quinta-feira, 22 de outubro de 2015

3 291 - Governo sem movimentos e o MPLA em força



Cavaleiros do Norte das Transmissões de Zalala: António Lago e Rogério Raposo 
(de pé), Fernando Coelho, 1º. cabo Hélio Cunha, 1º. cabo Ângelo Lourenço, José 
Aires e Carlos Costa (Carlitos) 

A Estrada do Café, no Quitexe, em foto de
By Bembe, em Julho de 2010. O edifício da
bandeira era a Geladinha do Quitexe do tempo dos
 Cavaleiros do Norte



A 22 de Outubro de 1974, Daniel Chipenda, em Kinshasa, apelou às outras duas tendências do MPLA, no sentido de, com a UNITA e a FNLA, criarem uma frente comum «em vista das próximas negociações da independência de Angola com Portugal».
Chipenda liderava um terceira e anunciou o seu regresso a Angola, para «tratar separadamente com os portugueses», considerando que «os acordos de Brazzaville estavam há muito ultrapassados, já» devido ao que considerou «atitude de Agostinho Neto», que, segundo disse, «não conseguia reunir a direcção provisória» do MPLA. Ao mesmo tempo, o Governo Português continuou negociações com o MPLA - o único movimento que ainda não tinha declarado o cessar fogo. O Jornal A Província de Angola desse dia dava conta que «um representante pessoal do dr. Agostinho Neto avistou-se no Luso com o número 2 da Junta Governativa», o comodoro Leonel Gomes Cardoso.
Uma ração de combate do tempo da
 guerra colonial, anda embalada
A UNITA, neste mesmo 22 de Outubro de há 41 anos e pela voz do presidente Jonas Savimbi, declarou que «só participaria no Governo se os outros dois movimentos de libertação participassem». Em entrevista ao semanário luandense «Semana Ilustrada», Savimbi explicou que «como os outros movimentos não quiseram participar, o Governo de Transição não teria elementos dos movimentos».
Ao tempo, Holden Roberto, presidente da FNLA foi recebido por Mobutu Sese Seko, presidente do Zaire.
Um ano depois, e cada vez mais próximos do dia da independência, a situação política e militar não tinha sofrido grandes alterações. O Diário de Lisboa noticiava que «as forças populares, após a descompressão da área dos conflitos, adoptaram um dispositivo de defesa em toda a linha que liga a estrada de Caxito a Catete, passando pela Funda-Banza Quitel e Quiminha».
As FAPLA, exército do MPLA, reforçou
a sua posição na frente norte, há 40 anos,
nas vésperas da independência de Angola
«Existe um reforço das posições do MPLA em toda a frente de combate», noticiava o jornal vespertino Lisboa, acrescentando que «a estrada Luanda Dondo e a própria cidade do Dondo estão sob total controlo das forças populares, não havendo sequer qualquer ameaça a estas posições por parte das forças mercenárias».
A contra-ofensiva das FAPLA´s, nos dias anteriores, relatava o Diário de Lisboa, «fizera recuar os importantes efectivos de mercenários para posições a norte do rio Dange, em direcção ao Caxito». Efectivos mercenários eram, na linguagem do MPLA, as forças da FNLA.

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