sábado, 13 de fevereiro de 2016

3 305 - Comando do Sector e politização do povo angolano

A Zona Militar Norte e Comando de Sector do Uíge, em Carmona. 
Reconhece-se a bandeira portuguesa hasteada e o sentinela de serviço

Raúl Caixarias, atirador do PERLREC e que
amanhã festeja 64 anos. Com a mulher Alzira e o
filho, no encontro de Águeda, a 9 de Setembro de 1995


O dia 13 de Fevereiro de 1975 foi tempo útil dede decisões sobre a extinção do Comando do Sector do Uíge (CSU), pelo que, segundo o Livro da Unidade, o (nosso) Batalhão de Cavalaria 84233 «passou nessa data à dependência directa da ZMN» - a Zona Militar Norte, também instalada na cidade de Carmona - capital do Uíge.
Os Cavaleiros do Norte continuavam expectantes sobre o seu futuro próximo, com o (seu) BCAV. 8432 «pretendido pela Região Militar de Angola e pela ZMN». Na espera e o mais serenamente que lhes era possível, continuavam aquartelados no Quitexe (a CCS e a 3ª. CCAV., vinda da Fazenda Santa Isabel), em Aldeia Viçosa (2ª. CCAV. e Vista Alegre, com um Destacamento na Ponte do Dange (a 1ª. CCAV., que tinha jornadeado em Zalala).
A ZMN e CSU dos portugueses é agora
Órgão de Justiça Militar dos angolanos
Os movimentos independentistas, agora na sua fase de formação como partidos (na verdadeira acepção), continuavam a sua actividade de politização dos povos, procurando atraí-los para as suas ideias. Agostinho Neto, em Luanda, afirmava o seu MPLA como «vencedor, depois de uma luta heróica de 14 anos». E, por isso, acrescentou, «não vamos consentir que o povo seja de novo oprimido». Disse também que o MPLA estava «a trabalhar no sentido da reintegração dos elementos que compõem a chamada Revolta Activa» - Gentil Viana e os irmãos Joaquim e Mário Pinto de Andrade -, mas, segundo o Diário de Lisboa, «atacou frontalmente e presença no país do Grupo Chipenda», que, segundo disse, «dispondo de uma força armada pode ser um a fonte de conflitos armados». 
O presidente Agostinho Neto falava na sua primeira conferência de imprensa, depois da sua chegada a Luanda, e frisou que «o povo angolano, depois de 14 anos de luta, não vai consentir mais nenhuma opressão».
«Para nós, com o povo no poder é que pode haver democracia. Se assim não for, será como no tempo do colonialismo», sublinhou o presidente do MPLA (e futuro Presidente de Angola), acrescentando que «só com o povo no poder é que pode haver democracia».
Notícia do Diário de Lisboa de 13 de Fevereiro de
1975, com afirmações de Agostinho Neto,
presidente do MPLA
A Luanda regressou nesse dia 13 de Fevereiro de há 41 anos, o director do jornal A Província de Angola, que se publicava na capital - o actual Jornal de Angola. Rui Correia de Freitas, dele se trata, regressava da África do Sul, país onde, segundo o Diário de Lisboa, se refugiara em Outubro de 1974, «ao ser avisado que estava iminente a sua prisão, à ordem do presidente da anterior Junta Governativa, o almirante Rosa Coutinho».
Jonas Savimbi, presidente da UNITA, por sua vez, alertou para «indícios de contrabando ilegal de armas e divisas, através da fronteira do sudoeste africano». Falando numa conferência de imprensa, referiu-se «a elementos políticos da Namíbia, activos na propaganda junto das populações do sul de Angola».

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