quarta-feira, 25 de novembro de 2015

3 225 - O último dia dos Cavaleiros do Norte em Zalala


As chamadas portas de Zalala. Foram galgadas pela última 
vez, pelos Cavaleiros do Norte, a 25 de Novembro de 1974. 
Há 41 anos!


Vista Alegre, em duas imagens de José Manuel
Voigt, relativamente (2012)


A 25 de Novembro de 1974, a 1ª. CCAV. 8423 «completou os seus movimentos (...), ficando deste modo abandonada a Fazenda Zalala». Assim, os Cavaleiros do Norte comandados pelo capitão miliciano Davide Castro Dias assumiram «a responsabilidade da nova ZA».
Ocuparam os aquartelamentos de Vista Alegre e Ponte do Dange.
O mesmo dia foi tempo para uma visita do capitão José Paulo Falcão, comandante interino do BCAV. 8423, a Aldeia Viçosa e à 2ª. CCAV., comandada pelo capitão José Manuel Cruz - no «âmbito das visitas às subunidades». Era segunda-feira - que coincidiu com o 47º. aniversário do comandante Almeida e Brito, de férias em Lisboa.
Ponte do Dange. O aquartelamento ficava
no cimo do monte. A ponte não é a mesma, é nova
O almirante Rosa Coutinho, presidente da Junta Governativa de Angola, chegou nesse dia a Lisboa, para «participar nos trabalhos da Comissão Nacional de Descolonização» - que previam a nomeação de um Alto Comissário, que ficaria ligado à constituição de um futuro Governo de Transição. Em Luanda, o Secretário de Estado da Economia de Angola, «denunciou diversas manobras, nomeadamente no sector dos transportes, tendentes a paralisar a economia do país» e, segundo o Diário de Lisboa, «sabotar o processo de descolonização em curso».
Um ano depois e já com Angola independente, prosseguiam os combates da guerra civil. Em três frentes. A norte, as FAPLA impediram o avanço das forças da FNLA até N´Dalatando (antiga Salazar). Pretenderiam seguir até ao Dondo e ocupar a barragem do Cambambe. 
«A força invasora havia-se deslocado da posição estratégica de Samba Caju, tendo, depois de detida na manhã de ontem, sido obrigada recuar  para Camabatela, deixando no terreno muitos mortos e prisioneiros, bem como grande quantidade de material de guerra de diversos tipos», noticiava o Diário de Lisboa, acrescentando que «o ataque inimigo, tentando romper a barreira defensiva de Lucala e N´Dalatando, foi desencadeada depois da coluna agressora ter sido reforçada com efectivos da FNLA que retiraram, nos últimos dias, do triângulo Caxito/Barra do Dande/Libongos».
Notícia do Diário de Lisboa de 25 de
Novembro de 1975, sobre a ofensiva do
MPLA nas três frentes angolanas de combate
Nas frentes Centro e Sul, os combates continuavam em Novo Redondo, onde «o inimigo sofreu nos últimos dias pesadas derrotas». No Ebo, província do Quanza Sul, «os sul-africanos e mercenários portugueses sofreram 80 mortos e perderam 8 blindados e 6 camiões de transporte», para além de «dezenas de prisioneiros». No Lobito, «foram encurralados» pelas FAPLA - que esperavam «libertar Lobito e Benguela nos próximos dias».

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