CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 31 de maio de 2018

4 142 - A partida da 1ª. CCAV. 8423 e o encontro dos Cavaleiros de Santa Isabel!


Grupo de Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, que há precisamente 44 anos
 embarcaram em Lisboa, com destino da Luanda, para a sua comissão militar
em Angola. O grupo da foto inclui alguns militares do recrutamento local
Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423. À frente
e de pé, os furrieis Nascimento, Rodrigues e Ma-
nuel Dias. Sentados, 1º. cabo Ferreira (de óculos)
e os furriéis Barata e Louro. E, mais atrás, quem
serão estes dois «zalala´s»?

A 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala e do capitão miiciano Davide Castro Dias, partiu para Luanda ao final da noite de 31 de Maio de 1974 - hoje se passam 44 anos! Já a CCS por lá estava, há 2 dias!
O BCAV. 8423 tinha ainda a 2ª. CCAV. e a 3ª. CCAV. em lista de espera para o voo e, de acordo com o Livro da Unidade, «embarcou para a RMA quase completo». Na verdade, vale a pena recordar, «faziam-se sentir duas faltas importantes» - casos do 2º. coman-
dante e do oficial de reabastecimentos. O primeiro, por ter sido «desviado para o Co-
mando Chefe das Forças Armadas da Guiné, este por se encontrar com baixa ao Hospital 
Militar Principal».
O 2º. comandante era o  major de Cavalaria José Luís Jordão Ornelas Monteiro, mais tarde promovido a tenente-coronel e que, com esta patente, foi aposentado. Faleceu a 16 de Julho de 2011, com 80 anos. Só seria substituído, no BCAV. 8423 e pelo capitão José Diogo da Silva Themudo, em Março de 1975.
O oficial de reabastecimentos era o alferes miliciano Gaspar José F. Carmo Reis, que nunca chegámos a conhecer e que, porém, foi «julgado incapaz para o serviço militar». Foi substituído, já em terras de Angola, pelo também alferes miliciano José Alberto Alegria Martins de Almeida, que, em rendição individual, chegou ao Quitexe em Julho de 1974.
Os furriéis Flora e Car-
doso (ambos de azul)
e Carlos Carvalho

Cavaleiros de Santa Isabel
encontram-se na Mealhada

Os Cavaleiros do Norte da 3ª. CAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, reúnem-se a 2 de Junho de Junho de 2018, em Santa Luzia - à saída de Coimbra para a Mealhada (a norte), em plena IC2 (a antiga Estrada Nacional nº. 1).
A concentração está marcada para as 12 horas, no restau-
rante Manuel Júlio - onde vai decorrer a confraternização gastronómica -, e a organização deste (re)encontro de memórias está a cargo do (ex-furriel de transmissões) João Augusto Martins Cardoso (telemóvel 939908807)  e do Carlos Alberto Baptista de Carvalho - que lá mora bem perto, no Barcouço, e foi atirador de Cavalaria na jornada africana do Uíge angolano, por terras de Santa Isabel, Quitexe e Carmona (916216923).
João Teodósio

Teodósio de Aldeia Viçosa,
66 anos em Almeirim!

O 1º. cabo mecânico-auto Teodósio, da 2ª. CCAV. 8423, festeja 66 anos a 1 de Junho de 2018.
João Francisco Ribas Teodósio foi Cavaleiro do Norte de Al-
deia Viçosa e é natural e residia na Rua da Fé, em Almeirim, aonde regressou no dia 10 de Setembro de 1975 - quando terminou a sua co-
missão militar por terras de Angola. Lá fez a sua vida familiar e profissional e lá continua a viver, agora na Rua dos Aliados e com o apelido Ferro acrescen-
tado ao nome, e lá trabalha, para lá indo o nosso abraço de parabéns!

quarta-feira, 30 de maio de 2018

4 141 - A CCS em Luanda, do Grafanil às primeiras notícias de Angola...

Cavaleiros do Norte do PELREC a confraternizar na caserna. Da esquerda e no sentido dos ponteiros do re-
lógio, alferes Garcia, Armando Domingues Gomes (que a 1 de Junho faria 66 anos e faleceu em 1989), 1ºs.
cabos Cordeiro (de boina no ombro) e Ezequiel (de bigode), Marcos e NN, 1ºs. cabos Vicente e Soares (ambos
de bigode), Messejana, Florêncio, Aurélio (Barbeiro) e Botelho (?, de bigode? Mais à direita, Francisco (de
 braços cruzados) e Madaleno. Atrás e de pé, NN e NN (de bigodes e NN, atrás deles). Depois, 1º. cabo Almeida
 e Alberto Ferreira (de cerveja na mão). Alguém identifica os NN´s?

Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423: capitão An-
tónio Oliveira (SGE, o comandante) e os milicianos
 alferes Cruz, Ribeiro e Garcia e furriel Viegas, na
sanzala chamada Aldeia, ao lado do Quitexe


A CCS do BCAV. 8423 chegou a Luanda ao amanhecer de 30 de Maio de 1974, uma 5ª.-feira, descobrindo uma cidade que se abria ampla aos nossos olhos, cheia de luz..., gigantesca metrópole que todos surpreendia pela sua grandeza e beleza, abrindo-se sobre a baía.
O Boeing 707 dos TAM aterrou e, de blu-sões ainda apertados (como mandavam 
Cavaleiros da CCS, todos 1ºs. cabos: Luciano
Gomes (mecânico de armas), Ezequiel Silvestre
 (atirador de Cavalaria) e Victor Vieira (sacristão)
as normas), logo foram desabotoados para re-
frescar os corpos que bebiam o calor d´África e se molhavam de suores. E que calor! 
Logo nos apressámos a pegar a bagagem e saltar para as Berliets que nos esperavam no terminal militar e, atravessando a alta da cidade, nos le-
varam pela Estrada de Catete fora, rumo ao mí-
tico (e enorme) Campo Militar do Grafanil - antes da cidade de Viana. Por lá estivemos, cinco ou seis dias, antes da viagem pela Estrada do Café, que nos levou até ao Quitexe.
Ao fim do dia de dois dias depois (1 de Junho de 1974, um sábado...) e de Lisboa (da Base Aérea de Figo Maduro) e também no Boeing 707 dos TAM, voaram os futuros Cava-
leiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Zalala, depois de Vista Ale-gre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, comandada pelo capitão miliciano Da-
vide de Oliveira Castro Dias. No dia 4, a seguinte, uma terça-feira, partiu a 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa e Carmona, do capitão miliciano José Manuel Romeira Pinto da Cruz; a 5, uma quarta-feira, viajou a do capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes, a da Fazenda Santa Isabel, depois do Quitexe e da cidade de Carmona (a 3ª. CCAV. 8423).
Notícia de Angola
 de há 44 anos

MPLA de Neto acusa

a FNLA de Holden!
O dia foi tempo de saber as primeiras notícias da Angola que nos «baptizava» em África e onde já estávamos, mui-
to curiosos e surpreendidos com o que descobríamos. Notí-
cias recolhidas na imprensa. 
E do MPLA, pela voz do seu presidente: «Enquanto dezenas de nossos camara-
das estiveram presos em Kinshasa pela FNLA, não forem libertados, não ha-
verá qualquer possibilidade de unificação com a FNLA», disse Agostinho Neto, falando em Brazzaville, a capital da República do Congo - às vezes também chamada Congo Brazzaville, em oposição ao Congo Kinshasa - a actual República Democrática do Congo, ao tempo presidida por Mobutu Sese Seko e conhecida como Zaire entre 1971 e 1997, cuja capital era (e é) Kinshasa.
Armando Gomes

Armando Gomes
faria 66 anos !
- Faleceu em Setembro de 1989

Armando Domingues Gomes foi atirador de Cavalaria e faria 66 anos a 1 de Junho de 2018. Faleceu a 3 de Setembro de 1989.
Cavaleiro do Norte do PELREC, foi louvado pela «maneira eficiente de dedicada como voluntariamente exerceu as funções de padeiro na sua sua subunidade, sem que para tal tivesse conhecimentos profissionais, nunca olhando a esforços, embora por vezes lhe fosse pedido trabalho que se pode considerar extenuante».
O louvor do comandante Carlos Almeida e Brito foi publicado na Ordem de Serviço nº. 165, do BCAV. 8423, e sublinha também que foi «militar muito correcto no trato, disciplinado e bom camarada».
Armando Gomes regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana de Angola, e fixou-se na sua natal Á-dos-Cunhados, lugar e freguesia do concelho de Torres Vedras, onde faleceu a 3 de Setembro de 1989.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!!! 

terça-feira, 29 de maio de 2018

4 140 - Cavaleiros a voar para Angola; encontro algarvio com o alferes Almeida!

Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423: os alferes milicianos António
 Garcia (falecido a 2 de Novembro de 1979)  e José Alberto Almeida, oficial
 de reabastecimentos. Atrás, os 1ºs. sargentos João Barata e Joaquim Aires
Cavaleiros do Norte em férias algarvias, nos finais de
 Maio de 2018, 44 anos depois da partida para Angola,
ambos milicianos da CCS do BCAV. 8423: o alferes
Almeida (à esquerda) e o furriel Viegas 

