CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

4 828 - O (não) avanço do MPLA para o Uíge; ataque a madeireiros do Liberato!

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Cavaleiros do Norte do PELREC. Francisco e Madaleno (à esquerda). De bigode, à frente, o 
Silvestre, depois o Aurélio Barbeiro (abaixado), o Florêncio (de bigode), Messejana, Soares e Vicente (ambos
 de bigode). Atrás destes, de cerveja na mão, o Alberto Ferreira. Aqui à frente, o alferes Garcia e o Armindo 
Gomes (a rir). O António (com boina no ombro), o Dionísio, dois desconhecidos e o Leal (boina no ombro). 
Atrás dele, o Almeida. E os três da direita, lá atrás? Em baixo, Viegas na ilha de Luanda, há 40 anos e alguns dias
Cavaleiros do Norte do PELREC: Augusto Florêncio,
Francisco António (que hoie festeja 67 anos em Abrantes),
furriéis Neto e Viegas e 1º. cabo Albino Ferreira

A 30 de Setembro de 1974, há poucos dias regressado ao Quitexe e já depois do incidente da CCA. 209/RI 21, a companhia do Liberato que se revoltou, os Cavaleiros, ainda que sempre atentos, jornadeavam tranquilos pelas terras do Uíge. 
Os dias do «bem-bom» que tivera nas férias que me levaram a galgar quilómetros pela imensa Angola e por eles ter andado a laurear o queijo, tinha, acabado! Por eles me «passeei»,  sentindo-lhe os cheiros e os sentidos e almofadando abraços ao mar de amigos e familiares que por lá, de Luanda ao Huambo, Silva Porto e Gabela, Lobito e Benguela, faziam pela vida. Foi há 45 anos! Como o tempo passa!!
Notícias, havia. E frescas. E menos boas: «O IN realizou uma acção ofensiva na área do Liberato, ao atacar madeireiros», leio agora, no Livro da Unidade. Não era a melhor recepção, até porque também tinha havido uma flagelação a uma viatura da JAEA, na Quinta das Arcas.
A ligação de Luanda a Carmona (Uíge)

O (não) avanço do
MPLA para o Uíge

Há 44, já por esta aldeia das minhas primeiras fraldas e chegado da jornada angolana há menos de um mês, fazia vésperas para retomar o meu trabalho profissional, na Grésil (onde por 16 anos fui quadro) e procurava notícias de Angola. Não era as melhores: a FNLA mantinha-se no Caxito, não se conhecia avanço do MPLA para o Uíge mas era seguro que não desfazia armas para manter a sua supremacia territorial.
Campala, neste dia de 1975, foi cada para a cimeira dos três partidos, a que falou o MPLA. A própria FNLA, a horas da abertura, não tinha confirmada presença; só a UNITA de Savimbi já estava na cidade ugandesa. Para além da delegação portuguesa: tenente-coronel Costa Braz, capitão Rui Castro Guimarães e João Teixeira da Mota. País participantes, foram Argélia, Burundi, Gana, Alto Volta, Quénia e Lesotho, Marrocos, Nigéria, Somália e Uganda.  Formavam a Comissão Conciliadora para Angola.
Ao Algarve, chegavam dez das 18 traineiras que, a 4 de Setembro, tinham saído de Luanda, rumo à Europa e a fugir dos dramas da guerra. Fundearam em Vilamoura e Olhão e as restantes navegavam entre Dakar (Senegal) e o Algarve. Em apoio, foram a fragata Pereira da Silva e a corveta Honório Barreto.
Domingos Teixeira

Teixeira, 1º. cabo da 
CCS,  67 anos no Porto !

O 1º. cabo Domingos Augusto Teixeira, da CCS do BCAV. 8423, festeja 67 anos a 30 de Setembro de 2019.
Cavaleiro do Norte do Parque-Auto do Quitexe, comandado pelo alferes miliciano António Cruz, e estofador de especialidade militar, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e ao seu Bairro do Cerco. Fez vida profissional como funcionário público e, já aposentado, lá continua a morar e para ele vai o nosso abraço de parabéns!
Francisco António

António, condutor da CCS,
67 anos em Abrantes !

O soldado Francisco Fernando Maria António, da CCS do BCAV. 8423, comemora 67 anos a 30 de Setembro de 2019.
Atirador de Cavalaria  de especialidade e membro do PELREC, o grupo de combate comandado pelo alferes miliciano António Garcia, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, à sua terra de Abrançalhas, em Abrantes. 
A vida profissional fê-la como motorista de pesados de longo curso e, já aposentado, lá continua a viver. Para ele, um grande abraço de parabéns!

domingo, 29 de setembro de 2019

4 827 - Os «Rangers» dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423!

