segunda-feira, 11 de abril de 2016

3 363 - Viagem turística à Caála e medo de guerra civil!!!

Os furriéis milicianos Francisco Neto e Domingos Peixoto, na messe de 
sargentos (antiga messe de oficiais) do Bairro Montanha Pinto, em Carmona


O furriel Viegas com as familiares Fátima e
Idalina, no Colégio S. José de Cluny, que ambas
frequentavam em Nova Lisboa. Há 41 anos!

O comandante Almeida e Brito deslocou-se ao Negage, a 11 de Abril de 1975, no âmbito das «visita do Comando às subunidades», no caso à CCAÇ. 4741, ali aquartelada desde o dia 17 de Março do mesmo ano - vinda de Santa Cruz, bem perto da fronteira.
O capitão José Diogo Themudo era o 2º. comandante dos Cavaleiros do Norte e acompanhou-o nesta visita de trabalho, para preparar as próximas rotações militares do Uíge. Desta CCAÇ. 4741/74 tinha sido o furriel miliciano Domingos Peixoto que, por razões disciplinares, foi transferido para o nosso BCAV. 8423 - ainda no Quitexe (e depois em Carmona). E para a mesma CCAÇ. 4741/74 fora transferido o também furriel miliciano Mota Viana, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, em Outubro/Novembro de 1974. Curiosamente, ambos de Braga.
Mapa com indicação de Santa Cruz, Negage,
Carmona (hoje, cidade do Uíge) e Dange (Quitexe),
terras angolanas faladas no texto de hoje.
Clicar, para ampliar a imagem
Eu e o (também furriel miliciano) António Cruz continuávamos em Nova Lisboa, de férias e conhecendo as suas terras, paisagens e gentes. Pela data da fotografia, neste dia de há 41 anos fomos de viagem à Caála (ao tempo, ex-Roberto Wiliams), de farnel no carro do casal Neves/Polido, depois do almoço e por tarde de lazer e prazer que recordo com saudade. Antes, e de passagem, visitámos as filhas do casal (Fátima e Idalina), que estudavam no Colégio S. José de Cluny (como se vê na imagem).
Luanda «acusava» notícias de nova suspensão do jornal «A Província  de Angola», desta vez com uma multa de 100 contos - o equivalente a 13 841,60 euros de hoje, segundo o conversor da Pordata. E porquê? Por ter publicado uma notícia em que acusava o MPLA de ter morto soldados da FNLA, com metralhadoras recebidas da União Soviética, o que, relatava o Diário de Lisboa, «não tem o mínimo fundamento».
A UNITA, de seu lado, anunciava a criação de comités de paz e de um sindicato nacional para «suster a violência em Angola». O seu destacado dirigente Jorge Valentim referia também que estas medidas sucediam-se aos recentes confrontos entre MPLA e FNLA «em que morreram mais de 200 pessoas» e que receava que «a violência possa vir a evoluir para uma guerra civil». Era de calma, porém e nesse dia, a situação em Luanda, «não se tendo registado confrontos nas últimas 24 horas», segundo reportava o Diário de Lisboa desse dia.

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