Os últimos dias de Maio (de 2018) foram tempo de viagem por terras do Algarve e de reencontro com Cavaleiros do Norte da jornada africana do Uíge angolano. Por exemplo, com o nosso oficial de reabastecimentos: o alferes miliciano Almeida.
José Alberto Alegria Martins de Almeida chegou mais tarde ao nosso inesquecí-
vel Quitexe, em rendição individual, em meados de Julho de 1974 e no «lugar» do também alferes miliciano Gaspar
José Alberto Almeida, Cônsul de Marrocos no Algarve,
foi condecorado pelo Rei Mohamed VI, representado
pela embaixadora Karima Benyaïch (foto)
José F. Carmo Reis, que nem conhece-
mos e, sendo «julgado incapaz para o
serviço militar», não foi incorporado na guarnição do Comando do BCAV. 8423, ainda em Santa Margarida. Em boa hora, tal «troca»: ganhámos o alferes Almeida!
Arquitecto e economista de formação académica, natural de Oliveira de Azeméis mas residente em Albufeira, foi (e é) professor dos ensino secundário e universitário, conferencista e empresário dos sectores turístico e da construção civil na praça de Albufeira e por todo o extenso «reino» dos Algarves - aos poucos conquistado pelos Reis Sancho I, Afonso II e Sancho II, por entre os Séculos XII e XIII da riquíssima memória histórica das conquistas portuguesas. Pelo «reino» dos Algarves e seus arredores que, no seu caso, se estendem à marroquina Marraquexe, onde tem estúdio de arquitectura.
É Cônsul do Reino de Marrocos no Algarve, já condecorado (foto), por distintos serviços, pelo Rei Mohamed VI.
O alferes miliciano José Alberto Almeida
numa fazenda dos arredores do Quitexe

Louvor do Comando
ao alferes Almeida

Os tempos da sua (e nossa) jornada africana do Uíge angolano, onde também foi oficial de jus-
tiça do BCAV. 8423, creditaram-lhe louvor «pela maneira dedicada e eficiente como conduziu todos os serviços a seu cargo», nos quais, como podemos ler na Ordem de Serviço nº. 168, «demonstrou excelentes qualidades de organização e gestão».
O louvor destaca, também, a «correcção e trato inexcedíveis» do alferes José Alberto Almeida, assim como «as elevadas qualidades morais e cívicas»,  sempre procurando «pôr o seu saber em proveito das necessidades da função militar, razões pelas quais se creditou como um bom colaborador do Comando que serviu» e que, por isso mesmo, «o tornaram credor da consideração e estima de todo o pessoal que com ele privou no BCAV. 8423, durante a sua permanência na Região Militar de Angola».
Por nós, assinamos por baixo!
Um Boeing 707 dos Transportes Aéreos
Militares - os TAM de Portugal

Partida para Angola,
há 44 anos !

A CCS do BCAV. 8423 partiu para Angola ao final do dia  29 de Maio de 1974. 
Seriam umas 10 para as 11 horas da noite, muito chuvosa, quando levantou voo o Boeing 707 dos Transportes Aéreos Militares (TAM), em rota para Luanda e sobre o mar - já que países africanos sem relações diplomáticas com Portugal (e na maioria apoiantes dos movimentos de libertação) impediam que sobrevoassem o seu espaço aéreo.
O voo era a estreia da esmagadora maioria dos militares da CCS e decorreu tranquilíssimo - depois de todos se deslumbrarem com a luz nocturna de Lis-
boa. Luanda estava 8/9 horas de distância. Lá chegámos na manhã seguinte!

segunda-feira, 28 de maio de 2018

4 139 - Cavaleiros há 44 anos, Angola no Conselho de Ministros de Lisboa!

Cavaleiros do Norte na messe de Sargentos do Quitexe, todos furriéis mili-
cianos: Ribeiro, Costa (Morteiros), Lopes (enfermeiro), Flora, Viegas, Rocha
 e Bento. À frente, Reino, Lopes (atirador) Belo (de óculos) e Carvalho

Os furriéis milicianos Mário Matos, à esquerda, e João
 Brejo, à direita, com o 1º. cabo  José António Pampim,
todos da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa


Os Cavaleiros do Norte da CCS, há 44 anos - dia 28 de Maio de 1974, uma terça-feira -, estavam a  meio da sua (não) partida para Luanda e sabiam que, não sendo na véspera, no dia seguinte seria. E foi.
O dia foi tempo de mais um comunicado do Serviço de Informação Pública (SIP) das Forças Armadas Portugueses, dan-
O Diário de Lisboa de há 44 anos
noticiava a morte de vários militares
 portugueses em combate
do notícia de mais algumas mortes de militares na guerra colonial. Mortos em combate.
Um deles, em Angola, para onde o BCAV. 8423, Compa-
nhia a Companhia, ia partir nos dias seguintes: o soldado António José Duarte Silva, que era natural de Marmelede, no concelho de Monchique. E, noutros cenários de guerra, também o furriel miliciano Francisco José Nunes Gon-
çalves, de Vale de Santiago, em Odemira, e o soldado José Carlos Mota Medeiros, que residia no Pico das Canas, do concelho de Ponta Delgada, nos Açores (ambos em Moçambique) e, na Guiné, os soldados Joaquim dos Santos Pinho, natural de Quinta, em S. João da Ma-
deira, e Domingos da Silva Ribeiro, que era do Bairro do Bosque, freguesia da Venda Nova, em Oeiras (agora, Amadora).
Estas notícias, muito regulares e ansiosamente lidas na imprensa do tempo, sempre constrangiam o ânimo dos futuros combatentes portugueses, nas várias frentes da guerra colonial. Também os Cavaleiros do Norte.

