CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 23 de outubro de 2021

5 591 - Pilhagens e banditismo da FNLA entre Aldeia Viçosa e Quitexe, até às portas de Carmona!!


O PELREC da CCS do BCAV. 8423 foi o grade patrulhador da Estrada do Café, entre Aldeia
Viçosa e Quitexe, até perto de Carmona. De pé e da esquerda para a direita, Caixarias, 1º. cabo
Pinto, Marcos, Botelho (?), Florêncio, 1º. cabo Sares (falecido em Março de 2019, de doença
e em Almada), Neves, Messejana (f. a 27/11/2009, em Lisboa e de doença) e 1º. cabo Almeida
 (f. a 28/02(2009, em Penamacor e de doença). Em baixo, Aurélio (Barbeiro), 1ºs. cabos Hipólito
 (em França) e Oliveira (TRMS), Leal (f. a 18/06/2007, em Pombal, de doença súbita), Francisco,
furriel Viegas e 1º. cabo Vicente (f. a 21/01/1997, de doença e em Vila Moreira, Alcanede) 

O jornal «A Província de Angola» de 22 de Outubro
de 1961, há 60 anos, noticiou a apresentação de
«milhares  de nativos, com mulheres e filhos»

O tempo, pelo Uíge angolano de há 47 anos, era de desarmamento das milícias e cada vez maior intensidade de patrulhamentos inopinados nas principais vias de comunicação, essencialmente para «a obtenção da liberdade de itinerários».
Tal acontecia, principalmente na chamada Estrada do Café, que ligava (e liga) Luanda a Carmona e que, há precisamente 2 anos, tivemos ocasião de, em viagem de saudade que por aqui já relatámos, percorrer de um lado ao outro, em ambos os sentidos. E que achámos quase, quase igual - quando piso e ao percurso.
Itinerários nos quais, recordemos, aio tempo de há 47 anos, «a FNLA, nomeadamente a partir de 18 de Outubro, começou a procurar realizar actividades de pilhagem aos utentes, especialmente no troço
compreendido entre o Quitexe e Aldeia Viçosa».
Os patrulhamentos eram feitos «com grande esforço do pessoal», já que, de acordo como livro «História da Unidade», «procurou-se contrariar esta acção de banditismo, aquando do aparecimento de queixas, com o lançamento de patrulhamentos inopinados». Por outras palavras, a qualquer hora do dia ou da noite, as forças operacionais da CCS dos Cavaleiros do Norte eram chamadas a intervir. O que muito «penalizou» o PELREC da CCS, que seguramente foi o grande patrulhador daquela importantíssima via rodoviária, dia e noite, por vezes em 24 horas seguidas, sem descanso e medos, mas em ambiente de permanentes riscos.
O PELREC e por vezes o Pelotão de Sapadores e/ou o Grupo de Combate que estivesse adido à CCS eram os «patrulhadores» do espaço. Dias/noites havia com mais de uma/duas, três saídas em patrulhamentos. E horas atrás de horas, em vigília e alertas.

Recortes dos jornais «A Província de Angola» (em
cima) e «O Comércio». ambos de Luanda, sobre a
actualidade angolana, a data de 23 de Outubro de
 1961. Há precisamente 60 anos!!!

O Uíge angolano,
de há 60 anos !

A 22 de Outubro de 1961, há 60 anos e ano do início das acções armadas dos movimentos independentistas, o major Rebocho Vaz, ao tempo Governador do Distrito e Comandante Militar do Uíge, recebeu pessoalmente «milhares de nativos, com mulheres e filhos», em Carmona, meses depois do início (em Março) do chamado terrorismo.
A notícia era do jornal matutino «A Província de Angola», que se publicava na capital (o actual «Jornal de Angola», e que se pode rever na imagem mais acima) e reportava também que as populações estavam «exauridas e reduzidas a triste estado de penúria».
O jornal «O Comércio», também de Luanda, noticiava na edição do mesmo dia o «regresso às povoações e aos trabalhos das populações da Serra do Uíge». Acrescentava que «voltaram cerca de 1500 pessoas».
A revista «Notícia», que também se publicava em Luanda, dava conta, por sua vez, que «alguns voltam das serras para convencerem outros povos a regressar, a apresentarem-se e entregarem as armas».
«Vieram primeiro 600, mas depois vinham 2000 e mais 2000. Os regressados ficaram isolados 2 dias, para evitar a propagação de possíveis doenças contagiosas. Os homens válidos foram colaborar nas reconstruções das suas habitações», reportava a a revista, na sua edição de 4 de Novembro de 1961 - dentro de dias se passam 60 anos.
Foi nessa área nortenha de Angola que, de Junho de 1974 até 4 de Agosto de 1975, em quadro de guerra diferente, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 tiveram a sua jornada africana.
O alferes José Hermida, com a
esposa Graciete. Era o oficial
transmissões e psicologia

Cinema para a tropa
e a população civil !

O ciclo de cinema dinamizado pelo Gabinete de Acção Psicológica do BCAV. 8423 terminou a 23 de Outubro de 1974, depois de exibições nas várias subunidades da Zona de Acção (ZA) dos Cavaleiros do Norte.
A iniciativa era coordenada pelo alferes miliciano José Leonel Hermida, o oficial de acção psicológica aquartelado no Quitexe, começara a 10 do mesmo mês e, pra além de dedicado ás subunidades do Batalhão, foi «completado em actividade orientada para as populações» - o que aconteceu a 29 de Outubro e no Clube do Quitexe, tiveram uma sessão que lhes foi dedicada.
O projectista era o 1º. cabo Rodolfo Tomás, especialista como rádio-montador militar, mas que tinha experiência civil nessa área. Aliás, inclusive prestou esse serviço aos cinema civis do Uíge.


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