Os furriéis milicianos Neto, Viegas e Monteiro, da CCS
do BCAV. 8423, que há 46 anos concluíra o curso de Ope-
rações Especiais (Rangers) no CIOE de Lamego e
integraram o PELREC da CCS do BCAV. 8423
O alferes António
Garcia (Rangers)


O 2º. curso de Operações Especiais, os Rangers, de 1973 terminou a 29 de Se-
tembro, hoje se completam 46 anos. Com vários futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
Concluía-se, assim, uma fase de instru-
ção que viria a ser decisiva no nosso futuro militar, em termos físicos e té-
cnicos, também psicológicos. Por mim, 
Alferes Sousa
Alf. Machado
A. Rodrigues
fui 16º. classificado, com 15,33 de média final  - numa classificação (publicada na Ordem de Serviço nº. 234, do CIOE, de 4 de Outubro desse ano) que punha o Cristovão como primeiro (média de 16,58). Da futura CCS dos Cavaleiros do Norte foram quinto o Monteiro (16,05) e 26º. classificado o Neto 
Furriel C. Letras
Furriel M. Pinto
(14,68%) - todos futuros furriéis milcianos.
O Garcia ganhava os (futuros)  galões de alferes com 14,70 (26º.). Outros Cavaleiros do Norte foram os alferes Sousa (da 1ª. CCAV., a de Zalala, 25º. lugar de cadetes, com 14,73), Machado (da 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa, 24º,. com 14,75) e Rodrigues (da 3ª. CCAV., a de Santa Isabel , com 14,78). E os futuros furriéis Pinto (da 1ª. CCAV., 40º. classificado, com 14,23) e Letras (da 2ª. CCAV., que foi 60º., com 13,25). O Reino, da 3ª. CCAV.,  foi instruendo do curso seguinte.
O dia era sábado e da memória puxo a exibição militar do Quartel de Penude e a parada e cerimónia na parada do quartel-sede, na cidade de Lamego, e o almoço, para a qual foram convidadas as famílias de cadetes e instruendos. E muitas lá estavam. Não a minha, que para tal não tinha meios.
O futuro furriel Viegas
 no CIOE de Lamego


O orgulho de mostrar
o «crachat» dos Rangers !

A memória, recuada estes 46 anos que se passaram, faz-me lembrar a minha chegada a Águeda, na boleia do SIMCA 1100 do Neto, já a meio da tarde.
Cansados mas felizes!
O tempo deu para, de sorrisos rasgados, pararmos na esplanada do Zip-Zip (junto ao rio) para bebermos uns finos e ter subido, eu, a então EN1 até à estação dos caminhos de ferro, onde apanhei o comboio para a casa. De camuflado vestido (o que na altura era pouquíssimo vulgar fora dos quartéis) e muito ufano, exibindo a chapa e o crachat dos Rangers - a brilhar nos olhos de quem nos via. E parecia que toda a gente olhava para o brilho da chapa e do crachá dos Rangers!
Naqueles 1000 metros de rua, Águeda acima, e depois no comboio do Vale do Vouga e até chegar a casa - onde neste momento dedilho as recordações desse dia. 
Jesuíno Pinto

Jesuíno, furriel de Aldeia
Viçosa,  faria 67 anos !

O furriel miliciano Jesuíno Fernandes Pinto, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, faria 67 anos a 29 de Setembro de 2019. Faleceu a 3 de Maio de 2017.
Atirador de especialidade, chegou à vila uíjana em Agosto de 1974, em rendição individual, e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, a Parada de Gatim, em Vila Verde. Por lá viveu sempre, ligado ao movimento associativo e à rádio, falecendo de doença.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

Cardoso de Zalala
faleceu há um ano!

O soldado Rui Manuel Mirada Cardoso, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, faleceu há precisamente um ano, dia 29 de Setembro de 2018.
Atirador de Cavalaria, regressou a Portugal a 9 de Setembro de 1975, fixando-se no Bairro do Cerco do Porto, em Campanha, no Porto. Lá faleceu, vítima e doença e aos 66 anos - que tinha completado a 27 de Maio de 2018.  
Aqui dele fazemos memória!

Hoje o recordamos com saudade!

sábado, 28 de setembro de 2019

4 826 - O país novo, o Portugal que os Cavaleiros do Norte conheciam!