Problema de Angola
na agenda do Governo

Um ano depois, o problema de Angola chegou à à agenda dos trabalhos do Conselho de Ministros, em Lisboa.
O Governo Português, reportava o Diário de Lisboa de 28 de Maio de 1975, continuava a ter óbvias responsabilidades polí-
ticas em Angola, que continuava sob sua administração e de onde tinham chegado alguns responsáveis da Comissão Coordenadora do MFA, que vinham reunir com a Comissão Nacional de Descolonização. 
Sobre a situação angolana, disse António Almeida Santos, o ministro da Coordenação Inter-Territorial, que «encontra-se neste momento calma» e que esta reunião «não se liga a nenhuma situação concreta».
A Fazenda de Zalala

Gonçalves de Zalala 
faleceu há 5 anos!

O 1º. cabo Manuel da Costa Gonçalves, da 1ª. CCAV. 8423, faria 66 anos a 28 de Maio de 2018. Faleceu a 2 de Julho de 2013.
Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975 e fixou-se na Brandoa, freguesia da Amadora, ao tempo pertencente ao concelho de Oeiras, onde residia. A vida levou-o para o Laranjeiro, no concelho de Almada, onde veio a falecer há quase 5 anos - supomos que por doença.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!

Domingues de Zalala, 66 
anos em Alvaiázere!

O soldado Domingues, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 66 anos a 28 de Maio de 2018.
Ramiro Ferreira Domingues era ao tempo residente em Meirinhas de Baixo, da freguesia de Vermoim, no concelho de Pombal, a que regressou a 9 de Setembro de 1975, depois da sua jornada africana do Uíge angolano. Mora agora em Alvaiázere e para lá vai o nosso abraço de parabéns!

domingo, 27 de maio de 2018

4 138 - O 1º. cabo Rocha, padeiro de Zalala, está vivo e... bem vivo!

Cavaleiros do Norte e futebolistas de Zalala, da 1ª. CCAV. 8423. O 1º. cabo
César Rocha, padeiro e de cócoras, o terceiro (em baixo) e com a mão
na bola, foi anunciado como falecido em 2011, mas está vivo e bem vivo!

César Rocha foi 1º. cabo padeiro de Zalala e
«dado como morto» em Março de 2018. Mas
está bem vivo, em S. Pedro da Cova, como
se vê nesta imagem, bem recente1
Rocha, 1º. cabo
padeiro de Zala-
la, em 1974/75

O 1º. cabo César Rocha, que foi padeiro dos Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e aqui dado como falecido a 12 de Março deste ano, está, afinal, vivo e bem vivo! Que boa notícia!
O  blogue citou 12 de Março deste ano como o dia em que faria 66 anos, adiantando que tinha falecido há 7! Felizmente, a notícia estava errada.
César Armando Araújo da Silva Rocha, é dele que falamos, foi Cavaleiro do Norte das padarias de Zalala, de Vista Alegre e Songo, antes de os comandados do capitão Davide Castro Dias chegarem a Carmona, em Julho de 1975.
César Rocha popularizou-se por terras uíjanas também como futebolista dos «zalala´s», para além de criador de pão, e, sendo natural do Bairro do Cerco, da freguesia de Campanhã, na cidade do Porto, lá regressou a 9 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar em Angola. 
Continuou a vida..., imagine-se que, profissionalmente, na área de padarias. «Trabalhou na área da panificação, neste momento já aposentado», disse-nos Lúcia Rocha, sua filha, quem, por via da notícia de 12 de Março, contactou o blogue, para a desfazer e esclarecer, informando também que «está aposen-
tado e, graças a Deus, de boa saúde».
O blogue, involuntariamente culpado da má notícia do seu falecimento, aqui a desfaz e se desculpa, com um abraço forte para o (ex-1º. cabo padeiro e fute-
bolista) César Rocha, que agora mora no Alto da Serra, em S. Pedro da Cova.
Os furriéis milicianos Neto, Viegas (ambos de
serviço) e Monteiro em 1974 e no Quitexe

A não partida
para Angola !

