Cavaleiros do Norte do PELREC: Almeida (1º. cabo, falecido a 28/02/2009), Messejana (falecido 27/11/09), Neves,
Soares (1º. cabo), Florêncio, Ezequiel, Marcos, Dionísio, Caixarias e Florindo (1º. cabo enfermeiro). Em baixo,
Vicente (1º. cabo, falecido a 21/01/97), Viegas (furriel miliciano), Francisco, Leal (falecido a 18/06/2007), Oliveira
(1º. cabo de transmissões), Hipólito, Aurélio (Barbeiro), Madaleno e Neto (furriel)
Soares (1º. cabo), Florêncio, Ezequiel, Marcos, Dionísio, Caixarias e Florindo (1º. cabo enfermeiro). Em baixo,
Vicente (1º. cabo, falecido a 21/01/97), Viegas (furriel miliciano), Francisco, Leal (falecido a 18/06/2007), Oliveira
(1º. cabo de transmissões), Hipólito, Aurélio (Barbeiro), Madaleno e Neto (furriel)
Os furriéis milicianos Viegas, Mosteias e Neto «trouxeram» militares algemados, de Luanda para Lisboa, há precisamente 40 anos! Por ordem da PM! |
Às 8 horas da manhã já estávamos a caminho do aeroporto e fomos fazendo as despedidas dos cheiros e dos sabores da terra angolana, da sua gente, do seu chão!! E da sua guerra!!!
Já no aeroporto, notámos alguns protestos de civis brancos, que esperavam viajar para Portugal. Por mim, e rapidamente, ainda tentei uma última vez encontrar alguém conhecido, dos que procurava havia semanas, mas sem êxito.
Eu, o Neto e o Mosteias (pelo menos nós...) fomos chamados pela Polícia Militar e, a cada um, incumbiram-nos de «trazer» um preso, um militar algemado. Que deveríamos entregar em Lisboa. Estaria a PM no aeroporto. Não esteve.
Entre as 10 e as 11 horas, subimos para o avião - que levantou voo e nos mostrou Luanda pela última vez. Os seus bairros populares, a cidade enorme, a baía, a ilha, o Mussulo!!! Parece, 40 anos depois, que ainda estamos a olhar o feitiço da cidade a que dissemos adeus. A CCS voou para Lisboa!!!
Notícia do Diário de Lisboa, sobre a situação em Angola, há precisamente 40 anos, 8 de Setembro de 1975. O dia do regresso da CCS! |
Motivos operacionais tinham levado, nesse fim de semana, a reduzir as carreiras aéreas que faziam a evacuação de refugiados. Daí, o protesto dos civis. E, no aeroporto, estavam algumas centenas!
O voo para Lisboa decorreu calmamente e aterrámos por volta das 6 horas da tarde. A recolha de bagagens foi rápida e cada um correu para as suas terras. Eu, o Neto e o Mosteias esperámos que chegasse a PM, para levar os militares detidos. Em vão! Acabámos por os «despachar».
O Benício, motorista da fábrica do pai do Neto, estava à nossa espera e... ala que se faz tarde. Estávamos mortinhos por chegar a casa. Na zona de Alcoentre, num restaurante de estrada, matámos saudades de bacalhau, comemos e seguimos viagem. Por volta da uma hora da manhã, estávamos em casa do Neto - ansiosamente esperado pela família e pela namorada Ni. Quase se esqueceram de mim, mas o Benício, menos de uma hora depois, já me deixava em Ois da Ribeira, a minha terra!!! Por essa noite fora, muitos Cavaleiros do Norte faziam viagem de regresso às suas terras, às suas famílias, aos ses «mais que tudo»!
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