quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

3 282 - Sarau no CRU de Carmona e Governo de Transição

Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, em pose fotográfica com combatentes da 
FNLA. Reconhecem-se o furriel Belo (terceiro, de pé e da direita) e o 1º. cabo Fernando 
Simões, apontador 
de metralhadora e falecido a 17 de Agosto de 1998, por suicídio (à direita). E os outros?


O capitão José Paulo Fernandes, aqui
com o 1º. sargento Francisco Marchã (à
direita), da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel
Aos 21 dias do mês de Janeiro de 1975, uma terça-feira, um grupo de Cavaleiros do Norte das 4 companhias deslocou-se a Carmona, para actuar num espectáculo do MFA. A iniciativa, no âmbito da acção psicológica, decorreu no pavilhão gimno-desportivo do Clube Recreativo do Uíge (CRU), com larga assistência popular civil.
O espaço encheu e encheram também as diversificadas actuações dos militares, de que se destacou, surpreendendo, o capitão miliciano José Paulo Fernandes, comandante da 3ª. CCAV. 8423 (a de Santa Isabel), a cantar fado de Lisboa e de Coimbra - e, deste, a Samaritana e o fado Hilário. A festa envolveu outros ramos artísticos e terminou em baile, abrilhantado pelo improvisado conjunto musical dos Cavaleiros do Norte. Com José Paulo Fernandes à guitarra.
A memória sobre este dia foi-se esvaziando nestes 41 anos que se passaram, entretanto, mas ainda se parecem ouvir os aplausos a todos os artistas que, na  noite desse 21 de Janeiro de 1975, encheram o pavilhão do CRU - a cantar, a declamar, a musicar, a revistar teatro. Pena que a não verdura da idade desse tempo não nos alimente, hoje, os neurónios, para relembrarmos os nomes do «cavaleiro» elenco que subiu aos palcos do CRU.
A primeira página do Diário de Lisboa
de 21 de Janeiro de 1975, com notícia sobre
o Governo de Transição de Angola
O dia foi de notícia sobre o Governo de Transição de Angola: «Deverá estar formado até ao dia 31 de Janeiro, segundo os termos do acordo que amanhã vai ser assinado entre o Governo Português e os três movimentos de libertação», sublinha o Diário de Lisboa, em título de 1ª. página.
Ao Algarve, nesse mesmo dia, chegaram ao Algarve dois dirigentes de dois partidos pacifistas de Angola, para «entrarem em contacto» com MPLA, FNLA e UNITA. Tratava-se do engº. Angelino Alberto (da Frente Nacional dos Pacifistas Angolanos) e Francisco Lelé (do Partido Democrático NTO-Bako). O objectivo era «encontrar uma forma de colaboração, ou integrarem-se mesmo num dos referidos movimentos de libertação».
- SIMÕES. Fernando Martins Simões, 1º. cabo 
apontador de morteiros da 3ª. CCAV. 8423, a de 
Santa Isabel. Suicidou-se a 17 de Agosto de 1998, em 
Lourinhal (Penacova), sua terra natal. Foi motorista 
profissional e deixou viúva e uma filha.

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