CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 31 de outubro de 2021

5 599 - Louvores ao capitão Falcão e tenente Luz! Deserções e punições no BCAV. 8423!

 


Grupo de Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. Atrás, o quinto é o 1º. cabo Gigante (de cor),
furriel Plácido Queirós, NN, furriel Eusébio (falecido a 16 de Abril de  2014, em Belmonte e de doença),
AP Coelho (atirador),  NN e NN (de cor) e, o último, o Carlos Alberto C. Santos (o Plateias, de Pataias). Em
 baixo, Adélio Jacinto Coelho da Silva, o PM (vive em Pataias),  Aires (TRMS, da Baixa da Banheira),
José Baptista Santos, atirador e impedido da cantina ( Monte da Caparica), NN (de cor), Moura, clarim e
impedido da messe de oficiais (Quinta do Conde), NN e N (de cor) e José Borges Martins, atirador.
Quem ajuda a identificar os outros companheiros da jornada africana do Uíge
Capitão José P. Falcão
José Paulo Falcão

O mês de Outubro de 1974, há 47 anos..., foi tempo para chegar ao Quitexe o louvor ao capitão José Paulo Montenegro Mendonça Falcão, oficial adjunto do BCAV. 8423. Infelizmente falecido, de doença e a 9 de Dezembro de 2019.
O louvor tinha sido atribuído pelo general comandante da Região Militar de Coimbra, por proposta do comandante do CICA 4, onde prestara serviço, destacando-lhe virtudes militares como «muito boas qualidades de comando», nomeadamente como «comandante de instruendos e obtendo, com a sua acção, os melhores resultados na formação dos condutores na fase básica da sua instrução».
O louvor destaca que «apesar das actuais vicissitudes, que as circunstâncias de guerra impõem, o capitão Falcão manteve na sua Companhia um muito elevado espírito de dedicação à instrução, que se tornou característico da Companhia».
O louvor foi publicado na Ordem se Serviço nº. 109, do BCAV. 8423, e destaca também que «muito disciplinado, disciplinador e muito discreto na sua acção de Comando, muito leal e dedicado, foi um preciosíssimo auxiliar do Comando, pelo muito mérito que revelou».
Hoje o recordamos com saudade!
O agora capitão Acácio Luz
e esposa (em 2013)

Louvor ao tenente
Acácio Luz!

A Ordem de Serviço nº. 114 do BCAV. 8423 deu conta do louvor do comandante do DRM 7 ao então tenente Acácio Carreira da Luz, agora capitão aposentado, por, em 17 meses e naquele Distrito de Recrutamento e Mobilização nº. 7, instalado em Leiria, ter «revelado ser sempre um militar muito bem preparado e dedicado no desempenho de todos os serviços de que foi encarregado, nomeadamente no de Chefe da 3ª. Secção».
O louvor sublinha «o trato correcto» e que foi «leal cooperador dos seus superiores» e dos seus camaradas de posto e inferiores «constituindo para todos um exemplo digno de ser apontado»
Os seus predicados  pessoais e militares, de resto e lê-se no louvor publicado na Ordem de Serviço nº. 114, «o tornam credor da melhor estima, consideração e gratidão por parte dos seus superiores».
O capitão Acácio Carreira da Luz festejou invejados 92 anos no dia 28 de Março de 2021 e vive na Marinha Grande - a sua terra natal. Que bonita idade!!!
Grande abraço!

Deserções e punições
no BCAV. 8423 !

A 31 de Outubro de 1974, como balanço do mês, poder-se-ia dar conta, também, da deserção de 5 elementos dos Grupo de Mesclagem do RI 20 que estavam colocados na 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa.
A Ordem de Serviço nº. 89, do BCAV. 8423, dá nota dos seus nomes, mas recordamos apenas os apelidos: Gabriel, Amaro, Bartolomeu e Júnior. A OS 108 publicava o quinto: Sobrinho.
O mês, aliás, foi farto em punições. Nada mais nada menos que uma dúzia: um furriel miliciano, quatro 1ºs. cabos e 7 soldados, com penas que andaram entre os 20 dias de prisão disciplinar agravada e os 10 dias de detenção.
A CCS teve 5 das 12 punições: dois 1ºs. cabos (Pinho e Coelho) e 3 soldados (Santos, Marcos e Gaiteiro). A 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, teve dois: um furriel (Viana) e um soldado (João, do Grupo de Mesclagem). A 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, dois: um 1º. cabo (Marques) e um soldado (Guerreiro). A 3ª. CCAV., a de Santa Isabel, com três: um 1º. cabo (Barata) e dois soldados (Silva e Carvalho).
Quer isto dizer que o batalhão era indisciplinado? Não. Os castigos foram consequência de falhas simples, do dia a dia por lá vivido, a mais de 8000 quilómetros de casa. E nem surpreende que a CCS fosse a mais «castigada». Era no Quitexe que se aquartelava e lá também estava instalado o comando do BCAV. 8423. E o tenente-coronel Almeida e Brito não era para «brincadeiras».

Adélio Silva

Adélio de Zalala,
69 anos em Pataias!