Cavaleiros do Norte em Noite de Consoada do Quitexe, em 1974. De frente, os furriéis milicianos Nelson
Rocha e José Carlos Fonseca (ambos de bigode), Viegas, Belo (de óculos), Delmiro Ribeiro e NN. De
 costas, Monteiro, Cândido Pires (de bigode), Machado e Francisco Dias

O alferes miliciano Lains dos Santos ladeado pelos já fa-
lecidos furriéis milicianos Jorge Barata (a 11 de Outu-
bro de 1997) e Américo Rodrigues (f. a 30 de Agosto de
2018), ambos vítimas de doença)- os tres da 1ª. CCAV.
 8423, a da Fazenda Zalala

A 28 de Setembro de 1975, manifestantes da Associação dos Deficientes das Forças Armadas deixam as suas próteses e cadeiras de rodas à porta do Regimento de Comandos da Amadora, em protesto contra a repressão de que diziam ter sido alvo.
Realizaram-se manifestações da Frente de Unidade Revolucionária (FUR) em Lisboa, Viana do Castelo, Vila Real, Aveiro, Évora, Beja e Faro, «contra o fascismo e a social-democracia (...), a exigir o Poder Popular e repudiar o avanço da social-democracia e da direita».
Francisco de Sá Carneiro reassumiu as funções de secretário-geral do PPD -o agora PSD -, por decisão do Conselho Nacional, sendo reeleito com 111 votos a favor e 18 contra. Carlos Macedo, Artur Santos Silva (pai), Vasco Graça Moura, Miguel Veiga, Paulo Guedes de Campos, Jorge Sá Borges e Emídio Guerreiro, em graus variados, estavam contra o regresso de Sá Carneiro.
Reunidos em Cascais, altos dirigentes militares, sob presidência do vice-almirante José Pinheiro de Azevedo, que nessa data acumulava a chefia do Governo e a Presidência da República, decidiram a ocupação militar das estações das rádios e da televisão e o controlo dos noticiários.
Assim ia o país, há precisamente 44 anos!
Desalojados no aeroporto de Luanda, há 44 
anos (foto da net), à espera de avião para Lisboa. 

O país novo que os
 Cavaleiros conheciam! 

A 28 de Setembro de 1975, realizaram-se manifestações da Frente de Unidade Revolucionária (FUR) em Lisboa, Viana do Castelo, Vila Real, Aveiro, Évora, Beja e Faro, «contra o fascismo e a social-democracia (...), a exigir o Poder Popular e repudiar o avanço da social-democracia e da direita».
O país que os Cavaleiros do Norte, debutantes na democracia que levedava, cumprida a sua missão em Angola, aprendiam a conhecer!
Por lá, o aeroporto de Luanda continuava congestionado, cheio de (próximos) desalojados. Nós mesmos, semanas antes, por lá procurando familiares e amigos, tínhamos visto as condições desfavoráveis em que aguardavam a viagem para Lisboa, ou Porto. E a Luanda começavam a chegar deslocados de Nova Lisboa, Sá da Bandeira e Moçâmedes, Lobito, Benguela Pereira d´Eça, Novo Redondo  e outras localidades - alguns até lá viajando de barco. Curiosamente, na documentação que agora consultámos, raramente aparecem referência a desalojados do norte. Do «nosso» Uíge, de Carmona, do Quitexe, de Aldeia Viçosa, de Vista Alegre, do Songo e do Negage. Por onde e como andaria aquela nossa boa gente?!
José Lino


Lino, furriel de Santa
Isabel, 67 anos no Fundão!

O furriel miliciano José Rodrigues Lino, da 3ª. CCAV. 8423, a da uíjana Fazenda Santa Isabel e do capitão José Paulo Fernandes, festeja 67 anos no dia 29 de Setembro de 2019.
Mecânico-auto de especialidade e nessa qualidade louvado pelo Comando do BCAV. 8423, regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, fixando-se na sua natal cidade do Fundão. Por lá fez (e faz) vida profissional, trabalhando nas áreas industriais das madeiras e da camionagem, e lá já organizou encontros dos Cavaleiros do Norte de Santa Isabel. Por exemplo, o de 2019.
Parabéns!
Graciano Queijo e festa de anos no
Lar Padre Tobias, em Samora Correia

Graciano, clarim da CCS,
faria 67 anos !

O soldado clarim Graciano da Purificação Queijo, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, faria 67 anos a 28 de Setembro de 2019
Natural de Vilarelhos, em Alfândega da Fé, re-
gressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e teve uma vida algo errante, até que, já bastante doente e debilitado, foi acolhido no lar da Fundação Padre Tobias, em Samora Correia. Foi lá que, rodeado de todos os cuidados  afectos, viveu os seus últimos dias e faleceu a 30 de Outubro de 2013 - aos 61 anos. Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

4 825 - A revolta do Liberato na memória dos Cavaleiros do Norte!

