segunda-feira, 21 de março de 2016

3 342 - Um novo médico em Carmona e incidentes em Luanda

Cavaleiros do Norte da CCS no Quitexe. O Gaiteiro (à direita), seguido do 
Serra, NN (boina no ombro e de pé) e Aurélio (Barbeiro). A olhar de frente 
e de bigode, o Monteiro (Gasolinas), Cabrita e Calçada (mão na boca). O sétimo, 
é o Florêncio (de bigode). Quem identifica os outros?

Furriéis milicianos da 3ª. CCAV. 8423, a de
 Santa Isabel: Grenha Lopes (atirador),
Agostinho Belo (vagomestre) e Graciano
Silva (atirador, à frente)

O mês de Março de 1975, para os Cavaleiros do Norte, foi tempo de chegada de um novo médico: o alferes miliciano Carlos Augusto Monteiro da Silva Ferreira. Pertencia aos quadros do Hospital Militar de Luanda e juntou-se ao também alferes miliciano António Honório de Campos - que «operava» principalmente nas companhias de Aldeia Viçosa e Santa Isabel, até que, no Quitexe, substituiu o capitão médico Manuel Leal, em Novembro de 1974. 
A chegada do alferes Carlos Augusto passou quase despercebida no meio militar pois, principalmente, prestava serviço no Hospital de Carmona, à comunidade civil (e à militar, naturalmente). Infelizmente, não conseguimos saber notícias dele. Actualizadas.
Os tempos desse tempo uíjano continuavam expectantes, com os repetidos pequenos incidentes entre os movimentos que se instalavam na cidade de Carmona e região - nomeadamente entre a FNLA e MPLA. Que, todavia e felizmente, não atingiam grandes proporções e eram, no geral, atenuados pela intervenção das NT.
O Livro da Unidade, a propósito desse relacionamento, refere que «teve a maior receptividade das forças militares dos movimentos».
Por Luanda, não iam as coisas tão simples e pacíficas: na véspera, o ELNA (Exército de Libertação Nacional de Angola, braço armado da FNLA) destruiu as instalações dos Pioneiros do MPLA e a retaliação  não demorou. Na verdade, as FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, exército do movimento presidido por Agostinho Neto) «deram troco» imediato e capturaram José Pedro Sebastião, chefe da Delegação da FNLA, agredindo-o de tal forma que teve de entrar nas urgências do Hospital de S. Paulo, em estado crítico. E os incidentes repetiram-se nos dias seguintes. Por exemplo, na madrugada de 23 - quando as FAPLA atacaram as instalações da UNITA (com um morto) e da FNLA (quatro).
Era para esta Luanda, com espaço reservado no Katekero, que eu e o Cruz preparávamos a partida - para lá iniciar o périplo de férias que, então (e já lá vão 42 anos!!!...), nos levou a conhecer boa parte do imenso território de Angola.
A guerra também nos trazia estes paradoxos!

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