terça-feira, 6 de outubro de 2015

3 275 - Cavaleiros de Aldeia Viçosa em Salvaterra de Magos (11)

Quartel de Aldeia Viçosa, o da 2ª. CCAV. 8423, em Dezembro de 2012, numa 
fotodo (1º. cabo) Carlos Ferreira, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala -
 que por lá passou nesse tempo

Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa: o 1º cabo
enfermeiro Victor Manuel do Vale Marques e
o mecânico auto Joaquim Augusto Morgucha
Grave. Atrás, o filho do Marques


As memórias da jornada africana do Uíge angolano vão sempre sobrar. Quando se juntam antigos combatentes do Batalhão de Cavalaria 8423 (ou de quaisquer outros), sempre vão endeusar-se feitos e momentos que 40 anos não deixaram esquecer, se calhar aqui e ali escapando um pormenor mas sempre deles fazendo a «lenda» da nossa missão - que foi em tempos duplos: os de guerrilha (no mato semeado de perigos, de trilhos onde se espreitava a more e se sentia o cheiro de lutos). Ou os da perigosa guerra urbana, bem mais dramática e mais trágica, se, nomeadamente, nos recordamos dos primeiros dias de Junho de 1975. Foi destes que, no encontro de Salvaterra de Magos, o (alferes miliciano( Jorge Capela e o (furriel) Rafael Ramalho recordaram uma intervenção decidida do comandante Almeida e Brito.
«Houve um incidente de rua, repetiam-se muito e eram perigosos, mas sempre com intervenção afirmativa da tropa. Numa vez, na frente de vários militares, interveio Almeida e Brito e, como que para nos dar exemplo, deteve ele mesmo um civil que nos insultava», narrou Jorge Capela.
É de bons e corajosos exemplos que se afirmam os comandantes!!! 
A 6 de Outubro de 1975, há 40 anos!.., os Cavaleiros do Norte já estavam em Portugal, depois de cumprida a missão em Angola. mas, naturalmente, continuavam a acompanhar a evolução do processo de independência. Ao tempo, em Kampala, no Uganda,  terminava (na véspera) a cimeira entre os três movimentos, mas... sem conclusões optimistas.
O MPLA, era voz do presidente Agostinho Neto, era taxativo: «Só pode haver em Angola uma independência soba  direcção do MPLA». E acrescentava que «a independência será proclamada a 11 de Novembro, pelo MPLA e em nome do povo de Angola».
O MPLA, há 40 anos, não tinha dúvidas: proclamaria
a independência de Angola a 11 de Novembro.
Com ou sem FNLA e UNITA, com quem, ao tempo,
reunia na Cimeira de Kampala. E assim fez...
A manutenção desta data e a concordância quanto ao facto de «as influências estrangeiras estarem a dificultar a solução do problema angolano» era dois pontos em que MPLA, FNLA e UNITA não divergiam. E apenas estes, pois, no restante, divergiam em toda a linha. «Se a FNLA e a UNITA optarem pela secessão, lutaremos pela unidade de Angola. Uma Angola livre e unida será um país democrático e progressistas, em que as classes exploradas pelo colonialismo - trabalhadores, camponeses e técnicos - representarão a sua força principal», «decretava» o MPLA., pela voz do presidente Agostinho Neto.

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