O soldado Adélio, da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de Zalala, está hoje em festa, pois comemora 69 anos. 
Uma bonita idade!!!
Adélio Jacinto Coelho da Silva, de seu nome completo mas por terras de Angola imortalizado como o PM, foi atirador de Cavalaria de esspecialidade militar e inicialmente mobilizado para a 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Voçosa, mas foi transferido para a 1ª. CCAV. em Março de 1974 e ainda em Portigal.
Já em Angola e «zalala», também passou por Vista Alegre e Ponte do Dange, Songo e Carmona. É natural e residia em Pataias, no concelho de Alcobaça, onde nasceu a 31 de Outubro de 1952.
Lá regressou a 9 de Setembro de 1975, n o final da sua jornada africana do Uíge angolano e dele nada mais sabemos: Saudamo-lo fraternalmente neste seu dia de festa, com abraço de parabéns!

sábado, 30 de outubro de 2021

5 598 - A Comissão de Contra-Subversão do Quitexe e a libertação de prisioneiros de S. Nicolau!

Cavaleiros do Norte no Quitexe, todos furriéis milicianos. De frente, Rocha,
Fonseca, Viegas, Belo (de óculos), Flora e Pires (TRMS). De costas,
Monteiro, Pires (Cândido), Machado e Dias (de óculos)

Notícia do Diário de Lisboa sobre o comício, em Lisboa,
de apoio ao MPLA, a 30 de Outubro de 1974


A Comissão Local de Contra-Subversão (CLCS) do Quitexe reuniu a 30 de Outubro de 1974, há 47 anos e no dia em que se soube que a Junta Governativa de Angola suspendera dois programas de rádio, de Luanda, «por infracções ao processo de descolonização».
S. Nicolau: libertação de presos a 3 
de Maio de 1974 (imagem da net)
Os programas eram o «Contacto Popular» e o «A Voz Livre do Povo» e ficaram suspensos por dois dias, por proposta da Comissão Ad-Hoc dos Meios de Comunicação, mas o Diário de Lisboa, de que nos socorremos, não diz quais foram as infracções. Diz, isso sim, é que «o Governo anunciou o encerramento do campo prisional de S. Nicolau, que era utilizado pela PIDE/DGS antes do 25 de Abril».
A imprensa portuguesa desse dia deu atenção ao comício lisboeta de apoio ao MPLA. «O imperialismo tenta desesperadamente perpetuar a exploração do nosso povo» - o povo angolano, reportou o Diário de Lisboa.
O comício decorreu no Pavilhão dos Desportos, organizado pela Casa de Angola, com uma mensagem de Agostinho Neto e críticas à «repressão violenta da PM e da PSP a manifestações pacíficas», os exércitos secretos da FRA e ENSINA, «a soldo dos colonialistas»,  também à «falta de medidas repressivas contra elementos da PIDE/DGS», ou o acordos apadrinhados por Mobutu, com a UNITA e Daniel Chipenda, chamados de «traidores e fantoches» - tudo, entre outras coisas, para «criar um clima de confusão política e isolar o MPLA». 
Mobutu, presidente do Zaire, foi considerado «fiel guarda dos interesses colonialistas» e não foram poupadas a FUA (outra «organização colonialista») e a FLEC, considerada um dos «movimentos fantoches e neo-colonialistas».


Horácio Carneiro
(1ª. CCAV. 8423)

Carneiro de Zalala
em festa de 69 anos!

O soldado Horácio Carneiro, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, está hoje em festa: faz 69 anos!
Horácio do Sacramento Lopes Carneiro, é este o seu noe completo, foi atirador de Cavalaria de Zalala e passou também por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, antes de, passando ainda pelo Campo Militar do Grafanil, em Luanda, regressar a Portugal.
Natural de Pousadela, na Póvoa do Lanhoso, lá voltou a 9 de Setembro de 1975 e lá vive, depois de estar muitos anos emigrado na Suíça.
Para ambos, o nosso abraço de parabéns.
Graciano P. Queijo

A morte, há 8 anos, do 
clarim Graciano Queijo!

O soldado clarim Graciano da Purificação Queijo, da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, faleceu há 8 anos, hoje se passam, no lar da Fundação Padre Tobias, em Samora Correia.
Natural de Vilarelhos, freguesia do município de Alfândega da Fé, onde nasceu a 28 de Setembro de 1952, também passou pela cozinha e refeitório do Quitexe, depois em Carmona e no BC 12. Regressou a Portugal a 8 de Setembro de 1975 e teve vida errante e quase desconhecida, em andanças pelo mundo, até que, com dificuldades e em mau estado de saúde, foi acolhido no lar e lá viveu até à morte, entregue a mil cuidados do pessoal da Fundação.
Hoje o recordamos com  saudade. RIP!!!

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

5 597 - Apresentação de combatentes da FNLA! Desconfiança total com as NT!

O capitão miliciano José Manuel Cruz, comandante da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa,
e o alferesmiliciano António Albano Cruz, da CCS, com as famílias, em Agosto de 1975,
há 46 anos! Aqui, numa das praias de Luanda - a Barracuda!

