundo o Livro da Unidade, «a aguardar a possibilidade de rodar para o Songo».
Alberto Pimenta em Zalala (1974)
Alberto Pimenta,
o Barbas (2019)

Pimenta, o Barbas de 
Zalala, faria hoje 70 anos!

O atirador de Cavalaria Alberto Abel Alves Pimenta faria 70 anos no dia 25 de Fevereiro de 2022. Hoje. Faleceu há 2 anos, a 7 de Janeiro de 2020! 
Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, era natural do Mindelo, em Vila do Conde, e lá voltou a 9 de Setembro de 1975. Ainda em Zalala e durante a sua jornada africana do Uíge angolano, deixou crescer a barba, que nunca mais cortou e ficou, para sempre, como sua imagem de marca. Trabalhou como mecânico profissional (e empresário deste sector) e foi participante sempre activo dos encontros de confraternização dos Cavaleiros do Norte de Zalala! Vivia na Estrada Nova, na Póvoa do Varzim e hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

5 723 - Adesão à FNLA da Facção Chipenda, dissidente do MPLA! Rendição de comandantes ao MPLA!


Cavaleiros do Norte do BCV. 8423 em Aldeia Viçosa, todos milicianos: alferes Carvalho de
Sousa, capitão José Manuel Cruz e alferes António Albano Cruz (da CCS), João Carlos
Periquito e, em baixo, Jorge Capela. Todos eles gente do alto!


A expectativa dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 aumentou nos últimos dias de Fevereiro de 1975, quanto ao seu futuro próximo. Iam para Carmona (e o BC12) ou para Luanda? 
A primeira hipótese era a cada vez mais provável e, pelo Quitexe - onde, desde 10 de Dezembro de 1974, também se aquartelava a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel - seguia a rotina de serviços e a apresentação de vários elementos dos movimentos, nomeadamente da FNLA.
Foi na FNLA que, a 22 de Fevereiro de 1975, se integrou a Facção Chipenda, também identificada por Revolta do Leste. «A partir de hoje, colocamos as nossas tropas sob o alto comando do Estado Maior General da FNLA, com a condição de os nossos oficiais continuarem a comandar as nossas unidades», disse Daniel Chipenda, numa conferência de imprensa em Kinshasa, capital do Zaire.
A Facção era dissidente do MPLA e, em Luanda, estimava-se tivesse pelo menos 3000 homens armados, comandados por Chipenda, que tinha sido «oficialmente expulso» do movimento presidido por Agostinho Neto. Chipenda, e cito o Diário de Lisboa, «passa a ser representante no Governo de Transição pelo movimento de Holden Roberto» - a FNLA.
O MPLA reagiu em comunicado do seu Estado Maior General, anunciando que «renderam-se na Frente Leste, no passado dia 16, os comandantes Luhele, Katchukuchuku, Ácido e Muhongo Nabanka, que, até esta data estavam integrados nas forças imperialistas de Daniel Chipenda».
O comunicado acrescentava que «renderam-se na área do Cazombo e estão em processo de reintegração nas FAPLA», seguindo-se (a rendição) às dos comandantes Mafuta, Cow-Boy, Pela Virianga e Bala Direita, que «com as suas tropas, se tinham rendido em Janeiro» desse mesmo ano de 1975.


A apresentação do
alferes António Cruz!

O futuro alferes miliciano António Albano Araújo de Sousa Cruz apresentou-se no BCAV. 8423 a 24 de Fevereiro de 1974, já lá vão 48 anos. Como o tempo passa! É um instantinho!
O então aspirante a oficial miliciano era licenciado em engenharia mecânica e recém-casado com a médica dra. Margarida Cruz - que o acompanhou, com o filho Ricardo (foto) na jornada africana do Uíge angolano e por lá foi professora primária, na escola do Quitexe.

