domingo, 1 de novembro de 2015

3 301 - Acalmia no Uíge e diferenças entre movimentos

Cavaleiros do Norte de Zalala: o alferes miliciano Mário Jorge Sousa, ladeado 
pelo furriel miliciano José António Nascimento (à esquerda) e o soldado Leão

Furriéis milicianos Cavaleiros do Norte
de Aldeia Viçosa: António Carlos Letras (em
Palmela) e António Milheiros Chitas.
Quem sabe do Chitas?

O mês de Novembro de 1974 «caracterizou-se por uma acalmia não encontrada há longos anos». O Livro da Unidade refere que continuou «a viver-se o clima de cessar-fogo estabelecido no mês anterior».
«Obviamente - lê-se no mesmo LU - começaram a ser estabelecidos contactos com as autoridades, por parte de elementos dispersos da FNLA, agora já nas categorias elevadas das suas chefaturas, tal como já vinha acontecendo em Vista Alegre».
Um ano depois, já no mês da independência angolana - marcada para o dia 11 de Novembro de 1975 - não havia, porem, tréguas entre os movimentos. 
O Diário de Luanda, em serviço especial para o Diário de Lisboa e na edição do dia 3, precisava que «embora tenha sido noticiado que o MPLA e os movimentos fantoches, tinham aceite, em princípio, o cessar fogo proposto pelo presidente Idi Amin e para as 6 horas de 1 de Novembro, os combates prosseguiam nas últimas 48 horas». Portanto, a 1 e 2 de Novembro de 1975. Por movimentos fantoches e na linguagem do MPLA, entendam-se a FNLA e a UNITA.
Notícia do Diário de Lisboa de 1 de
Novembro de 1975. Há 40 anos!
O jornal de Lisboa precisava que «ao abrigo do cessar fogo proposto, as forças contendoras deveriam suspender os combates nas posições que ocupavam na altura, mantendo-se até à reunião de Campala» - previstos para 3 de Novembro. 
Estava-se a 10 dias da independência (dia 11) e sabe-se hoje que nada disso aconteceu. O chão da terra angolana continuou a ser regado com o sangue dos seus heróis. Por vários e trágicos anos de lutas e de uma guerra civil de que não contabilizáveis os seus mortos.

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