Combatentes da FNLA e do MPLA em patrulhas urbanas 
em Carmona, a capital do Uige e por meados de 1975
O domingo de 29 de Outubro de 1974, há rigorosamente 47 anos, foi tempo de muitos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, fora das suas obrigações militares, participarem na celebração eucarística da Igreja de Santa Maria de Deus do Quitexe, celebrada pelo padre Albino Capela.
O então sacerdote uíjano, com 32 anos e pertencente à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, missionava no Uíge desde 1969, ficando com a área apostólica do Quitexe, Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Cambamba.
Foi também dia de apresentação no Quitexe de «um grupo de 6 elementos armados da FNLA, dizendo-se pertencer ao quartel Aldeia e comandados pelo sub-comandante João Alves».
O contacto foi estabelecido com o comandante Carlos Almeida e Brito e a «autoridade administrativa local» - do Quitexe... - «com vista ao esclarecimento de actividades na Serra do Quibinda, que julgavam ser das NT». Não eram.
«Facilmente se concluíram ser de elementos estranhos que procuram, certamente, criar um clima de desconfiança local, entre a FNLA e as NT», relata o livro «História da Unidade», o BCAV. 8423, que agora relemos.
Cavaleiros do Norte, todos milicianos: alferes
DomingosCarvalho, capitão José Manuel Cruz e
alferes António Albano Cruz, Periquito (de pé)
e Jorge Capela 

O alferes Cruz de colete
para resguardar a coluna !

O «nosso» alferes miliciano António Albano Cruz, por estes dias de há 4 anos, teve alta hospitalar, depois do susto que a sua longeva coluna de então (eh, eh, eh...), ja com de 72 anos de vida, lhe atormentou a vida.. 
«Já estou em casa, com um colete especial e a gozar estes magníficos e solarengos dias», contou-nos ele, então e feliz da vida, em mensagem para o blogue.
A coluna pregou-lhe o tal susto, mas nada que desanimasse o espírito jovem e tranquilo de António Albano de Araújo Sousa Cruz, de resto marido de médica - a nossa contemporânea dra. Margarida Cruz, dos saudosos e irrepetíveis tempos do Quitexe e Carmona.
«Vou andar mais 5 meses de colete, mas está tudo dentro do previsto», acrescentou o «nosso» alferes miliciano mecânico dos Cavaleiros do Norte, agora tenente na reserva e morador na simpática Santo Tirso.
O problema da infeção morreu à nascença, o nosso «jovem septuagenário» teve (e tem) de ter alguns cuidados (ora bem...), mas não será desta, é garantido, que será «abatido» ao efectivo dos Cavaleiros do Norte.
«Terei os cuidados necessários...», garantiu-nos ele, na altura, deixando-o nós entregue aos afectos e cuidados da dra. Margarida - que por nada de nada quer ficar viúva. Ei..., estamos a brincar! Era o que faltava!
Tudo de bom por essas bandas de Santo Tirso, «nosso» tenente Cruz!


António Silva
Silva, rádio-montador,
69 anos em VN de Gaia!

O soldado António de Jesus Pereira da Silva, da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, na vila do Quitexe, vai estar amanhã em festa, dia 30 de Outubro de 2017: faz 69 anos!
Rádio-montador de especialidade militar, integrou o grupo de trabalho coordenado pelo furriel miliciano António José Dias Cruz e que incluía os 1ºs. cabos António Correia Lourenço Pais e Rodolfo Hernâni Tavares Tomás. Era (e é) natural de Santa Eulália, em Oliveira do Douro, Vila Nova de Gaia. Lá regressou a 8 de Setembro de 1975 e por lá (e bem) tem feito vida profissional e familiar, sempre pronto para tudo. 
Actualmente, sendo participante dos encontros anuais da CCS, trabalha e vive em Vila Nova de Gaia, para onde vai, muito afectuoso, forte e amigo, o nosso abraço de parabéns! 
Até daqui a um ano!

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

5 596 - O dia final do desarmamento dos milícias ! Cavaleiros consideram impossível garantir a vivência política!

Cavaleiros do Norte no bar de sargentos no Quitexe: furriéis Luís Capitão (falecido a 05/01/2010, de doença
 de em Ourém) e Cardoso (de garrafa na mão), soldados Almeida e Lajes (da cozinha e do bar) e furriel
Flora. Na linha do meio, furriéis Cruz (de óculos e mão em frente), NN (tapado), Costa (morteiros). Reino
e Carvalho). À frente, Bento (de bigode), Lopes (Grenha), José Carlos Fonseca (que hoje faz 66 anos) e Rocha 


