domingo, 29 de novembro de 2015

3 229 - Contra-subversão no Quitexe e televisão em Angola

Cavaleiros do Norte da CCS e da 3ª. CCAV. 8423: António Fernandes, 
João Cardoso, José Querido, combatente da FNLA e Nelson Rocha. Em 
baixo, José Carvalho, José Monteiro e Agostinho Belo



O furriel Viegas a ler o Expresso, em
finais de 1974 e no varandim da Casa
dos Furriéis do Quitexe (CCS)


A 29 de Novembro de 1974, no Quitexe, reuniu a Comissão Local de Contra-Subversão - órgão que, em tempos de guerra, estreitavam as relações entre as autoridades civis e os comandos militares. Nesse mês, já se realizara outra reunião, a 13.
Era sexta-feira e Rosa Coutinho chegara de Lisboa, na véspera, afirmando ainda na capital portuguesa que, e citamos o Diário de Lisboa, «por fim, como resultado das conversações efectuadas,é possível anunciar-vos, a grande possibilidade de, em prazo bastante breve, conseguirmos uma reunião cimeira, em Portugal, dos presidentes e mais representantes dos movimentos de libertação de Angola, para exactamente se estudar e se fixar a plataforma de entendimento necessária para a formar o Governo de Transição de que Angola está à espera».
A presença de Rosa Coutinho em Lisboa foi também oportunidade, segundo declarou, para «proceder a actualização da lei constitucional que define o «regime» de Governo do Estado de Angola». «Era absolutamente necessária - frisou líder da Junta Governativa - para permitir a esse Governo um instrumento de trabalho durante o tempo que ainda levará a formar o Governo de Transição». 
Notícia do Diário de Lisboa de 29 de
Novembro de 1974 sobre o «Encontro
em Portugal dos Movimentos de
Libertação de Angola»
Outra notícia levou Rosa Coutinho de Lisboa: a da criação da Televisão de Angola, tendo sido promulgado o respectivo decreto, pelo Presidente da República, o general Costa Gomes.
«Agora, depende da capacidade de montagem dos técnicos e até dos administrativos, que têm de constituir a sociedade, cuja maioria do capital será do Estado», disse Rosa Coutinho, expectando «sem prometer prazos» que Angola teria «talvez nos princípios do próximo ano, a sua televisão, em moldes absolutamente iguais aos de qualquer país civilizado».

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