quarta-feira, 16 de setembro de 2015

3 254 - Férias por Angola fora e encontro de Cabo Verde

Cavaleiros do Norte à mesa da messe do Quitexe. À esquerda, Cândido Pires, Victor 
Velez e Miguel Peres (paraquedista), etc. À direita, Graciano Silva, José Pires, 
Viegas, Francisco Neto, Rebelo (de pé), Luís Mosteias e Nelson Rocha


O furriel Viegas de férias em Nova Lisboa,
com a madrinha Isolina e as suas netas Fátima e
Idalina, filhas de Cecília Neves e Rafael Polido

Setembro de 1974, para mim, foi tempo de férias. Que preferi gozar em Angola, descobrindo a imensidão das suas paisagens e a fibra e carácter das suas gentes, a vir a Portugal - onde teria o gosto e a alegria da chegada mas, depois, a tristeza de nova despedida! Não me arrependi!!!
Os primeiros dias foram vividos em Luanda, na descoberta da sua riqueza urbana e paisagística, os seus templos - os religiosos e os profanos, os turísticos! -, as suas praias e lazeres, as suas noites de feitiço, as esplanadas e os bares, os cinemas e as teenagers mais sedutoras que nos rasgavam apetites de toda a ordem. Ou as noites!!! Ai, as noites!!!... 
Meu companheiro desse tempo era o Alberto Ferreira, vizinho de Fermentelos e dos bancos da escola de Águeda, por lá cabo especialista da Força Aérea - cumprindo a sua missão na Base Aérea de Luanda.
Capa do Diário de Lisboa de 16 de Setembro
de 1974, uma segunda-feira. Noticiava o
encontro, em Cabo Verde, dos presidentes António
Spínola (Portugal) e Mobutu Sese Seko (Zaire), 

para discutirem o caso de Angola
A 16 de Setembro desse 1974 da nossa memória africana, o jornal A Província de Angola (que eu religiosamente lia logo pela manhã, no «mata-nicho» da Portugália) dava conta do encontro de António Spínola com Mobutu Sese Seko e dava eco da posição do Partido Cristão Democrático de Angola, lamentando que «essas conversações tenham sido efectuadas sem prévio conhecimento dos partidos e rodeadas de sigilo, o que significa, em linguagem simples, (...) serem todos ou parte dos movimentos políticos excluídos do conhecimento do conteúdo dessas conversações».
O PCDA, considerou-se «deplorado» e reafirmou «mais uma vez que a solução dos problemas políticos angolanos incumbe unicamente à população de Angola, por intermédio dos seus partidos políticos». Que eram, segundo o seu comunicado, ele próprio (PCDA), o MPLA, a FNLA e a UNITA.
  

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