quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

3 274 - Independência marcada e expectativa no Uíge

Cavaleiros do Norte do PELREC, em Setembro de 1974: Alberto Ferreira, 1º cabo Jorge Vicente 
(falecido 21/01/1997) e Victor Francisco (atrás), João Marcos (meio tapado), furriéis Francisco 
Neto e José Monteiro, 1º. cabo Joaquim Almeida (falecido a 28/02/2009) e Raúl Caixarias (meio tapado 
de garrafa na mão), Aurélio (Barbeiro, de garrafa na mão) e Manuel Leal (falecido a 18/06/2007, à 
frente de João Marcos) 


Furriéis milicianos Manuel Bento e
José Carlos Fonseca, ambos de bigode) e
Grenha Lopes (à frente)



A segunda-feira, 13 de Janeiro de 1975, foi de anúncio, na imprensa escrita, do dia 11 de Novembro desse como o dia da independência de Angola, acordado na Cimeira do Alvor. O comunicado oficial fora do final da noite anterior me sublinhava «os avanços substanciais» e admitia mesmo «uma solução mais rápida do que aquelas previstas ainda esta manhã», como noticiava o Diário de Lisboa.
Os Cavaleiros do Norte, lá pelo Uíge angolano, continuavam expectantes mas de alguma maneira também distantes. Os mais esclarecidos, politicamente falando, seriam o Manuel Machado e o Luís Mosteias - que coincidiam na área, mas não totalmente nas razões. Eram populares os bitaites do Cândido Pires e quer o Francisco Neto, quer eu (Viegas), gostávamos de apimentar as intermináveis discussões do bar e messe de sargentos - onde, por esse tempo, «faltavam» o José Augusto Monteiro e o José Carlos Fonseca, ambos de férias em Portugal. E, creio, também o Francisco Bento. O Fonseca, vem a talho de foice, não voltou. 
No Alvor era dada como certa a saída do almirante Rosa Coutinho (após a formação do Governo Provisório) e indicavam-se três nomes como possíveis futuros Alto-Comissários: o brigadeiro Silva Cardoso, o tenente-coronel Gonçalves Ribeiro e o major Pezarat Correia.
Mário Soares, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, fez declarações sobre os três movimentos, referindo que falavam agora (então) «a uma só voz». mas foi desmentido por Paulo Jorge, do MPLA: «Isso é o que diz o Ministro do Negócios Estrangeiros de Portugal e não o que diz o MPLA. Essa é a opinião do dr. Soares».
Saidy Mingas, também do MPLA e sobre o processo de descolonização, comentou no Alvor que «uma descolonização reaccionária levaria ao neocolonialismo». Acrescentou que «o neocolonialismo em Angola significará a guerra».

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