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Uma coluna da CCAÇ. 2019/RI, a da Fazenda do Liberato e subunidade do BCAV. 8423,  numa progres-
são auto-transportada numa picada do Uíge angolano. Companhia formada, maioritariamente, por mili-
tares angolanos, revoltou-se  27 de Setembro de 1974

A esposa e capitão Victor Correia, comandante da CCAÇ.
209/RI 21, com o furriel José Oliveira e dois militares de
 identidade desconhecido (o de cima, à direita, e
o de baixo). Quem serão?
Grupo de «liberatos»


A 27 de Setembro de 1974, há 45 anos, a guarnição do Quitexe viveu um dos seus dias mais difíceis e dra-
máticos: o da revolta da Companhia do Liberato. Tais momentos já foram aqui suficientemente narrados (ver nos links abaixo), mas fal-
tava a associar o dia exacto. Qual foi  
ele, qual não foi, como foi? Pois, foi 27 e foi um sábado de Setembro muito encalorado e de muitos suores e temores.
O Livro da Unidade faz-lhe referência: «Em 27 de Setembro, na sequência de outros incidentes internos, processaram-se na CCAÇ. 209 graves problemas disciplinares, os quais passaram ao controlo do Comando do Sector do Uíge!»A CCAÇ. 209 era a do Liberato e, sobre os incidentes, nada mais diz. 
Ao tempo e passado o susto que nos poderia ter enlutado a alma e o corpo, eu tinha regressado de férias, de laurear o queijo pela imensa Angola e, se me lembro bem, a gravidade do assunto andou em bolandas opinativas durante largos dias. E o aquartelamento em prevenção que não nos descansou o físico.
Na véspera e no dia seguinte, por coincidência, o comandante Almeida e Brito 
O furriel Viegas em 2012, com dois «liberatos»:
o condutor Nogueira e o furriel Oliveira (à direita)
esteve reunido em Carmona, no Comando do do Sector do Uíge. Já estivera a 21 e 23, «sempre acompanhado por oficiais da CCS do BCAV.», precisamente para «contactos necessários aos bom andamento dos trabalhos militares».

O Liberato em Águeda,
na «casa» dos CdN !

A 1 de Dezembro de 2012, entretanto, e inesperadamente, fui visitado em casa por dois militares da Companhia do Liberato: o (furriel vagomestre) José Oliveira (que foi meu companheiro de turma na Escola Industrial e Comercial de Águeda e, para mim, é eternamente o Zé Marques) e o José Luís Nogueira da Costa, condutor da CCAÇ. RI/21, que nasceu em Tomar, para Angola foi aos três anos e por lá cresceu e fez vida, lá cumprindo o serviço militar e, entretanto, se «converteu» em colaborador/investigador deste blogue. 
Aqui aparecessem agora, e de novo, e teríamos de abrir espumante, enquanto refrescaríamos a memória sobre este dia de 1974.
As famosas Portas de Zalala

Catuna Santos de Zalala
terá falecido no Brasil !

O soldado Catuna dos Santos, atirador de Cavalaria a 1ª. CCAV. 8423, faria 67 anos a 27 de Setembro de 2019, mas já faleceu, no Brasil.
Joaquim José do Nascimento Catuna Santos era residente em Albufeira, no Algarve, e lá regressou a 9 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana do Uíge angolano. O furriel João Dias informou-nos que, em data desconhecida, emigrou para o Brasil e que lá terá falecido, por razões e data também desconhecidas. Hoje o lembramos com saudade! RIP!!!
1 - A revolta da Companhia do Liberato 1 /// Clicar AQUI
2 - A revolta da Companhia do Liberato - 2 \\\ Clicar AQUI
3 - A revolta da Companhia do Liberato - 3 /// Clicar AQUI
4 - O comandante do Liberato \\\ Clicar AQUI
5 - Dois «liberatos» em minha casa /// Ver AQUI

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

4 824 - O desarmamento dos povos. A FNLA no Ambriz, em 1975


Cavaleiros do Norte de Santa Isabel, da 3ª. CCAV. 8423, com milícias (?) armadas 
da sua ZA. Reconheço o furriel Agostinho Belo (terceiro a contar da direita, de pé) e 
o 1º. cabo Fernando Simões (o primeiro da direita, de pé


Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423: o Freire 
e o Oliveira, de Aldeia Viçosa (2ª. CCAV. 8423)
O desarmamento previsto pelos acordos de Portugal com os movimentos de libertação de Angola não não tinha sido bem aceite pelos povos e, a 26 de Outubro de 1974, realizou-se, no Quitexe, «uma reunião com todos os regedores, aos quais foi feito ver a necessidade de entregarem o armamento das milícias".
O plano de desarmamento começara no dia 21 (uma semana antes) e os povos das áreas do Quitexe e de Aldeia Voçosa, principalmente, temiam que a sua defesa ficava fragilizada, face ao que o Livro da Unidade chama «defesa às acções de depradação e exigência do IN» - que, na área, era a FNLA (mas qualquer outro poderia ser, a UNITA, o MPLA).
O desarmamento «veio a suceder, voluntariamente, a partir de 28 de Outubro», memoria o Livro da Unidade.
O coronel Santos e Castro, oficial português,
e Holden Roberto, presidente da FNLA,
no Ambriz (em 1975) 

Angola em vésperas
da independência !

A 26 de Outubro de 1975, um ano depois e com o dia da independência cada vez mais próximo, Angola continuava a ferro e fogo. 
A 9ª. Brigada do MPLA, nesse dia, travou o avanço do FNLA, no Morro da Cal, a 20 quilómetros de Quifangondo, para norte. Holden Roberto, por carta, queixou-se que as Forças Armadas Portuguesas «vigia(va)m sistematicamente as posições da FNLA» naquela área e informou que, a partir desse dia, «qualquer avião que sobrevoasse seria inapelavelmente abatido». 
Leonel Cardoso, o Alto Comissário de Portugal, rejeitou a acusação e, por não aceitar o ultimato da FNLA, mandou-lhe recado, para o caso de algum aeronave portuguesa ser alvejada: «Sujeita-se o ELNA às consequências».
Condutores da CCS: António Picote, Manuel
Alves e Alípio Canhoto (irmão de José)

Canhoto, CAR de Santa 
Isabel, faria 70 anos !

O soldado José Canhoto Pereira, da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, faria 70 anos a 26 de Setembro de 2019. 
Irmão de Alípio, condutor da CCS, a Copmpanhia do Quitexe, estava emigrado para França e, numa das visitas de férias, foi «apanhado» para o serviço militar. Cumprida a jornada africana, voltou a Colmeal da Torre, em Belmonte, a 11 de  Setembro de 1975, e logo depois voltou a França e por lá fez vida. Teve duas filhas e separou-se, casando-se de novo - em Chaves. Faleceu «há uns 6 ou 7  anos», vítima de doença cancerosa, disse-nos o Alípio, sem conseguir precisar a data.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

4 823 - O 25 de Setembro de 1974, fim de férias e Angola em Lisboa!


O furriel Viegas e o amigo (civil) e
conterrâneo Albano Resende. Há 45
anos e na restinga de Luanda
O Diário de Lisboa de 25 de Setembro com
notícias da Angola de 1974. Há 45 anos!

 Setembro de 1974. Luanda! Dia 25! Já lá vão 45 anos e estou (estava) de mala aviada para regressar ao Quitexe e às minhas obriga-
ções como Cavaleiro do Norte do BCAV. 8423. À CCS!
Aproveito as últimas horas de borga para me espraiar pelas praias da restinga, na ilha!.., almoçar marisco, depois o convencional bife com ovo a cavalo, com o meu amigo e conterrâneo Albano Resende e esperar pelo meio da tarde, quando o Alberto Ferreira sairá da Base Aérea e nos encontraremos na baixa.
Está combinada uma boa frangalhada num dos Florestas - restaurantes que ficavam perto do estádio dos Coqueiros, atrás da Sé -, uma frangalhada bem molhada, regada à fartura, com uns fartos canhângulo, para afogar o gindungo e a sede que medrava no calor luandino. Depois, depois logo se via..., pelos caminhos da baixa luandina, onde a noite escondia desejos e cios, onde a juvenil saciedade dos jovens militares não se intimidava nas aventuras em que os segredos da vida nocturna eram favorecidos, e desafiados, pela sensualidade da sua gente, jovem e atraente, que se achava na baixa, entre dois dedos de conversa e mais um copo para animar o momento e acelerar o enlace, o desejo, os prazeres da vida!  
O furriel Viegas, de férias e na praia
da Restinga, ilha de Luanda

Notícias de Portugal
que vinham de Lisboa !

