terça-feira, 5 de janeiro de 2016

3 266 - Comandante em Vista Alegre e queda de Carmona e Negage

O PELREC à saída para uma operação: Almeida (1º. cabo), Messejana, Neves, Soares (1º. cabo), Florêncio, 
Silvestre, Marcos, Pinto (1º. cabo), Caixarias e Florndo (1º. cabo enfermeiro). Em baixo, Vicente (1º. cabo), Viegas 
(furriel miliciano), Francisco, Leal, Oliveira (1º. cabo TRMS), Hipólito (1º. cabo), Aurélio (Barbeiro), Madaleno 
e Neto (furriel miliciano)

O furriel Américo Rodrigues, da 1ª. CCAV.
8423, a de Zalala, há 41 anos, com quatro
combatentes da FNLA, em Vista Alegre

O comandante Almeida e Brito, a 5 de Janeiro de 1975, deslocou-se a Vista Alegre pela «necessidade de estabelecer contactos operacionais», certamente acompanhado pelo capitão José Paulo Falcão, o oficial adjunto e de operações do (nosso) Batalhão de Cavalaria 8423.
Vista Alegre era o novo aquartelamento da 1ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias - que também ocupava o Destacamento da Ponte do Dange. Ambas as localidades fica(va)m na Estrada do Café, que liga(va) as cidades de Luanda (a capital de Angola) a Carmona, denominada Uíge após a independência e capital da província do mesmo nome.
Ao tempo, a estrada era, recordemos, alvo de constantes patrulhamentos das NT, no sentido de «assegurar a liberdade de itinerários».
Notícia do Diário de Lisboa de 5 de Janeiro
de 1976 sobre a queda das cidades de Carmona
e do Negage, há precisamente 40 anos! 
Um ano depois e já na Angola independente, Carmona e Negage foram reocupados pelas FAPLA, o exército do MPLA. As duas localidades, reporta o Diário de Lisboa de 5 de Janeiro de 1976, «tinham grande importância política e militar para o movimento fantoche de Holden Roberto» - a FNLA.
Carmona era considerada como «a capital política da FNLA» e foi «libertada pelas FAPLA» na manhã do dia 5 de Janeiro desse ano, uma 2ª.-feira. 
O Negage e a sua base aérea eram «o mais importante ponto logístico do ELNA (o exército da FNLA) e do exército mercenário zairense, dado que através dela se canalizava todo o envio de material de guerra americano e de outros países ocidentais, em grandes aviões de carga C130 e C140». A sua queda ocorrera já no dia 3, o sábado anterior.
O Diário de Lisboa de 5 de Janeiro de 1976, há precisamente 40 anos, noticiava que «a libertação destes dois importantes redutos inimigos, segue-se a vitórias consecutivas das FAPLA, iniciadas com a tomada do Caxito, a 6 de Dezembro» de 1975, à qual se seguiram «as de Catete/Cangola, Tango, Luinga, Pambossonge, Camabatela, Quicabo, Balassende, Beira Baixa, Cabacassala, Águas Belas, Onzo e Nambuangongo». Com a queda do Negage, sublinhava o Diário de Lisboa de há 40 anos, «a FNLA iniciou a evacuação de Carmona, que hoje regressou ao controlo do povo angolano, liderado pelo MPLA». Hoje, dia 5 de Janeiro de 1976.
A libertação de Carmona e Negage foi considerada, ao tempo, «uma das maiores e mais importantes vitórias militares obtidas pelas forças populares angolanas na luta que vem travando contra a agressão estrangeira».
«As FAPLA marcham agora vitoriosamente sobre o Ambrizete, preparando-se para expulsar os invasores do seu derradeiro reduto na frente norte do país», reportava o Diário de Lisboa.
A 40 anos de distância, nem imaginamos como terão ficado as duas localidades e, em particular, a «nossa» Carmona! Resultados de uma guerra que derramava sangue de irmãos.

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