sábado, 17 de outubro de 2015

3 286 - Comandante em Santa Isabel e FNLA em Luanda

O comandante Almeida e Brito em Santa Isabel. Reconhecem-se os alferes 
milicianos Carlos Silva e Jaime Ribeiro, o capitão miliciano José Paulo 
Fernandes, o comandante, o capitão José Paulo Falcão (?), 
um civil (?) e o alferes miliciano Augusto Rodrigues

Furriéis milicianos Cavaleiros do Norte: António
Flora (de joelhos e a olhar para trás, da 3ª. CCAV.).
Luís Costa (sapador, abraçado a Flora e a rir), Agostinho
Belo (de óculos, da 3ª. CCAV.), Francisco Bento (da
CCS) e Joaquim Abrantes (adido à CCS,
de cachimbo na mão)


Aos 17 dias de Outubro, o comandante Almeida e Brito, acompanhado de oficiais da CCS. esteve na Fazenda Santa Isabel, onde se aquartelava a 3ª. CCAV. 8423, para «contactos operacionais». Era uma 5ª.-feira e terá sido uma das últimas vezes que o PELREC esteve na mítica fazenda - onde desde 1961 se aquartelaram sucessivas companhias militares portuguesas. Lá esteve, em escolta à comitiva do comandante Almeida e Brito.
Vaal Neto, dirigente da FNLA, em Luanda e no mesmo dia, depois de reunir com Rosa Coutinho (presidente da Junta Governativa) e a delegação do Zaire, afirmou que «vinha continuar as conversações iniciadas em Kinshasa, com o general Fontes Pereira de Melo» e que um dos objectivos era a instalação de uma delegação (da FNLA) na capital angolana. Outra intenção era constituir, com o MPLA e a UNITA, uma frente comum - que não avançaria, comentou o dirigente do movimento de Holden Roberto, por causa da situação interna do movimento de Agostinho Neto, como noticiava o Diário de Lisboa.
«Manobra tenebrosa» contra o MPLA»
denunciada pelas Associações de Amizade
Portugal-Guiné Bissau e Portugal-Moçambique,
noticiada no Diário de Lisboa de 17 de Outubro de 1975.
Há precisamente 40 anos!
Um ano depois, as Associações de Amizade Portugal-Guiné Bissau e Portugal-Moçambique, em Lisboa, denunciavam «uma tenebrosa manobra que, a pretexto do cumprimento fiel dos Acordos do Alvor, vise objectivamente a instauração do neocolonialismo em Angola». Apelavam, por outro lado e à opinião pública mundial e às forças progressistas portuguesas, para «a sua intervenção e vigilância revolucionária, no sentido de evitar que leve a efeito tal manobra, em Luanda, em obediência servil aos desígnios do imperialismo».
A dita manobra, relata o Diário de Lisboa de 17 de Outubro de 1975, «poderá incluir a deslocação de tropas especiais para proceder, em Luanda, à neutralização dos centros de decisão do MPLA, possibilitando, desse modo, a entrada de forças da FNLA estacionadas na proximidades».
A independência de Angola continuava marcada para 11 de Novembro. Dali a dias, já menos de um mês!
Ver notícia do Diário
de Lisboa, AQUI




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