quinta-feira, 3 de março de 2016

3 324 - O segundo dia dos Cavaleiros do Norte em Carmona

Furriéis milicianos da CCS dos Cavaleiros do Norte, ainda no Quitexe, na 
parada: António Cruz (rádio-montador), Cândido Pires e Luís Mosteias (sapadores), 
Francisco Neto (Rangers), José Pires e Nelson Rocha (transmissões)

Os furriéis milicianos Mosteias (à esquerda,
sentado na parede da varanda, falecido a 5
de Fevereiro de 2013, em Santo André), Viegas
(de pé), Bento, Monteiro e José Pires, na
varanda das traseiras da messe de
sargentos do Montanha Pinto - de oficiais,
até 2 de Março de 1975

A 3 de Março de 1975, uma segunda-feira, foram continuadas a instalação do pessoal e as arrumações de equipamentos no BC12, um excelente quartel - situado na estrada para o Songo, à saída de Carmona.
O pessoal sentiu-se magnificamente instalado. Na verdade, o BC12 era um verdadeiro quartel, construído de raiz e relativamente novo. Nada o comparava (para muito melhor) ao Quitexe - onde apenas a parada, casernas e oficinas se assemelhavam a um aquartelamento e a tropa estava espalhada por vários sítios e casas (alugadas a civis), onde jornadeáramos 9 meses e onde continuava a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel (desde 10 de Dezembro de 1974).
Os oficiais foram instalados numa das messes da cidade e os sargentos e furriéis milicianos numa outra (também de oficiais) no Bairro Montanha Pinto - bem perto de outra de sargentos, para onde, dias depois, foram os companheiros da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Era só atravessar o jardim.
A transformação do dia-a-dia da guarnição foi quase... radical: melhores instalações e (que)  novo tipo de serviços, numa cidade com muito mais oferta social que a pequena e saudosa Quitexe. 
O BC12, visto do lado do Songo, na estrada
que liga(va) esta cidade a Carmona 
Carmona era a capital do Uíge e estava em visível crescimento, bem estruturada e desenhada, rasgada nos seus horizontes urbanísticos e com serviços públicos civis, hospital, aeroporto, tudo o que era preciso numa cidade a projectar-se no futuro.  Ali estava instalados os comandos militares e as lideranças civis, tinha grande dinamismo comercial e era visível a sua crescente industrialização. A vida social era visivelmente intensa e muito grande a oferta de serviços. Muitos de nós viam (estavam e viviam) pela primeira vez numa cidade e (quase) tudo nos deslumbrava. Os restaurantes e cafés da cidade, os clubes nocturnos, passaram a ser espaço de frequência dos Cavaleiros do Norte - os que mais podiam (por razões financeiras) e nas horas de fora dos serviços de ordem.
A CCS, nesta rotação para Carmona, foi acompanhada por um grupo de combate da 2ª. CCAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa), indo «o restante desta subunidade apresentar-se no dia 11 de Março», como se lê no Livro da Unidade.

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