O dia 27 de Maio de 1974, há 44 anos!!!..., foi o da não partida da CCS para Angola.
Os mobilizados cedo começaram a chegar ao RC4, em Santa Margarida (de onde se iria para Lisboa), mas logo foram informados do adia-
mento - por alguns e por momentos se tendo acreditado como sendo definitivo. Isto é: já não iríamos para a jornada africana.
Assim não foi, como se sabe, e a partida apenas adiada por dois dias. E dois dias, também, para todas as três companhias operacionais, comandadas pelos capitães milicianos Castro Dias (1ª. CCAV.), José Manuel Cruz (2ª. CCAV.) e José Paulo Fernandes (3ª. CCAV.). António Oliveira, capitão SGE, comandava a CCS.
Alguns dos futuros Cavaleiros do Norte do Quitexe optaram para voltar a casa, para mais 2 dias de conforto familiar, mas não foi essa a opção do autor do blo-
gue (o furriel Viegas), que se dispensou de novas despedidas e ficou por Santa Margarida. Tal qual o Monteiro. O Neto foi para Lisboa e lá se juntou à tropa, já no aeroporto! Os três (na foto) eram furriéis milicianos especialistas de Operações Espe-
ciais (Rangers) e do (futuro) PELREC da CCS!

Mário Almeida
de Aldeia Viçosa
Almeida de Aldeia Viçosa,
66 anos em Oleiros!

Almeida, soldado atirador de Cavalaria dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, festeja 66 anos no dia 28 de Maio de 2018.
Mário Mendes de Almeida, de seu nome completo, é natural do lugar de Vale do Orvalho, da freguesia de Estreito, no concelho de Oleiros - a que regressou a 10 de Setembro de 1975 - depois da jornada africana do Uíge angolano que o levou, primeiro, a Aldeia Viçosa e depois à cidade de Carmona. E lá vive, agora no lugar de Cavalo, de onde todos os anos sai para o encontro dos comandados do capitão miliciano José Manuel Cruz e para onde vai o nosso abraço de parabéns! 

sábado, 26 de maio de 2018

4 137 - A véspera da (não) partida da CCS para a jornada angolana"

Cavaleiros do Norte no Quitexe, homens do Parque-Auto: Canhoto, Miguel,  (mecânico),
Gaiteiro e NN. A seguir, Picote (de mãos as ancas e a sorrir), Teixeira (pintor), NN (mais
 atrás), Serra (de mãos na cinta) e NN (a sorrir), 1º. sargento Aires (de óculos e mãos cru-
zadas alferes Cruz (de branco), Frangãos (o Cuba), furriel Morais (de óculos), Joaquim
Celestino, NN (mais atrás), Esgueira (?, de braços cruzados) e NN (mãos na cinta). Em
baixo, Domingos Teixeira (estofador), Manuel Marques (o Carpinteiro, subitamente falecido
 a 1 de Novembro de 2011, em Esmoriz), Madaleno (atirador) e Pereira 

Alberto Ferreira, 1º. cabo Tomás, NN
(o Lajes?) e Mendes: Cavaleiros
do Norte no Quitexe, em 1974!
Almeida e Brito, tenente-coronel
 e comandante do BCAV. 8423

O domingo de 26 de Maio de 1974 foi o do adeus dos Ca-
valeiros do Norte da CCS, que no dia seguinte parti-
riam para Luanda, para a imensa Angola. Não parti-
ram, só dois dias depois, mas o fechar das malas des-
se dia de há 44 anos embru-
lhou-se em abraços de emo-
cionadas despedidas.
Há distância desta já tão distante data, ainda nos surpreende (!!!...) a calma e serenidade com que vi-
víamos estes dias de despedidas, do «adeus que
Viegas, furriel miliciano
de Operações Especiais
(Rangers) em 1974
vou para a guerra», como se, imaginariamente, e idealmente, 
fossemos passar umas boas férias pela imensa Angola. 
A este «estar de alma» não era indiferente o medrar da nossa juventude, desde a escola primária, a desenvolver-se sobre o estigma da guerra - para onde já tinham ido familiares, amigos, conhecidos. Era a nossa vez que chegava e para ela estáva-
mos mentalizados e sem quaisquer dúvidas, sem quaisquer constrangimentos, sem quaisquer medos. 
A formação militar entretanto adquirida (por Santarém e La-
mego) mais confiança inspirava, nomeadamente nos quadros operacionais. «Ir à guerra» era uma certeza, diriam alguns que uma fatalidade assumida. Por dever! 
«No campo da mentalização, em todas as semanas de instru-
ção e além das matérias naturais e normais da Escola de Recrutas, sempre foi distribuída documentação versando exactamente essa mentalização e (...) ori-
entada precisamente para essa mentalização», pode ler-se no livro «História da Unidade». 
A mobilização, de minha parte (furriel Viegas), correspondia a um tempo de lu-
to familiar, por falecimento do Senhor Meu Pai - que por toda a sua vida, sendo severo nas suas orientações e rigoroso nas suas exigências, sempre me inspi-
rou o sentimento de liberdade e responsabilidade. 
Sinto hoje, e todos estes anos passados, com toda a certeza, que se orgulharia da minha carreira de militar miliciano. Tal qual ele, mais de 30 anos antes.
O domingo de há 44 anos foi de despedidas e de fechar da mala onde levava o fardamento e roupa, para além de muitos livros e artigos pessoais e, no velho saco TAP, várias «encomendas» para familiares e amigos. 