Cavaleiros do Norte no Quitexe. De frente, furriéis Rocha (de
bigode), Fonseca (a fumar), Bento. Viegas, Belo (de óculos),
 e Ribeiro. Em primeiro plano e à esquerda, o Monteiro
O dia 28 de Outubro de 1974, há precisamente 43 anos, foi tempo para para mais uma reunião do Comando do Sector do Uíge (CSU); em Carmona, na qual participou o tenente-coronel Almeida e Brito, comandante do BCAV. 8423.
O dia foi também o da concretização do processo de desarmamento dos milícias, que se vinha a desenvolver desde 21 de Outubro, com alguns entraves pelo meio. Isto, nomeadamente
Grupo de regedores dos aldeamentos ´
(sanzalas) do Quitexe (net)
porque os povos da Quitexe e Aldeia Viçosa manifestaram preocupações que tinham a ver com a sua defesa, ante eventuais «acções de depradação e exigência do IN», muito embora estivesse declarado o cessar-fogo.
O argumento, segundo o livro «História da Unidade», era «difícil de contrariar», já que, ainda de acordo com o LU, «é impossível garantir a sua vivência pacífica, pois as NT não chegarão para superar todas as dificuldades e situações que se lhe apresentem».
A 26 de Outubro de 1974, como aqui há dias recordámos e «com vista a resolver a situação apresentada», realizou-se no Quitexe «um reunião com todos os regedores, ao quais foi feito ver a necessidade de entregarem o armamento das milícias».
O que, felizmente, «veio a suceder, voluntariamente, a partir de 28 de Outubro», há precisamente 47 anos.


Pratas de Santa Isabel, 69
anos nas Praias do Sado

O 1º. cabo Pratas, atirador de Cavalaria de especialidade militar, da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, está hoje em festa: comemora 69 anos.
José Bernardo Pratas Moreira, de seu nome completo, é natural e voltou a Estrada de Santas, na freguesia de S. Sebastião, em Setúbal, a 11 de Setembro de 1975, no final da sua comissão  militar por terras do Uíge angolano - que, além de Santa Isabel, o levou ainda ao Quitexe e à cidade de Carmona. 
Pouco mais sabemos dele. Apenas que mora por lá perto de Setúbal, agora no Bairro da SAPEC, em Praias do Sado. Para lá vão as nossas felicitações pela data feliz que hoje passa! Parabéns!

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

5 595 - Mudança do dispositivo militar do Uíge! Domingo sem serviços mas com... missa !

Cavaleiros do Norte das Transmissões da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda Maria João, 
 a de Zalala: os rádio-telegrafistas Fernando Coelho, o 1º. cabo Jorge Silva e António
 Lago. Gente da jornada  africana do Uíge angolano
Cavaleiros do Norte no Quitexe: Rocha, Fonseca, a fumar e que
 amanhã festeja 70 anos em Lisboa), Viegas, Belo (de óculos), 
Ribeiro e ? (quem é?) À direita e no sentido contrário dos
 ponteiros do relógio, Monteiro, Pires (sapador, de bigode),
Machado a fumar) e Lages (do bar de sargentos)


Os dias de Outubro de 1974, há 47 anos e por terras do Uíge nortenho angolano, iam passando, sempre muito expectantes (e expectados) pelas bandas do Uíge, onde os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 viviam a sua jornada africana de Angola.
Ao dia 27, um domingo, aguardava-se o desenvolvimento, no terreno, da reunião com os regedores, na véspera, por causa da operação de desarmamento dos milícias. Havia, por isso mesmo, alguma tensão. ainda que controlada.
Outra operação em desenvolvimento era a de rotação dispositivo do Subsector do Quitexe, preparando-se a saída definitiva das NT da Fazenda do Liberato (já anunciada e que viria a concluir-se no dia 8 de Novembro, com a rotação para o RI 21, em Nova Lisboa). 
A mítica fazenda deixava de ter a presença da tropa portuguesa, o que vinha a acontecer desde os primeiros anos da década de 60 do século passado.
Saída anunciada, também, era a da CCAÇ. 4145, da Vista Alegre e Destacamento da Ponte do Dange, que iria para Luanda mas, no caso, sendo substituída pela 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala e do capitão miliciano Davide Castro Dias - que já preparava as malas para deixar a fazenda - o que viria a concluir-se no dia 25 de Novembro de 1974.

O padre Albino Capela à porta da Igreja da Mãe
de Deus, no Quitexe, no baptizado de uma
criança da Família Rei, desta vila uíjana

Domingo sem serviços
mas com... missa !

O dia 27 de há 47 anos foi um domingo e as tarefas de gestão interna da CCS estavam limitadas aos serviços de escala, nomeados em Ordem de Serviço do BCAV. 8423.
O resto do pessoal «descansava», com um ou outro passeio, alguma possível ida a Carmona e alguns militares, mais devotos, a participarem na missa dominical, que o padre Albino Capela celebrava na Igreja da Mãe de Deus do Quitexe.
A cantina e os bares/messes militares tinham sempre mais clientela,  assim houvesse dinheiro... (e ia havendo!) o que também acontecia nos bares e restaurantes da vila. 
Tempos saudosos de há 47 anos!
A Igreja da Mãe de Deus, da Missão do Quitexe e já agora, foi reabilitada em 2008, com obras que duraram três meses e envolveram custos na ordem dos 150 000 dólares, pagos pela Sonangol.
A inauguração foi em Dezembro desse ano e presidida pelo Bispo do Uíge, Dom Emílio Sumbelo, que na altura e em declarações à ANGOLP, pediu «o em-
penho de todos os membros. no aprimoramento da obra sagrada». Sublinhou também que «o templo vai melhorar o nível de trabalho dos cristãos, com vista a salvação de todos aqueles que crêem em Deus».