 

A formação e especialização militar tinha sido Escola Prática de Serviço de Material (EPSM), em Sacavém, e rodou para a Companhia Divisionária de Material Militar (CDMM), no Entroncamento de onde foi «despachado» para o Regimento de Cavalaria nº. 4, em Santa Margarida, «por ter sido nomeado para servir no ultramar, com destino à CCS do BCAV. 8423».
Os atiradores de Cavalaria, «grosso» da guarnição, e os respectivos quadros instrutores tinham entrado de licença de 10 dias, a chamada «licença especial», na sexta-feira anterior e, por isso mesmo, poucos futuros Cavaleiros do Norte lá encontrou. Apenas, e já na segunda-feira, alguns quadros profissionais e uns poucos especialistas. 
Os futuros «operacionais» apenas voltariam ao Destacamento do RC4 no dia 4 de Março seguinte, prosseguindo a preparação operacional que antecipava a 

 

partida para o teatro de guerra para que estavam mobilizados - para Angola. O que, no caso da CCS, só viria a acontecer a 29 de Maio desse ano de 1974.
Cavaleiros do Parque-Auto da CCS: 1º. cabo
Agostinho Teixeira, alferes António Albano
Cruz e condutor Américo Gaiteiro

Louvor ao Parque-Auto
do alferes António Cruz !

O alferes Cruz é natural de Santo Tirso, onde ainda actualmente reside, mas, ao tempo, vivia em Aldoar, no Porto, e em Angola comandou o Pelotão de Manutenção Auto-Rodas, que foi louvado por ser «equipa de trabalho com espírito de entreajuda e sacrifício, procurando tirar o maior rendimento do seu labor».
Ao mesmo tempo que, sublinha louvor proposto pelo capitão António Martins de Oliveira (SGE), comandante da CCS, «torneando dificuldades inerentes ao muito uso das viaturas e ás faltas constantes de sobressalentes, conseguindo que delas se obtivessem condições de utilização em tempo oportuno e muito aceitáveis»
Um abraço, alferes Cruz! E para todos os Cavaleiros do Norte do Quitexe, de Zalala, de Aldeia Viçosa e de Santa Isabel - santuários da nossa in esuqecível jornada africana do norte uíjano de Angola! Com Luísa Maria, Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

5 722 - Cavaleiros do Norte há 48 anos e em apresentação no RC4 de Santa Margarida!


Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, numa «operação» de transporte
 de de água para o aquartelamento: Soares, Abrantes, 1º. cabo Martins (rádio-telegrafista),
Mendes e 1º. cabo Teodósio (mecânico)

Memorial dos mortos do ultramar em Odivelas. O nome
de Joaquim Manuel Duarte Henriques em destacado.
Foi Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala


O sábado de 23 de Fevereiro de 1974, um sábado de há, 48 anos, foi tempo de se apresentarem no RC4 «vindos do RI 11, por terem sido nomeados para servir no Ultramar, com destino ao BAV. 8423» um alargado grupo de futuros Cavaleiros do Norte.
O Regimento de Infantaria 11 (RI 11) estava aquartelado em Setúbal e o dia foi o primeiro das férias dos homens da Escola de Recrutas. Também neste dia 23 de Fevereiro de há 48 anos se apresentou o 1º. cabo padeiro Aurélio P. Oliveira, oriundo do 2º. Grupo de Companhias da Administração Militar 2 (GCAM2), da Póvoa de Varzim. Por razão desconhecida, não embarcou para Angola.
A véspera tinha sido dia da apresentação do atirador de cavalaria Joaquim Manuel Duarte Henriques, «por ter terminado a pena que lhe foi imposta». Era da 1ª. CCAV. 8423 e faleceu em Angola, a 21 de Setembro de 1974. Doente em Zalala, foi evacuado para o Quitexe e passou pelo Negage, antes de seguir para o Hospital Militar de Luanda - onde acabou por falecer. 
O corpo foi trasladado para o cemitério de Odivelas, a sua terra natal, e o seu nome está em memória no monumento da imagem. Solteiro, era filho de João Pedro Henriques e Delfina da Conceição Duarte. RIP!!
Quanto aos outros, foram estes, destinados às Companhias indicadas:
Manuel Vilaça
em 2017

1ª. CCAV. 8423,
a de Zalala

- Manuel  de Almeida Novo, 1º. cabo apontador de morteiros. Natu-
ral de Paradaço, da freguesia de Calde, em Viseu. Lá regressou a 9 de Setembro de 1975, no final da jornada africana de Angola.
- José António Tavares de Sousa, soldado apontador de morteiros. Desconhecemos a sua origem. Regresso, idem.
- Manuel Joaquim Vilaça da Silva, soldado apontador de morteiros. Natural do lugar da Barroca, freguesia de Outriz, do concelho de  Vila Nova de Famalicão. Regresso, ibidem. É participante habitual dos encontros dos Cavaleiros do Norte de Zalala - os de Natal e os anuais.
Adelino  Couto