Cardoso de Zalala, 
66 anos no Porto !

O soldado Rui Cardoso, da 1ª. CCAV. 8423, está em festa a 27 de Maio de 2018: comemora 66 anos no Porto.
Rui Manuel Miranda Cardoso foi atirador de Cavalaria dos Ca-
valeiros do Norte de Zalala e do capitão miliciano Castro Dias, integrando o grupo de combate do alferes miliciano Mário Jorge de Sousa e dos furriéis milicianos Victor Costa, Baldy Pereira e Évora Soares. Passou depois por Vista Alegre/Ponte do Dange e Songo, antes de Carmona, e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, fixando-se no Bairro do Cerco do Porto, freguesia da Campanhã, da cidade do Porto - onde residia. Lá continua a viver e para lá vai o nosso abraço de parabéns!
José Barbosa

Barbosa, de A. Viçosa, 66
anos em  Gondomar !

O soldado condutor Barbosa, dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa, festeja 66 anos a 27 de Maio de 2018, 
José dos Santos Barbosa é natural e ao tempo residia em Fânze-
res, no concelho de Gondomar. Por razão que desconhecemos, o seu nome não consta da lista da 2ª. CCAV. 8423 que, a 10 de Setembro de 1975, desembarcou no aeroporto de Lisboa, no final da comissão militar em Angola. Sabemos, isso sim, que continua a morar na sua Fânzeres gondomarense, pro-
fissionalmente ligado à Agência Funerária Saramago, e para ele segue o nosso abraço de parabéns!

sexta-feira, 25 de maio de 2018

4 136 - Cavaleiros do Norte da CCS à espera da partida para Angola!

Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa: furriel Jesuíno
 Pinto e 1º. sargento Fernando Norte (ambos já falecidos) e alferes milicianos
Domingos Carvalho de Sousa e João Francisco Pereira Machado, que
amanhã festeja 66 anos na cidade da Amadora
Cavaleiros do Norte rádio-montadores da CCS: 1º. cabo Ro-
dolfo Tomás, furriel António José Cruz, 1º. cabo António
Pais e soldado António Silva

Os mobilizados do BCAV. 8423 faziam, há 44 anos, as suas vésperas de partida para Angola, já depois do 25 de Abril de 1974, e muito expectantes quanto ao seu futuro próximo.
Ao tempo especulava-se muito sobre a possibilidade de mais nenhum militar português partir para uma das várias frentes da batalha - a Guiné, Angola e Moçambique, os cenários mais difíceis,
O comandante Almeida e Brito e o capi-
tão José Paulo Falcão em 1995, no
encontro de Águeda
ou para Timor, para Cabo Verde ou até os «sim-páticos» Açores. Mas os Cavaleiros do Norte sa-biam, e sabiam porque tal lhes foi dito em Santa Margarida, pelo comandante Carlos Almeida e Brito, que a jornada africana era inevitável.
Dúvidas houvesse, e não havia nenhuma!!!..., a partida do comandante Carlos Almeida e Brito para Angola, com o capitão José Paulo Falcão (oficial adjunto do BCAV. 8423) e o alferes miliciano José Leonel Hermida (oficial de transmissões), todas desfazeria. Viajaram, antes de todo o BCAV. 8423 (as 4 Companhias), partindo no dia 22 de Maio e em avião dos Transportes Aéreos Militares - os TAM. 
A (sua) chegada a Luanda coincidiu com a situação de «finalmente o BCAV. 8423 ter conhecimento do seu local de destino» - que era o sub-sector do Qui-
texe e o livro «História da Unidade» identifica(va) esta localidade como «terra promissora de Angola, capital do café e vila-mártir de 1961».
Os futuros Cavaleiros do Norte, a esta data de há 44 anos e ainda em Portugal, não imaginavam, naturalmente, qual seria o seu destino angolano.
O alferes João Machado e o
capitão Castro Dias

Alferes Machado, 66
anos na Amadora !