O Alberto Ferreira era cabo especialista da Força Aérea e trabalhava na Base luandina. De lá sempre trazia notícias de Lisboa, vindas de avião e em forma de jornal: ficou a saber-se que o Presidente Spínola convidou os directores dos jornais A Província de Angola (Ruy Coreia Freitas) e Notícias (António Joaquim Ferronha), para além do secretário geral do Partido Cristão Democrático de Angola, do presidente da Liga Nacional Africana e do escritor Domingos Vandunen, para uma reunião em Lisboa. De fora, e dando título à notícia do jornal, ficava o Movimento Democrático de Angola e a Frente Socialista de Angola - organizações que na noite da véspera se reuniram, manifestando estranheza por não terem sido convidados por Spínola.
Nada que nos preocupasse! Era lá coisa deles, da política, dos políticos!
A mim, que voaria para Carmona dentro de algumas horas, seguindo para o Quitexe, o mais importante era viver a noite que sonhávamos atraente, sensual e de cio, no Diamante Vermelho, que ficava um pouco acima do Largo Serpa Pinto e do Katekero onde me acomodava. Por lá, fazia noites uma amiga comum, que outras nos trouxe, sentando-se e bombaleando-se nos colos dos nossos desejos. Queríamos lá saber dos partidos, dos jornais, das notícias, dos movimentos, da democracia, das negociações! Foi isto, há 45 anos!!
O tempo voou e a saudade de Angola vejo-a, hoje e aqui, sentada na memória.
Norberto Morais

Morais, furriel da CCS,
68 anos em Elvas !

O furriel miliciano Morais, da CCS do BCAV. 8423, a Compa-nhia do Quitexe, festeja 69 anos a 25 de Setembro de 2019.
Natural de Nisa, Norberto António Ribeirinho Carita de Morais foi mecânico-auto de especialidade, integrando a equipa do Parque-Auto, comandada pelo alferes miliciano António Albano Cruz.
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e em Nisa se fixou, depois, em Elvas, onde fez carreira como técnico superior do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, de que reformou em Janeiro de 2013, fa-
zendo parte dos quadros do Instituto Nacional de Recursos Biológicos.
Parabéns, grande Morais!

terça-feira, 24 de setembro de 2019

4 822 - Muitos mortos em Além Lucunga! Cavaleiros de Santa Isabel em socorro!

Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423 no encontro anual de 2019, no Fundão. Há 45 anos, dois grupos
de combate foram de Santa Isabel para Além Lucunga, comandados pelo capitão miliciano José Paulo
Fernandes e em socorro de unidades portuguesas em situação de emboscadas
Quitexe (a vermelho), Santa Isabel (amarelo) e Além Lucunga
(mais ou 
menos pelo rectângulo a rôxo), no Uíge angolano

Capitão José Paulo Fernandes,
comandante da 3ª. CCAV. 8423
                                                                                                       
O alarme chegou a Santa Isabel na ma-
drugada de 23 de Setembro de 1974: unidades militares portuguesas tinha sido emboscadas e estavam em perigo, na zona da Fazenda de Além Lucunga, para as bandas do Songo. 
Emboscadas e vítimas de minas. Dois grupos de combate da 3ª. CCAV. 8423 marcharam de imediato para lá. «Pediram reforço e fomos dois grupos de combate», recorda o capitão José Paulo Fernandes, comandante da 3ª. CCAV. 8423 - que, ao tempo, achou seu dever ser ele mesmo a liderar a força. E para lá foi, na viatura da frente, seguríssimo, «com o alferes Carlos Silva»
Além Lucunga era fazenda com um destacamento militar e por lá passavam, regularmente, companhias de intervenção. 
O então capitão José Paulo Fernandes, desfiando a sua memória e recuando 45 anos, deu-nos conta que «era 
Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV.
 8423, milicianos: o furriel Agostinho 
Belo e o alferes Carlos Silva - que
 também foi a Além Lucunga
um sítio descampado»

Companhia de Intervenção
com muitos mortos !