Furriel José
C. Fonseca

Fonseca, furriel do Quitexe, 
70 anos em Lisboa!

O furriel miliciano José Carlos Pereira da Fonseca, da CCS do BCAV. 8423, no Quitexe, festeja 70 anos a 28 de Outubro de 2021.
Cavaleiro do Norte com a especialidade militar de amanuense (escriturário), trabalhava na secretaria do Comando do BCAV. 8423, chefiada pelo então tenente Acácio Carreira da Luz. Em Janeiro de 1975, veio de férias a Portugal e arranjou a papelada necessária para não voltar a Angola e ao Quitexe. E não voltou. E nunca mais o vimos.
Sabemos, por há alguns anos termos falado ao telefone, que é técnico oficial de contas (TOC) e que trabalha e vive(rá) em Lisboa, na Rua Marquês de Tomar, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

terça-feira, 26 de outubro de 2021

5 594 - Comandante Almeida e Brito no Comando de Sector e com o regedores! Patrulhamentos terrestres!


Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, futuros furriéis milicianos e aqui ainda no IAO,
no RC4, em Santa Margarida, todos especialistas, como atiradores de Cavalaria: Plácido Jorge
Queirós, Fernando Mota Viana e Victor Moreira da Costa
Cavaleiros de Santa Isabel: o furriel José Fernando
Carvalho à frente e no meio. Atrás dele, o 1º. cabo
José Agostinho Ferreira. Quem identifica os
tifica os outros dois da frente?

O tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, oficial de Cavalaria e comandante dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, teve duas acções de relevância no dia 26 de Outubro de 1974, há 47 anos.
Uma delas, foi a deslocação ao Comando do Sector do Uíge (CSU), instalado na cidade de Carmona, e uma reunião com os regedores da região quitexana, por causa do desarmamento dos milícias que estava em desenvolvimento.
A deslocação ao  Comando do Sector do Uíge (CSU), logo pela manhã desse sábado de há 47 anos, inseriu-se nos habituais «contactos operacionais» entre comandantes das unidades que operavam em terras uíjanas. 
O tenente-coronel Carlos Almeida e Brito 
fez-se acompanhar, como habitualmente, por oficiais da CCS do BCAV. 8423 (que comandava) e repetiu este tipo de reuniões dos dias 4, 21, 25 e 26. E uma outra se realizaria ainda nesse mês de Outubro de há 47 anos: no dia 28 (a seguinte segunda-feira). 
Isto, num tempo em que cada vez mais se acentuavam os patrulhamentos nos principais itinerários uíjanos, com o objectivo de garantir a segurança de pessoas e bens em trânsito - nomeadamente na ainda hoje nuclear Estrada do Café a que ligava a capital Luanda a Carmona, a agora cidade do Uíge. 
Ligava e liga, ainda com o mesmo traçado e, como pudemos ver há exactamente 2 anos, quando por lá passámos em jornada de saudade..., em muito bom estad de conservação. à volta de 350 quilómetros de asfalto com apemas meua dúzoa de buracos.
Regedores do Quitexe (foto de net). A imagem
 nada tem a ver com os indicados no texto

Desarmamento 
dos milícias !

O encontro com os regedores da região e Subsector do Quitexe ocorreu ao fim da tarde desse doa de a 47 amos (o tempo voa...) e tinha a delicada operação de desarmamento dos milícias como tema.  «Desarmamento que, como por aqui já historiámos, «não teve boa aceitação por parte dos povos, nomeadamente nos postos sede (Quitexe) e Aldeia Viçosa».
O livro «História da Unidade» sublinha que «crê-se não terem justificação os receios apresentados, se se puser em fogo o anunciado cessar-fogo» mas que «no entanto, também neste caso só o tempo o garantirá». Esta razão levou a que, há precisamente 47 anos, se realizasse a reunião com «todos os regedores, aos quais foi feito ver a necessidade de entregarem o armamento das milícias»O livro HdU refere que «tal veio a suceder, voluntariamente, a partir de 28 de Outubro». E sem quaisquer problemas.
Manuel Alcides Eira,
2º. sargento enfermeiro



Manuel Eira, 2º. sargento, 
78 anos em Vila Real !