2ª. CCAV. 8423,
a de Aldeia Viçosa

- Adelino Augusto Ferreira do Couto, soldado apontador de mor-teiros. Natural e residente em Lousada, em Vila Nova de Famali-
cão, lá regressou a 10 de Setembro de 1975.
- António Manuel Magalhães Macedo, soldado apontador de mor-
teiros. Natural do lugar de Cimo de Vila Costance, freguesia de Livração, do concelho de Marco de Canaveses. Lá regressou, idem.
Fazenda Santa Isabel

3ª. CCAV. 8423.
a de Santa Isabel

- José Agostinho da Silva Ferreira, 1º. cabo apontador de morteiros. Natural de Vila Chã, da freguesia de Santo Es-
tevão de Briteiros, concelho de Guimarães - onde residia. Lá regressou no dia 11 de Setembro de 1975.
- Fernando da Silva Oliveira, apontador de morteiros. Natural do lugar de Sub-Estrada, em Nespereira, também do concelho de Guimarães. Regresso, idem.
- António Monteiro de Carvalho, apontador de morteiros. desconhecemos a sua origem natalícia. Regresso, ibidem.

F. Balha

Balha de Aldeia Viçosa,
70 anos em Coruche!

O 1º. cabo Fernando Balha Ferreira, atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, festeja 70 anos a 24 de Fevereiro de 2022. Linda idade!
Natural do lugar de Cabecinhas, da freguesia de S. José de Lamarosa, no ribatejano concelho de Coruche, este Cavaleiro do Norte da guarnição de Aldeia Viçosa (comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz), também passou por Carmona e de Angola regressou a 10 de Setembro de 1975.
Mora agora em Salgueiral, da mesma freguesia ribatejana, para onde, com os nossos parabéns, vai embrulhado o desejo de muitos mais e bons anos de vida!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

5 721 - Os exercícios finais e, há 48 anos, a Licença de Normas do BCAV. 8423!

Cavaleiros do Norte no Quitexe,  no Natal de 1974. De frente, Gaiteiro e Serra, 1º. cabo
mecânico Malheiro, Aurélio (o Barbeiro, que amanhã faz 70 anos) e os 1ºs. cabos Mendes e
 Miguel. Em primeiro plano, 1º. cabo Monteiro (Gasolinas), Cabrita e Calçada

O 1º. cabo Albino Ferreira, os furriéis Viegas e Neto e
os soldados atiradores Francisco António e Augusto
Florêncio, todos do PELREC e em 2010


Os exercícios finais da Escola de Recrutas do BCAV. 8423, os futuros atiradores de Cavalaria dos Cavaleiros do Norte do Uíge angolano, terminaram a 22 de Fevereiro de 1974. 
Há 48 anos!
«O pessoal foi chamado a gozar a chamada Licença de Normas», reporta o livro «História da Unidade», acrescentando que «acabou por ser aumentada, de tal modo que só em 22 de Abril se voltou a reencontrar todo o pessoal do Batalhão, para dar efectivação à instrução operacional».
A instrução, ainda de acordo com o «HdU», «decorreu em bom nível, porquanto foram envidados todos os esforços no sentido de melhor tornear as dificuldades existentes». Muito embora, «nem sempre o RC4 tenha podido dispor dos materiais necessários à realização de uma instrução perfeita».
Ao tempo, conhecendo-se a mobilização para Angola, não se sabia, porém, qual seria a zona de intervenção - nem tal nos preocupava o que quer que fos-
se. Os quadros e algum do pessoal de praças revezaram-se em períodos de serviço, até 22 de Abril - data em que se iniciou o IAO (Instrução Altamente Operacional),  já com todos os especialistas.

Furriel João Dias e 1º. cabo Albino
Ferreira, em Outubro de 2016
Albino, 1º. cabo da CCS,
faleceu há 5 anos!