Os militares lá estacionados ocasionalmente eram de uma Companhia de Intervenção (CI), comandada por um capitão miliciano que era arquitecto paisagista e do mesmo curso dos capitães Castro Dias, José Manuel Cruz e José Paulo Fernandes, dos Cavaleiros do Norte... E  tinham sido emboscados, com «muitos mortos», no rebentamento de uma mina. 
«Eu fui na viatura da frente e o que encontrámos foi um terreno descampado, num fazenda abandonada à pressa, algo inóspita e despovoada, sem ninguém mas com valas e trincheiras abertas, que felizmente nunca precisámos de usar. A Companhia que pedira ajuda recuou para o Songo e esperámos por ataques que felizmente não acontecerem», recorda o capitão José Paulo Fernandes.
Acharam uma fazenda abandonada à pressa, algo inóspita, despovoada, sem ninguém..., com valas e trincheiras de defesa, que felizmente nunca tiveram de usar. De humano, apenas um homem que lhes pediu boleia na picada. 
«Esperávamos ataques, mas nada disso aconteceu. Avisaram-nos que iríamos encontrar problemas, mas felizmente não tivemos», lembra-se José Paulo Fernandes, puxando pela memória desses dias de tensão permanente, de medos que a coragem venceu. 
A fazenda, que até aí muita riqueza produzira, era bastante grande mas estava estranhamente vazia, com muitos porcos à solta, às varas enormes, e galinhas por lá perdidas, que se foram abatendo e comendo. «Grandes banquetes, por lá fizemos...», disse o «nosso» capitão Fernandes. 
Um dia, elementos da OPVDCA foram-lhe dar conta que iriam abandonar o posto, por lá próximo situado, mas os Cavaleiros do Norte continuaram em Além Lucunga. Até 8 de Novembro de 1974, quando regressaram a Santa Isabel.
Américo Rodrigues
furriel de Zalala

Rodrigues, furriel de
Zalala, faria 67 anos!

O furriel miliciano Rodrigues, da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de Zalala, faria 67 anos a 24 de Setembro de 2019. Faleceu a 30 de Agosto de 2018.
Américo Joaquim da Silva Rodrigues foi atirador de Cavalaria e, na jornada africana do Uíge angolano, exerceu também funções de vagomestre - com farto agrado da guarnição comandada pelo capitão Castro Dias que, de resto, o louvou em Ordem de Serviço do BCAV. 8423 (a nº. 165).
Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, fez vida profissional e fa-
miliar em Vila Nova de Famalicão e foi sempre grande animador dos encontros da 1ª. CCAV. 8423. Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!  
- FERNANDES. José Paulo de Oliveira Fernandes, capitão miliciano  
e comandante da ª. CCAV.9823. Engenheiro reformado, residente em Torres Vedras.
- OPVDCA. Organização Provincial de Voluntários de Defesa Civil de Angola.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

4 821 - FNLA reconquistou o Caxito e ficou às portas de Luanda!




Cavaleiros do Norte de Zalala. Furriéis José Louro, Américo Rodrigues, 
José Nascimento, Jorge Barata e Jorge Barreto e alferes Mário Jorge Sousa e 
Lains dos Santos, todos da 1ª. CCAV. 8423 



Os Cavaleiros do Norte, há 44 anos, já há dias que se «desfaziam» em ternuras, nos seus lares, no colo e mimos das famílias e depois da chegada a Portugal, após 15 meses de missão em Angola.
A 22 de Setembro de 1975, de lá chegaram notícias, do norte por onde tinham jornadeado e por cá lidas com evidente avidez. 
Expectavam mais sangue, mais cheiro a pólvora, a dores de alma e de corpo: a FNLA, entrincheirada no Uíge e acossada do lado do Negage pelas forças do MPLA, deu um golpe de rins e reconquistou o Caxito, a escassos 53 quilómetros de Luanda, na estrada do café.
O despacho da France Press, conhecido na segunda-feira de há 44 anos (precisamente...), não era muito abundante em pormenores, citando o major Borges da Silva, porta-voz do Exército Português: «A FNLA reconquistou, no sábado de manhã, a cidade do Caxito, que se encontrava na possa das FAPLA´s».
A cidade,a pouco mais de 200 quilómetros a sul da «nossa» Carmona, era estratégica na ligação rodoviária de Luanda, para a Ambriz - porto de mar, onde a FNLA estava concentrada - e também para a Carmona. As duas cidades eram as principais posições do movimento de Holden Roberto, que a todo o custo queria tomar Luanda e expulsar o MPLA.
E por cá, pelo nosso tempo de PREC?
O Governo de Pinheiro de Azevedo ia reunir no dia seguinte e um avião da Força Aérea, se se saber para onde, levou «14 presos políticos», que, porém, se afirmavam «detidos sem culpa formada». O fim de semana teve sete atentados a sete centros de trabalho do PCP - em Cascais, Leiria, Batalha (2), Porto (2) e Marinha Grande. Otelo partiu para a Suécia, um furriel e um cabo do RI de Mafra foram presos na Trafaria (por distribuírem panfletos dos SUV - SUV que anunciaram uma manifestação em Lisboa, para 5ª.-feira seguinte). O Exército de Libertação Português (ELP) reivindicou o atentado de Cascais.
E de bola: jogo interrompido na Tapadinha, no Atlético-Sporting, quando o árbitro não marcou penálti, por falta de Damas sobre Mário Wilson, aos 79 minutos. Resultados: V. Guimarães-Braga, 1-2; Benfica-Leixões, 9-1; FC Porto-Belenenses, 3-1; U. Tomar-Académica, 2-1; V. Setúbal, Farense, 3-1; Estoril-CUF, 1-0; Beira Mar-Boavista, 1-1.