O 2º. sargento Manuel Alcides das Costa Eira chegou a Aldeia Viçosa e à 2ª. CCAV. 8423 em meados de Março de 1975, para a sua terceira comissão militar - a segunda em Angola. Hoje, comemora 78 anos, em Vila Real.
Enfermeiro de especialidade, tinha cumprido a primeira comissão em Moçambique, como miliciano e entre 1966 e 1968, na zona de Niassa. Em 1971, partiu para a primeira comissão em Angola. A Angola voltou em 1975, para a 2ª. CCAV 8423, e, finda a jornada africana, prosseguiu carreira militar na Escola Prática de Polícia, em Torres Novas. 
Agora aposentado e por nós «achado» nas delícias dos prazeres caseiros, hoje festeja 78 anos em Vila Real. A 30 de Setembro deste ano, foi sujeito a uma intervenção de natureza cardíaca, combatendo uma arritmia, da qual saiu mas jovem e saudável.
«Correu muito bem, graças a Deus e à medicina. Sinto-me muito bem», disse-nos há momentos, quando telefonicamente o contactámos.
Parabéns e, pelo menos, até daqui a um ano!!!


Moreira de Santa Isabel,
69 anos em Setúbal !

O 1º. cabo José Fernando Pratas Moreira, Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423 e festeja 69 anos a 28 de Outubro de 2018.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar e Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda Santa Isabel - depois do Quitece e Carmona -, residia, ao tempo, na Estrada de Santa, ao Bairro da Linha, em Setúbal. Lá voltou a 11 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar em Angola, e trabalha, com empresário, no sector comercial de máquinas e equipamentos industriais, vivendo agora no Bairro da SAPEC, também em Setúbal. 
Para lá e para ele, vai o nosso abraço de parabéns! 

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

5 593 - O adeus da CCAÇ. 209/RI 21 ao Liberato! Mudanças no quartel de Vista Alegre!

 

Os furriéis milicianos Viegas e Pires (Cândido) na sanzala do Talambanza, 
à saída do Quitexe, na estrada para Carmona. Imagem de há precisamente 
47 anos, dia 25 de Outubro de 1974

Os furriéis milicianos Plácido Queirós (que amanhã
festeja 69 anos em Braga) e José A. Nascimento,
emigrado nos Estados Unidos e ambos de Zalala.
Aqui, numa praia de Luanda e em 1975

A 25 de Outubro de 1974, uma sexta-feira de há precisamente 47 anos, os furriéis milicianos Viegas e Pires, o dos Sapadores, «viajaram» até aldeia do Talambanza, onde decorria uma cerimónia fúnebre em honra de uma criança negra, de família daquela sanzala.
A viagem era curta, feita a pé, e havia grande curiosidade, de minha parte, em conhecer as tradições fúnebres do povo indígena - na verdade muito diferentes dos hábitos europeus. Cantava-se em honra da criança não se chorava. Comia-se e bebia-se, até nos foi oferecida aguardente (marufo) - que o Pires bebeu e eu nem sequer provei.
O 
Infelizmente, e para que aqui os pudessemos evocar com rigor, a memória fez perder os pormenores essenciais do cerimonial - dele recordando, todavia ser muito inusitado para os nossos hábitos lutuosos. Cantava-se e não se chorava, dançava-se e rodopiava-se em festejo para nós surpreendente para os nossos costumes
! Os europeus e de Portugal.


O furriel José Oliveira e o capitão Victor Correia
(e esposa), comandante da CCAÇ. 209/RI 21,
a da Fazenda do Liberato

O adeus ao Liberato,
mudanças em Vista Alegre !

O dia 25 de Outubro de 1974 foi também tempo para alterações no dispositivo militar do BCAV. 8423 - assunto que o livro «História da Unidade» considerava «por demais importante».
Assim, nele se lê, «abandonam o Subsector a CCAÇ. 209, que regressará à sede a 8 de Novembro, e a CCAÇ. 4145, a qual, a partir de Novembro, se irá instalar no Sector de Luanda».
A CCAÇ. 209 era oriunda do RI 21, de Nova Lisboa, no Huambo, e estava aquartelada na Fazenda do Liberato.  Era comandada pelo capitão Victor Correia (casado com uma senhora holandesa) e a ela pertencia (embora na altura não soubesse) o furriel José Marques de Oliveira - meu companheiro de escola, em Águeda. Natural do Caramulo. 
A CCAÇ. 4145 estava aquartelada em Vista Alegre e tinha um destacamento na Ponte do Dange.
A notícia «saiu» da reunião do Comando do Sector do Uíge (CSU), em Carmona, na qual participou o comandante Almeida e Brito e ficou a saber-se, também, que «para solver estas situações, em meados de Novembro começará a 1ª. CCAV. a tomar conta da área de Vista Alegre, mudança que só estará completamente processada» no final do mês.

Furriel Queirós,
69 anos em Braga!

O furriel miliciano Plácido Jorge de Oliveira Guimarães Queirós, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, está amanhã em festa, dia 26 de Outubro de 2017: comemora 69 anos.
Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda Maria João, a de Zalala - e depois de Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona - natural e reside em Braga, tendo sido bravo e garboso Cavaleiro do Norte da nossa jornada africana do Uíge angolano.
Regressou a  Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à sua Braga natal, e trabalhou no área comercial do sector automóvel. Agora e já aposentado, passa os seus bons dias a fortalecer a comunhão familiar e em permanente confraternização com os «zalala´s». Para ele vai o nosso abraço de parabéns! 

domingo, 24 de outubro de 2021

5 592 - Comandante em Aldeia Viçosa! MPLA em Luanda, a UNITA e o Governo Português !