O 1º. cabo Albino dos Anjos Ferreira, atirador de Cavalaria do PELREC da CCS, faleceu há 5 anos: a 23 de Fevereiro de 2017.
Cavaleiro do Norte no Quitexe, e depois da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, era natural de Cardal, no concelho de Ferreira do Zêzere, e radicou-se na grande Lisboa. Por lá fez a sua vida profissional e familiar e tinha feito 64 anos a 28 de Novembro de 2016. Semanas antes, em Outubro, foi localizado pelo furriel João Dias, em Almargem do Bispo (Sintra) - já muito adoentado, com problemas de Parkinsom e outros. É desse reencontro a imagem que aqui publicamos.
Recordamos hoje, e com saudade, este nosso bom companheiro da nossa jornada africana do Uíge de Angola. RIP!!
Aurélio Júnior
(Barbeiro)

Aurélio, o Barbeiro, 70
anos em Ferreira do Zêzere!

O soldado Aurélio da Conceição Godinho Júnior, da CCS do BCAV. 8423, está amanhã em festa. É dia 23 de Fevereiro de 2022 e comemora 70 anos!
Atirador de Cavalaria do PELREC, por terras do Uíge angolano acumulou esta especialidade com as funções de barbeiro da Companhia. Regressou a Portugal, a 8 de Setembro de 1975, à Raposeira, da freguesia de Pias, no concelho de Ferreira do Zêzere, de onde é natural e por onde faz vida profissional como pequeno empresário dos sectores da electricidade, das ferramentas e dos electrodomésticos. É participante de todos os convívios da CCS e um dos co-organizadores do encontro de 2010 - precisamente em Ferreira do Zêzere. Parabéns!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

5 720 - As mortes dos 1ºs. cabos Damião Viana, da CCS, e Abílio Delgado, da 2ª. CCAV. dos Cavaleiros do Norte!

Cavaleiros do Norte na baixa de Luanda, em 1974, todos 1ºs. cabos: João Estrela, António Carlos
  Medeiros (falecido a 10/04/2003), Miguel Teixeira, Damião Viana (falecido a 21 de Fevereiro de 2021) e
Vasco Vieira (Vasquinho)

Damião Viana a 19 de Janeiro de
2021, quando festejou 69 anos!
O 1º. cabo Damião Viana em Angola

A rotação para Carmona era, há 47 anos, muito expectada e ainda mais desejada pelos Cavaleiros do Norte, que assumiam a sua jornada angolana do Uíge com garbo e coragem (sempre que tal foi preciso), sem hesitar diante de qualquer perigo, mas também com impaciência!
As perguntas sobre a mudança, todavia, não tinham respostas, porque não existiam (ou nem poderiam ser dadas), mas a expectativa dos Cavaleiros do Norte levedava cada vez mais e era tema diário das nossas conversas.
Uma ida circunstancial a Carmona, e ao BC12 - pela curiosidade de conhecer o aquartelamento -, permitiu a (in)confidência de um oficial do já extinto (a 13 de Fevereiro, dias antes) Comando do Sector do Uíge (CSU).
«Luanda quer-vos lá, mas vocês vão ficar cá até ao fim», disse-nos o oficial, mais ou menos assim e sem certezas absolutas.
Anos 47 depois, o 1º. cabo Damião Augusto das Neves Viana, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, faleceu na madrugada de 21 de Fevereiro de 2021, há precisamente um ano e vítima de doença prolongada.
Escriturário de especialidade militar, trabalhou no secretariado do Comando do BCAV. por toda a jornada africana do norte de Angola e terras uíjanas do Quitexe e Carmona e cumprindo a missão de 15 meses que por lá o(nos) levou. 
Regressou a Portugal e a Valbom, do município de Gondomar, a 8 de Setembro de 1975. Onde nasceu a 19 de Janeiro de 1952.
Há um ano de 2021, AQUI lembrámos os 69 anos que nesse dia comemorava e para ele mandando o nosso abraço de parabéns, que era também o abraço gigantesco de todos os Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423.
Mal suspeitávamos da doença que lhe minava o corpo, doença oncológica e já prolongada, que o foi fragilizando - até à madrugada desse dia, quando estava internado no Hospital de Santo António, no Porto.
Deixou viúva Fernanda Grilo (Nina) e dois filhos: Ana Sofia e Luís Miguel Viana.
Grande abraço para eles, solidário e já embrulhado na saudade de um bom companheiro da nossa jornada africana do Uíge nortenho de Angola. RIP!!

