segunda-feira, 30 de novembro de 2015

3 230 - Desactivação dos GE´s no Quitexe e Alto-Comissário de Angola

Cavaleiros do Norte: Viegas e Miguel Santos (pára-quedista), dois dos três
furriéis milicianos (com o Francisco Neto, em baixo) dos GE´s
 217 e 223, ambos do Quitexe


Furriéis milicianos Neto e Viegas,
com o Miguel Santos (em cima), responsáveis 
pelos GE´s 217 e 23, mo Quitexe  



Aos 30 dias de Novembro de 1974, na vila do Quitexe, processou-se à desactivação dos Grupos Especiais (GE). 
O que eram os GE?
Eram pequenas unidades especiais de assalto, constituídas a partir de 1970, pelo Comando Chefe das Forças Armadas, consideradas forças para-militares e não integradas Forças Armadas. Eram comandados por quadros metropolitanos e actuavam adidos às unidades regulares do Exército, como suas unidades de intervenção. 
Crachá dos GE´s 
Os GE´s 217 e 223, os do Quitexe, tiveram comando dos furriéis milicianos Neto e Viegas e, num período indeterminado, também do Miguel Santos (paraquedista).
Os Cavaleiros do Norte tinham mais dois GE´s: um em Aldeia Viçosa, na 2ª. CCAV. (o 222) e outro em Vista Alegre, da CCAÇ. 4145 (o 208).
«A ineficiência dos GE que se vinha verificando e a sua desnecessária inexistência levaram os escalões superiores a prever a sua desactivação, o que se verificou em 30 de Novembro», relata o Livro da Unidade, sublinhando que «podendo até curiosamente dizer-se que muitos deles enfileiraram de imediato as forças da FNLA e também, segundo alguns, nas do MPLA».
O dia, em Angola, foi marcado pela extinção da Junta Governativa e a criação do cargo de Alto-Comissário, interinamente assumido pelo almirante Rosa Coutinho. A medida, segundo este, e cito o Diário de Lisboa de 30 de Novembro de 1974 (por sua vez citando a Reuters e a France Press), «obedeceu à necessidade de actualizar a estrutura governamental de Angola e de lhe conferir maior liberdade de acção».
A notícia do Diário de Lisboa, de 30 de
Novembro de 1974, sobre a nomeação de
Rosa Coutinho como Alto-Comissário
(interino) de Angola
Rosa Coutinho confirmou a realização de uma «conferência de alto nível» com os três movimentos de libertação (MPLA, FNLA e UNITA), «dentro em pouco, em Portugal», com o Presidente da República «e da qual sairá anunciada a constituição do Governo de Transição que levará Angola à independência».
Luanda, entretanto, era nesse mesmo dia palco da distribuição de panfletos anónimos, convocando a população para «uma manifestação da «maioria silenciosa», no dia 8 de Dezembro». Marcada para o Largo da Mutamba, «a praça principal da cidade».

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