Alferes milicianos Jorge Capela e João Machado, tenente-coronel Almeida
e Brito e capitão miliciano José Manuel Cruz em Aldeia Viçosa, sede
 da 2ª. CAV. 8423. O aquartelamento foi visitado pelo comando e oficiais do
BCAV. 8423 a 24 de Outubro de 1974. Há 47 anos!

Furriéis milicianos no Quitexe: Cândido Pires (em grande
 plano, de bigode), Belo (de óculos), Viegas e Fonseca


A 24 de Outubro de 1974, o comandante Carlos Almeida e Brito deslocou-se a Aldeia Viçosa, para mais uma reunião de trabalhos com a 2ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz e naturalmente para abordar a situação operacional.
Uma vez mais o comandante se fez acompanhar por oficiais da CCS e o dia, uma sexta-feira de há exactamente 47 anos, foi tempo de o MPLA se anunciar como disponível para «fazer parte de um Governo de Transição» de Angola. O presidente Agostinho Neto, segundo a notícia do Diário de Lisboa do dia, acrescentou que «a FNLA e  UNITA também vão fazer parte» desse Governo.
«Os militantes do MPLA vão passar da luta armada para a luta política», disse Agostinho Neto, acrescentando que «ao mesmo tempo se prepara para a integração num exército integrado angolano das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola» - as FAPLA, braço armado do mesmo MPLA.
Daniel Chipenda (Revolta do Leste), o jornalista
argelino Boubakar Adjali Kapiaça e Agostinho
Neto (presidente do MPLA)

MPLA em Luanda, a UNITA de
Savimbi e o Governo Português

O MPLA ia abrir uma sede em Luanda, mas Daniel Chipenda, líder de uma das facções do movimento, «insurgiu-se contra a assinatura do acordo de cessar-fogo entre o MPLA e os portugueses», argumentando que «o dr. Agostinho Neto não tinha o direito de falar em nome de todo o movimento» - o dito MPLA.
Daniel Chipenda falava numa conferência de imprensa em Kinshasa e, de acordo com o Diário de Lisboa de há 43 anos, «avisou as autoridades portuguesas»,
Jonas Savimbi, presidente da UNITA
relativamente a este acordo, que «o cessar-fogo aceite por Agostinho Neto só será respeitado pelas forças que o aceitam como chefe».
O dia foi também tempo para o governador do distrito do Moxico «garantir que não houve colaboração, da  parte da UNITA, com as autoridades portuguesas antes do 25 de Abril».
«Houve , sim, por parte das Forças Armadas e do Governo, tentativa para estabelecer negociações com aquele movimento de libertação que conduzissem a um cessar-fogo», afirmou Ferreira de Macedo, o governador do distrito do Moxico, em declarações ao jornal «A Província de Angola», explicando que as negociações com a UNITA para o cessar fogo «aconteceram depois do 25 de Abril».
A UNITA era presidida por Jonas Malheiros Savimbi e era um dos três movimentos de Libertação de Angola - com o MPLA de Agostinho Neto e a FNLA de Holden Roberto.


A primeira página do Diário de
Luanda de 24 de Outubro de
1975. Há 46 anos
Angola, 24/10/1975, a
17 dias da independência!

Um ano depois, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 já esavam em Portugal e, a 17 dias da independência, Angola estava a ferro e fogo.
O MPLA e as suas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA´s) controlava a maior parte do território e decretou a mobilização popular de «todos os homens entre os 18 e os 35 anos».
«Angola está sujeita a uma invasão estrangeira, a soldo do imperialismo e que se processa em várias frentes», referia o comunicado do Comissariado Político do Estado Maior das FAPLA, lido aos microfones da Emissora Oficial de Angola por José Van Dunnen, explicando que «não se trata de enviar recrutas em instrução para a frente de combate, pois os efectivo das FAPLA são suficientes para as necessidades imediatas, mas para constituir uma força militar mais ampla, face à invasão do território».
A imprensa do dia noticiava que, na Frente Sul, «a situação mantém-se grave (...), pressionada pelas forças invasoras, constituídas por mercenários recrutados na África do Sul, pelo traidor Daniel Chipenda, e por forças regulares da-
quele país». Já tinham atingido Chíbia (antiga vila General João de Almeida) e aproximavam-se de Sá da Bandeira.


sábado, 23 de outubro de 2021

5 591 - Pilhagens e banditismo da FNLA entre Aldeia Viçosa e Quitexe, até às portas de Carmona!!