Os noivos Nina e Damião


Cara d´amor e saudade
de Nina a Damião !


Fernanda Grilo, a Nina na intimidade familiar, viúva do saudoso 1º. cabo Damião Augusto das Neves Viana, escreveu hoje, na sua página de facebook, uma epístola d´amor e saudade de seu marido e nosso companheiro da jornada africana do norte angolano do Uíge.
Esta:
«Amar é… nunca dizer que se lamenta!
Damião: Partiste fisicamente há 12 meses - um ano!
Foste um guerreiro um resistente, um resiliente, aceitaste tudo o  que a vida e que o Universo te deu!
A tua força, o teu amor à vida, levou-te a contornar esse «maldito bicho»!
Até que chegou a madrugada em que a resistência, a resiliência e o amor à vida decidiram que o teu corpo não deveria sofrer mais.
A despedida foi tão cruel quanto serena; cruel porque te iria perder, serena porque a aflição e o sofrimento que estavas a passar acabava: «amar, também é saber deixar partir!».
Descansa em paz, companheiro!
No meu coração, o amor por ti, o respeito, a memória e a saudade estarão sempre presentes!
Que o Universo te encaminhe para a Luz, pois sei que tu, Damião, os meus pais e o meu irmão, continuam a fortalecer, a iluminar e a guiar o meu caminho!
Eu sei que sim!
Embora tenha plena consciência que no «lugar» onde possas estar não há tecnologia nem redes sociais, a mim sabe bem escrever-te.
NINA VIANA
Abílio Delgado


Delgado, 1º. cabo da 2ª. CCAV.
8423, faleceu há 12 anos!

O 1º. cabo 
Abílio da Fonseca Delgado foi  atirador de Cavalaria de especialidade militar e combatente da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Faleceu há 12 anos, a 22 de Fevereiro de 2010!
Cavaleiro do Norte do BCAV. 8423, da subunidade comandada pelo do capitão miliciano José Manuel Cruz, era natural do lugar de Casal da Charneca, na freguesia de Évora, do concelho de Alcobaça, e lá voltou a 10 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana do Uíge angolano. 
Casou, teve três filhas e, profissionalmente, por lá fez vida como empresário, gerindo uma exploração de coelhos. 
Uma inesperada e trágica embolia cerebral fê-lo perder a vida ainda muito novo, aos 58 anos - a 22 de Fevereiro de 2010, amanhã se passam 12 anos. Hoje, o evocamos com saudade.  RIP!!!

domingo, 20 de fevereiro de 2022

5 719 - A Escola de Recrutas na Mata do Soares ! A mudança do Quitexe para o BC12 de Carmona!

Cavaleiros do Norte no Quitexe: 1º.s cabos Soares (já falecido), Oliveira e Pais, furriel
fRocha, 1º. cabo Estrela (braços cruzados), Silva(de quico), alferes Hermida (de
bigode), Zambujo (idem), furriel Pires (TRMS), Felicíssimo (da 1ª. CCAV.), 1º. cabo
Mendes, Soares, 1º. cabo Pires (Fecho-eclair?, de mão no queixo) e NN. À frente,
NN, Costa, 1º. cabo Salgueiro, furriel Cruz e 1º. cabo Tomás. Quem identifica os NN?

Cavaleiros do Norte do PELREC: Ferreira, 1º. cabo
Jorge Vicente (de bigode e tronco nu, falecido  
  21/01/1997, de doença) e Victor Francisco (atrás),
João Marcos (tapado), furriéis Francisco Neto e

José Monteiro (à civil), 1º. cabo Joaquim Almeida 
(f. a 28/02/2009, de doença) e NN cortado). À
frente, Aurélio (Barbeiro, de cerveja na mão)
e Leal (f. a 18/06/2007, de doença)