domingo, 22 de setembro de 2019

4 820 - O Pai Luís Mosteias e comandante em Santa Isabel e Minervina!

Grupo de furriéis milicianos da CCS do BCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte do Quitexe: António Cruz,
Cândido Pires, Luis Mosteias (que foi pai há 45 anos e faleceu a 5 de Fevereiro de 2013, de doença), José
Pires e Nelson Rocha
O Pai Luís João Mosteias, furriel da CCS e
já pai do Luís João Mosteias Júnior

O furriel miliciano Luís Mosteias, que a morte nos roubou há 6 anos, foi pai a 21 de Setembro de 1974, joornadeava ele (e nós) pelo Quitexe uíjano de Angola.
A notícia só chegou no dia seguinte e foi motivo de farta festa, bem regada, e um banho de aleluias de
Os furriéis milicianos Viegas e Luís Mosteias, da CCS
do BCAV. 8423, no varandim da messe e bar de
sargento, avenida (Rua de Baixo) do Quitexe
alegria, partilhando com o jovem pai a emoção do momento.
O bar de sargentos e o Pacheco, o Topete e o Rocha, restaurantes da quitexana vila onde cumpríamos a  nossa jornada africana, foram cenário e testemunhas dos banhos de felicidade que por lá espalhou e partilhou o Mosteias.
Não era todos os dias, na verdade, que um dos nossos era pai, era raro, mesmo muito raro, raríssimo!!! - o Mosteias era o único furriel-pai!... -, e o facto foi uma boa razão para os Cavaleiros do Norte «endeusarem» o recém-papá e levá-lo em andor pela procissão das nossas vidas africanas. A ele, companheiro feliz e pai babadíssimo, mai-la sua Leonor (de Aragão), a mulher e mãe que não conhecíamos!
Muita brincadeira, da boa, da saudável e íntima, «alvejou» o nosso querido Luís Mosteias, por esses dias angolanos.


A morte que nos levou
o furriel Luís Mosteias !

A vida mudou, andou, amadurou e galgou décadas e, chegados a 2 de Janeiro de 2013, era dia de ele festejar 61 anos, e achando-me de prazer em lhe dar o parabéns, soube por ele mesmo que estava internado no hospital. O que por nada o inibiu de se mostrar como sempre o conhecemos, de palavra solta e fácil, sem espartilhos nas emoções: 
«Estou aqui, estou a ir-me embora!!! Os médicos não decidem nada!..., não estou para os aturar». Os aturar, entendamos que... os médicos, os enfermeiros, o pessoal do hospital. Surpreendido e alarmado, mesmo assim lhe imaginei os gestos, a reagir contra a doença violenta, sempre confiante e sem lhe faltar coragem! E fiquei a pensar nas traições da vida. Os filhos explicaram-me melhor a situação e, pelos dias seguintes, os Cavaleiros do Norte trouxeram a estas páginas as emoções e retratos que tinham (tem) do amigo Mosteias.
O Mosteias faleceu a 5 de Fevereiro de 2013, aos 61 anos, e é com emoção e saudade que hoje aqui o lembro, o trago de novo a esta páginas de memórias dos Cavaleiros do Norte, para lembrar um dia feliz da sua vida. A vida de um dos Cavaleiros do Norte maiores e de quem todos temos muitas saudades. Quando foi pai pela primeira vez!
 RIP!!!
Mário Araújo

Araújo de Aldeia Viçosa, 
68 anos em Santo Tirso

O 1º. cabo Mário Novais de Carvalho Araújo, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja 68 anos a 23 de Setembro de 2019.
Especialista de transmissões (foi operador-cripto) e ao tempo resi-
dente em Santo Tirso, lá voltou a 10 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar por terras de Angola. Ainda por lá mora, agora na Sampaio de Carvalho e já aposentado, de lá se «criptando» para os encontros anuais dos Cavaleiros do Norte do capitão miliciano José Manuel Romeira Pinto da Cruz. Para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!  

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