O alferes miliciano Machado, da 2ª. CCAV. 8423, festeja 66 anos a 26 de Maio de 2018.
João Francisco Pereira Machado era especialista de Ope-
rações Especiais (Rangers) e, na prática, 2º. comandante dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa. Ao tempo, residia na Rua José Maria Silvestre, freguesia de S. Sebastião da Pedreira, em Lisboa, aonde regressou no dia 10 de Setembro de 1975.
A sua acção operacional justificou um louvor do comandante Carlos Almeida e Brito, tenente-coronel, exaltando que «manifestando a maior boa vontade e de-
terminação nas situações que lhe foram impostas, cotou-se como um bom ofi-
cial, o que se tornou sobretudo notório no todo coeso que conseguiu dos ho-
mens que directamente comandou».
O louvor acrescenta que era «de elevado sentido de servir e de extrema dedi-
cação», tendo mostrado «excelente comportamento em todas as situações que viveu, merecem destaque no decurso dos graves incidentes vividos na cidade de Carmona». Nessa ocasião, sustenta o louvor publicado na Ordem de Servi-
ço nº. 174, «nova e mais abertamente pôs as suas qualidades à prova».
Aposentado da administração fiscal, João Machado vive as alegrias da vida pelas terras da Amadora, para onde vai o nosso abraço de parabéns!


Fazenda Santa Isabel, quartel
da 3ª. CCAV. 8423
Ferrão e Oliveira, os 66
anos de 2 «santa isabéis»!

Os soldados Ferrão e o Oliveira, Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, festejam 66 anos a 26 de Maio de 2017.
Mário Jorge da Costa Ferrão foi cozinheiro dos Cavaleiros do Norte e era (é) natural do lugar de Vila Chã, no concelho de Seia, aonde re-gressou a 11 de Setembro de 1975, depois de cumprida a sua comissão de ser-
viço em Angola. Mora em Paranhos da Beira, também no concelho de Seia.
Fernando da Silva Oliveira, também da 3ª. CCAV. do capitão José Paulo de Oli-
veira Fernandes, foi apontador de morteiros e na mesma data regressou ao lu-
gar de Sub-Estrada, em  Nespereira, freguesia de Pinheiro, no concelho de Guimarães, onde actualmente reside. 
Para ambos, vai o nosso abraço de parabéns!

quinta-feira, 24 de maio de 2018

4 135 - Memórias do 1º cabo Ferreira dos Cavaleiros do Norte de Zalala!

O 1º. cabo Carlos Alberto Ferreira, mecânico de armamento ligeiro da 1ª. CCAV.
 8423, a da Fazenda Zalala. Aqui, na porta da arrecadação de material de guerra
do quartel de  Vista Alegre, em 1975 e com crianças da vila. Vive em Moçambique

Cavaleiros do Norte de Zalala: furriéis milicianos José  Nas-
cimento, Américo Rodrigues e Manuel Dias (à frente e à ci-
vil, falecido a 20/10/2011, de doença e em Lisboa). Senta-
dos, o 1º. cabo Carlos Ferreira e os furriéis Jorge Barata
 (falecido a 10/10/1997,  de doença e em Alcains e José
Louro.  E os outros dois, quem são?


O Carlos Alberto  Ferreira foi 1º. cabo mecâ-
nico de armamento ligeiro e jorneadeou por Zalala, antes de Vista Alegre/Ponte do Dan-
ge, pelo Songo e Carmona.
Radicado em Moçambique, veio ao blogue para «enviar um grande abraço, se aceita-rem, para as pessoas que lembro e outras que não lembro, por terem espaço na minha existência da altura e importância para mim, por quem tenho amizade».
Particularmente, recordou e enfatizou o furriel miliciano Manuel Dinis Dias, que foi mecânico e faleceu a 20 de Outubro de 2011, de doença e em Lisboa.
E relatou três episódios da sua jornada an-golana por terras do Uíge:
Cavaleiros do Norte de Zalala. Atrás,
Mora, Mamarracho e Pereira, à frente,
1º cabo Dorindo Santos e furriel Manuel
Dinis Dias (ambos mecânicos)
1 - Quartel do Songo. O capitão Castro Dias estava de férias e eu conduzia um «burro de mato» com armários metálicos em cima, Um soldado, cujo nome já não lembro, caiu com os armários e foi parar ao Hospital de Carmona. Não sei como o furriel Dias conseguiu abafar este acidente, não sem antes de ter-me ido ameaçar e depois pedir desculpa, quando soube que eu não era culpado. Eu não devia estar a conduzir.
2 - Uma ida a Luanda, para mudar a caixa de velocidades, avariada, de uma Berliet, tipo esquema. Não me lembro porque fui, mas fui com o furriel Dias e um mecânico, penso que era o Dorindo. Já em Luanda e no parque das viaturas militares acidentadas, com calor de 35ºs. a bater no alcatrão, estava uma Berliet boa ao lado da avariada. Então, o furriel Dias e o mecânico desapertaram as duas caixas e trocaram-as, apenas com as chaves de bocas e um macaco, com nós os três (eu,  contrariado), debaixo das caixas,  a aguentá-las até ao chão, para as trocar. Foi um inferno.
3 - Eu era quem dava cinema na companhia e cheguei, por duas ou três vezes, a ir dar Aldeia Viçosa. Tínhamos uma máquina 35 mm e os filmes vinham de Luanda, de machimbombo - autocarro civil de transporte de passageiros.
Os clarins Irineu Sousa e José
Caetano e o furriel António
Cruz, no BC12 (1975)
José A. Caetano
no Boavista (2015)

Caetano, o clarim, 66
anos em VN de Gaia !

