terça-feira, 24 de novembro de 2015

3 224 - Ofensiva, há 40 anos, das FAPLA contra o Quitexe

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, que há 41 anos abandonou a mítica 
Zalala. A identificação foi feita pelo João Dias, que por lá foi furriel de transmissões

Zalala, um grupo de Cavaleiros do
Norte. Reconhecem-se os furriéis milicianos
Plácido Jorge Queirós (à esquerda, simulando
um disparo) e Manuel Dinis Dias (de tronco 

nu), o Vitor Cunha e o alferes Sampaio (de mão 
na cintura).À frente dele , o Tininho (JJ Catuna 
Santos). O último atrás, de bigode, é Manuel C. 
Gonçalves (Barbeiro)

A 24 de Novembro de 1975, finalmente, souberam-se notícias do Quitexe. O «nosso» Quitexe!
O Diário de Luanda, em serviço especial para o Diário de Lisboa, dava conta de «uma ofensiva das FAPLA contra o Quitexe, uma vila situada a 50 quilómetros de Carmona». Tal ofensiva, frisava o jornal lisboeta, «regista ainda avanços das forças populares sobre Pambos e Camabatela».
A Frente Norte, a esse tempo, era palco de vários combates e o vespertino da capital portuguesa informava, na edição desse dia 24 de Novembro de há 40 anos, que «os invasores zairenses e portugueses, enquadrados nas forças da FNLA, foram forçadas a retirar-se muito para norte do Quifangondo, tendo as FAPLA reconquistado Úcua, Piri e Quibaxe». E era assinalada, igualmente, «uma contra-ofensiva inimiga na área de Samba Cajú».
Zalala, «a mais rude escola de guerra»
A leitura destas notícias, ao tempo, causava desconforto aos Cavaleiros do Norte (e a muitos outros ex-combatentes) - já há mais de dois meses em Portugal, desmobilizados. Eram localidades que bem conhecíamos da nossa jornada africana de Angola. Por elas estivemos ou por elas passámos quantas vezes!!!
A Sul, as FAPLA retomaram Novo Redondo e avançaram «empenhadas em combates para libertarem Lobito, Benguela e Moçâmedes». Ainda em Novo Redondo, os combates desenrolamva-se a 10 quilómetros da cidade e era descritos como «muito duros».
O comandante Juju, falando na Rádio Televisão de Angola, desmentiu, entretanto, que Malanje tivesse «caído nas mãos do inimigo». Combatia-se a 30 quilómetros da cidade e, segundo o comandante militar do MPLA, «a situação permanece sob controlo das FAPLA».
Um ano antes, um domingo, o Quitexe continuava calmo e em Zalala fechavam-se as últimas malas, para a rotação para Vista Alegre e Ponte do Dange. A 1ª. CCAV. dos Cavaleiros do Norte ia abandonar a mítica fazenda (a chamada «mais rude escola de guerra»), fechando as portas da presença militar portuguesa - que ali se verificava desde os incidentes de 1961.


A imagem mostra alguns deles, da 1ª. CCAV. 8423, na mítica picada de Zalala. Não sendo possível identificá-los, assinalamos os furriéis milicianos Queirós (destacado a vermelho) e Dias (a amarelo, falecido a 20 de Outubro de 2011) e o alferes Sampaio (quadrado amarelo). À frente dele (alferes), o Tininho (Joaquim José do Nascimento Catuna Santos, de Albufeira, soldado atirador e impedido na messe de oficiais). Entre o Dias e o Sampaio, está o 1º. cabo enfermeiro Vitor Manuel Dinis da Cunha (de Coimbra e emigrante na Suíça). O último, de bigode. é o Barbeiro (1º. cabo atirador, de nome Manuel Costa Gonçalves, que mora no Laranjeiro).

Sem comentários:

Enviar um comentário