quarta-feira, 21 de outubro de 2015

3 290 - Desarmamento das milícias e (re)tomada do Caxito

Cavaleiros do Norte no Quitexe. Furriéis Fernandes e Graciano (da 3ª. CCAV.), 
umcombatente da FNLA e Neto (CCS). Em baixo, Rocha (CCS) e Querido 
e Cardoso (3ª. CCAV.)

Grupo de Cavaleiros do Norte de Aldeia
Viçosa, à civil A foto é do Aniano - o
terceiro, a contar da esquerda. Quem ajuda
a identificar os restantes?

O desarmamento das milícias começou a processar-se a 21 de Outubro de 1974 - hoje se fazem 41 anos. O tempo passa, mas não deixa esquecer as dificuldades de tal objectivo, já que «não teve boa aceitação da parte dos povos, nomeadamente nos postos-sede» - os do Quitexe e de Aldeia Viçosa, como se lê no Livro da Unidade.
«Sabe-se que os povos apresentados e a FNLA vivem em contacto permanente, quase geral há largos anos. Sabe-se até que poucas vezes, e salvo honrosas excepções, as milícias não tiveram actuações de vulto, em defesa dos seus aldeamentos mas, mesmo assim, argumentam os povos que esses núcleos armados são a sua melhor defesa às acções de depradação e exigência do IN», anota o Livro da Unidade, precisando que esse argumentos era «difícil de contrariar», já que «é impossível garantir a sua vivência pacífica, pois as NT não chegarão para superar todas as situações que se lhes apresentem». Compreende-se!
Um ano depois, e com o dia 11 de Novembro cada vez mais próximo (o da independência), o MPLA anunciava que «após violentos combates, os mercenários da UPA/FNLA/UNITA tiveram de abandonar as posições que ocupavam junto ao rio Dange, recuando para ao norte, em direcção ao Caxito».
Notícia do Diário de Lisboa sobre a
situação político-militar angolana, a
21 de Outubro de 1975
O Diário de Luanda, em serviço para o Diário de Lisboa desse dia de jhá 41 anos, noticiava que «dada a violência dos combates, não é possível fazer uma pormenorizada descrição do que se passa, mas é de crer que a ofensiva desencadeada às primeiras horas de hoje, leve as FAPLA a recuperar o nó rodoviário do Caxito, no ponto de Sessa Mabubas, estrada que liga ao Ambriz e ao Piri».
As notícias da «nossa» ZA é que escasseavam. A 21 de Outubro de 1975, soube-se, todavia e através do DL, que as FAPLA (exército do MPLA) «tomaram ontem de assalto a povoação de Kiculungo, a cerca de 70 quilómetros de Camabatela, na estrada que liga ao Uíge e ao Negage». Camabatela fica(va) a uns 40 quilómetros do Quitexe, mais ou menos a mesma distância entre Carmona e Negage.
A sul, «a situação mantém-se estacionária» e no Centro «a situação da cidade de Nova Lisboa é insustentável». A UNITA anunciou que ia encerra as suas emissões, por «falta de energia» - o que significava, na leitura do MPLA, que «as forças mercenárias da UPA/FNLA/UNITA já não controlava a barragem do Biopio, na estrada que liga Nova Lisboa ao Balombo e Lobito».

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