Os alferes milicianos Carlos Sampaio (da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala e de oficial de dia no Quitexe) e António Garcia e o furriel Viegas, ambos da CCS e momentos antes da saída do PELREC para mais um patrulhamento por estradas e picadas do Uíge
| Cavaleiros do Norte do PELREC: 1º. cabo Almeida (fale- cido a 8/02/2009, de doença e em Penamacor), Messejana (f. a 27/112009, em Lisboa e de doença), Neves, 1º. cabo Soares, Florêncio e Ezequiel, Em baixo, 1º. cabo Vicente (f. a 21/01/1997, de doença e em Vila Moreira, Alcanede), furriel Viegas, Francisco e Leal (f. a 18/06/2007, de doença e em Caixaria, Pombal) |
A nova situação política angolana levou, há 47 anos, a alterações na vida operacional dos Cavaleiros do Norte, nomeadamente a partir do mês de Outubro de 1974. Aos dias e noites esse tempo e segundo o livro «História da Unidade», acentuou-se a «intensa actividade de patrulhamentos, nomeadamente orientados para a obtenção de liberdade de itinerários». Actividade que, de resto, já se vinha a realizar, mas agora com muito mais assiduidade e, por consequência, com maior sacrifício dos militares. O dia 2 de Outubro de 1974, há 47 anos, foi a da abertura da delegação do MPLA em Kinshasa (Zaire), depois de negociações conduzidas pelo presidente Agostinho Neto e Daniel Chipenda, vice-presidente da direcção provisória. Tal acontecia no «âmbito da ajuda concreta e da solidariedade do Zaire para com os movimentos de libertação, em geral, e para com a luta do povo angolano pela independência, em particular». O Zaire de Mobutu Sese Seko, que se sabia ser grande apoiante da FNLA. Paralelamente, o PCDA, a FUA e a FRA - partido criados após o 25 de Abril, por colonos portugueses - organizaram «um campo de treinos, com a finalidade de formarem um exército particular», segundo noticiava o Diário de Lisboa. Era disso que o MPLA os acusava, sublinhando estarem os três partidos «a organizar um exército, para impedirem que sejam satisfeitas as legítimas aspirações do povo angolano». | Cavaleiros do Norte da secretaria da CCS: furriéis milicianos José Monteiro e Francisco Dias e 1ºs. cabos Miguel Teixeira, Vasco Vieira (Vasquinho) e, em baixo, Fernando Pires |
Um exército de brancos..., as ligações à UNITA
O presidente Agostinho Neto afirmava mesmo que os três partidos «têm ligações à UNITA», que era, ao tempo, o único movimento de libertação ainda não reconhecido pela OUA - a Organização de Unidade Africana. O suposto exército incluiria angolanos brancos e estaria a ser treinado por militares sul-africanos «em três campos recentemente criados no território», - o que, na opinião de Neto, se encandeava no «jogo muito perigoso» que o então já retirado António Spínola vinha a fazer, nomeadamente «cultivando e escutando fantoches e dirigentes de partidos políticos que não representam o povo» - referindo-se, naturalmente, ao PCDA, à FUA e à FRA. Spínola, na sua versão (a de Neto), estaria a «apoiar activamente os grupos de colonos portugueses em Angola» e, mais, de «estar disposto a a aceitar ali um Governo minoritário». Soube-se também que a revista «Notícia» foi multada, por causa de notícia sobre uma reunião de oficiais portugueses - que já motivara multas aos jornais «A Província de Angola» e «O Comércio», ambos de Luanda. Foi divulgado que os oficiais consideravam que «só os movimentos de libertação devam ser reconhecidos como representantes do povo angolano», o que Rosa Coutinho desmentiu, referindo ser «falsa e uma interpretação errada da reunião realizada a 20 de Setembro em Luanda, com a participação de 500 oficiais».
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