O soldado clarim Caetano, Cavaleiro do Nor-te da CCS do BCAV. 8423, festeja 66 anos a 25 de Maio de 2018, em Vila Nova de Gaia. 
José António de Cardoso Cateno, de seu nome completo, tem a particularidade de fazer anos duas vezes por... ano: a 11 de Maio (dia em que nasceu, no ano de 1952) e a 25 (quando oficialmente foi registado). Não é para... todos!
Regressou a Portugal a 8 de Setembro de 1975, quando
terminou a comissão militar em Angola, de 15 meses, e fixou-se no Bairro do Bonsucesso, na freguesia de S. Nicolau, da cidade do Porto - onde então residia.
Vive agora, boavisteiro assumido e já aposentado, na cidade de Vila Nova de Gaia, na Rua das Oliveira, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

quarta-feira, 23 de maio de 2018

4 134 - A Carmona, no Uíge, chegaram erradas notícias de Cabinda...

Cavaleiros do Norte, todos furriéis milicianos: Delmiro Ribeiro, António
 Fernandes, Viegas, Agostinho Belo (de óculos), Francisco Bento, Luís Costa
 (Morteiros) e António Flora. À frente, Ângelo Rabiço, Graciano Silva e
Joaquim Abrantes (de cachimbo)
Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de
Zalala, todos milicianos: furriéis Victor Costa,
Plácido Queirós e José Louro. À frente, o
alferes José Lains dos Santos

As notícias que, de Luanda e a 23 de Maio de 1975, chegavam a Carmona, apontavam para o pedido de demissão do Alto Comissário em Angola, o general António da Silva Cardoso. 
«A parcialidade agora plenamente demons-
trada abalou profundamente a confiança nele depositada pelo MPLA e pelos seus militan-
tes», considerava o movimento liderado por Agostinho Neto, acusando-o de «silenciar factos e extrema gravidade que, contribuindo gravemente para o agravamento da situação do nosso país».
A FNLA, por seu lado, apontou-lhe «insufici-ências naturais e inerentes ao peso das tare-
fas que tem sobre os ombros», mas estiman-
O general António da Silva Cardoso
na sua chegada a Angola em 1975
do que «mantenha a sua neutralidade, que o diferencia dos seus predecessores». O movi-
mento de libertação presidido por Holden Ro-
berto, de resto e em comunicado oficial, «rea-
firma-lhe total confiança».
O general Silva Cardoso foi Alto Comissário em Angola de 28 de Janeiro a 2 de Agosto de 1975, sucedendo ao almirante Rosa Coutinho. 

Cabinda sem ataques
e sem mortos e feridos
Notícia do Diário de Lisboa
de 23 de Maio de 1975

Um ano antes, precisamente, os Cavaleiros do Norte go-
zavam os dias de véspera de partida para Angola - que estava prevista para o dia 27 de Maio de 1975, a da CCS, que, afinal, seria dois dias adiada, acontecendo a 29, seguindo-se as três companhias operacionais - as dos capitães milicianos Da-
vide Castro Dias (da 1ª. CCAV. 8423), José Manuel Cruz (da2ª. CCAV. 8423) e José Paulo Fernandes (da 3ª. CCAV. 8423).
A imprensa do dia dava conta de um comunicado do Serviço de Informação Pública das Forças Armadas, desmentindo o MPLA que, através das agências noticiosas, noticiara que «as Forças Armadas teriam sofrido uma emboscada em Cabinda», da qual teriam resultado 11 mortos e 12 feridos.
«Desde o dia 25 de Abril, as nossas forças tiveram apenas alguns (poucos) feridos naquele distrito, em resultado ao accionamento de minas anti-pessoal, em três ocasiões diferentes», reportava o Diário de Lisboa de há 44 anos.


Manuel Nunes,
o Amarante
Nunes, o Amarante,
morreu há 18 anos!

O soldado sapador Manuel Nunes, da CCS do BCAV. 8423, faleceu há 18 anos, a 24 de Maio de 2000, aos 48 de idade, vítima de doença e em Amarante, a sua terra natal.
Manuel Augusto Nunes, de seu nome, era justamente conhecido como Amarante e integrou o pelotão comandado pelo alferes mili-
ciano Jaime Ribeiro. Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro e fixou-se na sua localidade de nascimento (Estradinha, em Telões), a 6 de Feve-
reiro de 1952. Casou (com uma senhora relativamente mais velha), mas não te-
ve filhos. Hoje o recordamos, com saudade. RIP!!!