sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

3 304 - Os dissidentes do MPLA e os 23 anos do Cuba

CUBA, o 1º. cabo mecânico José das Dores Caeiro dos Frangãos, Cavaleiro do 
Norte do Parque-Auto da , futebolista, treinador, cantor e tocador de viola 

Os furriéis milicianos António Flora e Delmiro
Ribeiro, ambos da 3ª. CCAV. 8423, no encontro
de Águeda, a 9 de Setembro de 1975


Aos 12 dias de Fevereiro de 1975, Quarta-feira de Cinzas, chegavam ao Quitexe notícias de conversações da UNITA com a Revolta do Leste - a facção de Daniel Chipenda, dissidente do MPLA. 
O objectivo desta missão da delegação de 5 dirigentes do movimento liderado por Jonas Savimbi era a sua integração no processo de descolonização e independência de Angola. 
O 1º cabo Cuba, há 41
anos, na jornada
africana do Uíge angolano
O Diário de Lisboa desse dia dava conta que «as actuais diligências são feitas com conhecimento do dr. Agostinho Neto, presidente do MPLA» e recordava que Daniel Chipenda contestava a sua direcção, o que tinha levado à sua expulsão do MPLA.
As negociações decorriam em Ninda, o «quartel general» da Revolta do Leste, no sudoeste de Angola, e já desde o dia 4 que outros dissidentes do MPLA, da Revolta Activa - Joaquim Pinto de Andrade, Mário Andrade e Gentil Viana - estavam em Luanda, também dissidentes da direcção de Agostinho Neto.
«A conciliação nas fileiras do MPLA, tida como possível nos próximos dias, é saudada pelos círculos locais como um factor positivo na etapa que levará Angola à independência, no próximo dia 11 de Novembro», reportava o Diário de Lisboa.
Os Cavaleiros do Norte, pelo Uíge, continuavam tranquilos mas expectantes sobre a rotação do Batalhão. Essa Quarta-feira de Cinzas foi dia dos 23 anos do Cuba - o 1º. cabo mecânico José das Dores Caeiro dos Frangãos, com quem o blog acabou de falar. Vive na sua Cuba, ocupado nas suas mecânicas e a combater um tumor nos intestinos, que lhe apareceu há pouco mais de um ano. 
Notícia do Diário de Lisboa de 12 de
Fevereiro de 1975 sobre a reintegração
de dissidentes no MPLA
«Andei 6 meses em tratamento, fui operado e recebi quimioterapia, acho que tenho a situação controlada, assim me dizem os médicos», comentou o Cuba.
Cuba, mais conhecido por José Caeiro nas bandas facebookianas, futebolou no Quitexe, na equipa do Parque-Auto, e a futebolar continuou em Cuba - clube da terra natal que também treinou.
«Agora, passou a idade, é o tempo de outros...», disse-nos este «militar de Abril» - como fez questão de se identificar... -, que a jornada africana do Uíge Angolano recorda «a formidável camaradagem do pessoal».
Isso mesmo, ó Cuba! José das Dores Caeiro dos Frangãos, 1º. cabo mecânico da CCS dos Cavaleiros do Norte, hoje a festejar 64 anos!!!

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