O PELREC da CCS do BCAV. 8423 foi o grade patrulhador da Estrada do Café, entre Aldeia
Viçosa e Quitexe, até perto de Carmona. De pé e da esquerda para a direita, Caixarias, 1º. cabo
Pinto, Marcos, Botelho (?), Florêncio, 1º. cabo Sares (falecido em Março de 2019, de doença
e em Almada), Neves, Messejana (f. a 27/11/2009, em Lisboa e de doença) e 1º. cabo Almeida
 (f. a 28/02(2009, em Penamacor e de doença). Em baixo, Aurélio (Barbeiro), 1ºs. cabos Hipólito
 (em França) e Oliveira (TRMS), Leal (f. a 18/06/2007, em Pombal, de doença súbita), Francisco,
furriel Viegas e 1º. cabo Vicente (f. a 21/01/1997, de doença e em Vila Moreira, Alcanede) 

O jornal «A Província de Angola» de 22 de Outubro
de 1961, há 60 anos, noticiou a apresentação de
«milhares  de nativos, com mulheres e filhos»

O tempo, pelo Uíge angolano de há 47 anos, era de desarmamento das milícias e cada vez maior intensidade de patrulhamentos inopinados nas principais vias de comunicação, essencialmente para «a obtenção da liberdade de itinerários».
Tal acontecia, principalmente na chamada Estrada do Café, que ligava (e liga) Luanda a Carmona e que, há precisamente 2 anos, tivemos ocasião de, em viagem de saudade que por aqui já relatámos, percorrer de um lado ao outro, em ambos os sentidos. E que achámos quase, quase igual - quando piso e ao percurso.
Itinerários nos quais, recordemos, aio tempo de há 47 anos, «a FNLA, nomeadamente a partir de 18 de Outubro, começou a procurar realizar actividades de pilhagem aos utentes, especialmente no troço
compreendido entre o Quitexe e Aldeia Viçosa».
Os patrulhamentos eram feitos «com grande esforço do pessoal», já que, de acordo como livro «História da Unidade», «procurou-se contrariar esta acção de banditismo, aquando do aparecimento de queixas, com o lançamento de patrulhamentos inopinados». Por outras palavras, a qualquer hora do dia ou da noite, as forças operacionais da CCS dos Cavaleiros do Norte eram chamadas a intervir. O que muito «penalizou» o PELREC da CCS, que seguramente foi o grande patrulhador daquela importantíssima via rodoviária, dia e noite, por vezes em 24 horas seguidas, sem descanso e medos, mas em ambiente de permanentes riscos.
O PELREC e por vezes o Pelotão de Sapadores e/ou o Grupo de Combate que estivesse adido à CCS eram os «patrulhadores» do espaço. Dias/noites havia com mais de uma/duas, três saídas em patrulhamentos. E horas atrás de horas, em vigília e alertas.

Recortes dos jornais «A Província de Angola» (em
cima) e «O Comércio». ambos de Luanda, sobre a
actualidade angolana, a data de 23 de Outubro de
 1961. Há precisamente 60 anos!!!

O Uíge angolano,
de há 60 anos !

A 22 de Outubro de 1961, há 60 anos e ano do início das acções armadas dos movimentos independentistas, o major Rebocho Vaz, ao tempo Governador do Distrito e Comandante Militar do Uíge, recebeu pessoalmente «milhares de nativos, com mulheres e filhos», em Carmona, meses depois do início (em Março) do chamado terrorismo.
A notícia era do jornal matutino «A Província de Angola», que se publicava na capital (o actual «Jornal de Angola», e que se pode rever na imagem mais acima) e reportava também que as populações estavam «exauridas e reduzidas a triste estado de penúria».
O jornal «O Comércio», também de Luanda, noticiava na edição do mesmo dia o «regresso às povoações e aos trabalhos das populações da Serra do Uíge». Acrescentava que «voltaram cerca de 1500 pessoas».
A revista «Notícia», que também se publicava em Luanda, dava conta, por sua vez, que «alguns voltam das serras para convencerem outros povos a regressar, a apresentarem-se e entregarem as armas».
«Vieram primeiro 600, mas depois vinham 2000 e mais 2000. Os regressados ficaram isolados 2 dias, para evitar a propagação de possíveis doenças contagiosas. Os homens válidos foram colaborar nas reconstruções das suas habitações», reportava a a revista, na sua edição de 4 de Novembro de 1961 - dentro de dias se passam 60 anos.
Foi nessa área nortenha de Angola que, de Junho de 1974 até 4 de Agosto de 1975, em quadro de guerra diferente, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 tiveram a sua jornada africana.
O alferes José Hermida, com a
esposa Graciete. Era o oficial
transmissões e psicologia

Cinema para a tropa
e a população civil !

O ciclo de cinema dinamizado pelo Gabinete de Acção Psicológica do BCAV. 8423 terminou a 23 de Outubro de 1974, depois de exibições nas várias subunidades da Zona de Acção (ZA) dos Cavaleiros do Norte.
A iniciativa era coordenada pelo alferes miliciano José Leonel Hermida, o oficial de acção psicológica aquartelado no Quitexe, começara a 10 do mesmo mês e, pra além de dedicado ás subunidades do Batalhão, foi «completado em actividade orientada para as populações» - o que aconteceu a 29 de Outubro e no Clube do Quitexe, tiveram uma sessão que lhes foi dedicada.
O projectista era o 1º. cabo Rodolfo Tomás, especialista como rádio-montador militar, mas que tinha experiência civil nessa área. Aliás, inclusive prestou esse serviço aos cinema civis do Uíge.