domingo, 10 de abril de 2016

3 362 - Assaltos à OPVDCA e formação do Exército de Angola

Grupo de Cavaleiros do Norte. Reconhecem-se, os furriéis Luís Costa (Morteiros, o 
segundo, atrás), Agostinho Belo (de óculos) e Luís Capitão (com mãos à volta do 
pescoço) e, em baixo, Graciano Silva, Grenha Lopes e António Flora. Quem 
ajuda a identificar os restantes?


O furriel Viegas de férias, junto da
estátua de Norton de Matos, em Nova
Lisboa, no Largo dos Correios

Os dias de férias na capital do Huambo, há 41 anos, iam excelentes, afectuosamente anfitrionados (eu e o António Cruz) no hotel da Família Neves/Polido e ambos em «digressão» pelas residências do clã Viegas - primos de meu pai, ao tempo falecido ia para dois anos e meio. Aparecia de surpresa (ninguém por lá me imaginava...) e fomos recebido com muito carinho e um mar de perguntas sobre a situação em Angola. Do Manuel, do Aníbal e do José (os primos direitos de meu pai), mas também de outros conterrâneos: os Mirandas, o Orlando Rino e Arnaldo Figueredo, os Reis, as filhas de Amadeu e Manual Zé Costa! Lá encontrei dois amigos de escoa primária: os irmãos Óscar e Neson Miranda!
A Nova Lisboa chegavam notícias (menos boas) de Luanda, onde, na noite de 8 para 9 desse Abril de há 41 anos, «foram assaltadas e  ocupadas instalações da OPVDCA» - o que aconteceu «em vários pontos do território, pelo MPLA, FNLA e UNITA». Neste caso e do Campo do Grafanil (imagine-se!!!...), «desapareceram 150 G3, 350 morteiros, 20 000 munições e rádios emissores-receptores»
O Caxito, a Fazenda Tentativa, Artur de Paiva, Cuíto Canavale (muito lá a sul...), Longa, Serpa Pinto, Silva Porto e Henrique de Carvalho foram outras localidades de assaltos, ora à OPVDCA, ora à PSPA e GEI.
Luanda, onde os Estados Maiores de MPLA, FNLA e UNITA voltaram a reunir e adiantaram posições diferentes quanto à formação do futuro Exército de Angola - cujos elementos passariam a ser integrados como soldados, não como militantes - quisesse isso dizer, na prática, o que fosse. De todo o modo, este passo significava algum desanuviamento da tensão entre os três movimentos.
Notícia do Diário de Lisboa de
10 de Abril de 1975, sobre a
formação do Exército de Angola
Os Cavaleiros do Norte, lá pelo Uíge nortenho de Angola, continuavam a sua difícil missão, com sacrifícios imensos do pessoal mas sem baixar a guarda, apaziguando e controlando os incidentes que se sucediam entre militantes/militares da FNLA (em força na zona) e o MPLA, assegurando a estabilidade social dos centros urbanos.
Ao tempo, recordemos e do BCAV. 8423, estavam aquarteladas em Carmona a CCS e a 2ª. CCAV. 8423, reforçadas desde 28 de Março por um grupo de combate da 3ª. CCAV. 8423, que fora da Fazenda Santa Isabel e estava no Quitexe. E uma pequena força, aquartelada na ZMN (no centro da cidade), mais de serviços que operacional.
- OPVDCA. Organização Provincial de Voluntários e 
Defesa Civil de Angola. Era um corpo de voluntários, de 
ambos os sexos, que auxiliava as Forças Armadas e 
garantia a defesa civil das populações. Organização 
tipo milícia, directamente subordinada ao Governador 
Geral de Angola e aos Governos Provinciais. 
O quartel do Quitexe ficava ao lado direito, na saída 
para Carmona, na Estrada do Café.

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