Há 47 anos e pela Mata do Soares,  arredores do Campo Militar de Santa Margarida, continuavam os exercícios finais da Escola de Recrutas do BCAV. 8423., os futuros Cavaleiros do Norte.
Atiradores de Cavalaria era a especialidade que se ministrava por aquelas bandas.
das e já todos os formandos sabiam da sua mobilização para Angola. Preparavam-se com garbo (e algum sacrifício físico) para a jornada africana - que viria a ser no Uíge, ao norte da então província portuguesa.
Um ano depois, o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, comandante do BCAV. 8423, voltou a Carmona e á Zona Militar Norte (ZMN), no dia 20 de Fevereiro de 1975, de novo para «ultimar os aspectos da rendição do BC12», para onde viriam rodar os Cavaleiros do Norte.
Assim viria a ser, mas tudo estava por definir nesse tempo de há 47 anos - quando a Unidade era requerida, também, pela Região Militar de Angola (RMA), aparentemente para reforçar no Comando Operacional de Luanda (COPLAD) e/ou as Forças Militares Mistas.
Os tempos uíjanos desse tempo há 47 anos continuavam muito serenos, sem incidentes especiais, controlando as escaramuças que se repetiam entre ex-combatentes da FNLA e do MPLA - ora no Quitexe, onde ao tempo jornadeavam a CCS do capitão António Martins de Oliveira (oficial do SGE) e a 3ª. CCAV. 8423 - a do capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes, que a 10 de Dezembro tinha rodado da Fazenda Santa Isabel - a uns 40 quilómetros.
O mesmo acontecia com as guarnições de Aldeia Viçosa (a da 2ª. CCAV. do capitão miliciano José Manuel Cruz) e Vista Alegre e Ponte do Dange (da 1ª. CCAV., do capitão miliciano Davide Castro Dias). E, sempre, quando se encontravam umas com as outras. Era, evidentemente, a consequência da formação cultural e social dos Cavaleiros do Norte e também, vale a pena, pelo «espírito de corpo (...) coeso, disciplinado e disciplinador» fomentado no período de formação do BCAV., um ano antes, precisamente, no destacamento do RC4 do Campo Militar de Santa Margarida.

Cavaleiros do Norte de Zalala, da 1ª. 
CCAV. 8423: João (Cigano) e Neves
(Bo
linhas), em cima; Raposo (que
hoje faz 69 anos) e furriel Louro


Eleições em Portugal para a
Assembleia Constituinte



O tempo quitexano dessa quinta-feira de há 47 anos, dia 20 de Fevereiro de 1975, também não foi de grandes novidades por terras da Angola que se preparava para ser independente - para além dos já repetidos incidentes entre a gente armada dos três movimentos.
Um pouco por todo o território e nalguns casos com mortos e feridos, sempre a lamentar.
Portugal, entretanto, começava a preparara-se para as primeiras eleições pós-25 de Abril - as da Assembleia Constituinte - e começaram a conhecer-se alguns nomes, os dos primeiros candidatos, nomeadamente os do (já extinto) MDP/CDE.
Algumas curiosidades por lá tivemos nota: as candidaturas do futebolista Artur Jorge, internacional que mais mais tarde viria a ser treinador do FC Porto, do Benfica, PSG e outros clubes, para além da seleção nacional (em 14º. lugar, por Lisboa), e do cantor Manuel Freire (por Aveiro). E as de Pereira de Moura, José Tengarrinha e Alice Vieira (por Lisboa).

António Clara Pereira (que faleceu há 3
anos), Francisco António e António
Simões no Encontro de 2017, no RC4


Pereira, mecânico-auto
da CCS, faleceu há 4 anos !

O soldado António Clara Pereira, soldado mecânico-auto da CCS, faleceu a 21 de Fevereiro de 2018, vítima de doença.
Cavaleiro do Norte do Quitexe e Carmona, regressou a Portugal a 8 de Setembro de 1975, fixando-se na sua natal Carregueira, concelho de Mação. Fez carreira profissional na área da prospeção de petróleo, o que, ano atrás de ano, sempre o impediu de participar nos encontros anuais da CCS.
Aposentado, «mobilizou-se» para o efeito e, feliz da vida e sorrisos rasgados, participou no encontro de 2017, que se realizou no RC4 - a unidade mobilizadora do BCAV 8433.
Mal sabia(mos) que seria a primeira e última vez. Um galopante tumor no fígado «faleceu-o» a 21 de Fevereiro de 2018, menos de um ano depois.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!