quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

3 267 - Evacuação de Carmona e queda de Vista Alegre

Furriéis de Zalala, em momento descontraído: Américo Rodrigues,  Jorge Barata, José Louro, José 
Nascimento, Eusébio Martins (falecido a 16 de Abril de 2014, em Belmonte), Manuel Dias (falecido a
20 de Outubro de 2011, em Lisboa), Victor Velez e Victor Costa (à civil)

João Fernando Monteiro (Gasolinas) e Manuel
Augusto Marques (Carpinteiro), dois 1ºs. cabos da
CCS dos Cavaleiros do Norte na parada do BC12,
em Carmona (1975)


O Dia de Reis de 1975, no Quitexe, Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Ponte do Dange, terras da jornada angolana do Cavaleiros do Norte, passou-se na tranquilidade dos deuses. 
Os três movimentos de libertação, reunidos em Mombaça, no Quénia, chegaram a acordo nesse mesmo dia, e consideravam  «inequivocamente o enclave de Cabinda como parte inalienável do território».
As conversações, segundo o Diário de Lisboa desse dia, «o acordo agora atingido representa um passo decisivo para o processo de descolonização de Angola» e a Presidência da República, em comunicado, «congratula(va)-se cm os resultados obtidos entre as delegações dos três movimentos emancipalistas».
O Diário de Lisboa de 6 de Janeiro de
1975 noticiou o acordo de Mombaça, entre o MPLA,
a FNLA e a UNITA
Um ano depois, já na Angola independente, a queda do Negage e de Carmona era considerada pelos jornalistas da imprensa estrangeira, em Luanda, como «uma perda irreparável para a FNLA», que a partir daí viu «a sua área de influência no Uíge reduzida a dois ou três pontos estratégicos de menor importância e mesmos estes seriamente contestados 
A FNLA está no fim», interrogava o
Diário de Lisboa de 6 de Janeiro de 1976, na
Angola já independente
pela pressão exercida pelo MPLA».
Soube-se também que a evacuação de começara no segundo dia do ano - 2 de Janeiro de 1976.
A 5, uma nota das Forças Armadas de Angola, anunciava a tomada de Vista Alegre (onde jornadeou a 1ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano Davide Castro Dias) e General Freire (Maxaluando) e, sobre Carmona, o comandante Júlio Almeida (Juju) comentou que «a quantidade de material de guerra apreendido, assim como outro material de abastecimento, é indiscritível, não se tendo feito ainda o balanço de tudo aquilo que os fantoches e invasores deixaram atrás de si, na sua fuga precipitada».
«Para além do material de guerra, foram aprisionados várias dezenas de soldados dos grupos anti-nacionais e entre os quais se encontravam numerosos soldados zairenses», disse o militar do MPLA, acrescentando que «uma parte considerável da população de Carmona não abandonou a cidade, tendo vitoriada a sua libertação pelas FAPLA, enquanto alguma população que se havia refugiado nas matas, começa a apresentar-se na cidade, onde é recebida como filha do povo».
Nessa manhã de Dia de Reis de 1976, o MPLA disponibilizou «transporte oficial para jornalistas angolanos e estrangeiros» visitarem a capital do Uíge - a mesma Carmona onde os Cavaleiros do Norte se aquartelaram até 4 de Agosto de 1975.

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